Em ti depositei

Em ti depositei toda a minha esperança
De um dia repousar tranquilo no ombro
Liberando as tensões no colo da  amada
Sinto-me um Rei nos braços da Rainha

Chamas vão saindo pelos meus poros
Uma sensação aprazível me domina
A sombra do pé de ipê amarelo florido
Refrescamos-nos do calor escaldante

Para prosseguirmos juntos na estrada
Passo a passo chegamos juntinhos
Admirando as paisagens da margem
Impressionado fico com tanta beleza

Nos canteiros da vida as flores exalam
Os seus deliciosos  aroma impregnam
Foi seguindo os seus rastros do cheiro
Deparo com a santa em traço de mulher

Ébria ficou a alma com a sua delícia
Entorpecido ficaram todos os músculos
Introspecção! Foi conduzido ao além
O corpo ficou e o espírito viajou livre

Osvaldo Teles

Quero ouvir o pulsar

Aperta meu ouvido em seu peito
Quero ouvir o pulsar do coração
Aumentando a pulsação do meu
Ofegante se torna a respiração

Faltando ar fico todo sufocado
O quente sangue corriam nas veias
Quando sinto o calor dos lábios
Todo o ser entra em combustão

Vou sendo tomado pela sensação
De estar envolvido em suas carícias
Parece que o chão faltou aos pés
Em segundos chego às nuvens

Que os seus toques me fazem sentir
Todo o corpo fica se tremendo
Com a expectativa de te possuir
Perco os sentidos só estar contigo

Consumido pelo fogo ardente
Sair atômico sem pensar em nada
Cheguei ao ápice do êxtase total
Nos tornamos uma só carne no ato

Osvaldo Teles

Dádiva divina

Fostes a escolhida da minha alma
Benevolente os braços te receberam
Dádiva divina para dar brilho a vida
Enchendo-a com o belo sentimento

Quebrando o paradigma da solidão
Dando alento para os sofrimentos
Fazendo sentir uma leveza no ser
Estampando nos lábios um lindo riso

Peregrinei de mãos dadas no universo
Desvirginei a noite enluarada a dois
Transgride as leis pré-estabelecidas
Na tentativa de ter você aqui comigo

Em comunhão nos entregarmos a paixão
No deleite insano do encontro da carne
Descobrindo o delirante poder  enlace
Levando a mente entrar em delírios

Vindo consigo a receita do bem estar
Trazendo a junção da alma e do corpo
Naveguei em um mundo tão lindo
Que deparei em um belíssimo paraíso

Osvaldo Teles

Por onde tu andava

Por onde tu andava onde estava
Que demorastes a chegar aqui
Preparei-me para a sua chegada
O amor chegou retirando a tristeza

O peito virou a sua moradia sagrada
Deixando no rosto os traços de alegria
Não pensei nas consequências amei
De tal forma que esquecia do tempo

Flutuou como uma pluma solta ao vento
Quando estávamos entretidos no ato
Só a sua presença é o que importa
A sedução  induzia-me ao onírico

Encontro ali o meu poço da felicidade
Brilhantes ficaram os meus olhos
Piscando como as estrelas lá no céu
De tanta emoção que fluía do coração

Comunguei contigo a beleza do amar
Os seus beijos quente e adocicadas vem
Tirando da boca o gosto do amargor
Atenuando aquela dor que aperta o peito

Osvaldo Teles

Ver o mundo lá fora

Abro a porta quero ver o mundo lá fora

Aproveitar todas benesses que há nele

Sentindo o aroma do perfume das flores

E o calor dos teus beijos enlouquecedor

O portal do imaginário foi escancarado

Fui levado ao paralelo do mundo louco

O pensamento livre pronto para decolar

A prazerosa brisa tocando no rosto

Desfiz as amarras das asas para voar

A ave solitária voou rumo ao infinito

Curei as feridas que me maltratavam

A fênix ressurgiu bem mais fortalecida

Em um impulso ela alça seu voo rasante

Abri a envergadura no intuito de planar

Sem dar nenhum limite a imaginação

Deixando-a solta para encantar a direção

Na vontade de cruzar a linha do horizonte

Repousando nos braços da minha amada

Meu sonho de liberdade não vai morrer

Aproveitar cada segundo que não foi vivido

Osvaldo Teles

O hoje e o reflexo do ontem

O que vivo hoje é o reflexo do ontem
Onde fomos apresentados ao amor
Que vivemos agora intensamente
Ali Vi o destino fazendo a sua parte

