domingo, 22 de setembro de 2013

Se você gosta ou não de poesia

Se você gosta ou não de poesia... Recomendo este livro... Se você já gosta, vai gostar ainda mais... Se não gosta, vai passar a gostar... Este livro tocará em você como a gota da chuva cai em uma pétala de flor ou a sutileza do orvalho escorrendo parecendo a seiva externa da rosa... Veja como o título é sugestivo!!! Marcos Wanderley
Há um novo e excelente livro de poesias no mercado "ASAS DA IMAGINAÇÃO", produção
de um autor contemporâneo que utiliza a realidade circundante e os maisfortes sentimentos humanos como fonte de inspiração.Vale A PENA CONFERIR(pode ser encontrado na internet no mercado livre.Uma belíssima colaboração para a Literatura Brasileira.passe para seus amigos

Mimosa paixão

Tu és linda mimosa paixão
Que alegra o meu coração
O meu ser contempla a sua beleza
Deixando-o deslumbrado
Ó mimosa paixão quando
É que o meu  mundo  encontrará o seu
Você faz com que a minha vida
Entre em sintonia com a sua
Sem a sua presença
Perco o sentido de viver
Você alinha a minha vida
Tu és linda como uma flor
Tudo muda com a sua presença
Sinto o cantar dos pássaros
Como se fosse uma cavatina
A sua voz é uma sinfonia
Aos meus ouvidos
O seu perfume é como
O cheiro das rosas
A sua essência fica impregnada
No meu corpo
Eu exaltarei  o seu nome
Cada vez que me sentir feliz
Com a sua presença

Osvaldo Teles

domingo, 15 de setembro de 2013

Terra prometida


Eu procuro descobrir
Este chão que se chama coração
Terra que ninguém pode morar
Pois não se sabe o que se dentro dele
Porém mesmo assim eu quero
Habitar neste chão
Que é minha terra prometida
E nunca mais sair
Esperando que a solidão
Nunca mais habite o meu ser
Espuçar esta melancolia
Da minha vida
Fazendo do meu ser
Resevatório de amor
Nesta terra quero plantar
A alegria, a vida e a felicidade
Que nasci em uma terra fertil
O amor florece dando
Seus frutos e purificando o meu âmago
E livrimente liberando a seiva do amor


Osvaldo Teles

domingo, 8 de setembro de 2013

Amar

Amar é fazer o ninho,
Que duas almas contém,
Ter medo de estar sozinho,
Dizer com lágrimas: vem,
Flor, querida, noiva, esposa…
Cabemos na mesma lousa…
Julieta, eu seu Romeu:
Correr, gritar: onde vamos?
Que luz! que cheiro! onde estamos?
E ouvir uma voz: no céu!

Vagar em campos floridos
Que a terra mesma não tem;
Chegamos loucos, perdidos
Onde não chega ninguém…
E, ao pé de correntes calmas,
Que espelham virentes palmas,
Dizer-te: senta-te aqui;
E além, na margem sombria,
Ver uma corça bravia,
Pasmada olhando pra ti!
Tobias Barreto

Como eu te amo


Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá no extremo do horizonte aponta;

Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite a mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vai e vem a nau flutua;

Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;

Como se ama o crepúsculo da aurora,
O manso vento que nos bosques rondeia,
O sussurro da fonte que passeia,
Uma imagem risonha e sedutora;

Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncios e cores, perfumes e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus.

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-te os lábio meus, - mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em tí. - Por tudo quanto sofro,
Por quando já sofri, por quanto ainda
Me resta sofrer, por tudo eu te amo!


Gonçalves Dias

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo
O amor na Humanidade é uma mentira.
E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!


Augusto dos Anjos

Psicologia de um vencido


Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!


Augusto dos Anjos

SAUDADES

Foi por ti que num sonho de ventura
A flor da mocidade consumi...
E às primaveras disse adeus tão cedo
E na idade do amor envelheci!
Vinte anos! derramei-os gota a gota
Num abismo de dor e esquecimento...
De fogosas visões nutri meu peito...
Vinte anos!... sem viver um só momento!
Contudo, no passado uma esperança
Tanto amor e ventura prometia...
E uma virgem tão doce, tão divina,
Nos sonhos junto a mim adormecia!

