sexta-feira, 31 de maio de 2013
A mulher negra no mercado de trabalho
Assistente Social Osvaldo Teles
Negros são discriminados nos mercados de trabalho
Mulher negra é duplamente discriminada no trabalho
quinta-feira, 30 de maio de 2013
O caminha da vida .jpg)
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.
A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)
Charles Chaplin
O verbo no infinito
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer de tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...
Vinicius de Moraes
O Amor
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..
Fernando Pessoa
Nós estamos condicionados
Nós estamos condicionados a
pensar que nossas vidas giram
em torno apenas de grandes momentos.
Todavia, os grandes momentos
frequentemente nos pegam desprevenidos, e
ficam maravilhosamente guardados em recantos
que os outros podem considerar sem importância.
E da mesma forma ocorrem outros momentos...
Mario Lago
Quero
Quero que todos os dias do anotodos os dias da vidade meia em meia horade 5 em 5 minutosme digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,creio, no momento, que sou amado.No momento anteriore no seguinte,como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustãoque me amas que me amas que me amas.Do contrário evapora-se a amaçãopois ao não dizer: Eu te amo,desmentesapagasteu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.Não exijo senão isto,isto sempre, isto cada vez mais.Quero ser amado por e em tua palavranem sei de outra maneira a não ser estade reconhecer o dom amoroso,a perfeita maneira de saber-se amado:amor na raiz da palavrae na sua emissão,amorsaltando da língua nacional,amorfeito somvibração espacial.
No momento em que não me dizes:Eu te amo,inexoravelmente seique deixaste de amar-me,que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetidoEu te amoamoamoamoamo,verdade fulminante que acabas de desentranhar,eu me precipito no caos,essa coleção de objetos de não-amor.Carlos Drummond de Andrade
Última flor
Minha amada
Durma minha amada
Meu coração vela
O teu sono
Debaixo do céu estrelado
O corpo molhado
De orvalho
Abre-me os braços
Minha bem amada
Recebe no teu colo
O meu ser apaixonado
Minha amada passou
A mão na minha pele
O meu corpo estremeceu
Minha amada colocou os lábios
Nos meus lábios
Incendiou o meu corpo
Lili-flor embelezou
Os meus dias e a vida
Minha amada deixe-me
Livre para viver
Eternamente este amor
Osvaldo Teles-Asas da Imaginação
Noite criança
A noite é uma criança
Eu sou um bebê
Nos teus braços
Acalanta meu pranto
Desperta meu sonho
Mostra-me na noite criança
As curvas do teu corpo
Faz do teu corpo
Meu agasalho nas noites
Frias de inverno
Mostra-me as delícias
Do mundo
Nas envolturas
Do seu corpo
Transporta-me
Para outra dimensão
Sem sair
Da minha realidade
Na noite criança
Transforma-me em homem
Faz-me sentir no mis
Profundo da d'alma
Os prazeres do teu
Lindo ser
Faz-me gozar
De cada minuto
Como se estivesse
Preparando-me para
O último momento da vida
Asas da Imaginação-Osvaldo Teles
Desigualdade racial e o mercado de trabalho
Falar sobre o mercado de trabalho no Brasil, a partir da Segunda metade do século XIX, é antes de mais nada nos reportarmos ao longo processo de constituição da ideologia racial implementado por intelectuais e pelas classes dominantes a partir deste período. Isso significa que, esgotada a possibilidade de continuar com o trabalho escravo, tratava-se de “branquear” o país visando o advento de uma sociedade nos moldes ocidentais. Aqui, civilização era tomada como sinônimo de branco e europeu. Esse rumo fica evidenciado através da intervenção do Estado no sentido de financiar a importação de mão-de-obra da Europa para trabalhar nos cafezais e na nascente indústria no Sudeste, especialmente em São Paulo.
