segunda-feira, 30 de abril de 2018

Sensível um ser

Sensível um ser é abraçado pelo amor
Absorvendo a energia deste aconchego
Envolvido fiquei com a sua ternura
Aproveitando o prazer de estar envolto

Nos laços  apertado da deusa amada
O homem se sentindo um semi-deus
Conduzindo-o pela trincheira da dor
Comunguei partícula de um bem-estar

Fortaleci as estruturas da existência
Congratulando com as coisas do céu
Expondo a sua condescendência comigo
Conectando o meu querer com os seus

Podemos apaziguar as nossas tristezas
A passagem para o éden foi escancarada
Lacrando o portal para o meu submundo
Execução da escolha do bem ou do mau

Não poderemos cometer  nenhum erro
A tampa do mausoléu abrir-se para enterrar
O que não servia para continuar conosco
Sentindo apenas a quentura dos corpos

Osvaldo Teles

domingo, 29 de abril de 2018

Quando o mandacaru floresce

Vou lhes contar a história do cabra arretado
Pense no cara brabo segura o laço no dente
Aquele que derruba o touro no braço
Não teme as adversidades que são imposta

Mirava para frente e prosseguia firmemente
A terra sedenta geme a falta de sua gente
Refazia-se a cada gota de chuva que caía
No lombo do pangaré dá drible  no destino

Boi boi da cara preta não lhe amedronta
O seu gibão lhe protege dos espinhos
Na capanga leva rapadura e farinha
O alimento de cada dia  lhe faltava

Só não faltava as forças para o labor
A danada da enxada tinindo no solo
Preparando-o para receber as sementes
Mas trazia consigo a força do sertanejo

Mandacaru quando floresce é sinal
Que a chuva já caiu lá no meu sertão
A noivinha branca solta o seu canto
A fulô da terra fica bela a flor da terra

Osvaldo Teles

Vi pela luz dos seus olhos

Fiquei perdido no seu complexo mundo
Quando te transportei para o meu
Juntei os frangalhos do miocárdio
Já não quis encontrar mais uma saída
Aventureiro tornei deste ser que até então
Para mim era completamente desconhecido
Desbravei cada pedaço deste universo
Na maciez das mãos afagavam a dor
Vi pela luz dos olhos quão bela é a vida
Em seu quente coração encontrei o amor
Deparei com o caminho do contentamento
Entorpecente natural das maledicências
Não quis mais sair deste mundo encantado
Estava completamente apaixonado
Querendo achar guarida nos seus braços
No colo encontrei a ternura do dengo seu
Embriaguez sentir com a doce bebida
Que destilei dos seus cálidos beijos
Na alvura da áurea via santificar o amor
Ficando aparentemente o esplendor
Da negritude de sua suave pele nua

Osvaldo Teles

sábado, 28 de abril de 2018

Poema de uma alma

Uma força estranha simplesmente floresce
Fluindo como uma seiva refrescante do ser
A natureza congratula com o existencial
Na aparência pode até haver modificações

Imutável continuará sendo minha essência
Aquele que mantém a substância genuína
Casamento perfeito entre sonho e realidade
Não sentirei influência do que vem de fora

O perfil continua o mesmo que outrora
Resiliente preparei a fórmula encantadora
Encantamentos traziam consigo as palavras
Que faziam-me transeunte entre os astros

Aportando em mim a inspiração  sonhada
Como uma fonte que flui límpida e cristalina
Fui tornado em interlocutor do fantasioso
Assoprando a alma os mais belos poemas

Ah quem dera poder desfrutar deste amar
Entrei em transe com o seu jeito sedutor
Cálido foi evadido  os desejos do corpo
Chegando ao orbital do seu ser imaginado

Osvaldo Teles

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Contemplativo

Contemplativo diante do meu amigo mágico
Vejo o que está bem longe no além do eu
Quantas vezes procurei os  resquícios
Daquilo que restava dentro do ser menino

Alucinações de uma criatura ilusória
Acalentando as insatisfações do homem
Para que o coração ficasse calmamente
Contrito com o físico e o espiritual

Não perco a fé que nasceu comigo
Traduzindo a calmaria tão desejada
Espetáculo é contemplar a face celestial
Imagens de uma sombra que perseguia

Avultando a clareza do que passou fugaz
Só ficando esculpidas as rugas na testa
Omite para o ego o que o mundo escondia
Os tropeços  reproduziam o que sentia

Escorrendo no rosto o fruto da agonia
Querendo encontrar o eixo de sustentação
Esconde por trás do sorriso as lamúrias
Levando a mente ao auge da satisfação

Osvaldo Teles

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Calei a voz

Calei a voz diante de tanto questionamento
Pairavam as indecisões sobre as decisões
O silêncio levou a uma meditação profunda
Cai levantei resistir a todas as tentações

