Mudei a minha visão de mundo
Sentir em mim a transformação
Tirei dos olhos o pano de fundo
Fiquei preso em uma transição
Pois tinha um Deus me guiando
O caminho tortuoso virou vereda
Só a sombra ia me perseguindo
Quis a bênção que ele conceda
Naveguei no meu ser profundo
Despedir das coisas mundanas
Graça o mundano foi glorificado
Libertando de uma vida profana
Pela minha fé irei ser santificado
As ideias não são mais insanas
Osvaldo Teles
Mar, sol e cerveja uni uma paixão
Os dois corpos despidos na areia
Batem no compasso os corações
Estou enamorado de uma sereia
A sensibilidade fica à flor da pele
Vai sendo estimulado pelo toque
O nosso amor pelos poros expele
Como estivéssemos num bosque
A areia da praia será o nosso leito
Estar aqui um amante compulsivo
Aleatório um coração bate no peito
Tornando-se meus atos impulsivos
Fazendo rever os meus conceitos
Deixo seu beijo ser meu condutivo
Osvaldo Teles
Ouça a melodiosa cantiga das ondas
Ecoando igual os cantos das sereias
Suavemente vai quebrar nas pedras
Hipnotizando fico sentado nas areias
A brasa amena acaricia a minha face
Uma tranquilidade toma conta d'alma
Falta agora que seus braços me lace
Interiorizando a sua fisionomia n'alma
O mar de contentamento inunda o ser
Uma maresia vai invadindo meu corpo
Nós ao luar prontos para nos pertencer
Os intensos raios são nossos antídotos
Curando nossa ansiedade do acontecer
Aleatórios vão ficando os pensamentos
Osvaldo Teles
A chama ardente do amor se acendeu
Provocando no pensamento desatinos
A Sua sensível carícia que desprendeu
Em mim os meus instintos de um felino
O querer avassalador vai me possuindo
Que estar queimando nas minhas veias
Em seus braços deixarei ser consumido
Vou estar atado em suas traçadas teias
Estando sentindo os seus fortes efeitos
Entregando-me sem pensar em pudores
Tu dirás-me-ei que tudo estarás perfeito
Tornará as entranhas os fios condutores
Conduzindo diretamente para o seu leito
Fazendo o teu ser enternecer de amores
Osvaldo Teles
Saudoso colocarei na cabeça o chapéu
Muito grande é a saudade do meu chão
Do pasto ficava admirando a lua no céu
O brilhante da luz Lunar na água refletia
Na janela espiando tão grande belezura
Promode trazer a paz para alma todinha
Viajei respirando o ar puro da natureza
Era o elixir para todos meus malefícios
Sinceramente era para mim o calmante
Sentindo pelo corpo os seus benefícios
Algumas vezes agindo como alucinante
Indo escrevendo o meu próprio prefácio
O meu destino era o grande escrevente
Osvaldo Teles
Com a visão perdida no horizonte
Esta tensão deixa-me endurecido
Como és difícil ultrapassar o limite
O coração se tornou empedernido
Vagueia solitário ao espaço sideral
Apego ao ser supremo desprovido
De todo os meus temores celestial
Confiscando do exterior minha paz
Confiado em um Deus que protege
Colando os fragmentos como tenaz
Com toda a minha fé no interior age
Maravilhas na vida meu Criador faz
O mundano com o celestial interage
Osvaldo Teles
A criança em mim está evanecendo
Devanei o quanto minha alma pode
Enquanto ela estava amadurecendo
A marca do envelhecimento implode
Sapiência no decorrer vou acumular
Dentro de uma realidade despertarei
Retirando as fantasias de um sonhar
Os meus terríveis monstros libertarei
Vislumbrei coisas reais ao meu redor
Encontro-me no labirinto de emoções
Devolvendo a ilusão no jardim em flor
O homem vivendo suas doces ilusões
Expulsando do seu coração a sua dor
Aprendendo viver com as frustrações