Na ocasião estava alheio a tudo
Fixado somente neste encontro
Como um ímã nos atraímos
Juntando os corações partido

Transformei o meu jeito de ser
As cicatrizes foram sanadas
Curando as feridas da alma
O moribundo ganhou vida

Quando despertei ao seu lado
A um novo viver foi me dado
Obtemos a bênção do Divino
Na conjunção de dois seres

Carne e espírito se confundem
Em uma entrega sem pudor
Amei-te quando olhei em ti
Ali o amor transbordou em mim

Osvaldo Teles

Não cortei as asas

Não cortei as asas Imaginárias
Fechei os olhos e me concentrei
Planei em seu maravilhoso ser
Ultrapassei a velocidade da luz

Ia focado para não perder o rumo
No instituto de chegar logo em ti
Aproveitando os segundos contigo
Atemporal eram os sentimentos

O pensamento trafegava em alta
O seu amor me dava a direção
Como uma pluma ele flutuava
Bailando com o sopro do vento

O corpo foi levitando livremente
Tendo o seu corpo como pouso
E os seus braços no aconchego
Pude observar a sua beleza

Rapidamente fui enfeitiçado
Pela deusa em traço de mulher
Dos seus poros exalava a fórmula
Servia como combustível da parrida

Osvaldo Teles

Quando o dia rompeu

Quando o dia rompeu lá estava eu

Vendo a aurora enfeitando o céu

Na cama estava a amada a enfeitar

Ao despertar percebe a perfeição

Transfigurada em forma de mulher

Ali descansava a  deusa do prazer

A personagem Vênus se materializou

Imagem inesquecível do que vivemos

Ficando a mostra os traços perfeitos

Os corpos energizado depois do amor

É quando dois corpos se juntam em um

Enroscados para sentir as vibrações

Eufóricos dois corações palpitavam

Depois de sentir o aconchego da alma

Ao sentir os efeitos dos beijos trocados

Somos os donos das nossas escolhas

O calor queimando as nossas veias

Conduzindo a seiva cristalina da vida

Os toques eram a passagem do real

Para o mundo ilusório das fantasias

Osvaldo Teles

Encontro de almas

Fomos unidos pela obra do destino
As almas se encontraram em júbilo
Os corpos se procuram  para o ritual
Abriu-se a possibilidade da felicidade

Nos lábios um  sorriso escancarado
Homem e mulher no mesmo objetivo
O encontro das almas é inevitável
O amor se tornará pura realidade

Nos olhos vão surgindo estrelinhas
Passeando pelas nossas ilusões
Vendo pelas paragens as imagens
Que a memória vai registrando

A porta do mundo ilusório foi aberta
Abrindo passagem para as fantasias
Vou aprofundando no mundo fantástico
Nix fez do meu sono a sua morada

Bons sonhos trouxestes para a noite
Personificação das  noites de amor
Inesquecível será o instante vivido
Ao lada daquela que foi a escolhida

Osvaldo Teles

Causa fascínio

O brilho das estrelas causa fascínio
Elas brilhando lá nas constelações
Um corpo cadente corta o universo
Preso ele me deixa com sua beleza

Os pensamentos voaram bem alto
Soltos ele chegaram as nuvens
Um coração se enchendo de luz
Refletindo no mundo exterior

Brilhante me deixou enfeitiçado
Encontrei a mais bela das estrelas
Dentre elas estava aquela que escolhe
Contemplação sou levado a fazer

Batizei pelo nome de estrela do amor
Canalizei sua força para o meu interior
Nomeie como a dona do meu pensar
O céu veio habitar em meu mundo

Trazendo brilho para um novo viver
O anjo terreno fez de sua morada
Uniformizando com sua luminosidade
Clareando as minhas noites escuras

Osvaldo Teles

Quando a noite chega

Quando a noite chega ela desperta
O que causastes dentro do meu ser
Jogando de volta o que levastes
Venerável lá estava eu a sua espera

Suscetível ao estado de espírito
Ansioso o coração batia acelerado
No divã da vida ficaram as tristezas
Vence o medo de encarar o destino

