A janela

A janela está entreaberta
Emoldurando a via láctea
Em segundos vou ao espaço
Os olhos vão ficar perdidos

Fixados ficam na imensidão
Aí logo só visualizo sombra
Espreitando-se na escuridão
Que insiste em me perseguir

O sereno invade o ambiente
O canto do grilo vai entrando
Ao longe observo as estrelas
Brilhando belas lá no infinito

Emolduradas se apresentam
A lua deixa os raios prateados
Fico Louco com a sua beleza
Bem despontando exuberante

Apresentando-se deslumbrante
Dou-me enfeitiçado ao amor
Despertando em mim o amante
Sentido o efeito do movimento

Osvaldo Teles

Feliz me pôs a dançar

Ouvindo aquela bela música
Fazia viajar na clave do som
Aí foi arremetido ao passado
Trazendo de volta uma época

Feliz me pôs a dançar a canção
Onde tudo era motivo de festa
Veio a mim a doce lembrança
De aquilo que foi vivenciado

Na minha belíssima juventude
Parecia que nunca iria passar
Os bailes vieram a cabeça
Saio dançando a imaginação

Na imensidão deste planeta
Pude ver o tempo passando
Como a velocidade da luz
Clareando meu grande palco

Na face ficaram suas marcas
Levo comigo as experiências
Que o tempo não vai apagar
Enquanto estiver viva em mim

Osvaldo Teles

Não tenho como apagar

Não tenho como apagar da lembrança
As noites que passei em suas praças
Pegava carona nas estrelas cadentes
Ia ao espaço sideral sem sair do chão

Viagens entre os mundos foram feitas
A mente criativa criava as suas ilusões
Ilustrando na face meu contentamento
Os sonhos vinham nas asas imaginária

Na praça Castro Alves compus versos
Minhas primeiras inspirações brotavam
Torrenciais na pureza do primeiro amor
Inspiradas nos sonhos e nas fantasias

O corpo flutuava na leveza das brumas
Viajei literalmente nas asas dos sonhos
Pousei suavemente sentindo o fresco
Refrescante da brisa tocando no rosto

Aéreos ficaram os meus pensamentos
Entre o céu e a terra eles se encontram
Dentro do meu mundo que foi construído
O ser regressa ao seu ponto de origem

Osvaldo Teles

O dia vai amanhecendo

O dia vai amanhecendo te procuro
Depois de uma noite linda de amor
Vou em busca do seu corpo quente
Fico quieto só olhando a sua beleza

Uma deusa ao meu lado despertava
Entregar-me a você é tudo de bom
Formosura em forma de uma mulher
No intuito de lhe possuir novamente

Nossas roupas espalhadas no chão
Sobre a cama os seres apaixonados
As taças vazias sobre o criado mudo
A garrafa de champanhe esvaziamos

Ainda está no carpo os seus efeitos
Beijo na testa lhe dou de aconchego
Marcas de unhas cravadas na pele
Nos lábios guardo o sabor do batom

Seu aroma impregnado nas narinas
Faz-me viajar livre entre as estrelas
Meus pensamentos ganharam asas
Ultrapassando a linha horizonte livres

Osvaldo Teles

Mãos calejadas

Nascido no interior levo comigo
A simplicidade da minha gente
Orgulho tenho de ser um caipira
Pegando o meu destino no laço

As primeiras lições aprendi foi lá
Contínuo atado a minha origem
Da minha terra guardo saudade
Traços fortes do homem da roça

Meu jeito de falar meio cantado
Igual aos rouxinóis no alvorecer
O semblante sisudo é aparência
Com meu coração igual manteiga

Debaixo do sol derramava o suor
Tenho as minhas mãos calejadas
De puxar a cobra para meus pés
Arando a terra para o seu plantio

Acompanhando-me a vida simples
Nas árvores ouvindo os pássaros
No terreiro as galinhas ciscavam
Na rede olhava o tempo passando

Esperançoso do bom tempo voltar
Na alvorada meu ser vai cantando
Ébrio o aroma do orvalho me deixa
Quando entra nas minhas narinas