Osvaldo Teles
Peço-lhe a sua atenção por favor
Não aguento mais essa distância
Quero apenas um pouco de amor
Vou amar com toda efervescência
Os sentidos ficaram enlouquecido
Cabe a ti dá o limite as envertidas
Em cada toque ficarei embevecido
As almas vão ficando pervertidas
Dai-me na boca o líquido aliciante
Faz do meu corpo o teu brinquedo
Usando os seus beijos alucinantes
Irei em seus lábios matar o desejo
Os gemidos chegam sussurrantes
Sentindo-me as vezes embriagado
Osvaldo Teles
Vai eu e meus sonhos na contramão
Batendo de frente com as realidades
Cresci perdendo aos poucos a ilusão
O ser homem ganha a sua iniqüidade
As asas da Imaginação são podadas
Não chega cortar a linha do horizonte
A ambiguidade na cabeça faz morada
Cruzei as fronteiras do subconsciente
Deixando de lado toda minha fantasia
Esquecendo da capacidade de sonhar
O cérebro infectado pela maledicência
Estou aprisionado nesse meu idealizar
O ser adulto abandonado sua infância
Em decorrência deste seu amadurecer
Osvaldo Teles
Quantas lindezas tem lá no roça
É uma bela pintura para os olhos
Fico a admirar da janela da choça
Os pássaros cantando nos galhos
Vou absorvendo as suas benesses
Do curral vem os mugidos do gado
A calmaria para os dias trouxesses
Com a fragrância do mato molhado
Os pingos de orvalho nas gramíneas
Quando o sol bate o perfume espalha
Os seus efeitos o meu ser contamina
Sobre coloco o meu chapéu de palha
Vislumbrei a repentina luz na neblina
O cheirinho do pão saindo da fornalha
Osvaldo Teles
A ventania vem soprando forte
O oceano vai ficando revoltado
Sinto a morte em minha frente
Deixando o barco desorientado
Os pensamentos ficam a deriva
Só eu e a ansiedade de chegar
Sobreviver a tudo é uma dádiva
Fico bem atento sem pestanejar
Tendo as mãos divinas segurando
Vais me retirando desta angústia
Com segurança estou aportando
Só Deus vai me livrar da moléstia
Em seus braços vou repousando
Aos meus pesadelos darei anistia
Osvaldo Teles
Raios e trovoadas estão cortando o céu
Estou em meio a uma nova tempestade
Os meus temores dentro de mim morreram
Colocando a prova a minha capacidade
Naveguei em busca de um porto seguro
Cego confiei no instinto de sobrevivência
Lutando sobrevivi neste oceano obscuro
Vou adentrando em rota de convergência
Ficando-me na iminência de uma colisão
Orientando-me na minha bússola interior
Ao meu lado tenho uma ilha de perdição
Errante aporto sentindo uma grande dor
Nas fortes pancadas sentirei a translação
Irei seguindo as ondas tranquilas do amor
Osvaldo Teles
O passado vai se fazendo presente
Reativando o sentido da existência
O meu futuro não está tão distante
Só que tenho de ter muita paciência
Se for da vontade de Deus acontece
Porque me preocupar com o amanhã
Se o futuro ao grande Deus pertence
Será uma dádiva ver a nova manhã
Depois que o turvo noturno evanescer
Quando esplendor do raio solar brilhar
A sua grandeza é o que vai prevalecer
Diante de dele fico de joelhos para orar
Gratidão é o que tenho para te oferecer
A sua benevolência só vou lhe implorar
Osvaldo Teles
Vou subindo a ladeira das recordações
No topo retomei as minhas lembranças
Um belíssimo cenário me trouxe visões
Passando na tela as minhas andanças
As mudanças deixaram as suas marcas
Marcantes tornaram todas experiências
Oferecendo muitas experiências loucas
Porém ficando algumas reminiscências
Uma retrospectiva reativava a memória
Trazia de volta minha deliciosa infância
Reavivando as minhas antigas histórias