Tentando encontrar os propósitos de Deus
Que Ele traçou para a minha vida toda
Quis seguir os seus belos ensinamentos
Porém as coisas terrestres e fascinante

Dissipando a chance de chegar ao céu
As guerras interior possibilita o conhecer
As fraquezas e forças que habitam em mim
Capaz de transformar o fraco no forte

Quando pensei que tudo estava acabando
Novos caminhos surgiram a minha frente
Imaginei que um sonho bateu asas e voou
Perdendo-se no espaço, ledo engano

Ele só estava dormindo pronto a despertar
Aprendi tirar lições em todos acontecimentos
Permanece convicto, nada acontece em vão
Mais isto vai depender da visão de cada um

Osvaldo Teles

quarta-feira, 25 de abril de 2018

A temperatura aumenta

Já percorri os quatro cantos do mundo 
Afoguei as mágoas  em mares profundos
Muitas vezes dormir sobre a luz da luar
Gotas de orvalhos sobre a pele esfria

Os pelos arrepiam pela ação dos toques
Quis o ardor dos seus beijos intensos
Removendo da cena a frieza congelante
Para trazer de volta o calor da minha derme

Enlouquecido quero no seu colo abrigo
A temperatura aumenta o corpo em erupção
Fazendo o sangue queimar as entranhas
Entrando em dormência as inquietações

Assentando a minha vontade junto a tua
Comunhão da carnal com o espiritual
O lugar mais que perfeito era ao seu lado
Santo, santo! Estou muito longe de ser 

Simplesmente sou guiado pelo coração
Mais quero tornar sagrado o nosso ato
O mundão faz perder o tino e a direção
Os desatinos me conduz ao utópico

Osvaldo Teles

terça-feira, 24 de abril de 2018

Prepara-te para a noite

Banha-se com água de cheiro fica cheirosa
A lavanda vai exalar pelos os seus poros
Usa todos os seus atributos para seduzir
Veste a tua sensual e transparente camisola

Deixa as madeixas soltas para  eu pegar
Eles ficaram molhados com o meu suor
Passa o sedutor batom  nos carnudos lábios
Coloca creme nas mãos deixa elas macias

Prepara-te para a noite mais linda de amor
Desnudarei-te com toda sensualidade
Uma deusa se revelará perante os olhos
Ficarei perplexo com tanta belezura

A sensibilidade fica aflorada a flor da pele
O champanhe está completamente gerado
Sirva-nos acompanhado com uma dose
Extra de sedução conduzindo ao êxtase

Pronto para ser degustado junto com uva
Trás consigo a formosura de suas curvas
Para adornar o nosso solitário leito
Vamos aproveitar este momento lindo

Osvaldo Teles

Para que olhar os ponteiros

Para que  olhar os ponteiros avançarem
Avançaremos seguindo as suas batidas
Não vou conseguir correr mais que eles
Por isso que deixo seguirem seu curso

Tendo certeza que ao final nos encontramos
Assim encontrarei o esperado aprendizado
Em alguma curva então para que a presa
Posso a até tentar por vezes desvencilhar

Do destino porém não consigo fugir dele
Cedo ou tarde temos um encontro marcado
Volto ao ponto de origem mas não o mesmo
Vamos admirando as paisagens alusivas

Que ficam adornando os canteiros da vida
Apreciando a beleza inocente das rosas
Aprendendo a conviver com os espinhos
Sem ter medo de suas pontas pontiagudas

Fico preso só no que está acontecendo
Cantarolando hinos de amor sigo a jornada
Se é afinado com os ponteiros não sei
O mais importante é chegar feliz

Osvaldo Teles

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Entrastes silenciosamente


Entrastes silenciosamente sem pedir licença
Silenciando a retórica contraditória do amor
Arrebatando os desejos mais puros de mim
O puritanismo foi sepultado junto com a dor

Vindo a tona os mais loucos querer
Os milésimos de segundos seram único
Amei cada pensamento impuros que tive
Para muitos pode ser pecado ou prazer

As sensações que sinto é de muita pureza
Mas o que corre nas veias é muita paixão
Prende o coração ao seu puro pensar
Lindíssimo gesto de doação que recebe

Fui aceito com muita devoção e dedicação
Recebi em contrapartida os doces beijos
Cultivei os mais nobres dos sentimentos
Alimentei os mais sublimes dos desejos

Lavrei o espírito trouxe uma nova vida
Fantasiei o está contigo sobre o leito
Guardei os seus belos sorrisos comigo
Transgredir as leis do pudor ao me entregar

Osvaldo Teles

Abri o meu coração

Falei dos meus nobres sentimentos
Abri o meu coração para o amor
Sorriu sorriu a vida deu gargalhadas
No meu peito a paixão fez morada

