Só em meio da multidão

Parece que estou fora de contexto

Vai contrapondo a minha sensatez

Dentro de um mundo muito louco

Botando a prova a tal da lucidez

Vou caminhando sem ser notado

Caminhei só em meio da multidão

Solitário ali eu estou alheio a tudo

Como não fizesse parte da massa

Alienado em seu próprio conceito

Só o corpo estava nesta dimensão

Os pensamentos estão nas nuvens

O espírito abandona minha mente

Deixando a cabeça completamente

O vazio tomando conta do cérebro

Tenho somente a alma vagueando

Dentre os meus mundos existentes

Coexistente num mundo inexistente

Criado por uma mente desalienada

Oro para espantar as assombração

Os fantasmas vão me assombrando

Osvaldo Teles

Inesquecível

Triste estou pela falta que me faz

Por diversas vezes rolei na cama

Querendo encontrar os resquícios

Das noites que passamos juntos

Envolvidos em um jogo sedução

Regadas com muito amor e paixão

Eu e meus pensamentos isolados

Entre paredes há um ser sofrido

Clama pela presença da amada

Ia em busca do corpo da perfídia

Sua distância fazia sentir solitário

No quarto a solidão é dominante

Desloco o meu querer constante

A qualquer lugar do esquecimento

Para um espaço ilusório inevitável

O sorriso é completamente tímido

Inesquecível é aquilo que foi vivido

Na sua intensidade e cumplicidade

Fazendo do amor seu ato sagrado

Preenchendo o meu vazio existente

Osvaldo Teles

Com o olhar perdido

Com o olhar perdido lá no horizonte

As ideias livremente saem viajando

Partem na direção do espaço sideral

Liberdade é o que minha alma almeja

Quebrou as cordas que me prendem

As armadilhas foram todas retiradas

Cortar o céu iguais aos passarinhos

Seguro-me nas minhas lembranças

Para não perder a minha essência

A saudade vai apertando o coração

As lágrimas vão tapar a minha visão

Retirando de mim a visão periférica

Não sei se digo adeus ou até breve

Ou se fico assentado na sua espera

Como prever o que está aguardando

Tenho que viver os momentos único

Desprendendo do âmago às mágoas

Esvaziando meu recipiente das dores

Libertando as asas para levantar vôo

Cortando o céu com os voos rasantes

Osvaldo Teles

A deriva

Viajei o mundo em busca de mim

Vagueando por dentro do paraíso

Esquecendo o ponto de equilíbrio

Fiquei a deriva sem saber onde ir

Por vezes esquece minha partida

Tentei juntar os meus fragmentos

Os pedaçinhos do coração partido

Ficaram espalhados pela estrada

Peguei carona no túnel do tempo

Fui a procura da própria essência

Quis encontrar o meu elo perdido

Que ficou esquecido pelos cantos

As interrogações me perseguindo

Na ironia estás a minha maiêutica

Na filosofia busca minha resposta

Só com sabedoria pude descobrir

Ficando as ironias pelos caminhos

Querendo deparar com minha paz

Não posso esquecer de onde vim

Para não esquecer minha origem

Osvaldo Teles

Quão maravilhoso

Quieto sou tomado pelo silêncio

Faltam-me palavras fico calado

Estupefato fico com sua beleza

Diante de tão grande esplendor

Quão maravilhoso és tu senhor

Percebo tamanho da pequenez

Mergulho na profundeza do ser

Perdido dentro das maravilhas

Despertando em mim a crença

Que o seu poder de Deus criou

Que a mente do sonhador cria

Atônito deixam às descobertas

Em oração vou me conectando

Sou conduzido a sua presença

Absorvendo toda a sua energia

Sinto a minha condição humana

Tornando-me um eterno devoto

Alimentado na força da minha fé

Eis aqui o passageiro do mundo

Sendo guiado nas suas palavras

Osvaldo Teles

Sonhava

Amar de longe é uma coisa surreal

Esta paixão platônica me fazia mal

Sonhava com a amada todo tempo 

Parecia que o tempo não passava

Uma calmaria entrava no ambiente

Na noite quis que se tornasse real

Trazendo de volta minhas fantasias

Nem imaginava os contratempos

Que pudessem me impedir de tê-la

Sua demora me causava ansiedade

Procurava-te nas madrugadas frias

Na frialdade de minha cama vazia

Preciso do seu corpo aqui comigo

Um corpo moribundo ali repousava

Com os olhos presos nas estrelas

O faz de conta domina meu sonhar

Perco contato com minha realidade

Num mundo ilusório passei a habitar

Perdido entre os meus devaneios

Meu querer alimentava os desejos

Osvaldo Teles

Ao amanhecer

Ao amanhecer a lua vai embola

Acordo no desvanecer da noite

O sol vai soltando os seus raios

A imaginação presa nesta magia

A beleza do dia vai mostrando