Osvaldo Teles

Como te amo

Menina com eu te amo! Como te amo
Amo-te como nunca amei ninguém
Confesso-te o grande amor que sinto
É daquele que queima tudo por dentro

Creia sim na veracidade das palavras
Elas fluem do profundo da minha alma
Eloquentes tentam chegar aos ouvidos
Procurei fingir porém não consegui

Um magnetismo vai me atrair para ti
Padecendo de amor está o coração
Os dias vão perecendo vejo o arrebol
A lua vai despontar reluzente no céu

Seus efeitos afetam o comportamento
Tudo em torno me transporta a você
Vou alternando desejo com o prazer
Vão chuviscando pingos de orvalhos

A noite ganha ar de mistério se estais
Transformo-me no amante compulsivo
O quarto será a nossa câmara secreta
Transportando-nos ao oásis do amar

Osvaldo Teles

Buscando no tempo

No silêncio vou tentar lhe encontrar
Em algum lugar do subconsciente
Estão guardadas as reminiscências
De uma criatura que chorou e sorriu

Doando-me completamente a vida
Mas ficou presa a mim a resiliência
No universo vão está os fragmentos
Do que foi vivido na minha infância

Deixando viva a criança sonhadora
A alma vai  renovando a esperança
Que insiste permanecer viva no ser
Trazendo o meu passado de volta

Em uma viagem no túnel do tempo
Confrontado os sonhos e realidade
Realizando em mim minha fantasia
Viajei livremente pelo meu espaço

Buscando no tempo o elo perdido
Entre o mundo interior e o exterior
Vou fazendo a junção mais perfeita
Para me religar com o ser celestial

Osvaldo Teles

Síntese do encontro

O calor de sua boca toca a minha
Indo ao encontro do corpo quente
Vou me completando totalmente
Em erupção entra o meu sangue

A tenção toma conta dos nervos
Alcançando o ápice das emoções
Vai queimando os meus neurônios
Minha lógica perde sentido do ser

Levando-me a beira da insanidade
Penso apenas o momento presente
Aqui dentro está o mais importante
Aquela que foi a minha escolhida

As almas gêmeas em comunhão
Contemplando o encontro carnal
Personagens errantes do romance
Perdidos neste mundo transitório

Envolvendo o meu corpo e a alma
Neste misto de sonho e realidade
Suavizando as minhas tensões
Nossos nervos vão se acalmando

Repousando a cabeça em seu peito
Depois das intensas sensações
Ouça sua voz me dizendo te amo
É a síntese do encontro perfeito

Osvaldo Teles

As cenas do meu cotidiano

Enclausurado dentro do mundinho escuro
Estou de quarentena curtindo a minha dor
Sozinho remoendo saudosas recordações
O teto é a tela que vai passar nosso filme

As cenas do meu cotidiano vai se passando
Vou buscando no lençol seu suave perfume
Lágrimas vêm aos olhos deixo rolar o choro
Vindo a tona tudo aquilo que foi vivenciado

Separados o meu corpo estava suplicando
Tenacidade da nossa paixão ardente! Amor
Colando os fragmentos do coração partido
Ainda lembro do seu aceno saudoso fiquei

Vi as alergias se transformando em tristeza
A lembrar de uma vida a dois que vivemos
Muito alto é o preço que tenho que pagar
Pelos os momentos maravilhosos que vivi

Foram tantas que não dão nem para contar
Ficaram guardados em minhas lembranças
O mais importante são as lições que aprendi
Que a minha felicidade está presa só a mim

Osvaldo Teles

Trouxestes novos tons

Trouxestes novos tons a minha visão
Devolvendo o multicolorido ao olhar
Bom mesmo foi o encanto que causou
Vejo a beleza do amor por todo canto

O cantar harmônico invade o espírito
Destrancou o portal do meu coração
Quando fizestes em mim sua morada
As lacunas vazias foram preenchidas

Onde o teu ser toma conta do meu ser
Sou levado a contrariar o santo ritmo
Contrapondo o mistério do sentimento
Adentro no contexto do ritual do amor