Fiz planos para um futuro a dois
Este amar fez-me crescer
A entrega se tornou recíproca
Seres atados nos enlaces do destino

Nos laços deixamos nos prender
Mudanças ocorreram dentro de mim
Este amar me fez amadurecer
Renasci homem em seus abraços

Dando abrigo às minhas carências
Agradeço ao divino por tão belo encontro
Os corpos plangentes se tocam
Embalados pelo som dos corações

Rodopiamos sobre as curvas do mundo
A inspiração brotava do fundo d’alma
O viver ganha a simetria da poesia
As palavras entram ebulição na cabeça

Sintetizando todos os sentimentos contidos
Os versos saem dando vida às palavras
Fique sabendo que já não andas sozinha
O amor fez andar lado a lado contigo

Osvaldo Teles

Sua falta

Vou chegar em casa boto a chave na porta
Sou tomado pela certeza que  você não estar
Olho na cama está completamente vazia
Deito-me e não consigo adormecer

Já é madrugada e o  sono não chega
Fico acordado vendo o dia amanhecer
Viro de um lado para o outro na cama
Acabo indo parar na sua parte do colchão

Sei que volta logo mas sinto a sua falta
Não durmo mais sem te ter nos braços
Este querer suplanta a minha vontade
Não posso mais viver sem a sua presença

Os pêlos se arrepiam sem sua temperatura
Em seu lado da cama no seu travesseiro
Para está perto do seu suave aroma
Estou acostumado a estar ao seu lado

Mesmo quando você está mal humorada
És a parte lúdica do meu difícil viver
O laço foi bem dado para não desamarrar
Estou atado a você até os últimos dias

Osvaldo Teles

O canto sai do meu peito

O canto sai do meu peito reflete o que sinto
O estado que o coração está em plenitude
Solto as carretilhas dando ritmo a cantoria
Imitando os canarinhos liberando o canto

Feliz entou a  linda e harmônica canção
O campo florido passa a ser nosso palco
Uma força estranha vai nos dominando
Amor vai saindo belo nas entrelinhas

Tentando desvendar os íntimos segredos
As notas vão bailando no compasso
Na união da clave do sol unimos as peles
A cabeça gira o mundo neste instante

Colo rosto com rosto para sentir o calor
Que emana do profundeza do seu ser
Em seus carnudos e adocicadas lábios
Encontro a bebida suavizadora dos males

Entretanto vou dedilhando em seu corpo
Os seus respiros vão ficando ofegante
Ritmado como o sopro de um instrumento
Orquestrando som do intenso momento

Osvaldo Teles

sábado, 21 de abril de 2018

Sinto pingos de tristeza

A chuva cai torrencialmente lá fora
A vidraça ela deixa toda embaçada
Aqui dentro o frio me consome a carne
Sinto pingos de tristeza escorrendo

Molhando com lágrimas o travesseiro
Olho em torno sinto a frieza congelante
De um corpo de um ser inexistente
As taças na bandeja a espera do vinho

O leito está vazio a espera da parceira
Para saciar todos os desejos contidos
Quando estou com ti um fogo queima
A composição da fórmula perfeita não feita

Buscando a essência do que fomos
Assim vou tentando compor cada verso
Com os pedaços que sobraram do que foi
Colando cada fragmento do coração

Juntei as frustrações para guardar no bau
Vou deixando as desventuras para depois
Vamos viver agora esquecemos o amanhã
Traz o seu calar que meu corpo tanto quer

Osvaldo Teles

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Flutuei como pena

Entrei em gravidade zero flutuei como pena
Apreciando a sutileza dos seus movimentos
Entramos no fantástico mundo desconhecido
A estaticidade dos dois corpos é quebrada

Ciclonizado eles se tornam alados! Sonhar
Juntos se desprendem do plano terreno
Como estivessem ocupando o mesmo lugar
No espaço quebrando a lei da física! Voam

Entrelaçando os sonhos e as realizações
Contendo a mais forte fórmula do amar
Comprazem dois seres no contentamento
Tocando as constelações sem sair do chão

Seguir a estrela guia quebrei  a inceia
Viajei pelo espaço sideral o céu é o apse
Esperando o amanhecer para descobrir
A beleza do maravilhoso anoitecer com ti

Atravessar o labirinto e no final sobreviver
As turbulências das ventanias perversas
Com a asa imaginária sobrevoar livremente
Não dando limite a um ser sonhador