Quando eu lia com ela... e no romance
Suspirava melhor ardente nota...
E Jocelyn sonhava com Laurence
Ou Werther se morria por Carlota...
Eu sentia a tremer e a transluzir-lhe
Nos olhos negros a alma inocentinha...
E uma furtiva lágrima rolando
Da face dela umedecer a minha!
E quantas vezes o luar tardio
Não viu nossos amores inocentes?
Não embalou-se da morena virgem
No suspirar, nos cânticos ardentes?
E quantas vezes não dormi sonhando
Eterno amor, eternas as venturas...
E que o céu ia abrir-se... e entre os anjos
Eu ia despertar em noites puras?
Foi esse o amor primeiro! requeimou-me
As artérias febris de juventude,
Acordou-me dos sonhos da existência
Na harmonia primeira do alaúde.

Meu Deus! e quantas eu amei... Contudo
Das noites voluptuosas da existência
Só restam-me saudades dessas horas
Que iluminou tua alma d’inocência.
Foram três noites só... três noites belas
De lua e de verão, no vale saudoso...
Que eu pensava existir... sentindo o peito
Sobre teu coração morrer de gozo.
E por três noites padeci três anos,
Na vida cheia de saudade infinda...
Três anos de esperança e de martírio...
Três anos de sofrer — e espero ainda!
A ti se ergueram meus doridos versos,
Reflexos sem calor de um sol intenso,
Votei-os à imagem dos amores
Pra velá-la nos sonhos como incenso.
Eu sonhei tanto amor, tantas venturas,
Tantas noites de febre e d’esperança...
Mas hoje o coração parado e frio,
Do meu peito no túmulo descansa.
Pálida sombra dos amores santos!
Passa quando eu morrer no meu jazigo,
Ajoelha ao luar e entoa um canto...
Que lá na morte eu sonharei contigo.

12 de setembro, 1852.


Álvares de Azevedo

O ATO

Toca-me
Abraça-me
Tua boca busca
O meu corpo realizando
Um ritual envolvente
Teus lábios incendiam
Minha pele
Arde de expectativa
Neste ritual há toda
Uma troca de carinho
O desejo nos envolvendo
Entre beijos e abraço
Teu corpo penetra-me
Com sublime  movimentos
Proporcionando-nos um clímax
De alegria e total realizações
No aconchego
O descanso dos corpos suados
Uma palavra de amor
Pronunciado no silêncio
Um beijo na testa
Num gesto de cuidado e apego
Tuas mãos passeiam
No meu corpo
Com esta sensação
De segurança  em teu
Peito adormeço


Marisete Teles


Seguirei o meu caminho



Seguirei o meu caminho
As lágrimas cairão no rosto
A saudade será a minha companheira
Do amor que deixe para trás

A saudade é uma forma
Que a alma achou
Para ficar próximo
De quem está distante


Os sonhos que tive acabaram
Viverei lembrando-me deste amor
Que o destino se encarregou de separar
Que ficará guardado nas lembranças

O amor jamais será secundário
É a mola propulsora dos homens
É o alimento diário da alma
Dando paz e harmonia ao espirito

Osvaldo Teles

sábado, 7 de setembro de 2013

Cantai criatura

Cantai criatura lindas cavatinas
Sua alma engrandece o meu ser
Cantar é o maior exercício da vida
Para exaltação para eternidade
O amor canta hinos deslumbrantes
Que encanta todos os seres
Tudo passa porém tudo aquilo
Que foi conquistado pelo amor permanecerá
Os seus olhos são azuis
Os seus cabelos são ninho de gaivotas
Qual o homem que não gostaria de tê-la
A luz dos teus olhos 
Que continuarão acesso
Como o arrebol que desaparece
Para surgir no dia seguinte
As suas palavras eternas 
Canções de amor
O sofrimento serve 
Para purificar a alma
Mas os teus olhos são 
Tão bonitos que pode ofusca
Você é pequena mas sua grandeza
Interior é gigantes cá
O homem aprendeu a cantar
Ouvindo o canto do mar
O mar transmite paz e harmonia
Integração o homem e natureza