A marginalização dos negros ocorre dentro de um contexto histórico, processo de abolição da escravidão e formação econômica moderna, onde a estrutura de classes da sociedade nacional está se constituindo e como conseqüência teremos o posicionamento desfavorável dos negros, devido a forma de inserção desigual na estrutura de classes, no que se refere a renda, escolaridade e ocupação.
Em outros termos, poderíamos dizer que o Estado a partir da segunda metade do século XIX, pós-1850, e, principalmente, início do século XX, até meados dos anos 40, foi o veículo primordial da formação de um mercado de trabalho fundado na exclusão dos negros e descendentes.
Esse mercado de trabalho, estruturado de cima para baixo pelo poder estatal, privilegiava os indivíduos brancos e dificultava o acesso de outros grupos raciais tendo em vista a crença, então em voga por aqui, a respeito da superioridade dos brancos. Essa ideologia racial irá, evidentemente, dificultar a inserção dos negros no nascente mercado de trabalho tendo em vista sua suposta inferioridade e a discriminação racial será, então, uma das marcas visíveis que o negro encontrará na busca por trabalho.
Nesse sentido, uma das características marcantes do mercado de trabalho brasileiro até hoje é a desigualdade de oportunidades entre os grupos raciais. As estatísticas revelam um quadro aterrador acerca da maneira como brancos e negros estão distribuídos na estrutura ocupacional.
Podemos, com certeza, afirmar a existência de uma reserva de mercado em determinadas profissões que privilegia alguns indivíduos em função da cor da pele. Ë o que podemos constatar em amplos setores profissionais na sociedade capitalista brasileira. Enquanto algumas ocupações são deliberadamente preenchidas por brancos, onde estão situados os maiores rendimentos e as melhores oportunidades, outras abrigam aqueles indivíduos com menores possibilidades escolares e profissionais, como é o caso dos negros, auferindo rendimentos inferiores.
Estas desigualdades, que se prolongam até o trabalho, estão presentes, também, no interior do processo educacional e observamos isto na baixa escolaridade alcançada por negros em comparação com os brancos; basta conferirmos as estatísticas atuais da FIBGE, Ipea/Ministério do Trabalho ou do Ministério da Educação.
De acordo com os dados do Provão/2000- Inep/Mec, dos formandos que fizeram o provão em 2000 nos cursos de Administração, Direito, Medicina Veterinária, Odontologia, Medicina, Jornalismo e Psicologia, dentre outros, mais de 80% é constituído por brancos (respectivamente, 83,3%, 84,1%, 84,9%, 85,8%, 81,6%, 81,5% e 83,3%). Por sua vez, para os mesmos cursos, os negros aparecem nos seguintes percentuais: 1,6%, 2,0%, 1,1%, 0,7%, 1,0%, 2,9% e 1,6%.Esta pesquisa revela, também, a baixa freqüência dos negros nas universidades brasileiras. Enquanto 80% dos universitários são brancos, somente 2,2% são negros (“Provão revela barreira racial no ensino”. Folha de São Paulo, Cotidiano. 14/01/2001)[1].
A partir das Universidades podemos ter uma visão perfeita de como estará constituído o mercado de trabalho em algumas profissões. Este funcionará como um espaço de segregação racial uma vez que, concluir o curso superior significará melhores oportunidades de trabalho para brancos, o que nos leva a suspeitar que o Estado através de políticas públicas, notadamente educacionais, alimenta este processo. Em outros termos, existe uma preferência por parte dos empresários capitalistas em um tipo de profissional onde o quesito cor é bem significativo.
Isto terá efeitos consideráveis quanto aos rendimentos de brancos e negros. Assim, podemos relacionar educação, trabalho e renda e teremos uma dimensão exata da forma como está organizada a estrutura ocupacional no Brasil, observando a influência recíproca entre esses fatores que tem sua base na inserção do negro na estrutura de classes da sociedade brasileira. Acrescentando a isto a questão da discriminação e da ideologia raciais.