Osvaldo Teles

Sensibilidade

Usando a sensibilidade para pressentir
Andava com os ouvidos bem atentos
Para ouvir o que a vida tem para falar
Ouvia nos belos cantos dos pássaros
A mais bela e enternecedora mensagem
Usando a sensibilidade para pressentir
As belíssimas coisas que há ao entornos
Trazendo equilíbrio para o emocional
Vindo carregada da beleza encantadora
Aquela que mexe com alma da gente
O mar com sua cantiga melodiosa
Embalando os casais enamorados
Despertando sonhos  adormecidos
Levando os amantes bailar ao seu som
Com os olhos abertos para ver as belas
Aquarelas estampas nos painéis da vida
Nos canteiros jogaremos as sementes
Só colheremos que foi semeado ! Flores
Vendo as plantas bailando sacudidas
Pela melodia harmônica dos ventos
Vento norte sopra forte o seu recado
Que a vida é um só que devemos
Aproveitar da melhor forma possível
Vento sul traz notícias do que vivemos
Batendo bem forte nas lembranças
Fazendo chover pingos de felicidade
Decifrando os enigmas do belo viver

Osvaldo Teles

Pronta para te amar

Minha voz saiu trêmula e descompassada
Querendo encontrar abrigo em seus  ouvidos
Tentei entender a mensagem subliminar
Onde você dizia estou pronta para te amar

Venha cheio de dengo que o sangue ferve
Já não aguento tanta espera para te ter
O corpo inquieto só os seus toques
Para trazer de volta a sua tranquilidade

Tudo quieto só ouço os meus suspiros
Entre um cochilo e outro te vislumbro
Sobre o leito enternecido depois da noite
De uma intensa e de um  caloroso amor

Levitamos na leveza que nos concede
A memória reacende as lembranças
Da noite maravilhosa que me proporcionou
Ganhei status de princesa sobre o leito

O mundo real foi desfeito com  seus beijos
Transportando-me para o espaço sideral
Declaramos um ao outro o amor eterno
Eterno é o carinho que ele nos concede

Osvaldo Teles

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Solitário estava

Solitário estava no meu próprio mundo
A porta da alma se abriu para a sua entrada
Penetrastes no universo da minha solidão
Quebrando o estado melancólico que vivia

Publicou no rosto o contentamento da gente
Assumindo os batimentos do meu coração
O domínio foi aos poucos e definitivo
Achei o ponto do equilíbrio emocional

O animal ganhou status de racionalidade
Preso fiquei neste nó que me envolvia
Atado deixou com seus saborosos beijos
Acreditar que tudo ia mudar é que o resta

Aproveitar de tudo um pouco não é certo
Sabedor da sua teia deixei ser conquistado
Tom de festa se transformou o ambiente
No âmbito da inconsciência era consumido

Confio no poder de adaptação ao sistema
Dias após dias chorei copiosamente a falta
O peito se encontrava lacrado pelo medo
Da entrega compulsória e incondicional

Osvaldo Teles

Um fio de luz

Um fio de luz eu procurei para clarear
As minhas andanças, tateei no escuro
Bate várias vezes nos obstáculos
Aleluia! Aleluia ela brilhou lá no alto

Incandescente a iluminar a escuridão
Trêmulas as pernas não deram os passos
O Senhor Supremo colocou um escudo
As forças vem do grandioso Deus

Nascendo como fonte de água viva
Fortalecendo todas as estruturas
Briguei  sem armas e armaduras
Não sei se venci ou se fui vencido

Os ferimentos foram cicatrizadas
O mais importante foi que sobrevive
Triunfante levantei dos golpes recebidos
Travei uma luta com os meus algozes

A maior vitória foi aquela que conseguir
Vencer os meus medos e fantasmas
Levando descobrir o intrínseco guerreiro
Pronto a se defender de qualquer situação

Osvaldo Teles

terça-feira, 17 de abril de 2018

Fulminante foi olhar

Fugi do que poderia ser com medo de sofrer
Rastejei pela trincheira do inconsciente
Deparei com a bendita inconsistência
Variantes ficaram as minhas ideias

Solta a vagar em uma guerra imaginária
Distorcida ficou a visão olhava e não via
Um palma a frente só o vulto do que fui
Ainda existia  uma luz no fim do túnel

Quis descobrir o que coexistiam lá
Travei uma  batalha comigo mesmo
Tentei encontrar os sentidos das coisas
Relutei para aceitar o que encontrei

Aceitar ou ignorar és a questão
Vinha bombardeio de todos os lados
Deixando-me totalmente atordoado
Inconscientemente criei uma defesa

Briguei como um gigante fui vencido
Fui acertado com um tiro certeiro
Fulminante foi o olhar me apaixonei
O amor me levou a lugares distantes

Osvaldo Teles

Transitava no vazio

Transitava no vazio do meu interior
Enfadonho e sem sentido era está só
Coração endurecido pela ação da dor
Transitório se tornou o meu espectro