Osvaldo Teles





Desvairados

Os meus olhos
Correm desvairados
Entre as águas do mar
E o seu rosto vai
Formando-se lentamente
Em meu pensamento
Sinto sua beleza
Translocando o meu ser
Os olhos seus brilham
Como se foce o firmamento
Sua beleza invade
fugaz o meu amago
A luz florescente dos seus olhos
Vão encandecer nas minhas veias
Correndo por toda
Extensão do meu corpo
Criando dentro dele um canal
Que o leva até o meu rosto
Dando a ele um ar de felicidade
O seu sorriso isala
Como o perfume das rosas
Eu daria tudo
Para vê-lo todo estante
Porque ele me da vitalidade
Enchendo-me de vida
Pois você é a fonte de vida
E é o próprio amor


Osvaldo Teles

Tu és bela

Tu és bela
Os teus olhos
São como estrelas
As tuas mãos guia-me
Pelo caminho deserto
No teu coração
Encontro a paz
Os teus lábios
Mata minha sede
Nos delírios de amor
Os seus braços
São como ninho
Que repouso no cansaço
Sua presença transmite-me
Paz de espírito
A sua voz acalma o meu ser
Nos momentos de tristeza
Tu és minha amada
Encantado com a sua beleza
Louco para ser amado


Osvaldo Teles


Reconciliação

Os ponteiros do relógio avançam
No compasso do tempo
A garoa cai já é madrugada a dentro
Porém o sono não vêm

A estrela cadente corta o céu
Faço três pedido
Você,você você
Só sinto o seu cheiro no lenço

Busco a reconciliação
Da alma e espírito
Fora da mira do cupido
O coração vira pedra

A esperança está no fundo do poço
Se me jogar vou arrebentar-me
É um risco que tenho que correr
Ou viver sem razão

Imerso no mais profundo
Do buraco negro
Decido pegar a esperança
Com unhas e dentes

Suplicando ao guardião
A sua valiosa ajuda
Para que eu sai
Intacto desta aventura


Osvaldo Teles


domingo, 1 de setembro de 2013

Contribuição de Max Weber para Serviço Social

Max Weber ajudou-nos a compreender a natureza da sociedade,Weber também considerava que a sociedade era    composta por várias camadas e não apenas duas e que, nesta divisão, havia outros fatores importantes, para além dos materiais.Max Weber foi filósifo negando a filosofia para ele bastava a história para fundamentação da objetividade do pensamento social e que a sociedade moderna eram formadas a partir de uma profunda diversidade social e o seu estudos trabalhos em ação social entende-se a conduta humana a partir podemos compreender  o social
As suas primeiras obras refletem as inquietações de um historiador jovem que se preocupava com o desenvolvimento e a decadência da vida social tem significado e especificidade as ações sociais dos indivíduos interagindo dão a dinâmica da vida social.  O indivíduo é subordinado pela sociedade condicionado pela consciência coletiva Sociedade é fruto do desenvolvimento histórico e cada qual tem. A tarefa do cientista rejeita a maioria das proposições do positivismo, seu objetivo era descobrir os possíveis sentidos das ações humanas presentes na realidade social que lhe interesse estudar. O cientista deverá estar atento o tempo todo, deixando seus preconceitos e subjetividade, ele mesmo faz parte daquilo que ele está julgando, portanto trata-se de um compromisso ético de 