As conseqüências de tudo isso são bem conhecidas: miséria, favelas, violência, perseguição policial... como marcas que registram os estereótipos e preconceitos. Segundo a Folha de São Paulo, no Rio de Janeiro, “70,2% dos mortos são de cor preta ou parda; brancos somam 29,8% das vítimas”, o que leva a conclusão que a “polícia do Rio mata mais negros e pardos” (Folha de São Paulo. Cotidiano. 15/05/2000).
Práticas discriminatórias presentes no cotidiano indicam a permanência do racismo. A sociedade brasileira preserva profundas desigualdades raciais, de rendimentos, educacionais e ocupacionais.
O racismo, a discriminação racial tem seus efeitos sobre homens e mulheres negras, sendo que estas sofrem duplamente o preconceito e a discriminação raciais, que procuram “caminhos” para burlar as portas fechadas no mercado de trabalho. A forma como isso ocorre pode ser notada na crescente formação de grupos anti-racistas e pela valorização da cultura negra, bem como pelo surgimento de movimentos negros voltados para a tentativa de exigir do Estado determinadas políticas públicas que venham a beneficiar as populações historicamente discriminadas.
O desafio é ultrapassar, através de profundas mudanças culturais e sociais, o preconceito, a discriminação e o racismo. No entanto para que isso ocorra é fundamental tomarmos consciência das marcas impressas pelo racismo (baixa estima, medo, insegurança, desconfiança, temor) para, de vez, exterminá-lo. Evidente que esta é uma tarefa árdua e cabe a nós levá-la a cabo.
[1] Esta pesquisa classificou a população em cinco grupos raciais: brancos, negros, pardos/mulatos, amarelos, indígenas ou caboclos. O percentual para pardos/mulatos que fizeram o provão é de 13,5%; para amarelos, 2,6% e indígenas ou caboclos, 1%.
Vou-me embola pra pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Voltando aos tempos da caverna
terça-feira, 28 de maio de 2013
Angelus
Seguro-me ao ser supremo
Para não ficar preso ao limbo
Prostro-me de joelhos
Esboçando a minha fé
Na hora do Angelus
O céu se enche de estrelas
A lua aparece com todo esplendor
Contemplando a humanidade
Com a sua beleza
Deus revela-se
Na sua criação
O homem fica perplexo
Diante de sua pequenez
No badalar dos sinos
Na hora do Angelus
A cortina celestial se abre
Devota a alma se eleva a Deus
Asas da Imaginação-Osvaldo Teles
domingo, 26 de maio de 2013
Dois caminhos
Caminhamos juntos ou separados
Amando ou odiando
Com palavras eloquentes
Ou com lamentos
Seguiremos a estrela-guia
Ouvindo cantos
Sentindo a leveza dos passos
Ou o peso da fadiga
Embarcando na nau
Viajando por mares calmos
Sentindo o momento
Lúdico desta viagem
Na escuridão densa da noite
Deparamos com o mar revolto
As ondas batendo no casco
Levando o barco para o fundo
Neste momento a ventania é o nosso algoz
Sentenciando a vida ou a morte
Leviano busco o seu corpo
Juntos viveremos ou morreremos
Os dois caminhos cruzam-se
As nossas metas encontra-se
A lucidez dispersa a loucura
Ao léu ficará a tristeza.
Osvaldo Teles-Asas da imaginação
sábado, 25 de maio de 2013
Minhas saudades
Na janela de minha amada.
E recitava Castro Alves,
Para chamar a atenção dela,
Mostrando-me um revolucionário
Um contra-ponto, nas ordens do dia.
Eu já namorei empunhando um violão,
Dando-me em segundo plano,
Pois ela prestava atenção
Mais as canções do que a mim.
Tempo, tempo, aonde vamos nós?
Tu apressado, nós correndo,
Pra onde?
Hoje eu tenho o meu amor,
Mas por mim ainda andava vagando
Nas ruas seguras da minha cabeça.
