terça-feira, 20 de outubro de 2020

Ninguém é dona de ninguém

 Este poema foi inspirado nas histórias de feminicídios.


Para que me iludir se tudo acabou

Sabe que vamos chorar um pouco 

No princípio vai ser muito dolorido

As lágrimas vão caírem torrenciais


Mas cada um seguirá seu caminho

Leva na lembrança o que vivemos

Mesmo que ficamos em frangalhos

Colando os fragmentos que quebrou


Restaurando o que sobrou entre nós

Afinal ninguém é dono de ninguém

Porque maltratar se já é muito doido

Ficaram os dois seres estilhaçados


Vamos nos lembrar apenas do amor 

Que vivemos com a sua intensidade

O que morreu em nós pode renascer

Mais fortalecido em nossos corações


Dando a chance de ser feliz outra vez

Se for possível restaurar o que sobrou

Deixamos nosso passado no passado

Começamos novamente se for preciso


Osvaldo Teles



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