Ação social

A Sociologia tem como objeto a conexão de sentido das ações. Nas Ciências Sociais, por se tratar de intervenção de fenômenos espirituais, a compreensão é diferente do conhecimento das Ciências da Natureza. Nas Ciências Sociais, o conhecimento dos fenômenos deve levar em conta a sua significação cultural. Entretanto, essa significação não pode
ser deduzida de um sistema de conceitos de leis e, também, não pode ser justificada nem
explicada por ele. Em contrapartida, a significação requer a relação dos fenômenos culturais com idéias de valor. No sentido empregado por Weber, a Sociologia deve compreender de maneira interpretativa a ação social, e sua explicação deve levar em conta seu curso e seus efeitos. O autor afirmou que a distinção entre a orientação pelo comportamento
alheio e o sentido da ação não pode ser verificado claramente. Entretanto, conceitualmente
podiam ser separados para diferenciar o que se trata de um comportamento reativo de uma
ação propriamente dita. Apesar de o fato central da Sociologia ser o estudo do curso da
ação, esta ciência não se limita apenas a isso.

A Sociologia deve levar em conta a conexão entre os motivos supostos e a orientação real da ação interpretando o seu sentido. Essa interpretação pressupõe o fato de que os indivíduos nem sempre têm um sentido visado concretamente em suas ações. A conexão do sentido das ações só pode ser compreendida na medida em que se pressupõe que ela é resultante do comportamento de um ou vários indivíduos.Weber advertiu que não é qualquer ação que deve ser objeto de estudo da Sociologia. Por isso diferenciou ação de ação social. A ação é definida como um comportamento humano em que os indivíduos se relacionam com um sentido subjetivo. Na ação social a orientação do comportamento do indivíduo leva em conta o comportamento dos outros indivíduos, que podem ser conhecidos ou desconhecidos do indivíduo em questão.

