Foi profundo

Foi profundo e penetrante seu olhar
Chegastes onde ninguém chegou
Entrastes no vazio do meu coração
Preenchendo cada lacuna existente

Causando desordem no pensamento
Desdém a alegria fez com a tristeza
As mágoas contidas foram esquecidas
Desarmado fiquei completamente

O escudo escapou das minhas mãos
Entreguei-me sem nenhuma compostura
Mantendo vivo o mistério do encontro
Fui tomado por um misto de sensações

Palpitações passei a sentir no meu peito
Impulsionando os prazeres mais puros
Comunhão perfeita entre dois seres
O amor passou correr nas minhas veias

Um calor queimava as minhas entranhas
Calorosos foram os seus aconchegos
Abrindo as portas dos nossos corações
Deixando o amor assumir nossas ações

Osvaldo Teles

Adormecido

Adormecido feito uma criança
O homem voltava  ser menino
Dormia em um sono profundo
Pronto para a entrega noturna

Sonhava os sonhos dos justos
Apagava os meus pensamentos
Em uma paz jamais imaginada
No estado alfa me encontrava

Ao meu lado a amada enfeita
Os sonhos mais lindo que tive
Ficando próximo da realidade
Ali estava o meu porto seguro

Na hora de voltar ao mundo real
Os grilos cantando era sinfonia
Que adentrava espaço a dentro
Os astros faziam o jogo de luz

Ninando o meu sono profundo
Levando ao reino encantado
Um plebeu que se sentia Rei
Acabou de despojar sua rainha

Osvaldo Teles

Em teus braços

Envolto em seus abraços sinto
A paz que este seu amor me traz
Perco o controle do meu coração
Embalado como uma criança viajo

Entre os mundos contrito no amor
Fechei os olhos para sentir a beleza
Sou transportado para o seu mundo
Adentro em um belíssimo paraíso

Com belíssimas flores que enfeitam
Deixando o ambiente aromatizado
Não sei como retornar ao meu próprio
Em algum momento perdi as rédeas

Entregando sem nenhuma compostura
Todos os dias sou levado pela leveza
Que o teu corpo vai me conduzindo
Seu calor é combustível que alimenta

Os desejos que estavam esquecidos
Controlado pela nossa paixão renasço
O ser puritano retira a venda dos olhos
Vislumbrando o mais puro dos prazeres

Osvaldo Teles

Passageiro deste mundo

Estou perdido em uma encruzilhada
Sem saber qual o rumo a prosseguir
Impedindo-me de dar o primeiro passo
Uma confusão toma conta do pensar

Fico tonto diante de tantas indecisões
Sinto as sequelas do tempo no corpo
Desenhando na testa as suas marcas
As forças aos poucos vão se esvaindo

As pernas não respondem aos estímulos
Só vejo a frente um  caminho a seguir
O que me resta é a esperança em Deus
Sei que ele não me levar lugar nenhum

Por vezes me pego agindo com menino
A essência da vida ainda correm nas veias
Sem preocupação com as consequências
Sei que sou um passageiro deste mundo

Um dia portal para eternidade será aberto
Minha prestação de conta será inevitável
Tudo será colocado em uma balança
Para saber qual será a minha recompensa

Osvaldo Teles

Tê-la nos braços

Dos meus poros esvai um vapor
Vaporizando da face as tristezas
Quando a amada vem a procura
Daquele amor que nutre seu ser

Vou absorvendo sua essência
Alimentador dos seus desejos
Nos tornando da mesma carne
Na junção encontramos a paixão

Transformadora de minha saga
Impulsionando  nossos corações
Foi amor que nascerá do peito
Irradiando por todo o meu corpo

Emocionante é tê-la nos braços
Sendo ela a beleza dos meus dias
Um jardim florido e colorido a enfeitar
Minha amada passa a ser o adorno

Adornando os lábios com um sorriso
Risos espontâneos vêm ao rosto
Destilando o amor que a alma sente
É forte que faz as pernas tremerem

Osvaldo Teles

Sentindo os efeitos

A lua se despede do céu estrelado
Vamos nos entregando ao amor
O sol desponta radiante lá no alto
Dois seres deitados sobre a cama

Sentindo os efeitos da noite passada
Deixando na alma as suas marcas
Na pele os vínculos de suas unhas
Quão inebriante o belo alvorecer

Despertar com os corpos colados
Levantar com as almas inebriadas
Depois de uma noite de amor intensa
Inevitável é não buscar o teu corpo

Sentindo a efervescência do sangue
Querendo ser afagado por suas mãos
Para nos encontrar no ritual sagrado
Nos afagos dos deliciosos beijos