A alma entra em plena consternação
Diante da bela que a mim é revelada
Nos afagos que vem de suas mãos
Vou me envolvendo nas tuas carícias

Passei a entrar em delírio acordado
Encantado fico com os traços faciais
Fui seduzido pelo o belo semblante
Um furor causastes nos sentimentos

Osvaldo Teles

O feitiço da noite

Lá está vindo a brilhante luz do dia
Os raios solares vão dando sinais
Rompendo a cortina da escuridão
O feitiço da noite vai se dissipando

Os sonhos vão levantando do leito
Sobre o leito os corpos extasiados
Sentindo o efeito da noite passada
Depois de ter beirado sua loucura

Voltamos do mundo dos devaneios
Retornei do planeta do sonho irreal
Vislumbrei a grandeza da Luz da lua
Ao meu lado a cor do amor acordou

Na pelo trazia todo o seu esplendor
O sangue queimava as entranhas
Na pele ficaram as suas marcas
A memória gravava os momentos

A pulsação ia ficando acelerada
Como um tambor o coração batia
Dando ritmo ao nosso movimentos
Levitamos como as plumas ao vento

Osvaldo Teles

Adeus tive que dar

Adeus tive que dar a minha terra
A saudade ficou da minha gente
Dos amigos levei as lembranças
Da família levo os ensinamentos

Que me preparou para toda vida
Parti com o coração estilhaçado
As lágrimas escorriam pelo rosto
Não sei o que esperava por mim

Nas curvas tortas desse mundo
Fui em direção ao desconhecido
Deixo para trás o melhor que vivi
No coreto da praça brinquei feliz

As ilusões ficaram bem guardadas
Como alimento da alma sonhadora
Que nunca esqueceu a sua origem
A qualquer momento vinha a tona

O menino teve que encarar o real
Percebe que nada seria mais igual
Minha vida tinha tomado outro rumo
Colocando no caminho novo desafio

Osvaldo Teles

A história de duas vidas

Quanto mais os ponteiros avançam
Mais ansioso eles vão me deixando
O passar do tempo é meu diferencial
Entre a sua partida e a sua chegada

Não percebo a distância da estrada
Levada como plumas soltas ao vento
Flutuando levemente na atmosfera
A visão fica aleatória não lhe alcança

Desesperançoso me deixa sua demora
Emudeço com grito preso na garganta
O coração bate no peito com emoção
Fico com o olhar preso no caminho

Para trás vão ficando suas pegadas
Que o vento se encarrega de apagar
Fortificando em mim as lembranças
Saudades vão maltratando o coração

A história de duas vidas vão se unindo
Em um romance vai se transformando
Aproximando-se a um conto de fadas
O plebeu e a plebeia se tornam real

Osvaldo Teles

Conectei com o celestial

Fechei os olhos conectei com o celestial
Pedi ao pai a sua benevolente proteção
A sua presença preencheu o meu vazio
Fazendo a sua morada em meu coração

Com a sua benevolência eu fui abraçado
Devolvendo a tranquilidade tão desejada
Fez-me sentir um ser que foi abençoado
Prosseguir confiante minha difícil jornada

Caminhando lado a lado estavas comigo
Não foi o acesso tudo foi obra do Criador
Quando mais precisei estava ali presente
Curando a ferida adquirida da caminhada

Retirando da face os traços de tristezas
Fui carregado em seus braços por vezes
Para abrandar a  fadiga do meu cansaço
O que seria de mim se não fosse a oração

Colocando assim diante da sua presença
Jubilosa a alma vai entoar lindos louvores
Congratulando o mundano com o sagrado
Consagrando o Divino como meu protetor

Osvaldo Teles

Chorei por você

Cadê o seu aroma embriagante
Que ficou impregnado no lençol
O sabor de morango dos beijos
Ainda saboreio nos meus lábios

Na minha pele estão as marcas
Que guardo como lembranças
Tu não sabes a falta que me faz
Chorei por você algumas vezes

