Prenda

Uma prenda debruçada na janela
Olhando as belezas da Rua
Porém quando passei fiquei
Estupefato com a beleza dela

Parei sem pensar mais em nada
Confundindo ela com a lua
De tanto brilho que vinha
Dos seus olhares penetrantes

Deixando-me logo apaixonado
O coração parecia que ia pular
Corri desesperado na direção
Ao em encontro da felicidade

Para pegar meu grande troféu
A minha prenda me conquistou
E ao paraíso ela me conduziu
Abriu o portal da outra dimensão

O seu mundo quis desvendar
Com o esplendor que me revelou
Para que pensei duas vezes
Se o amor só acontece uma vez

Osvaldo Teles

Toda nua

Toda nua sobre a luz da lua
Um corpo escultural amostra
O espetáculo para os olhos
Um deleite para minha alma

Vendo Afrodite diante de mim
A mulher em forma de deusa
Provocando delírios ilusórios
Vindo a mim as suas delícias

Despindo as minhas fantasias
Faz o corpo entra em transe
Transitórias ficam as ideias
Quando ver o belo esplendor

Pronto para aceitar as carícias
Deliciando-se com os beijos
Despertando em mim desejo
De possuí-la completamente

Usar todo o libido para levá-la
Ao ápice das puras sensações
Não vou pensar mais em nada
Só vou lhe beijar na luz da lua

Osvaldo Teles

Soneto da saudade

Passo os dias me lembrando
De tudo aquilo que por lá vivi
Nas brincadeiras de crianças
Um mundo fantástico se revela

Os bailes que me fazia viajar
De braços dados com fantasia
Lembro das loucas aventuras
Dos banhos no rio Paraguaçu

Caia de cabeça nas ilusões
Das pescarias no rio Capivari
Com meu grupo de escoteiros
As caminhadas eram grandes

E dos meus amigos que deixei
Na frugalidade do nosso lugar
A minha escola onde aprendi
Minhas primeiras sábias lições

Preparando-me para toda vida
A minha rua onde eu brincava
Tantas coisa sei que já mudou
Até eu mesmo já me modifiquei

Osvaldo Teles

É amor o que sinto

É amor o que sinto em sua pura fórmula
Te amo de uma forma inexplicavelmente
Capaz de uma entrega incondicionalmente
Senti este meu amor em sua plena essência

Traga consigo o seu elemento alimentador
Abre teu peito e deixa ela entrar por completo
Quero-te hoje e para sempre junto comigo
Nos tornaremos uma unidade em duas almas

Sei que momentos bons vão superar os ruins
Saiba que o meu sentimento é muito forte
O que vivemos ficaram guardados no cofre
É só fechar os olhos que eles virão a tona

Sentindo as maravilhas de cada um deles
O que te digo é simplesmente o que sinto
Este sentir passará o tempo e viverá sempre
Dentro de um coração que é todinho só teu

A única coisa que tenho eu te ofereço amor
A riqueza que tenho é invisível aos olhos
Só se enxergar com os olhos do coração puro
Desvairados ficaram os nossos pensamentos

Osvaldo Teles

Lili

Na escuridão vejo uma sombra
Em um relance vi a tua imagem
Como uma miragem fica estática
Todos nervos ficam congelados

As expectativas me consumiam
Uma tremedeira assume a carne
As pernas perdem o compasso
Exuberante e bela se aproxima

Sua pele se confunde com a noite
A cama está a espera do seu corpo
Os meus olhos pareciam um luzeiro
De tanto brilho quando te visualizou

Lili parecia-me mais uma divindade
Em uma figura de uma bela mulher
Trazendo consigo a fórmula do amor
Seus toques meu estímulante natural

Um raio de luz quase me hipnotizou
A deusa da noite ali se materializou
Ganhei a coragem fui ao encontro
O calor fez o sangue entrar em chama

Osvaldo Teles

Um ar mágico

A porta do quarto se fecha
O ambiente fica a meia luz
Na janela a lua emoldurada
Um lindo cenário delineava