A vaga solitário em plena sofreguidão
Via-me perdido entre a cruz e á espada
Vegetava nesta nesga da dimensão
Sem saber qual direção a ser seguida

Errante parti em disparada pela contra-mão
Da que condiz com o real a irrealidade
Na parada obrigatória não me encontrava
Ficava atordoado com as indecisões

Evadia a compreensão como evasiva
E os entraves que atrapalham a continuar
Os olhos turvos faziam ver uma miragem
Oh filha da minha criação leve-me contigo

Fui apresentado aquela belíssima imagem
Figura decorativa pinta com a bela tinta
Devolvendo o estado de ser contente
Amolecendo um coração empedernido

Osvaldo Teles

segunda-feira, 16 de abril de 2018

És a mais bela flor

És a mais bela flor a brotar no meu jardim
O grande portal do paraíso se abriu
Os lírios as rosas a enfeitar sua lindeza
Refletindo em mim sua beleza florida

Plantei em solo fértil a semente do amor
Polinizando a sua fórmula de seu amar
Despetalando em majestosa formosura
Fostes namorados, noiva hoje esposa

A embelezar os meus canteiros da vida
Fazendo vaguear em campos perfumados
Dando outro tom às aquarelas da estrada
Suavidade destes as minhas passadas

Como pluma dancei ao som do vento
Leveza trouxestes a um ser inerte
Carregando comigo o peso da fadiga
Viajar a dois tirastes a pedra do caminho

Sensibilidade despertando em um broto
Apascentando a inquietação do homem 
A relatividade ficou no canto guardada
Suavizada pelos toques dos seus dedos

Osvaldo Teles

domingo, 15 de abril de 2018

De onde você vem?

De onde você vem?
Fui captura
Venho da África
A mãe terra ficou a lamentar
Pelo seu filho que foi roubado
No porão imundo do navio
Fui transportado! Cheguei daqui
Homem livre fizeram escravo
Os meus deuses fui proibida de cultuar
Trabalho forçado me submeteram
As vísceras dos animais eram alimentos
Os gritos de liberdade ecoavam na senzala
Oxalá meu pai! Pedia piedade
Contra a crueldade do meu algoz
Quis morrer ao pé do tronco de tanta dor
As Chibatadas doíam profundo na alma
A ânsia de liberdade me consumia
Quanto caía no mata era caçado
Como um bicho do mato
O quilombo era o destino
A descendência
Vivi em situação sub humana
Excluído do meu da sociedade
Nas prisões um amontoados deles
A favela é a sua dura realidade
Fruto do descaso dos governantes

Osvaldo Teles

Um Flashback

Começo uma expedição pelo imaginário
Reconheço os bastidores do meu âmago
Lembranças saudosas aperta o peito
Um Flashback toma conta do pensar

As histórias passadas vem até a mim
Revivendo os aprendizados aprendidos
Lembro das lições que fizeram crescer
Trago os traços de tudo do que era bom

Sem sombra de dúvida cheguei aqui
Não meço forças com os desígnios
Olho de frente sem ter medo de viver
Realmente deixo ele me conduzir por aí

Fixando um motivo a ser realizado
A única preocupação é chegar ao final
Com a mesma ingenuidade do início
Querendo encontrar verdadeiro sentido

De tudo que foi plenamente vivido
 Às experiências não me deixa infeliz
Por aquilo que não foi conquistado
Ficando feliz com todas as conquistas

Osvaldo Teles
Foto Google

sábado, 14 de abril de 2018

Atropelei

Curvei em alta velocidade! Atropelei
As sequências lógicas das coisas
Não pensava no dia de amanhã
Só o agora era que me importava

Era louco para viver com  intensidade
Pensei que nada ia acontecer de ruim
Durante a minha  trajetória de bon vivant
A bohemia fazia-me entrar noite adentro

As horas passam e eu nem percebia
Entre um trago e outro de pinga
Esquecia dos males que me afligia
Anestesiava as dores pungentes do corpo

Esquecia as lamúrias que perseguia
Queria uma só coisa ser muito feliz
A qualquer custo não media esforços
Encontrava forças onde não existia

Para que isto acontecesse constante
A prudência não me acompanhava
Não imaginava que a massa envelhecia
Que vitalidade com o tempo se esvai

Osvaldo Teles

Foto Google

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Doces recordações

Vamos esquecer o que possuo fugaz
As mágoas envelhece o semblante
A amargura saindo pelos olhos
Ficando vivo só o que bom foi vivido

Puxei o forte laço que nos prendia
Deixando acesso o mais puro amor
As vezes eu viajo nas asas da saudade
Para reviver dos momentos inesquecíveis

Pôs ao meu lado as doces recordações
Para apaziguar a danada da solidão
Deparei com o equilíbrio que sempre quis
Que vai convergindo com a paz de espírito