Um vazio ficou no meu coração
Vem preencher o espaço vazio
Assumindo as rédeas do pulsar
Agora estou a pensar no carinho

Sobre o leito que foi nosso ninho
Que fazia entre as estrelas viajar
Quem dera você está ao meu lado
Compartilhando comigo este voar

Meu amor apressa vem aqui logo
Absorvendo a leveza do cuitelinho
Vamos alçar vôo rumo a liberdade
Batendo a asa na mesma direção

Osvaldo Teles

Bamboleiam minhas fantasias

Eu adormecido vagueio pelos sonhos
Sonhando vou ultrapassando as noites
Perdido durante as madrugadas longas
Nos seus braços fui sendo envolvido

Seduzido pela minha belíssima fêmea
Afagos me conduziram levou a prazer
Devaneando com os beijos que troquei
Ainda sinto os benefícios que me trouxe

Joguei-me noite adentro com a bela cena
Ao meu lado bamboleiam minhas fantasias
O cenário aos poucos foi se desfazendo
Adormecendo em mim o lado homem

Transcendendo em mim o ser criança
Vou fantasiando tudo que está ao redor
A plebeia se transforma em princesa
A mulher em forma de uma santidade

Descanso sobre o seu peito o crânio
Ruído pela inconstância do meu sono
Servindo de parâmetro dos pesadelos
Algumas vezes me causando incerteza

Osvaldo Teles

Seu Eros

Pronunciei o seu nome no silêncio
As palavras vão saindo sem parar
Sussurrei em seu ouvido te quero
Não por uma noite de amor apenas

Nos toques lhe levarei muito além
Preso a te chego ao contentamento
Vou vivendo o nosso conto de fadas
A deusa vai fazer uma visita ao céu

Transformando a terra no paraíso
Seu Eros é um simples apaixonado
Que vive a loucura para te possuir
Não fica alheia ao meu sentimento

Vem de corpo e alma e se entrega
É tanto amor que tenho para te dar
O coração está cheio do puro amor
Que está guardado só para te doar

O ser se enche de muitas alegrias
Sentindo a ternura que tu me traz
Quero-te para viver intensamente
Proporcionado por um amar intenso

Osvaldo Teles

O dono dos meus passos

Serei eu o dono dos meus passos
Tudo já foi feito pelas mãos Divinas
Ou ao nascer já estavam definidos
Cômico é achar que não foi o acaso

Que me apresentou ao meu destino
Seguir convicto que estava comigo
A capacidade de mudar meu rumo
Teleguiado fui conduzido me portar

Trilhei seguindo os meus instintos
Deus lá de cima dava seu empurrão
Levando crer que nada sou sem ele
O animal muitas vezes adormecia

Ficando escondido um bravo leão
Destino porque fizestes isto assim
Terei aquela segunda oportunidade
Colocando-me de volta aos trilhos

Guiando meus tortuosos caminhos
Até a música era o vento que sopra
A poesia era a alma que me ditava
Harmonizando com o meu espírito

Osvaldo Teles

Amadurecimento

Ao longe perco a visão fica turva
Vertigem invade a minha cabeça
Tontura toma conta de todo corpo
As pernas perdem as suas forças

Tombiante vai meu corpo ao chão
Levanto mais forte a cada queda
Na extensão da estrada vejo o fim
Da exaustante caminhada! Chago

Com algumas alterações na alma
Resiliente com o amadurecimento
Maduro vou me tornando cada dia
Os músculos perdem resistências

A distância não mais me importa
Resistente o cérebro vai lutando
Contra as leis naturais do tempo
As rugas vão enfeitando a testa

Já não penso como antigamente
Mudanças ocorreram no pensar
Tenho que aceitar que amadureci
Tento manter vivo a criança em mim

Osvaldo Teles

Mundo desigual

A vida já foi concebida com palmadas
Chorei com a dor que tive que sentir
Fui expulso de um lugar aconchegante
O choque foi grande com a realidade

Sendo colocado neste mundo desigual
Onde filhos choram e mamãe não ver
Nua e crua tive que encarar a morte
Tendo a fome com minha companheira