Sobre o nosso leito de amor
Sequestrando meu pensar
Loucuras passei a realizar
Desejos vão me possuindo

Um ar mágico nos domína
Ofegante fica a respiração
Na penumbra te procurava
Trêmula minha voz sussurra

Bem baixinho eu te quero
Não apenas por uma noite
Duraria por toda uma vida
Os gemidos vão ecoando

Os perfumes se misturam
Coladas as peles ficaram
É o amor sendo praticado
Em sua plena intensidade

Osvaldo Teles

Adormeço

Minhas pestanas se fecham adormeço
O espírito deixa o corpo e faz a viagem
Ultrapassando fugaz a linha do horizonte
Encontrei do outro lado o meu paraíso

Um campo vastíssimo para ser trilhado
Pelos sonhos sou levado em suas asas
Perdendo-me completamente no espaço
Não tive como mudar a direção do vôo

Nas estrelas tento achar minha estrela
Na vastidão celestial iríamos trilharmos
Vaguei pelo meu maravilhoso universo
Não vi a hora de acordar em seus braços

Deparei com os meus grandes mistérios
Que aos poucos seria a mim revelado
A retrospectiva dos ocorridos pude fazer
O meu filme passou na tela da existência

Não tinha mais como alterar o seu enredo
As cenas passaram sem serem modificadas
O belo cenário estava devidamente montado
Tentei descrever o meu romance de amor

Osvaldo Teles

Iremos aproveitar lá vida

O grande enigma nos foi revelado
As benesses do amor ganhamos
Juntos iremos aproveitar lá vida
Coesos nos mesmos sentimentos

Vamos viver os nossos momentos
Não deixaremos nada nos abater
Pós ganhamos a divinal proteção
Veracidade ganhou o meu viver

Deixando o amor ser nosso guia
Guiando pela estrada escolhida
Intenso será cada instante juntos
Tenro será seu corpo me tocando

Em festa a minha alma lhe recebe
Nos unindo ao sagrado sacramento
A trindade em nossa vida se tornou
Nos dando amor hoje e para sempre

Mostrando-nos a sua grandiosidade
Aprazíveis ficaram os belos sorrisos
Gargalhadas a felicidade nos fez dá
De tanto contentamento que tivemos

Osvaldo Teles

Quintal da minha inocência

Tive que amadurecer que pena
Vejo no espelho as mudanças
Que ocorreram pelo meu corpo
O interior continua uma criança

Mas mesmo assim tento guardar
Daquele menino a sua essência
A fórmula secreta do sonhador
Que na poesia busca o consolo

Retirando da alma o seu enredo
No quintal da minha inocência
O cavalheiro em busca emoções
Montava no meu cavalo de pau

Que dei o nome de esperança
Dando asas as minhas ilusões
Nele as ideias ganha o mundão
As fantasias tinham abrigo certo

Como nos contos tinha final feliz
Aprendi separar o real da fantasia
Por vezes as duas se confundem
Criando sobre elas grande mistério

Osvaldo Teles

Momento nostalgia

Momento nostalgia traz de volta
As reminiscências adormecidas
Ouvindo aquela música que toca
Na porta das minhas lembranças

A deusa dos sonhos se personifica
Reavivando sonhos que morriam
Trazendo com elas as saudades
O tampo bom que foi aproveitado

A cantoria via o cair madrugada
Nos braços da amada adormecia
Com os primeiros raios solares
Dando cores ao novo amanhecer

A alvorada começa com os galos
A viola empunhava a nossa canção
Despertando das minhas ilusões
No jardim as flores despertavam

No campo o carro de boi já rangia
O fogo a lenha já estava acesso
O cheiro do café exalava na casa
A passarada alvoroçada cantava

Osvaldo Teles

Nada pode ser como antes

Aprendi que nada pode ser como antes
Hoje sou fruto das coisas que vivi ontem
A passagem do tempo passa muito rápido
Não retornando ao seu ponto de origem

