domingo, 30 de março de 2014

Fenda

Passam centenas de pessoas
Com as feições fechada
Apresados seguir sem ver os lados
Como não fizesse parte dessa massa

Semblantes enrijecidos pelo tempo
Isolada na multidão  gélida
Uma fenda se abre no impeto
Mutilador dos sentidos

No baile das idas e vindas
ficam com aparência de quem
Estar dentro de um féretro
Pronto para o sepultamento

As gelhas se acumula na face
O sorriso perde a primazia
Feroz o silêncio te deixou
Só no meio de tanta gente

Osvaldo Teles

Carona

Os coelhos pulam nas campinas
Os pássaros cantam nas relvas
A vida passa ligeiro
Que a gente nem percebe

Os marrecos nadam nos rios
Os albatroz mergulham no mar
E nós afundamos em problemas
E não paramos para analisar

As estrelas brilham no céu
O sol aquece a terra
E não notamos que á vida é bela
E que temos que cuidar dela

As gaivotas pegam carona no ar
Nós pegamos carona na imaginação
E tentamos alçar voos
Para nos encontrarmos


Osvaldo Teles

Nativos



Nativos de ares longínquos
Fugindo das guerras
Viemos parar neste paraíso
Formando uma grande nação

Tupis, Guaranis, Aimorés
Pataxós, Ianomâmis, Caiapós
Tapajós, Goitacás, Tabajaras
Xavantes, Kayapó, Karajá

Vivíamos livres na mata
Chegaram os homens brancos
Invadiram nossas terras
Dizimando nosso povo

A floresta virgem
Era o nosso habitar
Os vizinhos eram os animais
O candelabro o firmamento

Do solo tiravamos  os alimentos
Solitário lutavamos contra os invasores
E fomos expulso do nosso solo sagrado
Empurrados para marginalização

Nos tempos áureo
Andávamos desnudo
Sem mácula do pecado
Em comunhão com Deus e a natureza

Osvaldo Teles







As três Marias

A saudade é minha companheira
Desde que Deus separou
As suas almas da matéria
Deixando o meu ser vazio

A viajem delas foi eterna
Os anjos celestial as levou
O meu peito abriu um ferida
O meu mundo desabou

Em vida elas só transmitiram amor
Os seus espíritos vela o meu sono
Protegendo o meu amanhecer
Pedindo a minha proteção ao divino

Marias que permanecem na minha vida
Vovó maria cuidou-me como a sua cria
Maria mulher suprema minha protetora
Maria sogra adotou-me como filho

Nos seus túmulos jaz
Em vida viveu para os seus filhos
Educando e preparando-os  para o mundo
Para suas vidas não saíam dos trilhos

Eu sei que vocês estão sentadas
Ao lado do pai
Protegidas pelo espirito santo
E encontrarão a verdadeira paz

Osvaldo Teles
  

domingo, 23 de março de 2014

Reconciliação


Os ponteiros do relógio avançam
No compasso do tempo
A garoa cai já é madrugada a dentro
Porém o sono não vêm

A estrela cadente corta o céu
Faço três pedido
Você,você você
Só sinto o seu cheiro no lenço

Busco a reconciliação
Da alma e espírito
Fora da mira do cupido
O coração vira pedra

A esperança está no fundo do poço
Se me jogar vou arrebentar-me
É um risco que tenho que correr
Ou viver sem razão

Imerso no mais profundo
Do buraco negro
Decido pegar a esperança
Com unhas e dentes

Suplicando ao guardião
A sua valiosa ajuda
Para que eu sai
Intacto desta aventura

Com o coração empedernido
Jamais encontraria a felicidade
Aconselhei-me com meu Deus
Quebrei os elos que me ligava a terra


Osvaldo Teles

domingo, 9 de março de 2014

Interior









No entardecer
As cigarras cantam
Anunciando o anoitecer
Na cama busco o descanso

O sono embalado
Pelo coaxar dos sapos
No amanhecer acordo
Com os cantos dos pássaros

Na calma dos dias
Encontro a paz
Na harmonia do corpo e alma
O amor me faz capaz

O cheiro do mato molhado
O odor do estrumo do gado
As gotas do orvalho no mato
É o calmante para os dias enfadonhos

O galo canta no alvorecer
Contemplando o novo dia
O matuto bota a enxada no ombro
Vai ao campo cultivar o alimento

Na cadência das horas
O tempo passa sem ser notado
A calmaria dos dias chegará
Trazendo a dadiva de ser feliz

Osvaldo Teles