Ainda chorava, escrevia cartas
Com caneta tinteiro.
Ainda levava ao meu amor um cacho de jasmim,
E não saia te seguindo, tempo,
Me segurava abraçado ao peitoril da casa dela
Quando visse apenas uma ameaça de vento.
E ficava por lá, contando estórias,
Ouvindo os pássaros nas matas,
A começar pela madrugada
Quando devagarinho voltava pra casa
Como o coração cheiinho de esperança.
Por que idealizamos
Problema social
A música problema social de Seu Jorge retrata a realidade de muitas crianças Brasileiras que tem de trabalhar muito cedo para ajudar na sobrevivência familiar. A canção traz a história de um homem que assume ser um problema social para a sociedade, que é excludente e elimina as oportunidade para as crianças pobres porém pede respeito, pois isso não é culpa dele e sim do sistema, a história deste homem é semelhante a de muitos Brasileiros que nasceu e cresceu em família pobre e não teve oportunidade de estudar e muitas vezes teve que roubar para não passar fome e hoje chora o destino triste que teve, as pessoas que tem uma história semelhantes a esta, são humilhados e desprezados pela sociedade que não entende que ninguém é pobre ou abandonado porque quer, ninguém é um problema social por opção.
Ouvindo a música passamos a entender que infelizmente é real, um mundo cão, onde poucos tem e muitos tem pouco. O nosso pais tem um grande divida muito grande com o nosso povo, o governo nunca se preocupou com os menos favorecidos e nunca tivemos uma educação de qualidade, a música deixa claro que a desigualdade social é proveniente do antagonismo capital x trabalho.
terça-feira, 21 de maio de 2013
Revivo nas lembranças
Meus braços te esperam
Embriagado de amor
Meu corpo te deseja
O sabor dos teus beijos
O calor de tua pele
A suavidade dos seus toques
Revivo nas lembranças
A saudade rasga as ideias
O coração sangra de tristeza
A mente entra em delírio
O que me deixa vivo
É a busca de sua beleza
Asas da imaginação–Osvaldo Teles
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Mangabeira
Graciosa
Desvia de mim os teus olhos
Porque eles me fascinam
Bela como a lua
Brilhantes como o sol
Como és bela e graciosa
O meu amor,as minhas delicias
Sejam-me os teus seios
Como cachos de uvas
E o seu cheiro
O perfume de jasmim
Teus beijos são
Como o vinho delicioso
Que corre para o esposo
Umedecendo-lhe os lábios
Na hora do sono
Sou para a minha amada
O objetos dos seus desejos
Sua mão esquerda está
Sob a minha cabeça
Sua mão direita me abraça
O amor é forte como o cedro
A paixão é violenta
Como a tormenta
Durante as noites
No meu leito busquei aquela
Que o meu coração ama.
Osvaldo Teles-Asas da Imaginação
sábado, 18 de maio de 2013
O segredo da eterna juventude

quarta-feira, 15 de maio de 2013
terça-feira, 14 de maio de 2013
Magnetismo
Dois seres se encontram
Os olhos se cruzam
Os corações palpitam
Uma alma se forma
No magnetismo dos corpos
O amor ganha asas
Como semente ele brota
Como flor desabrocha
Como uma ostra
O coração se abre
Doando o fruto precioso
Adornando a face
Com um sorriso maravilhoso
Asas da imaginação-Osvaldo teles
A importância da psicologia social
domingo, 12 de maio de 2013
A triste partida
Adeus,parecia um adeus de morte
E fui-me
E minha velha mãe
Ficou a contemplar o meu
Leito frio que um dia eu deixei vazio
Esta criatura que me carregou
Nove meses em seu ventre
Lutou sua vida inteira
Só para ver a minha felicidade
Distante dela com muita
Poeira no rosto de dor e solidão
Sintia vontade de voltar para casa
Mas o meu egoísmo besta
Supera a minha vontade
A solidão vem sinto saudade
De alguém que deixei chorando
Até que um dia me dá
Uma grande vontade
De voltar para casa
Quando eu abro a porta vejo
Minha velha mãe sentada
Em sua cadeira com sua
Cabeça baixa adormecida
Aproximei-me e me perguntei
Se tenho o direito de acorda-la
De repente faz um grande
Barulho na rua,ela se assusta
E quando ela me vê
Ela abre os braços
E com muitos abraços me envolve
Em seu passado de tristeza
Olho para dentro de mim
Digo-me:você e um ingrato
Ela me diz estive
O tempo todo te esperando
Nesta cadeira estão os meus
Prantos e os meus momentos de solidão
Mãe não sei o que te dizer
Neste imenso silêncio que se fez
Por minha ingratidão
Mainha perdoa-me por
Minha ingratidão
Sei que doeu muito
No seu coração.