Esperei que o vento levasse as lembranças
As cicatrizes com o tempo foram saturadas
Agradecido ao destino por ter colocado
Este lindo sentimento no meu peito! Paixão

A entrega foi compassiva e espontânea
Expôs com pureza d’alma o meu sentir
Sei lá o que me espera na próxima esquina
Por isso vou vivendo um dias após o outro

A compensação foi os instantes felizes
O importante foi o compartilhamos juntos
As emoções vividas não deram esquecidas
Só esperança de estar novamente contigo

Osvaldo Teles

Dois seres se encontram

Eu só existia nos plano divino
Dois seres se encontram! Amor
No encanto carnal fui gerado
Fui parido em um mundo insano

Alimentei-me nos seios de mamãe
Em seu colo embalava as ilusões
Sonhava na perfeição do mundo
O crescimento muitas vezes doía

Tirando a lindeza que tinha nos olhos
Louco era querer ter um mente sana
Diante da inconstância deste planeta
Ia perdendo a inocência de criança

Fui chamado às responsabilidades
Precocemente tive que encarar
As perversidades que a vida me faz
Nos encontros e desencontros cresci

Buscando os encantos do viver! Amar
Aliviando as dores do amadurecimento
Os sonhos vão adormecendo no leito
Acordando nos braços da realidade

Osvaldo Teles

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Agraciastes

Clamava silenciosamente por amor
Agraciastes com a sua presença
Libertando um ser da sua solidão
Dando doçura as minhas amarguras

Cair estático em seus  braços
Emergir do meu eu solitário
A inércia do corpo é quebrada
Quebrando o silêncio existente

Que buscava no altíssimo as forças
Inexistente as palavras não fluem
O que dizer-lhe desse sentimento
Que nasceu neste encontro das almas

Colando os fragmentos do miocárdio
Aproveitei de toda sua tenacidade
Inexplicavelmente levou consigo
A sofreguidão de um triste coração

Dei adeus às lamúrias constantes
Abrindo a expressão de um ser feliz
Por onde o pensamento andava ansiava
Em teus lábios saciar todos os desejos

Osvaldo Teles

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Cola teu corpo ao meu

Deixa a música rolar vem dançar
Cola teu corpo ao meu e senti
A vibração que vem do interior
Vou te guiar nesta contradança

Dá dois passos para lá e dois para cá
Vamos nas pontas dos dedos bailar
Daremos rodopios no contraponto
O canto vai nos invadir e assumir

Os leves movimentos dos corpos
Flutuamos livres no compasso
Na intensidade do fogo que nos consome
Soltos no espaço buscamos os lábios

As mentes soltam a imaginação
Chegamos as estrelas rapidamente
Querendo achar a junção das notas
No dançar dos astros nos perdemos

Entre as constelações nos achamos
Não pertenço mais a este mundo real
Um mundo fantástico vem a nós
Levando tudo na valsa noite adentro

Acabamos sob a luz prateada da lua
Aguardando os primeiros raios do sol
Despontando lá por cima da colina
Despertarmos sentindo os efeitos da dança

Osvaldo Teles
Foto Google

terça-feira, 10 de abril de 2018

O fruto do pecado

Minha passagem por estar dimensão
É transitória tenho que aproveitar o máximo
Recebi a dádiva divina e fui posto no éden
O fruto do pecado não podia me alimentar

A sombra da árvore do pecado fui levado
Fui seduzido pela  serpente traiçoeira
Usando todas as suas artimanhas
Levou entregar-me a sua sedução

A venda dos  olhos foram retiradas
Pude ver a maravilha que estava ali
Desnuda ela ficou diante de mim
Toda nudez  nos foi revelada

E o amor foi a me foi apresentado
A porção humana foi despertada
Na junção do sacrossanto está o encanto
Homem e mulher buscando os prazeres

O carnal por vezes toma conta d’alma
Levando de volta ao belíssimo paraíso
O efêmero ganha veracidade nos atos
O passageiro se transforma em eterno

Osvaldo Teles

Imagem Google

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Dancei envolto

Plantei a imponente roseira
Não temi os seus espinhos
Pois os botões veio embelezar
Os canteiros tristes e vazios

Vivenciei o encanto do desabrochar
Enchendo as leiras da existência
Para colher a mais bela rosa
As flores multicores saíram

Tudo em volta ganhou brilho
Enluarada a noite e seus feitiços
Seria acariciado com suas pétalas
Seus pólens germinam os sonhos

Trazendo sua presença real
Em seu bailar me envolvendo
Dancei envolto em seu aroma
Imergido na seiva doce do amor

Absorvendo a sua suavidade
Descortinei o manto da fantasia
Deparei com o jardim encantado
Nos braços da fada encantadora