Max Weber

As transformações sociais e econômicas do século XVII e XVIII vivenciadas em todo o continente europeu influenciaram as preocupações intelectuais de Max Weber. A Alemanha teve o desenvolvimento capitalista e intelectual diferente do restante da Europa, enquanto França e Itália vivenciavam as revoluções burguesas republicanas e industriais a Alemanha permanecia monárquica e agrária.
As sociedades modernas eram formadas a partir de uma profunda diversidade social, o restante do continente europeu em suas teorias políticas, econômicas e sociais buscava a universalidade através dos nacionalismos, do positivismo em relação ao progresso técnico e científico proporcionado pelo sistema capitalista industrial. Já os alemães apresentavam um amplo interesse pela História particular de cada povo e pela diversidade. O pensamento alemão pode ser sintetizado na associação entre História, esforço interpretativo e facilidade em discernir diversidades.
Nesse sentido, a sociedade é analisada sob uma perspectiva histórica e nesse ponto apresentam-se as divergências entre Max Weber e Émile Durkheim, isto é, entre Positivismo e idealismo, cuja principal diferença está em como cada um encara a História.
O Positivismo possui a idéia de lei geral e História universal – excluí as particularidades de cada povo e delimita um território formando um Estado-Nação – e compara uma formação social com outra: Para eles, a História é um processo universal de evolução da sociedade, ou seja, todos os povos de todos os continentes possuem uma História única, linear, apenas em estágios diferentes percebidos pelo método comparativo.
Os Idealistas, por sua vez, corrente filosófica de Max Weber, defendem a pesquisa histórica, baseada na coleta de documentos e no esforço interpretativo das fontes. As diferenças sociais em cada território ou de uma nação para outra, apresentam-se como de gênese (origem) e formação, portanto de História, não de estágios de evolução. A perspectiva respeita o caráter particular e específico de cada formação social e histórica.
Max Weber combina a perspectiva histórica de respeito às particularidades e à Sociologia que ressalta os elementos mais gerais de cada fase do processo. Para ele, a sucessão de fatos não faz sentido por si só, os dados são esparsos e fragmentados.
Propõe então o Método Compreensivo que é o esforço interpretativo do passado e sua repercussão no momento presente. Assim, o conhecimento histórico é formado a partir da busca de evidências, onde o método permite ao cientista dar sentido social e histórico aos fatos separados, fragmentados.
  1. 1. Um pouco de biografia
Max Weber nasceu em Erfurt cidade da Alemanha em 21 de Abril de 1864 e pertenceu a uma família de classe média com bastante influência política e econômica. Sua mãe, Helene Fallenstein Weber, mulher culta e liberal, de credo protestante, tornou-se uma marcante personagem na vida do filho, pois até 1919 trocavam cartas com grande erudição muito frequentemente. Foi também na casa dos pais que Max Weber conheceu importantes pensadores do século XIX que frequentavam as reuniões promovidas por eles.
Até os dezessete estudou de forma relapsa, sem grandes esforços, mas era reconhecido como possuidor de um talento excepcional. Mesmo depois que entrou para a universidade de Direito, Weber passava boa parte do tempo a embriagar-se em círculos de fraternidades. Estudou matérias culturais como História, Economia e Filosofia. Interrompeu a faculdade para ingressar no serviço militar, onde pesou o esforço físico e a ausência da atividade intelectual. Passou um ano fazendo serviço militar e retornou à universidade.
Ao concluir o curso, foi trabalhar nos tribunais de Berlim, depois reingressou na universidade para os cursos de Direito Comercial, Alemão e Romano, onde defendeu sua tese de doutorado.
Casou-se com Marianne Schnitger, sua prima, em 1893 e passou a trabalhar como professor em Berlim e exercia uma série de trabalhos relacionados ao Direito. Nos anos seguintes foi aceito à cátedra[2] de Economia na universidade de Friburgo, depois em Heidelberg, onde conviveu com seus ex-professores e onde criou um círculo de amizade bastante fértil intelectualmente.
A partir de 1887 Max Weber começou a apresentar um quadro patológico de doença mental, passando por diversas internações em centros de reabilitação e a realizar viagens em busca de repouso e tratamento. Em uma de suas viagens, publica parte de sua obra sobre A ética protestante e o espírito do Capitalismo. Foi na viagem para os Estados Unidos da América que passou a se interessar sobre a questão do trabalho, da imigração e de administração pública.
Ao retornar para seus trabalhos na Alemanha, concluiu a segunda parte de A ética protestante e o espírito do capitalismo e em seguida, com a Revolução Russa, acompanhou os acontecimentos pela imprensa russa e os analisava para situá-los na história cotidiana. Tal atividade lhe rendeu a publicação de diversos ensaios sobre a Rússia e o conhecimento autodidata da língua.