O leite materno era meu único alimento
Mesmo assim não continha as vítimas
Os obstáculos já nasceram intrínsecos
As pedras do caminho se multiplicavam

Para que eu desistisse da caminhada
Impedindo-me de da as passadas firmes
Muitas vezes perdia as minhas ilusões
As veracidades fugiam da minha razão

Penso logo no sentido da existência
Busco no silêncio as minhas respostas
Para não me entregar aos infortúnios
Lutei venci? Só sei que estou aqui

Osvaldo Teles

Fui desarmado

Fui desarmado por seus olhares penetrantes
Eles vinham cheios de um feitiço fulminante
Sou dominado pelos seus toques cativantes
Foi teleguiando todos os meus pensamentos

Fui teletransportado para um conto de fadas
O amor adormecido despertou do seu leito
O mundo cheio de magia a mim foi revelado
Arrebatando-te para dentro do meu coração

Tudo entre a gente começou tão de repente
Sonhei com você momentos esplendorosos
Tenho como enredo a nova história de amor
Fico quieto só quero sentido as sensações

Pensei que iria entrar em estado de loucura
É amor a força que nascerá dentro do peito
Acendendo as fagulhas da labareda ardente
Ficando nos olhos a expressão do ser feliz

Fixando no meu ser a mais bela expressão
Finalmente deparei com a Santa divindade
Capaz de me conduzir ao seu plano superior
Fazendo-me levitar entre o espaço sideral

Osvaldo Teles

Sou caboclo brabo

Sou caboclo brabo venho do mato
Sou um matuto cabra de arretado
Na face guardo ainda suas marcas
Arredio assim como o burro bravo

Que não aceita peas em seus pés
Nem as rédeas lhe impondo limite
Ainda trago comigo os seus traços
Pelos pastos passeava livremente

A única coisa que quero é ser livre
O pensamento ganha a liberdade
Os campos floridos eram meu leito
Sobre as relvas o corpo descansa

Como esconder a minha origem
Trabalho sempre foi o meu nome
Trabalhei de sol a sol para plantar
Minha ferramenta era uma enxada

Sou o tabaréu amante da sua terra
Arava a terra para fazer seu plantio
Na esperança de colher seus frutos
Já derrubei muitos bois nos braços

Meu cachorro piaba é a companhia
No alpendre olhava passar as horas
Era uma festa o cantar dos pássaros
O galo me acordava no amanhecer

Osvaldo Teles
Imagem Google

Entreguei-me

Entreguei-me alucinado a sua boca, te beijei
Meu sangue me queimando todo por dentro
Em ebulição ele corria quente nas entranhas
A sensação era que a vida estava esvaindo-se

A entrega plana nossos corpos já conheceu
Seguimos realizando nossas fantasias eróticas
Nas loucuras que fomos capazes de fazer
O que queríamos era aproveitar nosso tempo

Oh! Um temporal de emoções nos dominava
Só pensei nos momentos que tínhamos a viver
Tendo em meus braços a minha esposa amada
Parecia até que os ponteiros do relógio paravam

Era quando a alma viajava fora do nosso corpo
Tentando se encontrar com a sua alma gêmea
Compulsivo quis por vezes tomar conta dos atos
Mas o sentimento mais forte assume a situação

A cada toque a alma ganhava sua vida própria
Dominando as fantasias deste belo momento
Margeando a margem da loucura chegamos
A plenitude do prazer da nossa entrega plana

Osvaldo Teles

Sinto saudade

As paredes do quarto me apertam
Os gritos ficam presos na garganta
Aqui sozinho estou na expectativa
Que a porta se abra e você adentre

Sinto saudade dos beijos que te dei
Também das carícias que trocamos
Quero que chegue logo venha aqui
Trás consigo o segredo da felicidade

Já não aguento ficar aqui tão sozinho
Vem não se demora já não aguento
Sei que tudo passa mas sinto a falta
Tira a tristeza expressa do meu rosto