Mágica é a vida que renasceu

Na cama dos corpos relaxados

Depois de uma noite de paixão

A lida do caipira já vai começar

Lá no poleiro o galo dá bom dia

Da mata virgem vem os cantos

Dando boas vindas a alvorada

O matuto já está de prontidão

Aroma do café vem da cozinha

Na janela vejo o belo espetáculo

O berrante ecoa tocando o gado

O cachorro corri atrás da boiada

O meu parceiro na minha labuta

Boto a montaria no meu alazão

E juntos cavalgamos no mundão

Osvaldo Teles

Chove chuva

Chove chuva molha meu sertão

Amansando este sol escaldante 

Cai mata a sede da minha gente

Faz a água jorrar em abundância

Fazendo as sementes brotarem

Devolve de volta a vida para ele

Tira dos rostos o traço de tristeza

Dando alívio para seu sofrimento

Cobre-lhe com manto verdejante

Fazendo escorrer na terra o cio 

Oculta da visão a imagem cinza

Moço lá de cima ouve as súplicas 

Derrama em seu chão felicidade

Este povo está cansado de sofrer

Louvor entoa em seu santo nome

Preces fazem pedindo clemência

Para vós aliviar seu pesado fardo

Fé e esperança em dias melhores

É tudo que o Sertanejo tá a espera

Chuva para cultivar a terra sagrada

Osvaldo Teles

Seguindo sem rumo

Muito triste vou seguindo sem rumo

Seguir tristonho lágrimas escorrendo

Retirando de mim a visão periférica

O pranto será o eterno companheiro

Nem olharei para trás para não voltar

Quis esquecer tudo que deixei por lá

A tristeza torna-se minha companhia

A minha companheira é tal da solidão

Que vai atormentando a cada passo

Até parecia que perdi o amor próprio

Vaguei sozinho pelas noites escuras

Procurando uma luz no final do túnel

Para orientar as passada no escuro

Minhas lembranças estarão comigo

Saudosas recordações me castigava

Estou neste mundo pronto para tudo

Quando a vida me bate mais fico forte

Pronto a me levantar de cada queda

Cômico que sou fruto do que aprendi

Com os traços que o destino me deu

Osvaldo Teles

Nossos passos

O acaso atrelou os nossos passos

Comecei a trilhar na mesma direção

As ideias entraram em devaneios

Já não consigo prosseguir sozinho

As passadas ganharam sua leveza

Levando flutuar leve pelas estrelas

Minha alma encontrou sua gêmea

Como siamesas o destino nos uniu

Atados na linha imaginária do amar

O amor nos prendeu pelo coração

Pelo ato carnal nos congratulamos

Nos transformando num só corpo

Na paixão nossos desejos nascem

Em seus beijos eles se alimentem

Saciando a minha fome de prazer

Vou degustando os sabores da vida

Saboreando as gotas de felicidade

Que chuviscam sobre a minha face

Ficando esculpido o contentamento

O acaso encarregou de proporcionar

Osvaldo Teles

O que vou fazer

E quando a lua lá no céu se esconder

Por trás do encantamento do alvorecer

E as estrelas pararem de brilhar no céu

Nas relvas gotas de orvalho perfumado

Os raios solares dão os primeiros sinais

O clímax de romance vai se dissipando

Desporto inebriado com a noite de amor

Desvanecido está o corpo sobre a cama

Pássaros dão boas vindas ao novo dia

Com a sua cantoria bem harmonizada

Que vou fazer quando o dia amanhecer

Quando o seu corpo não está do lado

Meu querer já está sentindo a sua falta

Sobre o leito a camisola exala o aroma

Ainda sinto sua fragrância no ambiente

Nos meus lábios o gosto do seu batom

A boca clama pelos seus beijos quentes

Minha pele sente falta das suas carícias

Saudoso fica me lembrando do momento

Com os olhos comprido lá no horizonte

Osvaldo Teles

Que lindo

Que lindo o céu se descortinando

O enigma da noite causa fascínio

Navego em um mundo imaginário

Fica expressa a beleza do espaço

A imaginação viajando livremente

Um colar de estrelas se formando

O cinturão de Órion se mostrando

Juntos vem os anéis de saturno

Fico aqui embaixo só admirando

Vão prendendo a minha atenção 

Desenvolve o hormônio da paixão

Sou envolvido nos seus mistérios

Provocando uma grande alucinação

Pretendo descobrir cada um deles

A estrela mais linda fica amostra

O seu brilho vai me hipnotizando

Transportando-me para o celestial

Um corpo solto no espaço sideral

Surreal é me manter neste planeta

Aprisionado nos enlaces deste amor

Osvaldo Teles

A dor da perda

Como é muito doída a dor da perda

Fica para sempre a ferida na alma

Fostes embora para nunca mais voltar

Foi chamada para o lado do criador

Deixando sua semente aqui na terra