Osvaldo Teles

domingo, 8 de abril de 2018

Perfeição dos traços

Em sua alma estar a perfeição dos traços
Amei cada linha perfeita de sua beleza
Que reflete na  beleza do seu exterior
Sentir o amor refletindo nos meus olhos

A paixão tomou de assalto o coração
Quando dei por mim já não estava em mim
Fui condicionado a me envolver na teia
Da sua fórmula secreta de amar

Trazendo a cura para minha solidão
Tirando da cova um hipocondríaco
Assumindo o controle dos  impulsos
Impulsionando os batimentos cardíacos

Apaziguando os conflitos existentes
Tirando da boca o gosto amargo do fel
Adocicando todos bons momentos
Quando dei por mim já não estava em mim

Orquestrando o viver com mais harmonia
Pensei que estava pisando em solo firme
Porém parecia que andava pelas  nuvens
De tanta leveza que se tornou meu corpo

Osvaldo Teles

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Fogo ardente

Seus olhos fitaram os meus
Fazendo deste encontro amor
Seu magnetismo me atraiu
Fui atraído para os seus beijos

Atrevido ficou a minha boca
Lúbrico tornaram-se os meus anseios
Só pensava em ter-Li nos braços
Seu belo sorriso me cativou

Deslumbrante é o teu lindo ser
Deslumbrado fiquei diante
Da simetria dos seus contornos
Esculpidos pelas mãos do artesão

Sentia o Olimpo próximo a mim
Héstia vi transfigurada em sua imagem
Fogo ardente a incendiar o coração
Delírios assumem todo o pensar

Era casto até o amor me assumir
Se é pecado não sei só quero te ter
O santo deixei guardado no nicho
O homem livre louco para te possuir

Osvaldo Teles

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Onde nasce o forte

Muitos companheiros sumiram na estrada
Sucumbiram-se às muitas tentações
Que estavam escondido nos atalhos
Sonhos ficaram jogados nas margens

Vidas foram ceifadas pelo verdugo
O tempo é o limite para seguir ou desistir
Muitas vezes o desânimo batia forte
Tinha que ir ao encontro das forças

Para prosseguir firme em meus propósitos
Nem tudo saiu conforme foi planeado
Porém me fez feliz o que foi conquistado
Aprendia a dura pena encarar de frente

Onde nasce o forte é nas adversidades
Múltiplas escolhas fui levado a fazer
Quem persiste consegue o planejado
Que nada se consegue com facilidade

Vendo nas coisas simples a grandiosidade
Dando ênfase a  arte do nobre viver
Na simplicidade se tornar um ser vencedor
Colocando de lado os seus interesses

Deixando Deus ocupar o espaço vazio
Dando a certeza que ninguém é veranista
Na sua passagem pelo planeta terra
Só é descobrir qual é a missão neste mundo

Osvaldo Teles

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Tempos áureos da infância

Regressei aos tempos áureos da infância
Quantas reminiscências ficaram comigo
Trago como herança o que sou hoje
Refletindo tudo que vivi no passado

Não tinha nenhuma preocupação
Única coisa que tinha era o momento 
A inocência deixa alheio a realidade
Nada me preocupava a não ser viver

Tudo não passava de uma  brincadeira
Saia na chuva sem medo de adoecer
Olhava tudo com o olhar da fantasia
Fabricante de um mundo de sonhos

Acreditava que tudo ia dá certo no final
Corria atrás da bola sem medo das quedas
Na cantiga de roda tive o primeiro contato 
Com as meninas o primeiro amor é lindo

Aprendia com facilidade às lições da vida
Na ronda de grude aprendi ganhar e perder 
Crescia sem sentir a dor do crescimento
Parecia que vivia um eterno conto de fada

Osvaldo Teles

Enternecido

Enternecido a alma busca no pronto
Lamentar a sua dolorosa ausência
O adeus que me destes fez chorar
E a cada pensamento vejo o reflexo

Do que se  tornou os meus momentos
Cadê a luz que iluminava as noites turvas
As rosas que lhe dei agora só espinhos
A perfurar todos os músculos do corpo

O perfume que ficou impregnado do lenço
Deixava mais próximo das lembranças
Na perfeição que pensei que vivia acabou
Tento na sua imperfeição lhe esquecer

Adormecendo a dor que aperta o peito
As promessas de amor eterno que fizemos
O que ficou só a saudade a maltratar
Não vou ficar mais nesta sofreguidão

Seguirei as passadas da minha caminhada
Vou levar comigo o seu  adeus no coração
Com certeza encontrei alguém que enxugue
As lágrimas que escorreram no travesseiro

Osvaldo Teles

terça-feira, 3 de abril de 2018

Ser tão forte

Ser tão forte é a sina do sertanejo
Busca a sua força na força de Deus
Para lhe deixar imune às adversidades
Vencendo dificuldades que lhe são impostas