O acaso insistia em me persegue
Logo deixei ele fazer o seu papel
Seguir os meus instintos sem vacilar
Encontrei no ilusório o sentir abstrato

Intuitivo  te caçava por todo os lados
No leito estava forte a sua presença
No espelho da penteadeira a sua foto
Para não  esquecer de sua imagem

Na vitrola a música te traz de volta
Conectando com os bons momentos
Acreditei no amor para a vir à tona
Nos bailes exercitavam os movimentos

Osvaldo Teles

Sem palavras

Sem palavras para descrever o que sinto
A confusão toma conta dos pensamentos
Soltas e confusas ficam as ideias aleatórias
Com a cabeça entre as mãos me concentro

Vejo passar o filme de minha existência
A introspecção vai conduzindo para longe
Paradoxalmente sou tomado pelo silêncio
Buscando subterfúgios deste tenso momento

Coloco cela no pensamento e saiu galopando
Pego o destino pela rédea e assumo a direção
Para terras distantes fugindo de mim mesmo
A precaução tendia ser a minha companhia

Tentando encontrar nas paragens as partes
Que o tempo se encarregou de fragmentar
Acento nas lembranças de tudo que passou
Acendendo a esperança de me reencontrar

Parar o tempo e ver daqui o dia de amanhã
Podendo prever tudo que iria acontecer
Lá no alto sentir o  esplendor do alvorecer
Causando alvoroço no ninho da passarada

Osvaldo Teles

Soltei as amarras

Soltei as amarras da minha ave interior
Batendo as asas ao encontro do eu
Sobrevoei um mar de emoções! Viajei
Com a leveza a sutileza dos albatrozes

Ultrapassando a linha do horizonte
Nem imaginei o que me aguardava
Quando dei por conta já estava lá
Contrito com a tranquilidade celestial

Ah amor, faz do meu peito sua morada
Ultrapassei fugaz o estado de espírito
Dando um novo humor a um ser
Que trouxe harmonia para a alma

Fui lá inquieto nas suas profundezas
Querendo encontrar a minha essência
Estava perdida no oceano das imperfeições
Emerge aliviado da fadiga que me acometia

O vento soprava a sua brisa suavemente
Refrescante ela invadia o coração sofrido
Apaziguando as minhas inquietações
Contentamento ganhou o meu sorrisão

Osvaldo Teles

Vivia a procura

Vivia a procura das realizações dos sonhos
Era o que me motivava acordar cada dia
Não precisava deitar para o sonho vir
O mundo parecia um palácio a céu aberto
 
O menino perdido vem fazer sua morada
O ar bucólico dava o tom do fantasioso
Tudo em torno se transformava fantasia
Sonhar contigo era tudo que eu queria

O paraíso se transporta para meu mundo
Envolvendo o meu corpo em seus braços
De relance via miragem ganhando forma
Sendo dominado pelos seus elance

Os seus cabelos servindo de rédeas
Quando as pestanas se encontravam
A cabeça dava rodopios sobre os sonhos
As claves musicais vão ditando o ritmo

As realidades se dispersam, fica o ilusório
Vindo a tona as ilusões de uma alma
Tornei-me homem mas o menino vive
Adiando as minhas tristezas pulsantes

Osvaldo Teles

Não levarei nada

Não levarei nada deste mundo

Como vim eu voltarei sem nada

Despido de toda empáfia do ego

Vou desconstruindo meus conceitos

Tudo que foi construído ficará

Indo só uma roupa e um sapato

Só as boas lembranças ficaram

Na mente daqueles que me amou

Fiz de tudo para sobreviver! Lutei

Dentro da honra e honestidade

Nem um instante pensei em desviar

Do caminho que conduz a felicidade

Nada fugia do olhar atento de mainha

Foi assim que mainha me ensinou

O que faz o homem são os seus atos

Sempre levei em conta os ensinamentos

Trabalhei de sol a sol só para ter

Na ânsia exacerbada esqueci o ser

Almejei acumular muitas riquezas

Mas mal dava para a sobrevivência

Osvaldo Teles

Quando o som ecoa

Quando o som ecoa entrando pelo ouvido
Harmonizando as batidas do meu coração
Achando no contraponto o ponto de equilíbrio
Desequilibrando os pensamentos que voam

As almas como pombas buscam o espaço
Sendo o espaço o limite para os devaneios
Sobre a luz da lua os namorados em romance
Saindo bailando iguais aos astros lá no infinito