Mata esta saudade que me devora
Trazendo o antídoto da minha cura
Teu carinho é o que eu mais preciso
Enxuga as lágrimas com seus lábios

Palavras soltas são apenas palavras
Não chegam de uma forma conecta
Ficam soltas sem nenhum sentido
Não ganham ar de uma bela poesia

Osvaldo Teles

Estou louco de amores

Estou louco de amores por você
Prendi-me com os seus braços
Como um laço de fita me amarra
Deixa meus pés presos aos seus

Vindi a mim com a sua pele nua
Cola a tua pele macia na minha
Adornando o seu lindo pescoço
Fixado me deixa em suas curvas

Passando-os sobre nosso corpo
Minha lindíssima e doce menina
Não fecha porta do teu coração
Se fecha-la vai abrir minha cova

Retira a tampa de seus pudores
O que pretendo é ver sua beleza
E a luz brilhante que vem do ser
Deixa-a entreaberta quero entrar

Vendo as maravilhas que há nele
Na sua alcova para para te amar
Amarrando bem forte aos passos
Atando assim os nossos destinos

Osvaldo Teles

Estava Lili

Estava Lili uma belíssima mulher
Destilando toda sua sensualidade
Os meus hormônios se alteraram
Os olhos se direcionaram para ela

Olhares de bem querer se cruzam
Cristalino brotou no interior o amor
Peguei como se pega um cristal
Com toda delicadeza do meu ser

Pelas mãos lhe conduzi no salão
Absorvendo a sua sensibilidade
Flutuamos livres com toda leveza
Condizentes com os seres alados

Ganhamos a leveza dos pássaros
Demos vôos rasantes nas nuvens
Sorrateiros chegamos ao apogeu
Contentamento trouxe a nós dois

Saímos para passear no universo
Livremente batemos asas juntos
Ouvindo somente a voz do vento
Tocando suavemente nos ouvidos

É prazeroso voarmos na direcção
Que nos conduz ao estado êxtase
Coexistindo por estarmos unidos
Batendo as asas no mesmo rumo

Osvaldo Teles

Romantizando

Sonhava constantemente contigo
Vivo romantizando cada instante
Esperando as doçuras dos beijos
E a sensibilidade dos seus toques

Quero o seu calor me incendiando
Rosas espalhei por todo o canto
Para sentir sua presença constante
Estarás sempre presente comigo

Sigo a espera da noite encantada
Onde o romantismo me possuísse
Fico fantasiando o nosso encontro
Sendo em nosso castelo encantado

Permeando meu coração de ilusão
Visualizei em seu corpo a divindade
Vasculhei o teu sagrado sentimento
Esperando em ser correspondido

Querendo extravasar as emoções
Pretendo te presentear com flores
Tão belas como sua belíssima face
Que traz os seus traços angelicais

Osvaldo Teles

Fecha a porta

Sinto a suavidade em suas passadas

Os teus passos tem som de músicas

Fico muito alegre quando os escuto

Não via a hora da chegada triunfante

Despida de todo seu preconceito e pudor

O coração quase não aguenta a emoção

A ânsia acaba com o cheiro do perfume

Vem, entra, fecha a porta deixa tudo lá fora

O que mais me importa é você agora

Não te quero fragmentada vem inteira

Mas se não der vem de qualquer jeito

Guardo no peito este puro amor por ti

Entregando o que há de melhor em mim

Vivendo a intensidade que você permitir

Fazendo-te a mulher mais feliz do mundo

Triunfal me sinto quando a tenho na cama

Sintonia entre dois corpos que se desejam

Perco os sentidos vou beirando a loucura

Ligado  apenas pelo fio da minha lucidez

A mistura de sentimentos me enlouquece

Osvaldo Teles

Um amar puro

Confesso que és meu grande amor
Eis aqui o homem apaixonado por ti
Foste o que sempre quis nos sonhos
Que aos poucos se tornou realidade

Um filme vai passando na memória
Daquele lindo dia que lhe conhece
Quando a vi envolta em meus braços
Vislumbrei o mundo virando o paraíso