Já não ouço mais os belo canto dos juritis
Alvoroçadas a cantar  no topo das árvores
Deixa-me muito feliz quando meu caminho
Vai dá na minha Sertânia que me fez feliz

Na margem da br 101 ela se desenvolveu
Lembro de cada canto que andei por ela
Do badalar do sino anunciando a novena
Cair no estradão irei repousar em seu solo

Quando voltei nem o armazém existia mais
Até a matriz querem tirar do lugar sagrado
Onde quando menino ia assistir às missas
O Paraguaçu ganhou status de mar aberto

Da imensidão de suas águas represadas
Onde pesquei para matar a minha fome
Na Praça Castro Alves escrevia poesias
Viajando voltei nas asas dos pensamentos

Osvaldo Teles

Beijando

Beijando os teus carnudos lábios
Saboreando o sabor dos desejos
O portal dos prazeres foi aberto
Esqueci o meu mundo terrestre

Levitei entre a terra e a via láctea
Da leveza que o corpo ganhou
Pude aproveitar toda a sua magia
Que vem do encontro dos corpos

Emanando da alma sua doçura
Parecia-me o manjar dos deuses
Apreciado pelo teu santo homem
Santifiquei estes minutos contigo

Que foi vivido antes foi apagado
As portas dos jardins se abriam
Estou sendo levado ao paraíso
Fantasias vem a minha cabeça

Ganhando misto de irrealidade
Carnalizei os enlaces das almas
Repouso do ato em seus braços
Sentindo o pulsar do meu coração

Osvaldo Teles

Quieto

As lágrimas que derramei
Copiosas molham a face
Na solidão do meu quarto
Fico quieto neste silêncio

Ouvindo os meus respiros
Ouço apenas os gemidos
Apertando muito meu peito
Vi o dia nascer sobre o leito

Vejo a imagem da sombra
Perseguindo-me no sonho
Trêmulo com os pesadelos
Meus fantasmas vem a tona

Sombrias passam as horas
Estático estou a mente para
O tempo me parece parado
Dentro da cápsula do tempo

Olho e não vejo ele avançar
O olhar fica perdido no vazio
Chorei as dores veementes
Copioso o choro vai saindo

Osvaldo Teles

Fiquei radiante

Seguir as suas leves passadas
Observando as linhas sinuosas
Os traços bem feito do Divino
Deleano suas perfeitas curvas

Pretendia estar perdido nelas
Uma diva em forma de mulher
Enamorei aquela doce criatura
Tudo que quero é estar no colo

Preparando-me para os enlaces
Do seu mel quis sugar cada gota
Adocicando todos os momentos
Enquanto os olhos vislumbravam

A beleza que vinha de sua áurea
Fiquei radiante com a formosura
O sentimento acabou de nascer
Vindo junto o sentido do ser feliz

Busquei-a para ser minha amada
Contemplando a face da felicidade
Quando os corpos se encontraram
Na conjunção harmônica do amor

Osvaldo Teles

Melancólica noite

O vento frio arrepia os pelos
Dentro do quarto gelado estou
Em uma madrugada solitária
Inerte um corpo sobre a cama

Buscando rastros do passado
Encontro minha reminiscência
O tempo bom que vivenciamos
Balbucia palavras soltas no ar

Embarco na melancólica noite
A melancólica noite vai passar
Vagarosa aumentando a tensão
Ouço a triste melodia do vento

Invadindo sorrateira os ouvidos
Viajo nas asas da imaginação
Ilusoriamente a visão se perde
Saculejos tenho durante o voo

Sou jogado do lado para outro
Perco meu campo de amplidão
O periférico mundo fica isolado
Só eu e meu pensar se encontra

Osvaldo Teles

Oh meu amor

Oh meu amor gosto tanto de você
És o presente que Deus me deu
Fostes a cura das minhas dores
Em seu ombro encontrei conforto

Entre eles estava o espaço vazio
Nos seus abraços me entreguei
Completamente aos seus dengos
Na dose certa para suturar a dor