As lições vão ganhando a consonância
Comungo no presente aventuras vividas
As desventuras serviram de aprendizado
Fortalecendo a minha fragilidade pavida
No fantasioso fui devidamente conduzido
Todas pauladas recebidas eram indevidas
Os choros nem sempre foram pelas dores
Montei no lombo do cavalo partir para vida
Descobrir que entre os espinhos há flores
Osvaldo Teles
Afundei em um mal profundo
Em um mar escuro mergulhei
Nada me fazia algum sentido
Comigo mesmo me encontrei
Na contramão o medo levava
A ventania sendo minha algoz
Descontrolada a nau velejava
Na vela o vento batendo veloz
Meu belo por si só se esvaziou
Esbanjando a minha mocidade
Teu belíssimo viver contaminou
Tirando de mim as capacidades
Sendo resgatado por meus atos
Devolvendo a minha veracidade
Osvaldo Teles
Porque te amo não tem explicação
Fui invadido pelo nobre sentimento
Não busco compreender o coração
Só quero possuir seu consentimento
Vejo-te apenas com o olhar da alma
Percebo no seu interior quão beleza
Quando toca aqui dentro se acalma
Nos seus toques sinto toda destreza
Amo-te esquecendo as justificativas
Sua voz ecoando como as melodias
Chegando nos ouvidos compulsivas
Para te sentir fico esperando os dias
Porque te amo não terá as respostas
Será já estava devidamente traçado
A conjunção das duas forças opostas
Ou se fui trabalho do ardiloso destino
No enlace pego nos cabelos esqueço
Os laços fortes do amor que nos atam
Para que saber os enigmas do espaço
Não irei desatar o nó que nos prende
Osvaldo Teles
Nasci levando tapa da parteira
Quebrei meu cordão umbilical
Concebido sem eira nem beira
Foi traumático nascer acidental
Vim ao mundo foi uma ruptura
Jorrou meu sangue pelo chão
Vi na face de mainha a doçura
Deparei-me com o mundo cão
Sou sujeito teimoso não desisto
Na derrota que a vida me impõe
Caio e me levanto mais disposto
A vontade de viver se contrapõe
Em meu semblante fica exposto
Castrar os meus sonhos me opõe
Osvaldo Teles
Fiquei alheio a tudo ao meu entorno
As coisas vão passando corriqueiras
Estava extático esperando o retorno
Como uma ventania passava ligeira
Não dando tempo para acompanhar
Erguia a cabeça a procura de Deus
Lá em cima o céu ficava a centilhar
Vinha dando clarão aos olhos meus
Literalmente a mente chegou ao céu
Tornando-me passageiro interestelar
Aqui em baixo mais pareço o pigmeu
Os olhos se perdem no espaço lunar
Minha vontade de viajar me conduziu
A jornada vou ter que firme continuar
Osvaldo Teles
A chuva vai caindo lá no sertão
Suas sementes viçosas brotam
Deixando todo florido seu chão
Os sertanejos a Deus se voltam
Forrando o seu solo com fartura
Tem muito feijão até a mandioca
Vão colhendo com muita bravura
O alpendre ficando uma belezoca
A comida na mesa caipira é farta
Preparou a terra com o sol a pino
A fé e esperança jamais lhe falta
Reza ao criador e seguia seu tino
Como muito zelo a terra ele trata
Por vezes lutou com o seu destino
Osvaldo Teles
Estou em um beco sem saída
Busquei a luz no final do túnel
A ideia está por inteira perdida
O tempo vai se tornando cruel
O carrasco o medo castigando
Tirando a veracidade do sonho
Os ideais serão meu imaginário
Perdido neste mundo medonho
Que vi a minha frente assombra
O pavor corroendo as entranhas
Vejo ao meu lado minha sombra
O destino arma suas artimanhas
Como uma molesta me melindra
Transformando num consternado
Menos espero estava na berlinda
Fazendo me sentir o desprezado
Ando de trilha em trilha desolado
Sou eu o dono do meu caminhar?