Ficando apenas as doces lembranças

Das lições de vida que ficou comigo

Quando a saudade aperta a dor vem

Choro essa saudade que me maltrata 

Vem à mente seus sábios conselhos

Vou guardar os seus ensinamentos

Mostrando a direção a ser percorrida

Aliviando as dores do crescimento

Tendo os seus braços me segurando 

O seu amor materno era a proteção

Nenhum tropeço é capaz de derrubar

Suas carícias apascentam a inquietude

Por vezes me pego choramingando

Ainda estão caindo minhas lágrimas

Quando vem a lembrança de mamãe

Osvaldo Teles

Na busca de Deus

A criatura vai em busca do criador

Com as orações vou me religando

Coloquei os meus joelhos no chão

Elevando-o os puros pensamentos 

Olho para o céu na busca de Deus

Pretendo ficar em sua companhia

Quero preencher o vazio existente

Que a sua ausência fez aumentar

A distância de ti faz-me padecer

Enche de esperança meu coração

Devolvendo-me minha força da fé

Contrito vou reconciliando comigo

Confesso a ele os meus problemas

Encontro a minha paz tão desejada

Sinto o alívio de todos os pecados

Entrando em sintonia com o sideral

Meu ser homem é nada diante de ti

Toda minha pequenez fica a mostra

Sou a prova viva do seu magnitude

Quando o seu poder agiu em mim

Osvaldo Teles

Minhas fantasias

Para onde vão as minhas fantasias

Que povoavam a minha imaginação

Alimentando meu mundo imaginário

Fortalecendo cada dia minha crença

Fazendo deste mundo um picadeiro

O grande show da vida já renasceu

O grande show da vida se apresenta

Os astros vão fazendo o jogo de luz

Esplendoroso sai aleatória as ideias

Que se foram no decorrer do tempo

Deixando apenas a grande saudade

Quando o menino se tornou homem

Sendo jogado neste mundo desleal

Os sonhos morrem aos pouquinhos

Vai sepultando os meus devaneios 

Um pouquinho a cada amanhecer

Ficando no seu lugar o ser incrédulo

Tirando o poder renovador do amor

O certíssimo tomou conta do espírito

Causando em mim uma descrença

Osvaldo Teles

Chegou a tarde

Chegou a tarde a cortina celestial se abri

O entardecer ganhando estado de magia

Meu palácio das fantasias se transfigura

Só consigo vislumbrar a sua doce figura

A estrela Dalva radiante vai despontando

A lua se emoldura majestosa lá no céu

O hormônio da paixão correndo nas veias

Um clima romântico no quarto vai ficando

Peço ao Olimpo que mande minha deusa

Com sua veste transparente e provocante

Alucinados ficam os meus pensamentos

Aleatoriamente vão ficar as minhas ideias

Loucas para encontrarem os seus olhos

Neles se deparar com a porta da sua alma

É o sinal que o amor está solto no espaço 

Dou passada longa até chegar nos braços

Nos beijos vou matando os meus desejos

Os seus segredos pretendo desvendá-los

Desvendando os seus desejos escondidos

Sou transportado para o estado de loucura

Osvaldo Teles

Estou aprisionado

Estou aprisionado entre as paredes

Dentro de uma cláusula me encontro

Estou sozinho com meus fantasmas

Que vão me causando muito arrepio

O medo da solidão causa desespero

És a minha companheira constante

Ouça apenas o som da minha voz

Atormentado fico diante do silêncio

A grade impedindo do corpo passar

Parece que a corrente está nos pés

O sistema colocando peia nas asas

Enclausurando os meus devaneios

Retirando de mim minha capacidade

Quebrar as algemas que me prende

Quero liberdade para levantar vôos

Igual passarinho a imaginação viaja

Em busca de quebrar meus limites

Imposto pelas as minhas fraquezas

Busco encontrar em mim adormecido

A coragem para vencer meus medos

Osvaldo Teles

Prepara o leito

Coloca por favor a champanhe no gelo 

Prepara o leito coloca o lençol de cetim

Decorando-o com as pétalas das rosas

O seu aroma já está impregnado nele

Vou sentindo o suave perfume exalando

Vai me deixando completamente ébrio

Quero é o seu corpo desnudo sobre ele

Logo vou criando as fantasias eróticas

Transfiguração do perfeito ao imperfeito

Ali está a perfeição em forma de mulher

Perfeita são as suas curvas delineadas

Será devidamente tocadas pelas mãos

Igualmente a uma massa de modelar 

Beijada serás pela minha boca quente

Arrepios vou provocando em seus pêlos

Fazendo fluir em ti os desejos de amor

Uma bela história de amor sendo escrita

Guardarás na sua carne as suas marcas

Flutuando vai se sentir de tanta leveza

O abstrato está prestes a se materializa