Amor assim só se sente uma vez
Que faz as estruturas balançarem
É daquele que passa a eternidade
Mudando a maneira de vê a vida

A paisagem cinzenta ganhou cor
Devolvendo o brilho ao meu olhar
Vou sussurrar baixo em seus ouvidos
Juro o que sinto é puro e verdadeiro

Não tenha medo de viver este amor
Desarme-se e se entrega para mim
Deixando eu te amar como deve ser
Sentirás na sua alma o meu sentir

O seu sangue vai entrar em ebulição
De tão quentes que serão os beijos
Cola o teu rosto no meu vamos dançar
A melodia que vem de lá do coração

Osvaldo Teles

Veracidade do amor

Olho profundamente nos teus olhos
Com sua suavidade eles me hipnotiza
Porém deles saíam uma forte magia
Provocando em mim grande fascínio

Sendo eles a passagem da sua alma
Levando-me ao seu mundo mágico
Onde encontro a veracidade do amor
Querendo desvendar seus segredos

Queria compreender seus enigmas
Agraciado sou com sua benevolência
Assim desfrutar suas doces carícias
Penetro neles despido de todo pudor

Fascinado fico com o seu esplendor
Beleza angelical nunca vi nada igual
Vou sendo envolvido nas suas teias
Devolvendo o sentido do belo viver

Assim vou invadindo o seu âmago
Para conhecer a beleza do seu ser
Formosura de uma forma divinal
Enfeitiçado com tanta sensibilidade

Osvaldo  Teles

Meus sonhos

Meus sonhos ficaram adormecidos
A espera daquela que seria a amada
Eles ressurgiram mais irreais que antes
Minhas fantasias se materializaram

Diante do grande amor que nascerá
Um calor abrasador me consumia
Uma força extraordinária me domina
Seguindo os meus instintos humano

Desfrutei o calor ardente de sua boca
Preparei as forças para ir a batalha
Adquirindo a tranquilidade almejada
Aprendi conviver com meus medos

Meus fantasmas consegui dominar
Encarando as dificuldades de frente
Não me entregando aos empecilhos
Armei o coração com o sublime sentir

Empunhei as ferramentas e fui a luta
Amei te amar como a única na vida
A procura da alma gêmea  encontrei
Aquela que meu corpo tanto desejava

Osvaldo Teles

A mente voa

Quem  dera ser um ser alado
Fazendo do céu o meu limite
Desvendando seus enigmas
Apaziguando as inquietações

Sou presenteado com a leveza
Misteriosamente a mente voa
A estrela é o ponto de chegada
Os mistérios toma conta do eu

O fantástico universo é revelado
Ficando  despido diante da lua
Será que tudo ganhará um misto
Descortinando os seus segredos

Visto a asa da minha liberdade
Ganho a agilidade dos pássaros
Pairo sobre a dança do vento
Solto as amarras e vou decolar

Instantaneamente me vejo aéreo
Voando vou ao encontro do além
Tornando-me sua outra metade
Conjunção dos corpos celestiais

Osvaldo  Teles

Vidinha mais ou menos

Vivia  uma vidinha mais ou menos
As perspectivas estavam bem longe
Quase totalmente fora do meu alcance
Alheio a tudo aquilo ao meu em torno

Parecia que não era  parte do contexto
Um Marciano vivendo no plano terrestre
A lei da sobrevivência me impulsionava
Solitariamente vivia apenas por  viver

Quantas vezes a alma largava o corpo
Entre o céu e a terra ela busca sentido
De estar enjaulada dentro deste espaço
O espaço vazio queria ser preenchido

Descobrindo que tudo é mera passagem
Só queria uma companhia neste mundo
Encontrando o alento em seus braços
Restabelecendo a razão de uma vida

Com a presença com a força renovável
Era o amor  tudo aquilo  que eu queria
Dando outro sentido a minha existência
Devolvendo ao coração a alegria perdida