O tudo está devidamente traçado
Vais alimentando o meu devanear
Osvaldo Teles
A mundana vem transvestida de deusa
Enfeitada de véu e grinalda toda branca
Parecia um anjo refletindo a sua pureza
Os fortes suspiros a sua beleza arranca
Chega desfilando no tapete multicolorido
Tento disfarçar a minha emoção no olhar
Deixaste meu jardim muito mais colorido
Parecia que estava dentro de um sonhar
O homem mundano se sentindo um deus
Eu Santo que despenca do seu pedestal
Que para o sacrossanto vai dá seu adeus
Vai indo ao encontro de um ser magistral
Vou satisfazendo todos os desejos meus
Quando no altar nos tornamos um casal
Osvaldo Teles
Os pensamentos me levando para longe
Navegando ouvindo os sons dos ventos
Quando batem no corpo ficam tangentes
As sereiaa me encantam com seus cantos
Inerte fico admirando seus belos cantares
Sobre a proa da vida caminho enfeitiçado
Escutando as músicas das ondas ecoares
Os passos ganham ritmo saem dançando
Vou esperançoso de encontrar meu chão
Tendo seus braços como um porto seguro
Igual um fleche seu olhar chega um clarão
Com minhas unhas e dentes me asseguro
Quando estiver de retorno a esse mundão
De felicidade em seu pescoço me penduro
Osvaldo Teles
Preciso estar contigo nos braços
Em meu colo te levar para quarto
Deixa o amor lhe prender no laço
Vas sentir aos poucos o meu tato
És o que mais quero no momento
Irei colocar nosso amar em prática
O ser transborda de contentamento
Seu gemido fica preso na acústica
Desvendando sua alma enigmática
Adentrando no éden desconhecido
Saiu escorregando na sua simétrica
Vamos ter o nosso prazer merecido
Farei-te deixar de ser a egocêntrica
Os corpos vão ficando entorpecido
Osvaldo Teles
Sento no alpendre fico a imaginar
Na belíssima obra do meu Criador
Na profunda oração vou me religar
A imaginação voa como um condor
Nessa imensidão sou tão pequeno
Diante da grandiosidade do planeta
Dentro dele sinto seu efeito sereno
Sentirei o milagre da vida completa
Em silêncio minha alma sai do corpo
Na linha do horizonte começo viajar
Sendo meu Deus meu seguro porto
Contrito ao encontro começo a orar
A procura do seu amparo e conforto
Encontrei novo caminho para trilhar
Osvaldo Teles
Já faz tanto tempo que você se foi
Ficando uma lacuna em meu peito
A saudade é muito grande que dói
Com a dor por muitas vezes choro
Compreendo que seu ciclo acabou
Passado na terra semeando o bem
O que semeastes em mim cresceu
Os seus ensinamentos foram além
Que guardarei por toda minha vida
Ainda lembro de toda a sua ternura
Minhas aflições por ti era conhecida
Fostes meu amparo na desenvoltura
As suas lições jamais será esquecida
Mãe a sua palavra vinha com doçura
Osvaldo Teles
A temperatura vai aumentando
Quando seus dedos me tocam
Minhas ideias ficam fervilhando
As carícias que as mãos trocam
Absorvendo toda a sua quentura
Deixando em brasa minha derme
Vou me envolvendo nesta ternura
Entre seus enleios a carne treme
Cá entre nós a nossa alma geme
Como almas gêmeas nos atamos
Iremos permitir que amor algeme
Atados no laço do amor estamos
Quem tem ele no peito não teme
Conectados pelos atos estaremos
Osvaldo Teles
Busquei a fórmula perfeita da paixão
Que me levaria ao mundo de ilusões
Nos entrelaces chegar até o coração
No pestanejar viajar as constelações
Fazer os corpos a nossa espaçonave
A chave para decolar serão os toques
No aconchego vamos pairando suave
Até pousarmos no lindíssimo bosque
Nas carícias vão liberando a oxitocina
Desperta em mim amante compulsivo
A cabeça perde o razão não raciocina
O sangue correndo como um explosivo
Seus lábios tocam os meus me alucina
Os nossos atos se tornam subversivos
Osvaldo Teles
Não sou o mesmo desde que nasce
Mudanças ocorreram em todo corpo
Como o tempo meu rosto envelhece
Seguirei as leis naturais contrapondo
Meu traço fisionômico está marcado
As rugas tomam conta do meu rosto
O movimento vai ficando prejudicado
A criança assumirá de novo o posto
O homem volta a ser criança de novo
Não responde os estímulos cerebrais
A cegueira irá deixar meu olhar turvo