Em 1903 Weber funda com Werner Sombart a revista Archiv für Sozialwissenschaft und Sozislpolitik e em 1908 ajuda a organizar a Associação Alemã de Sociologia, onde estimulou pesquisas coletivas sobre associações voluntárias, ligas atléticas, seitas religiosas e partidos políticos. Propôs estudos sobre a imprensa e sobre psicologia industrial.
Com a Primeira Guerra Mundial, aos cinqüenta anos, tornou-se oficial da reserva comissionado como administrador de nove hospitais em Heidelberg. De onde vivenciou um conceito central em sua Sociologia: a burocracia.
Em 1918 Max Weber deixa suas convicções monarquistas e torna-se um republicano, por acreditar que esse regime seja mais racional. Recebeu convite de várias universidades nacionais e estrangeiras, aceitando ficar, em 1919 em Munique. Nesse mesmo ano adoeceu, sendo diagnosticado com uma pneumonia aguda levando-o à morte em Junho de 1920.
Suas principais obras:
Do curso da História Alemã (1877)
A História agrária romana e seu significado para o Direito Público e Privado (1889)
História das instituições agrárias (1891)
As tendências na evolução da situação dos trabalhadores rurais na Alemanha Oriental (1894)
As causas sociais da decadência da civilização antiga (1895)
A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904, 1905, 1906-1908)
As relações de produção na agricultura do mundo antigo (1909)
Economia e Sociedade (1910-1914)
Ensaio acerca de algumas categorias da Sociologia compreensiva (1912)
A ética econômica das religiões universais (1914)
A política como vocação (1918)
A ciência como vocação (1918)
Ensaio sobre o sentido da neutralidade axiológica nas Ciências Sociológicas e Econômicas (1918)
  1. 2. Principais Conceitos Weberianos
2.1  Ação Social: uma ação com sentido
Por Ação Social entende-se a conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de sentido, ou seja, de uma justificativa elaborada subjetivamente, isto é, um significado subjetivo dado de forma racional ou irracional por quem o executa, o qual orienta seu próprio comportamento, tendo em vista a ação – passada, presente ou futura – de outro ou outros.
O indivíduo é o agente social que dá sentido à sua ação, o sentido é compreendido através da análise do MOTIVO que leva a pessoa à ação, mas seus efeitos muitas vezes escapam ao controle e previsão do agente. É pelo motivo que se desvenda o sentido da ação e a motivação é formulada expressamente pelo agente ou está implícito em sua conduta.
O motivo da ação pode ser de três tipos:
  1. I.            Dado pela tradição
  2. II.            Dado por interesses racionais
  3. III.            Dado pela emotividade
Então, tem sentido social toda ação que leva em conta a resposta ou a reação de outros indivíduos e é a interdependência entre os sentidos das diversas ações que dá o caráter social da ação. A tarefa do cientista é descobrir os possíveis sentidos das ações em todas as suas consequências.
Ex.: Enviar uma carta – ato composto de uma série de ações sociais com sentido
  1. Escrever, selar, enviar e receber – ações com uma finalidade objetiva;
  2. Atores , agentes se relacionam nessa ação com orientação de motivos diversos: enviar a carta, ser o atendente no posto dos correios, o carteiro, o destinatário.
  3. Essa interdependência entre os diversos motivos que torna a ação social.
O sentido da ação é produzido pelo indivíduo através dos valores sociais que ele compartilha e do motivo que emprega. Prever todas as conseqüências da ação escapa ao indivíduo e é papel do cientista, a quem cabe explicar, isto é, captar e interpretar as conexões de sentido inclusas numa ação.
A conexão entre motivo e ações sociais revela as diversas instâncias da ação social: política, econômica ou religiosa.
As ações variam em grau de racionalidade: à medida que se afastam dos costumes e afetos elas são mais racionais.
Max Weber elaborou um quadro de tipos “puros” de ação social:
  1. I.            Ação racional com relação a fins;
  2. II.            Ação racional com relação a valores;
  3. III.            Ação tradicional;
  4. IV.            Ação afetiva.
Ação racional com relação a fins: Para atingir um objetivo previamente definido, lança-se mão de meios necessários ou adequados, ambos combinados e avaliados tão claramente quanto possível de seu próprio ponto de vista. É uma ação evidente, chegar ao objetivo pretendido recorrendo aos meios disponíveis.
Erros e afetos desviam o curso da racionalidade.
Ação racional com relação a valores: Ação que visa um objetivo, mas agindo de acordo com ou a serviço de suas próprias convicções, levando em conta somente a fidelidade a certos valores que inspiram sua conduta. O sentido da ação não está no resultado ou nas conseqüências, mas na própria conduta.