Osvaldo  Teles

Despertar em seus braços

Sonhei despertar  em seus braços
No desvanecer  de uma bela noite
Com as suas marcas espalhadas
Do seu batom por toda minha pele

Compassada ficou a minha fala
Entre carinhos e beijos ardentes
Levitava pelo espaço fantasioso
Amei com a intensidade da alma

Um ser exaurido jaz sobre um leito
Fico quieta  só sentindo o momento
Sou tomado pelo alvoroço do dia
O corpo se revigorando aos poucos

Vejo sobre a cama uma obra de arte
Escultural era  o seu belíssimo corpo
Paracia Monalisa com sua perfeição
As roupas  pelo chão denunciavam

A nossa noite maravilhosa de amor
O nosso ato de entrega incondicional
Conectado navego pelo seu interior
Entrando no seu mundo fantástico

Osvaldo Teles

Caminhava

Trilhei por caminhos tortuosos
As tentações estão nas esquinas
Tentaram por vezes tirar o foco
Via-me completamente perdido

Caminhava em um só pensar
Só queria encontrar meu rumo
Deparar com a minha missão
Até hoje não descobri qual é

A qual foi traçada na concepção
Não pude fazer minha escolha
Segundo os projetos de Deus
Coloquei tudo nas suas mãos

Confiante que tudo vai dá certo
Sendo ele o meu conselheiro
Meu incentivo para continuar
O escudo de proteção divinal

Fazendo prosseguir na estrada
Com a sua força ao meu lado
Tornaria-me o mortal imbatível
Queria apenas ser feliz no final

Osvaldo Teles

O sobrevivente

A luta foi muito desde a concepção
Conhece a fome no ventre materno
Olha que a bicha tem cara horripilante
Até o leite não continha os nutrientes
Necessário para o meu crescimento
Quase o mal dos sete dias me levava
Aumentando o número da morte infantil
Sobrevive dando drible nas dificuldades
Desde então já era um sobrevivente
Cá fora a desnutrição me perseguia
O raquitismo o companheiro diário
Só se via cabeça, olho, pele e osso
O aprendizado não veio corretamente
As desigualdades eram muito gritante
Um mundo cão estava me esperando
Diziam que o destino estava traçado
Que tudo é da vontade de um Deus
Já trazia o estigma do tal fator Social
O sistema impediria a ascendência
Que o paradigma não seria quebrado
Hoje aparece alguns loucos falando
Que não luto e me amparo no vitimismo
E que as oportunidades são para todos

Osvaldo Teles

A suavidade dos toques

O sopro suave do vento acaricia a face
Como se fosse a suavidade dos toques
De seus dedos correndo na minha pele
O estimulante que minha carne precisa

Elevando-me a condição de seu amante
Suas mãos tem leveza das leves plumas
Em ti encontrei o meu amor adormecido
Tomado por uma observação de possuir

Na cama está exposta uma obra de arte
Aquela que passou a ser a minha razão
Provocando em mim o exacerbado querer
Deixando apenas um desejo incontrolável

Calafrios sinto quando perfume adentra
Trazendo as sensações alucinógenas
A cabeça gira com os sentidos perdidos
A quentura dos seus lábios é o condutor

Do fogo que queima as minhas entranhas
Num olhar te deixo completamente nua
Um grande amor platônico não quero ter
Pois quero viver a intensidade que permite

Osvaldo Teles

Nos terreiros das senzalas

Homens livres feitos escravos
Nos terreiros das senzalas
Vão mantendo a sua cultura
Cantam e dançam  sua crença

Os sons dos tambores ecoam
Em busca de sua mãe África
O canto abafado de liberdade
Na esperança que chegue

Aos ouvidos de seus deuses
Iansã, xangô, obaluaê, omolu
Suas forças vem lá do além
Seus bravos guerreiros lutam

Maculelê o bailado do Africano
Capoeira! A sua arma de defesa
Os pais choram a sina dos filhos
Vão chorar ao pé do pelourinho

Chicoteado como os antepassados
O irmão de sangue o Capitão do mato
Persegue os seus ideais de libertação
Devolvendo aos seus pés os grilhões