Osvaldo Teles
sábado, 11 de maio de 2013
Frustrações dos motivos
Trabalho Acadêmico Osvaldo Teles
Serviço Social
É uma profissão de caráter sócio-político, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “questão social”, isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Inserido nas mais diversas áreas (saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, etc) com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, o assistente social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho sócio-educativo e de prestação de serviços. É uma das poucas profissões que possui um projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético – político, que foi construído pela categoria a partir das décadas de 1970 –1980 e que expressa o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária, mais justa, democrática e garantidora de direitos universais. Tal projeto tem seus contornos claramente expressos na Lei 8.662/93, no código de Ética Profissional – 1993 e nas Diretrizes Curriculares.
A profissão de assistente social surgiu no Brasil na década de 1930. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei nº 1889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a Lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão. Em virtude das mudanças ocorridas na sociedade e no seio da categoria um novo aparato jurídico se fez necessário de forma a expressar os avanços da profissão e o rompimento com a perspectiva conservadora. Hoje a profissão encontra-se regulamentada pela Lei 8.662 de 07 de junho de 1993 que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e Conselhos Regionais. E, fundamentalmente, define em seus artigos 4º e 5º, respectivamente, competência e atribuições privativas do assistente social.
Além da Lei, contamos também com o Código de Ética Profissional que veio se atualizando ao longo da trajetória profissional. Em 1993, após um rico debate com o conjunto da categoria em todo o país, foi aprovada a quinta versão do Código de Ética Profissional, instituída pela Resolução 273/93 do CFESS.
O Código representa a dimensão ética da profissão, tendo caráter normativo e jurídico, delineia parâmetros para o exercício profissional, define direitos e deveres dos assistentes sociais, buscando a legitimação social da profissão e a garantia da qualidade dos serviços prestados. Ele expressa a renovação e o amadurecimento teórico-político do Serviço Social e evidencia em seus princípios fundamentais o compromisso ético-político assumido pela categoria.
A emergência e institucionalização do Serviço Social como especialização do trabalho ocorre nos anos 20 e 30, sob influência católica européia. Com ênfase nas idéias de Mary Richmond e nos fundamentos do Serviço Social de Caso, a técnica está a serviço da doutrina social da Igreja.
Nos anos 40 e 50 o Serviço Social brasileiro recebe influência norte-americana. Marcado pelo tecnicismo, bebe na fonte da psicanálise, bem como da sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica. Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psico-social. Neste período há o início das práticas de Organização e Desenvolvimento de Comunidade, além do desenvolvimento das peculiares abordagens individuais e grupais. Com supervalorização da técnica, considerada autônoma e como um fim em si mesma, e com base na defesa da neutralidade científica, a profissão se desenvolve através do “Serviço Social de Caso”, “Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social de Comunidade”.
Nos anos 60 e 70 há um movimento de renovação na profissão, que se expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O Serviço Social se laiciza e passa a incorporar nos seus quadros segmentos dos setores subalternizados da sociedade. Estabelece interlocução com as Ciências Sociais e se aproxima dos movimentos “de esquerda”, sobretudo do sindicalismo combativo e classista que se revigora nesse contexto.