Dedilhando no compasso das teclas do piano
Vem de uma forma suavizada a nossa melodia
Dando um clima romântico para o momento
Deslizando vão os corpos colados pelo salão

Darei rodopios sobre a linha do tempo
Vem me dar as tuas mãos para ser meu par
Dancei como  bailarino afinado com a canção
Vamos deixar nos envolver pela paixão

O amor vai destilando pelos os meus  poros
Os olhos se enche de um brilho incandescente
Reproduzindo tudo que se passa no interior
Fazendo cantar hinos enaltecedor de amor

Osvaldo Teles

Não encontrei as certezas

Quantas vezes me questionei na tentativa
De compreender minha própria existência
Adentrei universo totalmente desconhecido
Perversos pesadelos enchiam-me de medo

As inverdades armavam as suas ciladas
Tirando a visão periférica das certezas
A insônia  tirava o sono  fazendo vagar
Vaguei perdido pela exaustiva caminhada

Na intenção de encontrar as tais respostas
Que trouxessem calmaria para a mente
Dando equilíbrio emocional ao homem
As verdades nem sempre eram absolutas

Não encontrei as certezas nas indagações
Tendenciando me deixar na dúvida
Elas se acumulavam a cada passada
Vagarosamente processava as informações

Desatinando todo o equilíbrio contido
Queimando a massa cinzenta no intuito
De encontrar o caminho certo para seguir
Para deparar-me com a simetria da vida

Osvaldo Teles

Reflexões profundas

Quando eu estava sozinho
Despido de mim mesmo
Regressando ao interior
Foi quando me encontrei

Sanei as maledicências
Que maltratavam o ser
Não tenho preocupação
Com o dia de amanhã

Estou aqui em seus braços
Acalento traz a uma alma
Sendo o silêncio o condutor
Das minhas forças propulsora

Levando a uma meditação
Para as reflexões profundas
Refazendo os laços desfeitos
Quando encontrei aquela paz

Religando criatura e Criador
Renasço a cada amanhecer
Feliz com a vida por poder vê
O esplendor de um novo dia

Osvaldo Teles

Apaixonei

Apaixonei pelo seu olhar
Encanto em forma de mulher
Levando direto para o interior
Ficando aparente o meu sorriso

Os dentes ficam todos a mostra
Ele me mostrou sua essência
O essencial nasceu no meu ser
Fortificando as minhas estruturas

Plantando a semente do amor
Ela caiu em terra muito fértil
Reguei com muita dedicação
Cresceu e deu a sua florada

Exalando o seu suave aroma
Aromatizando todo o meu corpo
Jorrou torrencial a felicidade
Tanto contentamento que brotou

Um arrebatamento tomou conta
O homem voltou a ser criança
Feliz encarava as adversidades
Estarás comigo nas dificuldades

Osvaldo Teles

Sou Nordestino

Poeta Nordestino
Nascido em Gov. Mangabeira-Bahia


Carrego a carga genética de um povo
Que não se sucumbe a dura luta
Sol a pino esquenta a fria senzala
Ressurgimos forte como o cio da terra

Brigamos contra as diversidades imposta
Sou nordestino sim cabra da peste
Aquele que briga e nunca se entregar
A casa grande nunca abafou o grito

Em alto brado ecoou nosso sonho
Preferindo viver nos quilombos
Do que se entregar ao seu jugo
Todo o sonho de liberdade da nação

Iniciando na Bahia com a revolta dos malês
Na batalha do dois de julho a independência
Sem esquecer também dos alfaiates
No Maranhão aconteceu a balaiada

Por aqui cresceu forte e se enraizou
Zumbi os seus ideais vive na lembrança
Não deixamos morrer o Ideal de liberdade
No Nordeste nasceu o grande Republicano

Osvaldo Teles

As luzes se apagam

Perambulei durante a noite
Segui fixado na estrela guia
Atordoado fiquei com o clarão
O brilho me deixa hipnotizado

Tudo turvo as luzes se apagam
A tensão toma conta dos nervos
Insensatas ficaram as minhas ideias
A luz se apaga as vistas escureceram

Os astros iluminavam a madrugada
Quantas noites valei a sua espera
Desordem causou nos pensamentos
As gotas orvalho vinham carregado