Sendo eles o nosso energético
Revitalizando as forças perdidas
A carne vai perdendo a dormência
Os músculos retomam as suas forças

Osvaldo Teles

Quero amor

Abri a blusa deixa o decote a mostra
No intuito de revelar as tuas curvas
Em um relance fica visível tua nudez
Viajo em cada detalhe do teu corpo

Não é só sexo que quero! Quero amor
O desejo vai acontecendo aos poucos
Quero sentir a maciez dos teus seios
Tocando suavemente no meu peito

Envolvendo-me com a sua suavidade
Parecendo as brumas tocando o rosto
O néctar vai fluir dos teus doces lábios
Como o favo de mel adocica a vida

Vou degustar cada gota do seu mel
Como se fosse a mais fina bebida
Destilada da sua adocicada saliva
Fazendo tirar todos os meus sentidos

Fico sensível aos toques de seus dedos
É quando as sensações se misturam
Flutuou como as plumas ao vento
O imaginário cria minhas fantasias

Osvaldo Teles

Sinto-me enjaulado

O quarto se agiganta quando estou preso
Muitas vezes as paredes servem de tela
Onde vai passando toda a minha história
Sinto-me enjaulado dentro deste espaço

As asas da libertação estão amarradas
O meu grito abafado não consegue ecoar
Isolando o homem no seu próprio mundo
Vegetativo passaram  ser os meus dias

A solidão traz a tona os conflitos internos
Uma batalha entre o querer ser e o ter
Por vezes vem cheio de muitas tristezas
Acorrentado ficam os ideais de felicidade

Entro no cilindro do tempo quero encontrar
A sombra de um passado não tão distante
Que passo fugaz diante dos meus olhos
Do menino que acabara de viver o ontem

As interrogações se avolumam na cabeça
Matutando qual o sentido da existência
Acabariam com o encontro interpessoal
Só o amor será capaz de me dá a liberdade

Osvaldo Teles

Enlouqueço

Enlouqueço a ponto de fazer loucura
Quando a sua boca procura a minha
Perco os sentidos ao ver seu sorriso
Transitórias ficaram as minhas ideias

Quebrando a inércia da alma e corpo
Perdida em teus contornos sinuosos
Sentindo o seu corpo tocando o meu
Uma fervura acomete todo o sangue

Parece que vou entrar em combustão
Vou sentir as benesses do seu toque
O verbo amar vai entrando em prática
Prazeroso vai ser as carícias no rosto

É a chave que abre a porta da felicidade
Que levam a sensações inexplicáveis
A carne fica em estado de dormência
Confundo a terra com o belo paraíso

Fazendo-me transgredir a lei da física
Sinto o amor em sua fórmula mais pura
Corpo e alma em comunhão perfeita
Navegamos compactos pelas ilusões

Osvaldo Teles
Foto Google

O ponto de equilíbrio

Uma imensidão quis me engolir
O vazio habitava o meu espaço
Sentei contrito na areia da praia
O belo canto do mar me envolvia

Vindo junto a canção do amor
Preenchendo o vazio existente
Tudo funciona em plena harmonia
O belo horizonte ligava o infinito

Vejo Deus se revelando a mim
Trazendo de volta o elo perdido
Vi ali a junção do céu e a terra
O homem se religando a Deus

Criatura e Criador se torna uno
Junto a ele me torno mais forte
Corpo ficou inerte a mente fluía
Parecia que a alma se afastou

Em busca do espaço celestial
As ideias fervilhavam na cabeça
Aleatório ficam os pensamentos
Procurando o ponto de equilíbrio

Fechei os olhos dormi em busca
Dos sonhos que foram esquecidos
Percebe que os sonhos são feitos
De partículas da minha realidade

Osvaldo Teles

A saudade que mais dói

A dormência domina as pernas
Não obedecendo os comandos
Aleatoriamente saem  palavras
Desconexas sem sentido algum

O choro leva a soluço profundo
Chegam aos ouvidos ecoando
Trazendo o som das lamúrias
Sou acometido por uma tristeza

O chorar me fazia desabafar
Quando a saudade bate forte
Dilacerando o pobre coração
Vindo lembranças de mainha

A saudade mais dói é de mamãe
Faz as lágrimas virem aos olhos
Quando sinto falta do seu colo
Do aconchego do ser materno

De suas mãos passando no cabelo
E dos conselhos cheio de verdades
Mulher simplório de sabedoria nata
Trazia consigo o dom natural do amor