Ação irracional afetiva: A ação é inspirada em suas emoções imediatas sem considerar os meios ou os fins a atingir.
A ação afetiva deve ser diferenciada da ação com relação a valores, para evitar confusões, pois a primeira não se preocupa com os fins a serem alcançados, muito menos com os meios utilizados para se chegar a qualquer fim, ela tem uma razão em si mesma. Já em relação aos valores, o agente da ação elabora racionalmente e conscientemente onde e como chegar aonde se quer.
Ação tradiconal: baseia-se nos hábitos e costumes.
Determinadas ações sociais se manifestam com mais freqüência que outras o quê permite ao cientista perceber tendências gerais que levam os indivíduos, em dada sociedade, a agir de determinado modo.
Interpretar a ação social é observar suas regularidades expressas nos usos, costumes e situações de interesse.
2.2  Relação Social
Ação é diferente de relação social, pois nesta o sentido precisa ser compartilhado. Um exemplo: pedir informação – o indivíduo faz uma ação social, pois tem um motivo e age em relação a outro, mas o motivo não é compartilhado.
Um exemplo de relação social: Sala de aula – estabelece uma relação social onde o objetivo é compartilhado por todos os envolvidos.
Relação social é então uma ação social cujo sentido é compartilhado pelas pessoas envolvidas na ação. É a conduta de várias pessoas orientada, dotada de conteúdos significativos, que descansam na probabilidade de que se agirá socialmente de certo modo.
Ao envolver-se em uma relação, tem-se por referência certas expectativas da conduta do(s) outro(s). As Relações sociais estão inseridas em e reguladas por expectativas recíprocas quanto ao seu significado, são ações que incluam uma mútua referência.
Weber chega à conclusão de que não existe oposição entre indivíduo e sociedade, pois quanto mais racional uma relação mais facilmente ela se traduz em normas e uma norma para se tornar concreta, primeiro se manifesta nos indivíduos como motivação.
2.3  O Tipo Ideal
Max Weber é um estudioso do próprio processo de pesquisa social, ele observa que ao se estudar um determinado fenômeno, o objeto de estudo, aborda-se apenas um fragmento finito da realidade. O cientista deve compreender uma individualidade sociocultural formada de componentes historicamente agrupados, nem sempre quantificáveis, a partir da análise histórica para explicar o presente e então partir deste para avaliar as perspectivas futuras.
O que dará a validez científica a uma pesquisa é o método e os conceitos que o estudioso utiliza. Assim, é o instrumento que orienta o cientista social em sua busca de conexões causais, no caso de Weber, o tipo ideal.
tipo ideal é um trabalho teórico indutivo com o objetivo de sintetizar o que é essencial na diversidade social. Permite conceituar fenômenos e formações sociais e identificar e comparar na realidade observada suas manifestações. Os diversos exemplos mantém com o tipo ideal grande semelhança e afinidade. Ele permite comparações e a percepção de semelhanças e diferenças.
Ele é então um instrumento de análise, um modelo acentuado do que é característico ou fundante no estudo. É uma construção teórica abstrata utilizada pelo cientista ao longo do seu processo de pesquisa. Três características definem os limites e as possibilidades do tipo ideal:
  • Racionalidade: escolha de características do objeto relacionadas de modo racional;
  • Unilateralidade: a escolha racional acentua unilateralmente os traços considerados mais relevantes;
  • Caráter utópico: não é, nem pretende ser, um reflexo ou repetição da realidade.
tipo ideal é a construção de um modelo para permitir a comparação entre o este e a realidade empírica, observável.
  1. 3. A tarefa do cientista
O cientista, como todo indivíduo em ação, age guiado por seus motivos, sua cultura e suas tradições. Isto indica que o cientista parte de sua subjetividade para realizar uma pesquisa social. Como então conciliar a parcialidade, necessária à pesquisa, e a subjetividade?
As preocupações do cientista orientam a seleção e a relação entre os elementos da realidade a ser analisada. Ao iniciar o estudo vem a busca da objetividade, a neutralidade é buscada para dificultar a defesa das crenças e das idéias pessoais e assim poder analisar o objeto de estudo a partir dos nexos causais que ele apresenta e não daquilo que o estudioso queira encontrar.
Cabe ao cientista compreender, buscar os nexos causais que dêem o sentido da ação social, isto é, compreender que os acontecimentos começam nos indivíduos. Ao fazer isso, o pesquisador contribui para o conhecimento não do todo social, mas de uma parte dele, pois uma teoria é sempre uma explicação parcial da realidade. Assim, um acontecimento pode ter diversas causas: econômicas, políticas, religiosas e cada uma compõe um conjunto de aspectos da realidade que se manifesta nos atos dos indivíduos.