Desde que o destino nos apresentou
Não tenho olhos para mais ninguém
Você é a felicidade que me fez bem
A fidelidade assume os meus atos

Encontrei em ti tudo que sempre quis
Para que joga fora o santo presente
Que Deus generosamente me doou
Gratidão lhe terei por toda minha vida

Um amar puro por ti em me nasceu
Agora eu vivo só porque te tenho
É amor que carrego dentro do peito
O novo homem o amor fez ressurgir

Ressuscitando o meu fogo da paixão
Recomecei para te fazer mulher feliz
Se pudesse te daria o céu estrelando
Faria o impossível para te ter comigo

Osvaldo Teles

Um dia de chuva

Mulher minha alegria da minha vida
Acordar ao seu lado é maravilhoso
Parece-me até um anjo ao despertar
Com seu semblante de sensualidade

O seu cheiro já impregna o ambiente
Poder sentir o seu braço sobre mim
Fazendo meus delírios virem a tona
Um fogo vai queimando por dentro

Correndo na veia como uma brasa
Reacendendo o desejo das paixões
Em uma explosão dos sentimentos
Raios e trovões vão cortando o céu

O dia de chuva ganha ar romântico
Por um magnetismo somos atraídos
Os corpos se aproximam, se unindo
A procura do calor para lhe aquecer

No leito de amor vão se energizando
É quando o abstrato vai ganhar forma
Na junção de dois seres enamorados
O amor vai ganhando neste momento

Osvaldo Teles

A saudade vai batendo

Ouvindo as antigas modinhas de viola
Da terra amada vieram as lembranças
A saudade vai batendo forte no peito
Abrindo um grande vazio no coração

Saudoso me lembro dos meus amigos
As lágrimas escorreram pelo meu rosto
O radinho de pilha era o companheiro
Quando ouvia na rádio Vox as modinhas

Na voz do inesquecível Raimundo Melo
Aos domingos o parabéns para você
Levando as mais belas músicas da época
Todos se uniam ao pé do rádio para ouvir

Melancolicamente retorno ao passado
Vivido intensamente com a liberdade
Sem ter limites para um ser sonhador
Fazia os sonhos ganharem suas asas

O tempo passava sem ser percebido
Embalando as minhas doces fantasias
Percebi o quanto era feliz e não sabia
Hoje eu sei a importância da infância

Osvaldo Teles

Bebi

Bebi na tua boca sua doçura
Que em teu ser foi destilada
Os seus lábios eram a fonte
O líquido adocicado absorve

Saboroso como o doce vinho
Degustei cada gota da bebida
Embriagada as ideias ficaram
Ternura procurei no seu calor

Delirei com as suas carícias
Quebrando a inércia do corpo
Meus movimentos sincronizei
Sensações me levou a sentir

Tenro foi aquele aconchego
Que teus braços me apertou
Um fogo abrasador queimou
O sangue fervia por dentro

Fez-me entrar em ebulição
Processando em mim prazer
Levantei voo saindo do real
Realizando os nossos rituais

Tocando chegamos ao ápice
As emoções nos dominando
Depois de saciarmos a sede
Dos desejos contidos no ser

Osvaldo Teles

Corpo inerte

Silêncio! Emudecida fica a voz
O grito fica preso na garganta
Faltam palavras a serem ditas
Uma calmaria ocupa o quarto

Só fica o corpo inerte na cama
Parado com os olhos estáticos
Preso dentro de um cara passa
Apertado me sinto aqui dentro

Como uma borboleta no casulo
Louco para ganhar asas e voar
As ideias voam buscam o além
Dando rodopios sobre estrelas

Vagueiam pelo espaço sideral
Queria viajar ao centro do eu
Só eu e os seus pensamentos
Apenas a liberdade ia ao lado

Silêncio! Que a alma quer falar
Dos amores e de suas paixões
Das aventuras e das suas lições
Pego o papel para transcrevê-la

Decifrando o que ela quer dizer
Tento ouvir a minha consciência
Solitária ela se encontra comigo
Depois de ter cruzado o âmago