A demência é companheira magistral
Irei me perdendo em um beco escuro
Vai me prendendo no espaço celestial
Osvaldo Teles
Nas estradas ficaram os meus pedaços
Olhava o estirão que tenho a percorrer
Estava solitário lutando com o cansaço
Os temores as vezes me faziam correr
Vagueando continuou só pelos caminhos
O calor abrasador é mais que um castigo
Saiu buscando as sombras nos cantinhos
As vezes sinto Deus caminhando comigo
Com a dose de fé o desânimo se dissipa
Pego nas mãos de Deus para não desistir
As pestanas se abrem do sonho participa
Na esperança da chegada me faz resistir
Vou descansar na minha casinha de taipa
Antecipo que persistência efeito vai surtir
Osvaldo Teles
Calei-me com os seus beijos caliente
Fui tomado pelos nobres sentimentos
O amor e paixão me tornando saliente
Fazendo colar todos meus fragmentos
Vou ganhando leveza dos passarinhos
Flutua um corpo como pluma ao vento
Sendo soprado ao mundo dos sonhos
Com seus movimentos suaves e lentos
Compraz o ser de tanto contentamento
No leito nupcial o amor se faz presente
Encontrando no seu colo meu conforto
A conjunção de corpos me fez contente
Estou nos seus braços encontro alento
Sangue correndo nas veias fica latente
Osvaldo Teles
A luz do sol declina dando lugar a lua
O grande espetáculo da noite começa
Quero sentir o quente da sua pele nua
Parecia que a deusa está na presença
Despindo todo o meu pudor confinado
Na boca da noite o corpo já lhe espera
Deixando lá no quarto tudo preparado
A dama ilusões minha pureza adúltera
Os teus mistérios vão se manifestando
Os efeitos dos raios da lua me contagia
Os seus feitiços vão me contaminando
Estás me envolvendo com tanta magia
Igual uma santidade vou lhe venerando
Acelerado o meu coração fluía ousadia
Osvaldo Teles
Diante de ti não vou ser o puro contido
A perversão me corroendo aqui dentro
A paixão avassaladora tira os sentidos
Dependendo da sua aceitação adentro
Pervertidos meus lábios querem beijar
Minhas mãos escorrendo no seu corpo
Seus pelos se arrepiando no meu tocar
De muitos contentamentos transbordo
Causando-te as sensações indescritíveis
Nossos corpos se entregam aos desejos
Fez-me perder numa entrega insaciáveis
Quero apenas saborear os suaves beijos
Tornando-nos duas almas indissociáveis
Aos intensos desejos não daremos freios
Osvaldo Teles
Não olho no espelho estava me evitando
O carrasco! O tempo deixou suas marcas
Os traços na face já não são os mesmos
Os passos rápidos ficaram compassados
O corpo não responde o impulso cerebral
Lentos se tornam os meus pensamentos
Meu rosto mostra que não sou como antes
Carrego comigo linhas do envelhecimento
Hoje resta na mente me recordar o que fui
Para que me arrepender de tudo que vive
Tento olhar a frente e viver o que me resta
Ficando guardadas as frustrações que tive
Contento-me com tudo que a vida me deu
Sem cobrar meus sonhos não realizados
Osvaldo Teles
Amo a vidinha simples da roça
Da conversa ao pé da fogueira
Entre um papo e outro um gole
À estrela passando corriqueira
O pirilampo faz seu jogo de luz
Abre a porteira passa a boiada
O esplendor brilho da lua reluz
Quando casal faz sua enleada
O nascer do dia o belo cenário
O espetáculo está começando
Vindo junto o canto do canário
A beleza do dia amanhecendo
Levando a um intenso desvario
A natureza a Deus enaltecendo
Osvaldo Teles
Como curar meu coração magoado
Ele foi colocado em uma inquisição
Ficando um triste ser desamparado
Procurando o ponto de sustentação
A alma ao amor depõe sua angústia
Doloroso um coração chora no peito
Lágrimas escorrendo pedindo anistia
Tentando transformar o meu conceito
Apesar de muita paixão não te prendi
Meu caminho sozinho tive que seguir
Minhas lições a duras penas aprendi
Não estou preparado para prosseguir
Mesmo assim o peso pesado sustentei
O mais triste soneto d'alma transcrevi
Osvaldo Teles
Sinto saudade do recanto que era feliz
Vindo a mente o lembrar da mocidade
Era de onde vinhas minha força motriz
Quando pisava o solo da minha cidade