O que garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão e os conceitos escolhidos para guiar a pesquisa, não a objetividade pura dos fatos. Sendo assim, a análise social envolve sempre qualidade, interpretação, subjetividade e compreensão.
  1. 4. A ética protestante e o espírito do capitalismo
Esse é o título de uma das principais obras de Max Weber, talvez tenha sido aquela que mais que trouxe fama e prestígio. Nela o autor buscava compreender a relação entre o protestantismo e um comportamento típico do capitalismo.
Weber foi motivado pela análise de dados estatísticos que evidenciaram a grande participação de protestantes entre os homens de negócio, entre os empregados bem-sucedidos e como mão-de-obra qualificada. A partir daí procurou observar a conexão entre a doutrina e a pregação protestante e seus efeitos no comportamento dos indivíduos.
A doutrina e as pregações mostraram a presença de valores protestantes tais como: Disciplina, poupança, austeridade, vocação, dever e propensão ao trabalho. Tais valores formaram a partir da Reforma Protestante no século XVI uma nova mentalidade – ethos – propício ao desenvolvimento do capitalismo.
Nesse trabalho, Max Weber expõe as relações entre religião e sociedade e desvenda particularidades do capitalismo:
  • A relação não se dá por meios institucionais; mas por intermédio de valores introjetados nos indivíduos e transformados em motivos da ação social.
Motivação prostestante: trabalho como dever, como vocação. Não visando o ganho material como o objetivo final.
Como consequência, os trabalhadores protestantes adaptavam com facilidade ao mercado de trabalho, também eles acumulavam capital já que a pregação de uma vida regada e sem usura era predominante. Ao acumularem capital faziam poupança ou criavam seus próprios negócios como reinvestimento produtivo.
A ação individual de cada protestante, com o motivo relacionado a valores vai além de sua intenção: Virtude e vocação; Renúncia aos prazeres materiais. Sofre impacto diretamente no meio social ao contribuir com as bases que promoveram o desenvolvimento capitalista.
Como cientista, Weber procurou estabelecer as conexões entre os motivos e os efeitos da ação no meio social. Percebeu que o Protestantismo possuía afinidade com o racionalismo econômico, enquanto o catolicismo difundia o ascetismo[3] contemplativo, isto é, um conjunto de valores mais para a meditação do que para a ação prática.
Weber procurou fazer a construção do tipo ideal de capitalismo ao estudar as diversas características das atividades econômicas em várias épocas e lugares e chegou ao seguinte resultado:
Capitalismo è organização econômica racional assentada no trabalho livre e orientada para um mercado real, não para a mera especulação ou rapinagem.
Características do sistema capitalista:
  • separação entre público e privado;
  • utilização técnica do conhecimento científico – ciência;
  • direito e administração racionalizados.
Esse e outros trabalhos de Max Weber situam-se na área da Sociologia da Religião e seu esforço intelectual consistiu em observar na esfera religiosa um conjunto de valores que conduziram à racionalização das condutas dos fiéis. Fenômeno fundamental para a transformação das práticas econômicas e para a constituição da estrutura das sociedades modernas.
Weber entende que cada religião constitui uma individualidade histórica, rica e complexa. Por isso seu objetivo era compreender as conseqüências práticas da religiosidade para a conduta social e ao persegui-lo, notou que a religião pode fomentar o racionalismo prático e intensificar a racionalidade metódica, sistemática, do modo exterior de levar a vida.
Esse é um processo que ocorre ao nível da organização da comunidade e traduz-se ao nível das concepções de mundo. De um lado estão os virtuosos, tendo legitimada sua boa sorte. Os menos afortunados são apoiados pela criação do mito da salvação. No cristianismo construiu-se a figura do redentor, salvador, como uma explicação racional para a história da humanidade. A atitude religiosa ascética leva o virtuoso a submeter os impulsos naturais ao modo sistematizado de levar a vida. Mudança na comunidade religiosa que se desdobra num domínio racional do universo.
  1. 5. Visão geral de Max Weber
Weber mostrou a fecundidade da análise histórica e da compreensão qualitativa dos processos históricos e sociais e apontou a especificidade das ciências humanas: o homem como um ser diferente das demais espécies e então sujeito a leis de ação e comportamentos próprios.
Defendeu o indeterminismo histórico, isto é, reafirmando a não existência de leis preexistentes que regulem o desenvolvimento da sociedade ou a sucessão de tipos de organização social.
E contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência ao compor o método compreensivo e discutir a relação entre subjetividade e objetividade do trabalho de pesquisa, posicionando-o como um dos clássicos da Sociologia e um de seus mais proeminentes representantes.
Osvaldo Teles