Osvaldo Teles

Encontrei a fé

Encontrei dentro de mim fé
Nasce comigo cada manhã
Dando a vida outro sentido
Brilhantes ficaram os dias

Vendo o mundo multicolor
O amor fez do ser morada
Restaurando minhas forças
Ressuscitei as esperanças

Que estavam adormecidas
Jaziam em um peito ferido
Acordando com o alvorecer
Louca encontrar uma saída

Para seguir reto no caminho
Dando impulso às passadas
Sem temer as desventuras
Tendo Deus como a bússola

Assimilei as suas mensagens
Ouvindo nas minhas orações
Religuei-me com meu Divino
Esquecendo o lado mundano

Osvaldo Teles

Foi amor que nasceu

Foi amor que nasceu como flor
Sou fruto do alucinante desejo
Expulsando dos corações a dor
Ainda está vivo o primeiro beijo

Que trocamos alucinadamente
Trazendo-me de volta a paixão
Minhas tensões foram aliviadas
Um novo ser acabará de nascer

Dentro de um novíssimo universo
Dentre os seus braços cresceu
O fogo que queima as entranhas
Em seu ser encontrei o alimento

Da sua boca tirava o estimulante
Que alimentava os meus libidos
A diva se entregava sem limites
Amei cada curva que é revelada

Seus traços faciais são angelicais
Em seu nude via a sua perfeição
De cada linha do seu belo corpo
Mais parecia as deusas do Olimpo

Vindo no seu olhar toda mágica
Pronta para me enfeitiçar de amor
Fazendo a minha massa flutuar
Livremente entre as constelações

Osvaldo Teles

Recordo-me

Recordo-me das noites de amor
Desnudos os corpos se entregavam
Sua presença já era o bastante
Nós nos amamos ardentemente

A ternura tomava conta dos atos
Mergulhei de cabeça no momento
Quebrando assim nosso.silêncio
Os gemidos ecoavam no espaço

Abandonava as coisas dos dias
Aquele instante era o que importa
Igual a uma flor noturna se abria
Nosso ambiente ficava perfumado

Loucos os lábios se procuravam
Os dedos corriam livres na pele
Em um lençol branco nos cobria
Os teus olhos me enfeitiçavam

Os seus sorrisos me fascinam
As almas ganhavam vida nova
Seu crânio repousava no ombro
Procurando o afeto e aconchego

Osvaldo Teles

Existencial

Peço-te por favor não me aflige
Quero só calar tudo aqui dentro
Deixe-me quieto no meu canto
Pode deixar o meu peito vazio

Aprisionado ao meu existencial
Arrepio-me ao lembrar seu calor
Vou escutando a alma gemendo
Chorando as minhas desilusões

Os olhos se enchem de lágrimas
Vão se esvaindo minhas mágoas
Preciso apenas do meu silêncio
Para dialogar com a consciência

Abrindo a porta das lembranças
Aí saiu viajando entre mundos
O que quero é encontrar o meu
Mostrando as cenas do enredo

Da nossa bela história de amor
Que foram escritas nas linhas
Do livro que o destino escreveu
Quis nos colocar diante de Deus

Estou preso a ti pelo laço afetivo
Vivo o presente sem me esquecer
O que foi vivido em meu passado
Servindo de direção ao caminho

Osvaldo Teles

É por ti

É por ti que minha alma canta
Não retiro os olhos da estrada
Na ânsia de ver a sua chegada
A espera vai me deixar ansioso

Mas vem depressa chega logo
Espero o quanto for necessário
Sua entrada triunfante é magia
Quero apenas te ter nos braços

Sentir o calor do quente corpo
Em seus lábios poder dar beijos
Minha cama será o seu repouso
Por alguns instantes que seja

Feliz serei por uma vida toda
Preenchendo o vazio existente
Devolvendo sorrisos aos lábios
Acalmando assim meu coração

Quando vás chegando pertinho
Seu cheiro vai lhe denunciando
As palpitações vão aumentando
Modificando o ritmo de uma vida

Osvaldo Teles