Lembro-me da ternura da minha gente
Como constatei gravado na lembrança
A passarada entoava canto plangente
Levando comigo todas as traquinanças
Antigas fotografias estavam na gaveta
Retratando-me meu tempo de infância
Quando minha felicidade era completa
Hoje aprendi valorizar sua importância
Da vidinha não pensava na ampulheta
Enfrentando tudo com muita paciência
Osvaldo Teles
A vida vai compondo os sonhos
Constantes serão os devaneios
Viver na realidade se contrapõe
Contrapondo os antigos anseios
Serei fruto das minhas fantasias
Para dar sentido para meus dias
Vem a realização como cortesia
Parecendo que no paraíso vivia
Passava meu tempo fantasiando
Nas vitórias que foram desejadas
O seu rosto seguia contemplando
Na fé que seriam todas almejadas
As minhas ilusões fui estimulando
Conquistas não seriam planejadas
Osvaldo Teles
Surgiu a minha frente uma divindade
Na imagem de uma belíssima mulher
Levando me perder a santa sanidade
Diante da bela não consigo me conter
Envolvo no misto de sonho e loucuras
Fui tomado por um sentimento surreal
Em teus lábios absorvirei a sua doçura
O sonho em seus braços torna-se real
Como uma raio de luz estou reluzente
Perante o brilho dos seus lindos olhos
Faz relembrar o quanto estou contente
Quando para minha amada te escolho
Amo aquela que o destino apresentou
Em júbilo vou decantando o meu amor
O celestial de presente a mim entregou
Em seu corpo sentirei seu quente calor
O seu jeitinho meigo só me conquistou
Peço ao deus eros que escute o clamor
A minha alma solitária pela sua te gritou
Uma belíssima vida a dois quero propor
Osvaldo Teles
Tornastes a dona do meu coração
Do meu peito fizestes sua morada
O peito se enchendo de satisfação
As nossas almas estarão casadas
Estamos atados no laço da ternura
Vais me envolvendo no jeito sereno
A pele está buscando sua quentura
Irei me entregar a esse amor pleno
Quanto ardor correm nas entranhas
A chama da paixão vai me consumir
Decifrarei seu querer nas entrelinhas
Sentindo o meu instinto homem rugir
Com certeza não passarei das linhas
Também não pretendo lhe transgredir
Osvaldo Teles
A tua bela imagem ficou gravada
Como tatuagem em meu coração
As frases suaves ficaram caladas
Sentir vindo de ti a sua palpitação
Ficando cravado o seu semblante
Vejo em seu olhar a sensualidade
Numa belíssima forma exuberante
Contagia-me aquela sensibilidade
A visão celestial a mim é revelada
Vou contemplando o rosto divinal
Toda minha tensão será rebelada
Vindo a mim a atmosfera celestial
Nossas tensões serão acalmadas
Serás a nossa combinação carnal
As almas/carnes ficaram peladas
Estou em frente da face angelical
Descortinando os nossos pudores
Quebrando os limites para o amar
Os olhos serão nossos condutores
Nos elevando para o outro patamar
Osvaldo Teles
Saudade de andar nas verdes campinas
Bebendo a água refrescante da cacimba
Sentado na praça admirando as meninas
Para matar o frio umas lapadas de pinga
As paisagens iam passando corriqueiras
As plantas noturnas exalam seus aromas
O passarinho vai entoando canto mateiro
Vou ficar aprisionado em minhas redomas
Em noites enluarada vago pela imensidão
Estrelas cadentes caindo atrás do monte
Trazendo à mente belíssimas inspirações
Fico desorientado nas linhas do horizonte
Estou contando estrelas nas constelações
Com seus raios brilhantes ficarei defronte
Osvaldo Teles
Em guerra constante o espírito peleja
Transpus as grades que me prendem
Corpo está inerte o pensamento viaja
Dentro do quarto as ideias se libertam
Conjunção plena de sonho e liberdade
Sinto em mim vitalidade de um menino
As fantasias vão ganhando veracidade
Agigantam-se me tornando pequenino
Vão conduzindo ao mundo dos sonhos
Causando alucinação em minha mente
Com essa sensação me sinto estranho
Provocando alegria me deixa sorridente
Os meus olhos jamais ficaram tristonhos
O sorriso mostrará quanto sou contente
Osvaldo Teles
Na cabeça passava um filme
A tela era a minha lembrança
Saudades vem batendo firme
Sinto no rosto a sua mudança
Chegando alegre das andanças