O profissional amplia sua atuação para as áreas de pesquisa, administração, planejamento, acompanhamento e avaliação de programas sociais, além das atividades de execução e desenvolvimento de ações de assessoria aos setores populares. E se intensifica o questionamento da perspectiva técnico-burocrática, por ser esta considerada como instrumento de dominação de classe, a serviço dos interesses capitalistas.
Com os “ventos democráticos” dos anos 80, inaugura-se o debate da Ética no Serviço Social, buscando-se romper com a ética da neutralidade e com o tradicionalismo filosófico fundado na ética neotomista e no humanismo cristão. Assume-se claramente no Código de Ética Profissional, aprovado em 1986, a ideia de “compromisso com a classe trabalhadora”. O Código traz também outro avanço: a ruptura com o corporativismo profissional, inaugurando a percepção do valor da denúncia (inclusive a formulada por usuários). No âmbito da formação profissional, busca-se a ultrapassagem do tradicionalismo teórico-metodológico e ético-político, com a revisão curricular de 1982. Supera-se, na formação, a metodologia tripartite e dissemina-se a ideia da junção entre a técnica e o político. Há ainda a democratização das entidades da categoria, co, a superação da lógica cartorial pelo Conjunto CFESS/Cress, que conquista destaque no processo de consolidação do projeto ético-político do Serviço Social.
Nos anos 90, se verifica no âmbito do Serviço Social os efeitos do neoliberalismo, da flexibilização da economia e reestruturação no mundo do trabalho, da minimalização do Estado e da retração dos direitos sociais. O Serviço Social amplia os campos de atuação, passando a atuar no chamado terceiro setor, nos Conselhos de Direitos e ocupa funções de assessoria entre outros. Discutindo a sua instrumentalidade na trajetória profissional, ressignifica o uso do instrumental técnico-operativo e cria novos instrumentos, como mediação para o alcance das finalidades, na direção da competência ética, política e teórica, vinculada à defesa de valores sócio-cêntricos emancipatórios. Partindo do pressuposto da necessidade da capacitação continuada, o Serviço Social busca a ultrapassagem da prática tecnicista, pretensamente neutra, imediatista ou voluntarista.
Nos anos 2000 esta conjuntura provoca novas disputas em torno da questão social e do papel a ser cumprido pelas políticas sociais, verifica-se a proliferação de cursos de graduação privados de baixa qualidade, implementação do ensino de graduação à distância, com prejuízo ao ensino presencial. Reduz-se a capacidade de mobilização em torno de projetos coletivos, o que gera novos desafios para a luta pela consolidação dos direitos da população usuária dos serviços prestados pelos assistentes sociais.
Esses elementos apontam para a necessidade de fortalecer o projeto ético-politico profissional, que vem sendo construído pela categoria há mais de três décadas.
Há um Código de Ética do Assistente Social?
Sim. O Serviço Social já teve diversos Códigos de Ética (1947, 1965, 1975 e 1993) que expressam os diferentes momentos vivenciados pela profissão (cf. Barroco, 2001 e Forti, 2005). O Código de Ética atual afirma os princípios fundamentais da profissão e dispõe sobre direitos e deveres do profissional, bem como dos parâmetros éticos nas relações com usuários, outros profissionais, com a Justiça, com Empregadores, dentre outros.
O Código de Ética deve ser conhecido e respeitado por todo profissional em exercício, bem como pelos estudantes de Serviço Social. A fiscalização quanto ao cumprimento dos deveres profissionais cabe aos CRESS.
O Código de Ética atualizado e aprovado em 1993 expressa o projeto profissional contemporâneo comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos.
11 princípios do Código de Ética:
Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;
Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;
Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras;
Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;
Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;
Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;
Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democrática existente e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual;
Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero;