Minha senhora

Vim hoje aqui minha senhora

Com o meu sangue fervendo

Louco para te possuir inteira

Dependendo apenas do sim

Para a entrega seja perfeita

Só você e eu em nosso leito

Os problemas ficaram lá fora

Juntando nossos fragmentos

O hormônio corre nas veias

Vou seguindo todo um ritual

Tenho toda devoção contigo

Toco-te como um fino cristal

A delicadeza assume os atos

Vamos seguindo os impulsos

Minha sexualidade é aflorada

Deixarei a tensão ser aliviada

Quando me tocar suavemente

Entregando-me de uma forma

Que jamais tenhas imaginado

O amor vai assumir o momento

Osvaldo teles

Bebo minhas mágoas

Bebo minhas mágoas a conta gotas

Algumas vezes dá um nó na garganta

Mesmo com meu coração apertado

Vou aliviando as dores a cada dose 

Ou estou submergido no lamaçal

Degusto as amarguras igual vinho

Muitas das vezes desce adocicado

Como as mais suaves das bebidas

Outras vezes desce com o amargo

Parecendo mais com o sabor do fel

No final vão  ter os mesmos efeitos

Embriaguez causam ao meu corpo

Deixando a minha cabeça girando

Dando voltas neste mundo de Deus

Atônico fico com tais experiências

Que os sofrimentos me trouxeram

Amadurecendo com os sofrimentos

Aprendendo a lição com as quedas

As cicatrizes vão sendo suturadas

Misturando todas minhas sensações

Osvaldo Teles

Contagia os corações

Vou deixando o dia seguir seu curso

Seguindo com calma o seu avanço

Para ver o sol se pôr atrás do monte

Formando os cenários maravilhosos

As fantasias toma conta do momento

O arrebol embelezando o entardecer

Vou me encantando com sua beleza

Vendo a lua quebrando a escuridão

A estrela Dalva brilhando lá no céu

Vai contracenando com a luz do sol

Criando na mente os seus mistérios

Contagia os corações dos amantes

Enfeitiçando com os raios brilhantes

As cigarras quebrando meu silêncio

A magia da noite vai me envolvendo

Dentro de um romance vou entrando

Brilhando vão as estrelas  cintilantes

Brilham fazendo seus jogos de luzes

Fazendo os pensamentos dançarem

Bailando sobre as luzes das estrelas

Osvaldo Teles

A bela mulher

Vi diante de mim a bela mulher

Mais parecia a deusa do amor

A deusa do Ébano se revelou

Não sabia quem era mais bela

Ela ou as deusas Olimpianas

Vestida de uma alma feminina

Com o seu singelo traço facial

Parecia um vaso de porcelana

De tão perfeito que é seu traço

Angelical eram os seus sorrisos

Envolvente são os seus olhares

Cativante foram os seus toques

Os olhos capturaram sua imagem

No cérebro eles deixaram gravada 

O coração sente os seus impulsos

Das vibrações que vai recebendo

Fez nascer o amor avassalador

Nas nuvens viajei com a leveza

Que o meu corpo alado ganhou 

Aterrisso no planeta dos sonhos

Osvaldo Teles

Digo-te o que sinto

Digo-te o que sinto por ti é amor

Daquele que chegou avassalador,

Que brotou igual à água cristalina

Corre por toda extensão do corpo

Literalmente deixa a alma lavada

Levando consigo minha essência 

Na face fica esculpido seus traços

Dentro do peito o coração palpita

Batendo no compasso da emoção

Vai harmonizando seus batimentos

Encontrei em ti meu santo refúgio

Entregando-me sem medo algum

O pudor deixei da porta para fora

Única coisa que importa é te amar

Sendo seu tenro corpo o agasalho

Nos teus doces lábios me deleito

Satisfazendo todo desejo contido

Quanto foi maravilhoso confessas

Nas curvas do seu corpo me perco

Encontro nas linhas sua perfeição

Osvaldo Teles

Minha alma

Minha alma volátil não tem jeito

Ela se apossou da minha mente

Fazendo conluio com meu espírito

Não dando o direito de escolhas

Faz-me viajar sob seu comando

Sou levado ao mundo imaginário

Em um espaço ilusório me coloca

Criando as mais belas fantasias

Tornando meu cérebro a morada

As estrelas a mente faz a viagem

Tirando o controle dos meus atos

Serei guiado pelas suas diretrizes

O estilo é era que vai formulando

Fecho os olhos e ela vai ditando 

Vou transcrevendo o que ela dita

Dando alma a tudo que escrevo

Embora não seja dono da escrita

No coração colocou sua semente

Que germinou a pureza do amor

Fluindo em forma de pura poesia

Osvaldo Teles

Cabra retado

Sou nordestino cabra da peste

Sou o cabra retado da moléstia

Nem a ventania vai me derrubar

Não vou fugir de uma boa batalha

Trabalho diário não mete medo

Vou debaixo do sol e da chuva

Fé e coragem jamais me faltará

No belo raiar do dia estou de pé

Uma prece faço para meu Deus

Num rompante logo me levanto

Acorda também a força do touro

Pronto para os difíceis desafios

Encarando com muita bravura

Chapéu de palha proteja do sol

O facão trago na minha cintura

Abro caminho para vida passar

Não me amedronto da cara feia

Que muitas vezes a vida me faz

Vou desatar os nós com a boca

Curo as feridas com uma pinga

Osvaldo Teles

O silêncio grita

O silêncio grita alto e penetrante

Cortante como navalha amolada

Vem dilacerando o meu coração

Deixando os fragmentos no peito

Desmoronando minhas estruturas

Quando me encontro em silêncio

Ouço apenas uma voz a me falar

O que se passa no mundo interior

Como uma oração vou meditando

Mediante a necessidade que sinto

De estar em constante transições

A porta entreaberta para a solidão

Memorando que passou até então

Na cabeça começa os flashbacks

Todo o meu passado vem à mente

Levo este estigma sempre comigo

Não há como me desprender dele

Está intrinsecamente ligado a mim

Quis torná-lo parte de um passado

Porém ele insiste em me perseguir

Osvaldo Teles

Mágico encontro

Gostaria que os ponteiros parassem

Neste magnífico e mágico encontro

Quando os corpos tivessem colados

Os dois corpos ardendo em chamas

Sentindo as pulsações dos corações

Que batem no compasso da emoção

Voamos livres sem saírmos do chão

Como um magnetismo nos uníamos

Parecendo a junção de um só corpo

Tão juntos que eles se encontravam

Com os acordes iam nos envolvendo

No contraponto encontramos o ritmo

Que comandará nossos movimentos

Para sentirmos o momento inusitado

Cruzavamos pelo salão harmonizado

Foi passo a passo bem sincronizado

Íamos dançando à harmônica canção

Em um castelo encantado estávamos

Bailando na contramão de um sonho

É como minha alma se sente voando

Osvaldo Teles

Fui envolvido

Está completamente vazia

Ela já se levantou da cama

Deixastes o suave perfume

Estou com muita saudade

Do que se passou na noite

Passou deixando as marcas

Fui envolvido em seu enleio 

Foi regada com muito amor

Ato da paixão nos envolveu

Quebramos todos os tabus

Clima de romance dominou

Tudo ganha ar de perfeição

Nossas juras foram intensas

Nas compulsões da entrega

Recebi um banho de luxúria

Fico com a mente pervertida

O amar ganhou a intensidade

Fomos dominados na paixão

Pensei em você no momento

Quis que tudo fosse prazeroso

Osvaldo Teles

O sol raiou

Quando o sol raiou o galo cantou

De mansinho a vida vai acordando

Um verdadeiro alvoroço começou

Corriqueiro o dia passa lá na roça

Com a simplicidade que ela vem

O fogão de lenha já estava aceso

Pela chaminé a fumaça ia saindo

O café moído na pilão tá na mesa

Saindo de bolo de milho quentinho

O leite acabará de ser ordenhado

Galinha caipira já vai ser preparada

Ela vai ser servida como o almoço

O caipira se ajeitando para o labor

Vai pegar a aragem do dia fresco

Logo cedo está com pé na estrada

Nas rodadas que o mundo vai dar

O tampo vai esculpindo as marcas

Na vagareza que os dias passam

Água fresquinha tirada da cacimba

Matando sede com a água do pote

Osvaldo Teles

Inconstância

A minha frente uma imagem cinzenta

O sol já não brilha mais forte lá no céu

Transformando o meu coração em gelo

O brilho das estrelas já não é cintilante

Deixa a noite em um imensa escuridão

A luz da lua não ilumina meu caminho

Ficando totalmente um verdadeiro breu

Deixando-me perdido no planeta louco

Estou sobre a sombra inconsistencial 

Bem distante do mundo que me cerca

Dançando na contramão as desilusões

Emotivo me encontro nessa confusão

A inconstância do pensar enlouquece

Minhas ideias vagueiam nesta vastidão

Confesso qualquer coisa mexe comigo

Uma simples palavra me leva a refletir

No rosto escorrem as minhas lágrimas

Desligo o rádio está tocando a canção

Ela me transporta a um tempo de amor

Onde sonhos embalavam as fantasias

Osvaldo Teles

Fui degrau por degrau

Fui degrau por degrau sem pressa

Se corresse eu poderia não chegar

Queria chegar ao auge sossegado

Tinha que ser no tempo do criador

Tentei seguir as minhas passadas

Andava muito ligeiro e apressado

Ele ficava espreita só me carregar

Por mais que fosse longe o destino

Sempre estaria lado a lado comigo

Na vontade dele tudo ia acontecer

Então não tem porque me apressar

A empáfia fui deixando para o lado

Levei comigo a minha simplicidade

Usei a humildade como o amuleto

Para abrir o portal do meu sucesso

Tive muitas ajudas para prosseguir

Um ombro amigo para me consolar

Nos momentos  difíceis da jornada

Passando no mundo despercebido

Não pretendo causar qualquer alarde

Osvaldo Teles

As janelas do passado

Coloco-me em frente das janelas

As janelas do passado se abrem

Viajei aos primórdios da infância

Gravada nos livros da lembrança

Em suas páginas estão escritas

Minhas histórias que foram vividas

Em um relance tudo é reavivado

Cada parada tinha a remanescia

Da passagem de um ser na vida

Que teve felicidade em demasia 

Como à fotografia dependurada

Na parede memorial da saudade

Que vem a mente a cada cenário

Um belo enredo se desenrolando

Que a mente insistiu em guardar

Contando primaveras passadas

Todos os sonhos são reativados

Traz de volta a uma vida passada

E a saudade do que não volta mais

O que resta é lembrar e não esquecer

Osvaldo Teles

A musa inspiradora

Ela veio assim como uma deusa

No seu belo semblante perfeição

Com seus sorrisos encantadores

Com seu jeitinho todo carinhoso

Foi me envolvendo nos encantos

Trazendo consigo minha poesia

Tornando-se a musa inspiradora

Transformou um broto em poeta

Um novo homem se apresentou

Devolvendo-lhe a alegria de viver

Diluiu em mim minhas amarguras

Fazendo um cético em um amante 

Que traz consigo a consonância

Fluindo iam palavras mais doces

Trazendo a simplicidade do amor

Adocicadas como pura essência

Assim igual o perfume das rosas

O meu jardim secreto dos amores

Parecendo a Primavera em flores

Os deuses da poesia me dominou

Osvaldo Teles

De braços abertos

De braços abertos te recebo

Para absorver sua quentura

Sentir o pulsar de tuas veias

As emoções passando nelas

Palpitações vinha do coração

Alucinado tu vas me deixando

Desse jeito vou me apaixonar

Em teu ser vou me entregando

Contemplando a bela criatura

Sentia o meu corpo levitando

Vislumbrei a perfeição do divino

Nos traços da lindíssima mulher

Sendo revelada completamente

Parecia que tinha descido do céu

O ser surreal me foi apresentado

Até então para mim era intocável

De tão singela que era a sua face

Tinha a sensação de tocar o anjo

A sensibilidade fica à flor da pele

Faz o sangue entrar em erupção

Osvaldo Teles

Abri minha gaiola

Aprisionado estava em mim mesmo

Ansiava poder soltar as imaginações

Cruzar este imenso céu de meu Deus

Com toda agilidade dos passarinhos

Chegando na paz jamais imaginada

Abri minha gaiola como os pássaros

Bato as asas em busca da liberdade

Quando encontra a sua porta aberta

Nas nuvens viajo até aportar em mim

O prisioneiro de si mesmo se liberta

O sonho lhe transporta para fora de si

Ocasionando o choque de realidade

Tem o mundão lá fora para explorar

Em sobressaltos chegam as dúvidas

Por vezes tentam mudar o meu rumo

A linha do horizonte já não é cortante

O paraíso já não é assim tão distante

Aproximado vão ficar os dois mundos

Tudo só vai depender da capacidade

Que a minha alma tem para sonhar

Osvaldo Teles

À margem do rio

Sentei-me à margem de um rio 

De águas límpidas e cristalinas

Por onde passava a vida festeja

Em júbilo a passarada cantam

Bichos alvoroçados se banham

Fui levado a fazer introspecção  

Um filme passou a minha frente

Um veio corria entre as colinas

Pulsante vida correndo no leito

Em um ritmo muito alucinante

Em suas águas me deixei levar

Guiado pelo fluxo do giro da lua

Vou seguindo os seus balanços

A mente navegando na calmaria

Muitas vezes em ondas calmas

Outras vezes em ondas bravas

Segui o curso por suas margens

O belo cenário para minha vista

Árvores frondosas a embelezar

Os seus frutos a vida alimentava

Osvaldo Teles

Voei livremente

Voei livremente pelo mundo interior

Que em meu exterior resplandece

Afundei na busca da minha essência

Para dar sentido a minha existência

Ficou estampado no contentamento

Das sensações que meu ser sentia

A leveza toma conta da minha alma

Levitando sobre as ondas sonoras

Bailando vão ficar os pensamentos

Fazendo-me soltar o meu imaginário

Liberdade era o que sempre queria

Levantando vôo em qualquer direção

O limite seria a capacidade de voar

Sair voando na imensidão do espaço

Cortei o céu com a rapidez da águia

A determinação jamais iria me faltar

Voaria milhas só para estar comigo

Colocando meu amor próprio a prova

Comungando espírito e corpo viajam

Viajando unidos pelo espaço sideral

Osvaldo Teles

Imagem Google

Fui contemplado

Fui contemplado com seu amor

Amar-te foi o meu melhor acerto

Parece até que estou sonhando

Antes tudo era tão sem sentidos

Era um corpo que tinha perdido

Acordava sem ver o brilho do dia

O sono é uma dormência eterno

O amor me fez levantar da cama

Querendo voltar para está contigo

Ousado te procurava neste vazio

Preenchendo o vazio do meu leito

Enchendo o peito de sentimentos

O nobre sentir nasceu aqui dentro

Não pensa em nada no momento

Só tê-la é o que mais me importa

Tendo ao meu lado era mais feliz

Pertencendo do pequeno paraíso

O abstratismo vai ganhando vida

Sinto apenas o coração palpitando

Da emoção de está ao seu enlevo

Osvaldo Teles

Anseio de amor

Ouço o som das suas passadas

Anseio de amor pela a chegada

Fixo minha atenção no caminho

A ansiedade tira a minha lucidez

Sentida vai ser a minha entrada

Quero ardentemente teus beijos

Saborear o doce dos seus lábios

Para alimentar os meus desejos

Penetro no ilusório dos prazeres

Amar levito sobre o leito sagrado

Tocar na beleza do seu lindo ser

Seus enigmas são desvendados

Vou desvendar os seus mistérios

Abrindo a passagem aos sonhos

Náufrago num oceano de ilusões

Flutuo nas águas calmas do amar

Seu ar quente acendendo o libido

Bebo a conta gotas a sua bebida

Fazendo-me perder a consciência

Sentirei este misto de sensações

Osvaldo Teles

A mente transcende

Os olhos se fecham a mente transcende

Em transe vão ficando os pensamentos

Paro entre o espaço e a ilusão paralela

Acalmado o corpo entra em dormência

Quando a melodia vai invadindo o ser

Plena foi a consciência que foi perdida

Tento encontrar meu ponto de equilíbrio

Sou condicionado na sua dependência

Integrando sem nenhuma compostura

Vamos nos tornando a mesma essência

Ao sentir a suavidade da sua fragrância

O cheiro impregnado nas minhas narinas

Vai agindo em mim com um estimulante

Absorvendo a fórmula da essencialidade

Dando os sentidos da minha existência

Meu único desejo é te possuir por inteira

Perco a capacidade do raciocínio lógico

Comungo a perfeição da curva corporal

Vou percorrendo suas delineadas linhas

Enlouqueço para saborear suas delícias

Osvaldo Teles

Partir

Peguei a mochila joguei nas costas 

E partir para uma grande aventura

A humildade nunca será esquecida

O que foi vivenciado guardei comigo

Em um cofre chamado recordações

Encontrei um cenário muito diferente

Em vez de árvores era só concretos

O filme de uma vida ia se passando

Passa a reprise da belíssima história

A luz da lua iluminava minha estrada

Na memória elas vão estar presentes

Fiquei preso a minha simples origem

As diversões corriam soltas no terreiro

Penso com veemência no que passou

Embevecido fico a pisar em seu solo

Alegre fico ao lembrar do meu passado

Era tempo bom tudo era só diversões

A simplicidade trazia muitas felicidades

As brincadeiras serviram de aprendizado

Amadurecendo o menino para uma vida

Osvaldo Teles

Escondia a dor

Escondia a dor as lágrimas continham

As perdas no decorrer foram inúmeras

O peito apertado o coração sangrando

Muitas vezes o choro insistia em cair

Ah quantas saudades sinto do menino

Feliz que brincava sem compromisso

Buscava o meu lugar isolado para ficar

Olhava para dentra para não me perder

Em contrita meditação eu me colocava 

No profundo isolamento fiquei prostrado

De joelhos olho para o céu peço a Deus

Para não perder de vista o sentir a vida

Saudoso volto ao meu pequeno mundo

Lembro do tempo de outrora da infância

Retorno a rua nova com muitas alergias

Na praça Castro Alves soltei os sonhos

Saíam voando livre pelo mundo a fora

Cada canto me traz muitas recordações

Queria apenas está ligado ao passado

Guardo para sempre minhas lembranças

Osvaldo Teles

Meus desafios

O grande desbravador incansável

Sempre enfrentei meus desafios

Não me escondia atrás do medo

Segui destemido pelos caminhos

Os temores escondia na valentia

Pense num cabra macho arretado

Dava tropeços mas saia andando

Um ser grandioso ia me ajudando

Quebrava os limites com maestria

Os obstáculos me motivava seguir

Por mais difícil que fosse o desafio

Havia a força oculta impulsionando

Tudo estava devidamente traçado

Como as linhas da palma da mão

Não tinha com desviar meu rumo

Deixando o meu Deus no controle

Fui parado lutando com o destino

É assim a vida do pobre sertanejo

É uma batalha diária e constante

Se vacilar a derrota será inevitável

Osvaldo Teles

Fico feliz

Fico feliz com sua felicidade

Alegro-me com a tua alegria

Encantado fico com o sorriso

Que vem do fundo do âmago

Vem espontâneo e muito belo

Contagiando todo o meu ser

Muita gargalhada vou dando

O coração batendo no peito

Com seu gesto de aceitação

Vou entrando alcova adentro

Não me contenho me entrego

A esse momento tão mágico

Que se aproxima ao devaneio

De tanto feitiço que fluía de ti

Vou sendo tomado por inteiro

Os seus dedos são a farinha 

De condão com seus toques

Sou levado a outra dimensão

O paraíso fica bem pertinho

Quando vejo o seu belo sorrir

Osvaldo Teles

Quem diria

Quem diria que o amor em mim

Fizesse a sua sagrada moradia

Que pelos olhos seria irradiado

Na nossa ação é demonstrado

A paz e harmonia num coração

Conduz-me ao reino encantado

Aonde dançam minhas ilusões

Ilustrações veja no seu interior

As mais sublime do sentimento

A miragem divina se apresenta

Igual a sua fisionomia angelical

Sou invadido por sua belezura

Causando em mim um fascínio

O seu perfume me deixa louco

Os desejos me causam fascínio

Fascinado fico com o semblante

Parecendo mais uma santidade

Atordoado fico diante do amor

Transformando em uma lenda

De uma princesa e um plebeu

Osvaldo Teles

A noite começou

A noite começou chuvosa

Os seus pingos chuviscam

Vão molhando o meu rosto

Em um quarto gélido estou

O frio vai permeando a carne

Meus pêlos ficam arrepiados

Saio em busca do seu corpo

Repousando sobre sua cama

Todo quentinho me aguarda

Em envolto aos seus lençóis

Seu perfume saí pelos poros

Aconchegando no seu peito

Estou prestes me esquentar

O amor está pairando pelo ar

Vai nos envolvendo no enleio

Beijos ardentes me consome

De repente estou reaquecido

Abrasador é seu quente calor

Faz-me queimar como brasa

Quando o corpo cola ao meu

Osvaldo Teles

Semblante angélico

A criatura inata é concebido

Nasci desprovido do pecado

Vim puritano igual a um anjo

Com seu semblante angélico

Porém o original veio comigo

O mundo estava corrompido

Pronto para armar as ciladas

Estavam armadas nas trilhas

Tentei fazer minhas escolhas

A linha destinal vem traçada

Conforme a vontade de Deus

Em meu caderno em branco

Comecei escrever as histórias

Nem sempre seguiam enredos 

Nas linhas iam sendo escritas

Ao decorrer de minha vivência

Mesclando com a experiência

Amadurecimento ia acontecer

O menino se torna um homem

O anjo se tornaria um pecador

Osvaldo Teles

Meu ser viajante

Livro! Abrindo suas páginas

Liberando o meu ser viajante

Dei corda ao meu imaginário

Liberdade ganhou para voar

Encontrou o seu lado voador

Alçando o vôo cortando o céu

Cruzando só o espaço sideral

Foi guiado pelas constelações

As estrelas foram suas guias

Viajou livre ao mundo distante

Com a sua beleza se encanta

Deixei ele ir a todo planetário

Viajou pelos contos de fadas

Em um aventureiro me tornei

Desfrutando da sua fantasia

No castelo encantado pousa

A melodia está à cada verso

Compondo os belos cenários

Da minha viagem imaginária

Um mundo fantástico é lido

Osvaldo Teles

Alucinado

As ideias ficam delirantes

Fico perdido nas loucuras

Deste mundo muito louco

A ponto de ficar alucinado

Só falta camisa de força

Preso a sua inconstância

Provocando desequilíbrio

Trazendo-me a incerteza

No sobe desce constante

Alienado os pensamentos

Saem soltos e desconexos

Sem ter alguma coerência

As perguntas se acumulam

As respostas não chegam

Causando as inquietações

Perturbando minha mente

Dentro da cabeça confusa

Bamboleia a insensatez

Busco o ponto de equilíbrio

Mas ando na corda bamba

Osvaldo Teles

Tira a tranca

Por favor tira tranca do seu peito

Retirando também suas tramelas

Não fecha o portal do teu coração 

Se for possível deixa entreaberto

Não quero forçar a minha entrada

Deixando a porteira escancarada

Vou adentrar com sua permissão

Eu quero entrar e fazer parte dele

Igual adesivo preso na sua parede

Quando estiver dentro pode fechar

Pode até tranca-lo a sete chaves

Pretendo fazer nele eterna morada

Desfrutando das suas benesses

Fazendo dentro o meu ranchinho

Aconchegante para minha estadia

Fazendo ele transbordar de amor

Sentirás a forte palpitação do meu

Vás sentir toda força de um amar

Por isso posso fazer uma oração

Que a promessa possa se comprir

Osvaldo Teles

Perdi às contas

Aí quantas vezes eu fui ao chão

Depois dos empurrões que levei

Nem de quantas vezes eu chorei

Perdi às contas que me levantou

Dando um empurrão para seguir

Apeguei-me a ti com todo fervor

Na esperança de cicatrizar a ferida

Das dores que as feridas causou

Se aceita ou não quero definição

As lágrimas com tempo secaram

Todas feridas foram cicatrizadas

Acudindo dos perigos do caminho

A ponte foi colocada para ligação

Aqui estou para te pedir o perdão

Pelos pecados que um dia cometi

De joelho dobrado fico diante de ti

Contrito esperando as suas mãos

Para afogar as mágoas do coração

A redoma foi colocada na cabeça

Sobre me colocastes sua proteção

Osvaldo Teles

Foi por amor

Não pensei em uma aventura

Entregando-me a ti foi por amor

Entro de cabeça nessa relação

O coração sentenciou a te amar 

Na pureza do amor verdadeiro

Entrego inteiro de corpo e alma 

Nem imaginei as consequências

Adentrei na grandeza do âmago

Encontrei a magnitude do teu ser

Quis apenas matar as carências

Que o meu corpo sentia de você

Entro em mundo que não é meu

Conheço a sua beleza que habita

O meu bem querer foi reativando

Devolvendo a sensação do prazer

Sinto a benevolência do encontro

Desativando minha maledicência

O meu reservatório foi preenchido

O amor enche o ser e transborda

Flutuando retorno ao meu mundo

Osvaldo Teles

Misto de fantasia

Em noite de céu enluarado

O planeta terra é iluminado

Vou abstraindo seus efeitos

O misto de fantasia assume

Saio atrás da minha paixão

Que em mim ela despertou

Ela recebe o nome de mulher

Em seus feitiços sou atraído

Tom de magia a vida ganha

Como descobrir os segredos

Que carregam os seus raios

Envolvendo nele os amantes

Em qualquer quarto de lua

Entregarei-me a este amor

Que nascerá neste mistério

Reluzente fica o meu mundo

Sigo o caminho que ilumina

Nos rastros de luz que deixa

Encontro o nobre sentimento

Que no peito fica palpitando

Osvaldo Teles

Lá vem ela

Vens acompanhada de um flash de luz

A brisa vai acariciando a sua cabeça

Lá vem ela com o cabelo alvoroçados

Com o corpo e suas curvas definidas

Combinação perfeita de corpo e alma

O conjunto cheio da perfeição divinal

Ai sou tomado por um sobressaltado

Com esta formosura que se aproxima

O seu semblante parece de uma santa

Inacreditável é a beleza para os olhos 

Oscilando vai ficar minha imaginação

Se estou vivenciado um pouco sonho

Ou fui levado para longínquos paraíso

A imagem descomunal se apresenta

Deixando cego com o que vislumbro

Flutuando respiro fundo saio do chão

Sou arrebatado por essa bela criatura

Que será torneadas por minhas mãos

Como um artesão vou lhe modelando

A obra de arte ficará nos meus braços

Osvaldo Teles

A alma te enamora

Por isto que a alma te enamora

Em ti ela ver a sua alma gêmea

Unindo-se como írmãs siamesas

Onde uma irá completar a outra

Acoplando de uma forma perfeita

Sendo o tempero complementar

O sal que dará sabor a um viver

Cosnternadas iram se conectar

Que iram se atrair como um imã

A força escumunal lhes prendem

De uma forma jamais esperada

Compondo a comunhão dos seres

Ao lado ficam os laços que atam

Temperando a nossa conjunção

Transformando os corpos em um

Que vai apimentar nosso relação

Ficam igual ao fósforo e a gasolina

Entrando em contato viram chamas

No enleio entraram em pleno delírio

Tornando-se  eternos enamorados

Osvaldo Teles

Preciso te amar

Preciso te amar intensamente

Só eu e você sem conter o ato

Tocar o seu corpo suavemente

Unir os corpos e seguir o canto

A música guiando os movimentos

Na troca do beijo vem o êxtase

Entramos em um mundo ilusório

Não vou pensar mais em nada

Esquecendo lá fora meu mundo

Só ter você é o que me importa

Esquecendo até de mim mesmo

Numa entrega sem compostura

O pudor fica da porta para fora

Vou desnudando os preceitos

Vamos nos entregar ao contato

Matando meus loucos desejos

Perco o controle dos impulsos

O cérebro vai entrar em transe

Trânsito no paralelo do sonho

Aproximando de uma loucura

Osvaldo Teles

O vento vem o vento vai

Soprando o vento vem o vento vai

O seu som nas palhas do coqueiro

As folhas vão fazendo chuar chuar

Balançando-se ao tom dos ventos

Os assanhaços dançam sobre elas

Os sonhos vão dançar no compasso

Com janela aberta ela vai encontrar

A brisa vai refrescando meu corpo

Vai suavemente acariciando a pele

Tendenciando acalmar minha alma

Que sentirá os seus efeitos de fatos

Os músculos ficam todos relaxados

Lá na varanda vejo o sol se pondo

Com o arrebol emuladorado no céu

Busco aconchego na quente noite

Nesta engrenagem o tempo passa

Na roda dos ventos vai marcando

A minha breve existência mais feliz

Estou anestesiado diante da beleza

Que encontrei no decorrer da vida

Osvaldo Teles

Meu Deus como é triste

Meu Deus como é triste viver separado

Quando o amor ainda bate no coração

As saudades fazem as lágrimas caírem

Machuca-me em ver nossa cama vazia

Até músicas antigas trazem lembranças

Dos momentos felizes que passamos

Da parede tirei o quatro com a sua foto

Não adiantou sua imagem está gravada

Tudo na casa me trazia lembrança dela

No guardo roupa sua camisola estava lá

Fazia-me lembrar de quantas vezes tirei

Na penteadeira ela deixou seu perfume 

Ficando impregnado nos quatro cantos

Por onde quer ande ela está presente

No criado deixou seu livro de cabeceira

Na cozinha sentia o gosto do seu tempero

Meu Deus porque não acabou meu amor

Assim não seria tão doida a tal separação

Assim vou alimentar no peito a esperança

De um dia tentar uma nova reconciliação 

Osvaldo Teles

O bem-te-vi majestoso

Fico contente quando acordava

E os raios entravam pelas frestas

Era o sinal que eu estava vivinho

E que o resto vem  por acréscimo

A fumaça ia saindo pela chaminé

O cheiro do café exalava na casa

O bem-te-vi majestoso no arvoredo

Vai puxando a cantoria é manhã

Fazia dobradinha com o canário

A intrusa majestade sabiá chega

Para fazer a mais bela sinfonia

O sol vai despontando no sertão

A bicharada desperta alvoroçada

Na janela vejo o esplendor do dia

O cheiro do mato molhado entra

Deixando o ambiente perfumado

Ficando minha alma aromatizada

No pomar os micos fazem a festa 

A vida vai passando devagarinho

O modo de ser era a simplicidade

Osvaldo Teles

Está caindo a chuva

Está caindo a chuva torrencial

Pela fresta da telha água pinga

Aqui dentro faz um frio infernal

Meu quarto fica parecendo gelo

Polo norte vai perder para ele

Tremendo a minha carne fica

Os pingos batendo nas janelas

Som horripilante vem ao ouvido

Um clima de terror me domina

A luz se apaga fico às escuras

O espírito ficando na penumbra

Ando de um lado para o outro

Tentando aquecer todo o corpo

Com os meus sentidos perdidos

Olha para cama ela está vazia

Penso apenas na tua presença

Para com sua pele me aquecer

Fazendo o seu corpo o cobertor

Sendo o meu aquecedor natural

Faz-me esquecer a chuva lá fora

Osvaldo Teles

És a minha metade

Vós sois o meu complemento 

És a minha metade da laranja

Viestes adocicar a parte azeda

Transformando azedo em doce

Colocando nos lábios o sorriso

Devolvendo aos olhos o brilho

Tão saborosa era a sua saliva

Destilando as minhas mágoas

Deparei com um favo de mel

Saboreie com avidez a doçura

Que flui dos seus doces lábios

Saboroso como os teus beijos

Dando a uma existência sabor

Corri nas veias a força do amor

Tê-la era  objeto do meu corpo

Fizestes lhe desejar com ardor

Como fogo o sangue queimava

Senti me queimando por dentro

Enchendo a mente de luxúrias

Retirando da boca as lamúrias

Osvaldo Teles

Derrubei touro brabo

Tocava a boiada no meu alazão

Derrubei o touro brabo no braço

Encarava tudo com determinação

Prendi a minha prenda pelo laço

Ia puxando ela para perto de mim

Festivos corações batem no peito

As almas festiva vão fazer tim tim

Fecho a porteira para lhe prender

Não tinha nada que me detersse

Nem mesmo os obstáculos deteria

Seguia confiante no seu interesse

Só queria-me depois da lida diária

A vida é para quem tem a coragem

De seguir sua saga com esperança

Não esmorece com que ela coloca

Vou firme e foco na minha jornada

Levanto pela manhã com minha fé

Que tudo vai dar certo ao seu final

Nos braços da amada vou repousar

Na certeza do meu dever comprido

Osvaldo Teles

Que formosura

Que formosura de mulher

Que cruzou meu caminho

Com seu semblante divinal

Que beira a uma perfeição

Despertando um lindo amor

Cheirosa igual a uma rosa

Passa exalando o perfume

Absorvendo a sua essência

Minha alma fica perfumada

Quando o aroma me invade

Parece a Primavera em flor

O coração sente os efeitos

Palpitando no ritmo correto

Sou tomado por uma paixão

Pervertendo um ser puritano

Em curvas bem delineadas

Perco nas suas envolturas

O contato com a tal lucidez

A loucura mistura as ideias

Fico cego com tanta beleza

Osvaldo Teles

Sonho contigo

Está noite tive um sonho contigo

Diante ao altar você me esperava

A imagem parecia uma divindade

Você dançando em minha frente

Parecida com uma bela bailarina

Às vezes trocava com a realidade

No sonho tudo era tão misterioso

Em um cenário parecido o Olimpo

A cena era igual a do matrimônio

Sua veste lembra a de uma noiva

Com a candura das alvas nuvens

Como estivesse num faz de conta

Em meio as deusas você estava

Deslumbrante tal qual as deusas

Sendo envolvido na sua sedução

Causando desordem na memória

Provocando na mente alucinação

A ilusão toma conta do momento

Em delírios digo sim sem pensar

Antes que sonho lindíssimo acabe

Osvaldo Teles

O homem se perdeu

O homem se perdeu no mundo

Nas maravilhas que proporciona

Mundo a fora ficou deslumbrado

Com a benesse que lhe oferecia

Deslumbrante é o que lhe cerca

Livremente vagueia na imensidão 

Eram muitas armadilhas exposta

Nas curvas a tentação a espreita

Levando-o a crer que a facilidade 

Levaria ao caminho da felicidade

Uma vida desenfreada quis levar

Entregando as coisas mundana

Achava que encontrou seu rumo

Ficando de lado o que interessa

Ficando para trás a sua essência

A humildade ficou pelo caminho

A arrogância subiu a sua cabeça

Desprezando as forças espirituais

Esquecendo a verdadeira busca

Que é a religação com o Criador

Osvaldo Teles

Juras

Juras, ah quantas juras fizemos

Foram juras de paixão eterna

No calor dos corpos colados

As vestes coladas nos corpos

A loucura nos deixa em êxtase

No ardor das intensas carícias

Nos ardentes beijos trocados

Festiva às almas se entregam

Espontaneamente a sua luxúria

A cama se tornava em um divã

Fazendo planos de uma vida a dois

Dois seres sobre ela a conversar

Fizemos as confissões de amor

Consternados às almas se amam

O fluxo sanguíneo fluindo natural

O espasmo é questão de momento

A carne tomada por uma dormência

Harmonia traz a batida do coração

Os sonhos vão se materializando

Levando a nos confundir com o real

Osvaldo Teles

Meu pedaço de chão

Na fonte já não tinha uma gota

De água para matar nossa sede

As pastagens eram cor de cinza

Os animais morriam nos pastos

As crianças sofriam de inanição

Olhava os lados não via solução

Batendo asas igual a asa branca

Alcei vôo para longe do sertão

Por muitas paragens descansei

Em um campo verdejante parei

Esperando que a chuva caísse

Meu amor deixei me esperando

Na casinha ela espera na janela

O coração aperta por causa dela

Meu totó ficou de olho comprido

A cada ruído ele ficava latindo

Pelas andanças fico lembrando

Do meu pequeno pedaço de chão

Que a escassez de chuva me fez

Deixar meu solo sagrado para trás

O meu alento que um dia voltaria

Aos braços da morena que deixei

Quando a chuva torrencial caísse

E plantação abundante crescesse

Osvaldo Teles