Os raios solares queima sem piedade
Parecendo que a quentura do inferno
Brota do solo queimando as  plantas
A secura da terra e chega a boca! Amarga

A saliva enganosa pedindo milagre da água
Olhos ver o que era verde agora cinzento
As espigas de milhos do milharal bangelas
O sertão é o chão sagrado do seu povo

Louvores entoam em tom de lamento
Esperando cair as gotas de chuva
Para que ele seja novamente plantado
Clemência só se pede ao Criador

Aos políticos que façam o seu papel
Que lesligem para arrancar as cercas
Fazendo que chegue às margens dos rios
Para que água seja farta e abundante

Tornando o campo novamente verdejante
Diminuindo o sofrimento do povo que sofre
A cada nuvem que se forma é uma alegria
A esperança bate no coração desta gente

Osvaldo Teles

Conciliei

Abri a porteira deixa a tristeza passar
Passaram juntas a amargura e mágoa
Fechei-a para que  elas não retornassem
Aproveitei que elas não estavam comigo

Alimentei os desejos mais límpidos
E fui ao encontro do eu perdido
Brinquei feliz como uma criança
Vi ao vivo e a cores a felicidade

Presa a minha origem, raízes
Que ficava como enfeite da face
Encontrei tudo que estava contido
Na fórmula do meu amor próprio

Conciliei o espiritual com o mundano
Cheguei às fronteiras do exterior
A exterioridade não me assustava
A interioridade trazia equilíbrio ao ego

Ali estava a coeficiência do ser
Contemplando a magnitude do Criador
O prazer de estar nos enlaces da vida
Descobri que tudo dependia de mim

Osvaldo Teles

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Não sou pássaro

Não sou pássaro mas a mente bate asas
Vôos rasantes ela dá livre e solta no céu
A lua me seduz voo ao encontro dela
Estou sendo envolvido em seus mistérios

As inquietudes fazem-me querer desvendá-la
Desfaçatez assume os meus pensamentos
Sem amarras sobrevoo sobre ela sem pudor
Usei a ilusão como combustível da fantasia

Saltando entre nuvens deparo com o infinito
Na amplidão do mesmo busco a conciliação
A massa ganha a leveza dos cutelinhos
A matéria levita na concórdia que  me traz

O ser harmonizado flutua levemente
Ultrapassei a velocidade da luz estou aqui
Bestificado com as maravilhas que avistei
Pairei maravilhado com a bela que encontrei

Vi lá de cima o resplandecer do amanhecer
Dei o voo rasante e preparei para descer
O alçapão foi armado tenho que ter cuidado
Para não ser capturado na hora de pousar

Osvaldo Teles

Na rede embalava as frustrações

Na rede embalava as frustrações
No seu ombro encontrei o alento
Nos olhos estancaram as lágrimas
Em seus lábios estava o antídoto

Suas mãos juntaram os fragmentos
De um ser que ficou em frangalhos
Da sua boca saíam as palavras certas
Acalmando a minha cruel ansiedade

Não deixastes me abater com o desânimo
Fizestes reerguer com seu olhar penetrador
De onde vem esta força chamada paixão
Sendo o anestésico senador da minha dor

A cada anoitecer vivia grande expectativa
De está contigo envolvendo em seus beijos
Oh teu amor fez maravilhas em meus dias
Tornando o alvorecer um grande espetáculo

Melancólico fico a recordar em que vivi
As recordações é o que me deixa próximo
Aos momentos felizes e inesquecíveis
Ficaram comigo os sonhos adormecidos

Osvaldo Teles

domingo, 1 de abril de 2018

Tirei o pé do chão

Tirei o pé do chão rumei a lugares distantes
Porém as raízes ficaram preso no lugar
Andei em  terra longínqua e desconhecida
Alheio o que me espera na primeira esquina

Despeço das ciladas que o destino armou
O cruzeiro anuncia os perigos das curvas
Muitas vezes o desconhecido dava medo
O galo ao cantar fazia recordar o amanhecer

As recordações não me afastou das origens
Vou regressando ao tempo bom da infância
Desesperado para chegar ao ponto de partida
Poeira espalhando pelo rosto desenha

As frustrações que  fizeram quase desistir
Não quis olhar para trás para não ver
Para não ver o que já tinha percorrido
Nem fixar o olhar para frente para não ver

A distâncias que me faltavam percorrer
E deparar com a porta de minha casa
Abraçar a amada e falar que a amo
Tirar o pó do corpo e repousei em seu peito

Renasci como se renasce das cinzas
Recomeçando do meu ponto de partida
A criança sonhadora não deixe morrer
Não morrendo os sonhos dentro de mim

Osvaldo Teles