Osvaldo Teles

Encantado

Encantado com seus suaves contornos
Na sua pele tinha o pigmento da noite
O seu olhar refletia a clareza da alma
Trazia na sua voz o canto das sereias

Uma semideusa em forma de mulher
Os olhos do amor a bela enxergou
A imagem divinal a mim foi revelada
As deusas do Olimpo para ela perdia

Envolvido com seu lindíssimo corpo
Sua alma puritana mostrou sua áurea
Capaz de seduzir um simples mortal
Com seu jeitinho faceiro me conquistou

Despertando no ser o fogo da paixão
Fiquei emocionado em vê seu sorriso
Fascinante eram os seus traços faciais
Delicado como um vaso de cristalino

Toquei-a com toda minha delicadeza
Como um cristaleiro fazendo sua peça
Ia contornando as suas curvas sinuosas
Até deparar com o caminho da felicidade

Osvaldo Teles

Vi a beleza

Amei desde a primeira vez que a vi
O amor brotou repentino no peito
Passando a nortear minhas ideias
Mudanças aconteceram aqui dentro

Transformações ocorreram na face
O flash de luz incandesceu os olhos
Tentei controlar os meus instintos
Quando por mim a deusa passou

Vi a beleza desfilando diante mim
De pele negra em curvas definidas
Minha atenção para ela se voltou
Acompanhei atento os seus passos

As ideias fervilhavam na cachola
Até parecia que eu tinha tomado
Uma dose de vinho me embriaguei
Neste momento meu corpo tremeu

Ficando espalhado no ar o aroma
Vomitei as dores que a alma sente
Ficando apenas a minha essência
E o que de bom trouxestes consigo

Osvaldo Teles

O misericordioso

O suor está tapando a visão
Goteja dos olhos as lágrimas
Expulsando os males que sinto
Tirando d’alma o peso do castigo

Botando para fora as lamúrias
A saliva está muito grossa
Por causa da falta de líquido
O corpo moído de cansaço

Com fé dobrarei meus joelhos
Pedindo a sua divina orientação
Vou clamar forças aos céus
Implorando sua proteção divina

Pois as forças está me faltando
O desespero bate a cada curva
Para continuar firme a caminhada
Ainda bem que um grande Deus

Seguiu comigo a cada passada
O misericordioso me acompanha
Retirando de mim a carga pesada
Nas esquinas encontro as lições

Osvaldo Teles

Gotas de felicidade

A brisa vai refrescando a face
Sou tomado por um bem-estar
Como eu estivesse navegando
Em águas calmas e cristalinas

Vou absorvendo o seu frescor
A maresia entra pelas narinas
Entorpecendo as dores doídas
Neutralizando o calor ardente

O fogo sai pelos meus poros
Como brasa fica minha pele
O suor vai secando no corpo
Chuvisca gotas de felicidade

Coloca minha cabeça no colo
Afaga suavemente os cabelos
Sinto a leveza de suas mãos
Cobrindo-me de aconchego

Assim adormeço nos braços
Da recolhida da minha alma
Abraçando a sua alma terna
Entrelaçando o nosso querer

Osvaldo Teles

O corpo treme

Mesmo no inverno o sangue
Entra em plena combustão
O coração sentindo a emoção
Uma ardência corre nas veias

Que teu ser me proporciona
Viajar pelo espaço nos beijos
Dos seus doces lábios eu tiro
A querência por ti só aumenta

O corpo treme só em te tocar
Sou tomado por uma loucura
A lucidez foge dos meus atos
Nas suas carícias me entrego

As delícias do seu belo corpo
Nas suas curvas me encontro
O que for permitido será real
O mundano será santificado

Realizando a fantasia contida
O querer vai agindo por mim
Fazendo eu  agir pelo instinto
Só vou sentir o momento lindo

Osvaldo Teles

Novo homem

Vou deixar a porta entreaberta
Espero ansioso a sua entrada
Fico debruçado horas na janela
Vendo literalmente elas passarem

Para ao menos ver o seu vulto
A olhar o que passa fugaz lá fora
A cortina é retirada lá do céu
Vejo o sol quebrar no horizonte

Esplendorosa a lua aparece
A noite vai dando os suspiros
Respirando fico os seus aromas
As poucos vai me embriagando

Tudo passava em câmara lenta
Um paradoxo pairou no ambiente
Aumentando a ânsia aqui dentro
Não vejo uma sombra que seja

Daquela que traria a boa nova
Com uma ideia fixa na cabeça
Fazendo o amor entrar no coração
Trazendo a tona um novo homem

Osvaldo Teles