Do suave perfume da bela dama
Embriagada deixastes minha alma
Sentindo o prazeroso encontro
Só eu e os pensamentos e a lua

Os vagalumes faziam o jogo de luz
Seguia fascinado os seus encantos
Fazendo ver a sua linda imagem
Enfeitiçado entreguei meu coração

Osvaldo Teles

O seu amor preenche

Os olhos percorrem atrás do elo perdido
Corre o mundo com o coração partido
Cortante era o olhar da vida de desprezo
A alma chorava por caminhar sozinha

Os cascalhos da estrada machucam
Em busca de conforto para sua dor
Sozinho lutei contra a carrasca solidão
Dilacerada pelos males que lhe afligem

Foram apresentados vários caminhos
Porém nenhum me conduziu a paz
Ansiava se deparar com a companheira
Saindo de mãos dadas pelas estradas

A única coisa que queria era encontrar
Aquela que seria a minha alma gêmea
O seu amor preenche o meu vazio
Ficando fixado sua imagem na mente

O vento vem soprando a sua mantra
Suavizando a fadiga da caminhada
Aquarela íamos deixando a margem
Ficando como adorno das paragens

Osvaldo Teles

Doces palavras

Doces palavras sei que queres escutar
Afagar o seu ego sentindo o bem que faz
Por muitas vezes as palavras me faltaram
Emudecido fico perante aquela que amo

Não vou mentir para ti eu também quero
Está enroscado nos seus  lascivos beijos
Faltando chão aos meus pés flutuando
Produzindo nas entranhas os feromônios

A suavidade que vem carregada de amor
Irrigando o exterior do meu ser com paz
O ser poeta é despertado para a vida
Da inspiração que emana de sua essência

Poesia vai fluindo dos seus lindos olhos
Chapiscando em mim gotas de felicidade
Vi ali a música tocando no mesmo tom
Abrindo o compasso harmonioso do coração

Definindo a harmonia da nossa melodia
Uma finalidade vou dar ao sentimento
Que fizestes despertar dentro de mim
Um belo sentir foi direcionado para ti

Osvaldo Teles

O amor que habita

O amor que habita o meu ser

Guardei só para a ti oferecer

Juntos vivermos a paixão

Adornei no rosto um sorriso

Pelo presente que ganhei

O abstrato se materializou

O espírito se faz carne! Vida

Carnalmente o ser se junta

O verbo amar e conjugado

No tempo particípio da ação

Presente e passado em um

Confundem-se parecendo

Não existir o tempo futuro

Um enorme paradoxo se faz

A canção invade o coração

Suavemente embala o corpo

Sequestrando o pensamento

Transportado para o sideral

O prisioneiro ganhou liberdade

Pensei ter chegado ao infinito

Osvaldo Teles

O coração amolece

Não espera nada  ruim da vida
O melhor ela já me presenteou
Pernas perfeitas para caminhar
Pés para dar sustentação ao corpo

Olhos para ver a beleza em torno
Apreciar o seu belo semblante
Braços e mãos para abraçar
Ouvidos para ouvir a sua voz

Dizendo eu te meu terno amor
Quero você por inteiro para mim
Boca para beijar a sua boca
E sentir o sabor do seu batom

A parte gélida é aquecida com beijo
Pele macia para servir de cobertor
A simplicidade como a principal
Arma para as difíceis conquistas

Neste instante o coração amolece
A pedra é retirada do coração
O amargo destilando o puro mel
Adocicando todos os momentos

Osvaldo Teles

A travessia

A travessia estava aberta para o mundo
Adentrei sem medo das consequências
Atravessei os abismos com valentia
Andei por muitas vielas tortuosas

Aventurei por diversas vezes na contramão
Não temia o perigo das  curvas acentuadas
O valentão levava tudo no peito destemido
Derrubando um obstáculo a cada dia

Pegava o leão pelo dente e derrubava
As forças saem de onde não existiam
O fracote se transformava em Sansão
Para proteger a sua amada Dalila

Fazendo da coragem minha companheira
Tendo o Criador como meu protetor
Fraquejei algumas vezes com certeza
Porém tinha um Deus que me orientava

Contido diversas ocasiões pela prudência
Que fazia rever os meus conceitos
A correria do dia a dia não deixava ver
A beleza das paisagens da beira da estrada

Osvaldo Teles

O acaso nos apresentou

Enlouquece perdi o contato com o real
Quando o acaso nos apresentou
Amei desde a primeira vez que te vi
O meu corpo passou ser sua morada

Renasci o amor despertou em mim
Um novo ser o mundo ganhou
As pernas tremiam o coração batia
Perde o comando das minhas ações

De uma forma violenta fui sacudido
Fui envolvido nas suas artimanhas
Muitas loucuras fui capaz de fazer
O seu feitiço me tomou por completo

Uma sementinha foi jogado em meu ser
Germinou e uma árvore frondosa se tornou
A fórmula do amor agiu nos sentimentos
Contaminando os vasos sanguíneos

O sangue fervilhava em minhas veias
Condutor natural das fontes emoções
Tirando dos olhos a expressão de dor
Devolvendo o belo sorriso aos líbios

Osvaldo Teles

O mundão me atrai

O mundão me atraí levando por caminho
Nas margens lá estavam as tentações
Onde as fantasias traziam-me fascínios
Os atalhos não levava a lugar nenhum

Ficava parado sem saber para onde ir
Tudo era para mim muito fascinante
Em cada esquina tinha uma perdição
Festas e bebedeiras era que eu queria

As damas da noite me tirava do sério
Esquecendo que a juventude é fugaz
Ela passa ligeira como um relâmpago
Quando dei conta ela já tinha passado

Ficando apenas as rugas no testa
Agia com rompante sem pensar em nada
De repente a seta indicava a direção
Devolvendo-me a minha sensatez

Cansado de tantas procuras extaguinei
Nos momentos difíceis encontrei alento
Nos braços Divino que estava protegendo
Mostrando que vale apenas se entregar a vida

Osvaldo Teles

Esquecer! Nunca

Esquecer jamais das brincadeiras de criança
Onde as minhas fantasias corriam soltas
Os galhos da gameleira eram o trampolim
Impulsionando os sonhos para a realidade

O coreto da praça era o portal da felicidade
Sendo a passagem do real para o fantasioso
A imaginação errante ia ao encontro do sonho
Os personagens ganham vida no momento

O voo das andorinhas enfeitavam o entardecer
Quando o sol se põe e a lua fica a mostra
Vidrados os olhos ficavam com seu esplendor
Sobre mim as estrelas fazem o seu baile

O canto das cigarras faz parte da sinfonia
Esquecer! Nunca das peripécias do menino
Lembrarei de cada lição que a vida me deu
Guardo comigo no cofre das lembranças

Alimentando os motivos do eu homem
Lá ficaram as minhas raízes e a essência
Que não me furte o tempo as recordações
Trago como antídoto para a saudade

Osvaldo Teles

Mocidade se foi

Mocidade se foi ficando as recordações
Da feliz idade que vivo a cada instante
Buscando nas coisas simples os motivos
Dando a motivação para o belo viver

São os sonhos o alimento da longevidade
Vivendo cada segundo como o único
Traçando os objetivos para o futuro
Para colher os frutos na minha velhice

Deixando sempre viva a esperança
No rosto ficaram desenhadas as marcas
Que o tempo se encarregou de esculpir
Na mente as experiências acumuladas

Fortalecendo todas as estruturas do corpo
Que serviram de alavanca para felicidade
Sem máculas sigo em contentamento
Aguardando o presidente que o destino

Em algum lugar reservou para mim
Encontrarei quando eu me compreender
O acaso já fez o seu papel me deu você
Para compartilhar-mos os momentos

Osvaldo Teles

Castelo de ilusões

Fiquei preso no castelo de ilusões 
A espera da minha bela amazona
Montada em seu imponente alazão
Trajando as suas vestes branca

Sobre a cabeça uma coroa de flores
A brava guerreira  vinda do Olimpo
Com seus cabelos soltos ao vento
A beleza das deusas ela herdou

Ligeira como um fluxo incandescente
Um raio a cortar a linha do horizonte
Retirando a jaula que me aprisionava
Dos olhos tirou a venda que me cegava

Pelo caminho da luz me conduziu
Vem lá das paragens desconhecidas
Para me resgatar da minha prisão
Liberdade destes a um ser solitário

Em sua garupa me levaria para longe
Seguraria a sua cintura e partiríamos
Para o bosque encantado do amor
Seu poder de sedução me enfeitiçou

Osvaldo Teles