Por mais distante que estivesse
Transportava em minha cabeça
Só queria que na alma tocasse
Por onde andar vou me lembrar
Dos belos e verdejantes pastos
As pombinhas adoravam brincar
Os canários entoando os cantos
Quando a luz do sol fica a brilhar
Onde o tempo ditava o seu ritmo
Osvaldo Teles
A morte é a libertação para o espírito
É a ruptura do físico para o espiritual
Desencarnada a alma leva ao infinito
A batida do sino anuncia ao celestial
Que a missão já foi comprida na terra
Devolvendo-o para o braço do criador
Depois de ter vencido a minha guerra
Sendo Jesus aquele que é iluminador
Ser de luz que me guia pela escuridão
A pois o espírito se libertar da matéria
O germe deixará a carne em podridão
Meu sangue para de correr na artéria
Liberta a minha alma de sua servidão
O espírito libertando-se da sua matéria
Osvaldo Teles
Cada um vai escrever sua história
Ao final da jornada olhar para trás
E tendo comprido bem a trajetória
Tenho sensação quanto sou capaz
Sagaz vou driblando os obstáculos
Atrás vai ficando minha lembrança
Minha esperança será sustentáculo
Encontrando no final sua presença
Querendo o seu ombro pro conforto
Proporcionando ao corpo descanso
Orienta a jornada no caminho torto
Foi encontrar o ambiente propenso
Dando vontade de desistir confesso
A persistência na caminhada exorto
Feliz ao ponto de chegada regresso
Compôs a linda fisionomia no rosto
Representando o mais belo enredo
Aventurando nas minhas aventuras
Extravasar sem alguma compostura
Sem as conquistas daqui não arredo
Osvaldo Teles
Recolher as ideias silenciosamente
Trancando as portas para a solidão
Dei adeus a negatividade da mente
Retirei as mágoas do meu coração
Do olhar saindo expressão de amor
Ia contrapondo as minhas emoções
Percorrendo a extensão do corredor
Onde armazenava todas frustrações
Transformando toda uma existência
Doando agilidade para as passadas
Findo querendo encontrar paciência
Reencontrando as pernas cansadas
Para caminharmos com consistência
Refazendo-me de lágrimas choradas
Osvaldo Teles
Ela impulsiona as longas passadas
Nos meus tropeços contínuo de pé
Os desânimos ficando nas estradas
Deus guiando os passos no abismo
Segura nas mãos na hora da queda
Igual menino mantenho entusiasmo
Fazendo caminhar livre pela vereda
Os pedregulhos já não me machuca
Em minha frente vai o meu Salvador
Escudo de proteção em mim coloca
Transforma no meu ponto motivador
Meu espírito vencedor na vitória foca
Retirando dos pensamentos o temor
Osvaldo Teles
Procurei remédio na vida noturna
Para cicatrizar as minhas feridas
Passava madrugadas na taberna
Tento esquecer as dores sofridas
Os sofrimentos a mente conturba
De gole em gole anestesiou a dor
Fugi de realidade que me perturba
Não consigo ser um eterno fingidor
As damas da noite me fascinava
Derramei lágrimas de muito amor
Chorar de dor de amor já bastava
Queria ganhar o céu como condor
Tocar o sideral era o que almejava
Busquei na noite o antídoto curador
Osvaldo Teles
Refazer o coração em seu esplendor
Que a solidão da minha alma forjava
Deixa no ser o seu efeito dominador
Não era bem isto que o eu desejava
Libertar-me não é tão simples assim
As algemas do pudor me aprisionam
Quis soltar o que está atado em mim
Porém as sensatezes me questionam
Vão contrapondo as minhas loucuras
A subserviência ao amor tira a lucidez
Encontrando nos atalhos as procuras
Deparei-me com a bendita estupidez
Por vezes me desequilibro nas curvas
Deixo-me ser tomado pela embriaguez
Osvaldo Teles
Conhece todos os meus pensamentos
Só em lhe olhar sabes o que eu quero
Desvendando os sublimes sentimentos
Não é exagerado é puritano e sincero
O controle da situação corre das mãos
Em momentos alucinantes me envolve
Despertando-me a mais ardente paixão
As minhas súplicas a minha alma ouve
Esvaziando do coração a minha solidão
Buscando em seus braços o aconchego
Entrarás o meu ombro a sua disposição
Meu ser vai pedindo seu terno chamego
Vou está esperando apenas sua decisão
Numa ânsia translúcida pelo seu dengo
Osvaldo Teles