Osvaldo Teles

Fecho os olhos

Fecho os olhos o filme vai passando

Há muito saudade dentro do coração

Fazendo verter lágrimas de tristezas

Que me faz regressar às lembranças

De uma outrora cheia de recordações

De sentar na praça sob a luz do luar

Os pensamentos viajam livremente

Sentado com meus amigos papeando

As horas passam sem serem notadas

Literalmente jogando conversa fora 

O tempo passando em câmara lenta

Pelas paragens da minha Sertânia

Chego no mundo fantástico do sonho

Devagar vão avançando os ponteiros

Assim vão andando as minhas pernas

Seguindo o descompasso do tempo

Dentro de um paradoxo me encontro

Silencioso tudo parava ao meu redor 

O contentamento preenche meu vazio

Anestesiando as minhas dores sentida

Osvaldo Teles

Sou tomado

Sou tomado pela calmaria das noites

O sopro do vento entra pelas frestas

Assobiando as harmoniosas canções

Envolvido me deixa na sua harmonia

Quebrou o silêncio que me envolve

Silencioso busco minha concentração

Sinto-me flutuando como as plumas

Sendo conduzido conforme a música

Bailo com a sincronização do vento

Levitando com leveza do meu corpo

Vou viajar livremente pela via láctea

Estrelas brilhando sendo minha guia

A imaginação vai ao espaço sideral

Encontrando entre as constelações

Dando direção a uma mente perdida

Quebro as amarras que me prendem

Criado se encontrando com o criador

Ficando face a face com meu senhor

O amor faz no meu peito sua morada

No rosto fica estampado o seu efeito

Osvaldo Teles

O espetáculo da vida

O galo anunciando o alvorecer

Os pássaros brincam nos galhos

Um novo dia amanhece raiando

Jubiloso se mostra para o mundo

Esplêndido ele renascendo belo

O sol já está por cima do monte

A neblina se dispersa da colina

Apascentando minha inquietação

Radiante fico com seu esplendor

O espetáculo da vida começando

Aqui dentro dois corpos na cama

Sobre ela dois seres desfalecidos

Depois da noite intensa de amor

Os corpos numa união harmônica

O sangue queima como a brasa

Na derme estão as suas marcas

Lá fora a sinfonia é orquestrada

Uma paz sem par me assumindo

A sua quietude vai me invadindo

Acalmando assim o meu espírito

Osvaldo Teles

Viver o momento

São tantas as coisas para viver

Aceitando os desígnios de Deus

Viver o momento é maravilhoso

Leva a momento de felicidades

A alma vai sentindo o seu efeito

Contrapondo os meus estigmas 

Pôs a vida é feita de momentos

Composto de felizes e tristezas

Tudo muito passa rapidamente

Deixando no rosto a sua marca

Na memória fica o aprendizado

Que ficaram por toda existência

Nesta contagem do meu tempo

Rápidos avançam os ponteiros

Quando dei por conta já passou

O que é perdido não é devolvido

Ficando apenas nas lembranças

Quisera ter a felicidade constante

Contratempos terei no decorrer

O mais importante é ter vivido

Osvaldo Teles

Minhas noites

As minhas noites tem o colorido da lua

A escuridão é quebrada com seus raios

O céu bordado com o colar de estrelas

Vão deixando os seus rastos de beleza

Encantamento vas causando na mente

Na minha cama tem uma obra de arte 

Tenho o calor ardente da tua pele nua

Vou absorvendo a energia que emana 

Dos seus poros exala o suave perfume

Aumentando os batimentos cardíacos

Reflete as suas luzes nas águas do mar

Deixando em mim todo o seu esplendor

Brilhante é a luz do seu olhar penetrante

Brilham os meus olhos de tanta emoção

O amor se faz presente neste momento

Meu coração se enche de contentamento

Sente os impulsos que o cérebro manda

Cruzando os limites da minha incerteza

Chego ao mundo imaginário dos sonhos

Contemplo a face mágica do seu lindo ser

Osvaldo Teles

Tocando a vida

Vou tocando a vida neste mundão

As armadilhas já foram colocadas

A voz ecoando como um berrante

Permanecendo firme pela estrada

Tange as mágoas para bem longe

Tangente fica a dor dentro do peito

Castigado sou pelos pedregulhos

Que estão por todo o meu estradão

Maltratando assim os calcanhares

Minhas dores tomam conta da alma

O meu rancor do coração é retirado

Apressado trilho o caminho adentro

A pressa impede de ver as belezas

Que estão expostas pelas margens

Caminhando de braço dado comigo 

A sobra de um passado inexistente

Levo a certeza de um futuro incerto

Abraço a solidão como companheira

Ficando apenas minha reminiscência

Choro saudoso o que ficou para trás

Osvaldo Teles