Osvaldo Teles

Entregam-se a paixão

Quando a vida quis me surpreender
Na vastidão do universo eu vagava
Os corpos perdidos se encontram
Dentro de um contexto de ilusão

Tangentes os corpos se procuram
Harmoniosos entregam-se a paixão
As mãos deslizam em suas curvas
Aquele que tanto sonhei aqui está

Assim o amor brotou dentro de mim
Não são apenas meras palavras
Elas vêm carregadas do puro amor
Vindo cheias de muitas veracidades

Sinto-te na expressão do olhar
Pronunciou o que a alma sente
Os sentimentos falam por si só
Eles falam a palavra universal

Como esconder o sentir da alma
Beijo-te sem os lábios lhe tocar
Vejo em ti semblante de um anjo
Que reluz a luz de um castiçal

Osvaldo Teles

O esplendor de sua nudez

Tira sua roupa fica como você nasceu
Mostrando o esplendor de sua nudez
Revelando-me toda a lindeza do ser
Colando a tua pele nua com a minha

A tensão deixa os músculos rígidos
Vais transferindo para mim seu calor
Querendo sentir o pulsar do coração
Estou pronto para ser todinho só teu

Irei me entregar sem nenhum pudor
Só dependo da sua total aceitação
Amante compulsivo me transformei
Afaga meu ego dizendo que me quer

Ponho à prova as minhas reações
Vou lhe dedicando todo o meu amor
Serás a diva dos meus pensamentos
Sinto como Eros em busco de Vênus

Enfeitiça o teu homem com o charme
Os meus gemidos vão ecoando ao léu
Entrando nos ouvidos como música
Liberando as mais loucas emoções

Osvaldo Teles

Incauta pureza

Sentindo o seu suave perfume
Entrando pelo meu nariz adentro
Sou levado ao estado de latência
O cheiro vai me deixou atordoado

Enlouqueço com sua meiguice
Fluindo do centro do seu âmago
Que vinha em seus suaves toques
Causando avalanche de desejos

Todos os pêlos ficam arrepiados
O sangue se expandia nas veias
Dos seus braços fiz de adorno
Para enfeitar o meu pescoço

A alma parecia deixar a carne
Livre ia em busca da bela moça
A mais formosa das mulheres
Estava ali prestes a ser minha

Para mim ela ficou toda despida
Despedi-me da incauta pureza
Entregando o corpo ao prazer
Levando-me as belas sensações

Osvaldo Teles

Silencioso

Silencioso estou a lembrar de nós
As pestanas se encontram a sentir
A melancolia assume o momento
Sentindo a sua falta neste instante

Todo o meu ser vai sentir a falta
Mas a sua fisionomia está gravada
Sussurro seu nome bem baixinho
O sol aos poucos vai se esconder

A nossa testemunha vai aparecer
importante lá no alto ela desponta
Os corpos vão sentem seus efeitos
O céu em festa está todo estrelado

Nas curtas noites quentes do verão
Os  corpos calientes se procuram
Para o ato sagrado do amor prossigo
A pulsação acelerando no encontro

Diga sim para os meus encantos
Estou encantado com sua presença
Com o belo sorriso no céu da boca
É só alegria jorrando por todo o cantor

Osvaldo Teles

Vamos de mãos dadas

Vamos de mãos dadas passear
Pelo jardim encantado da vida
Colhendo as flores semeadas
Sob a lua e o sol caminhamos

Andamos sem medir a distância
Nem nos percalços que teremos
Sem nenhuma pressa para chegar
Está contigo ao lado já me basta

Coesos no mesmo sentimento
Vejo a beleza em tudo ao redor
Em mim nascerá grande querer
Sendo o amor nosso norteador

Dos planos que foram traçados
Sobre os efeitos do amor iremos
Como as brumas leves flutuamos
Como plumas sopradas ao vento

No espírito de aventura seguimos
A sombra do ipê buscar o frescor
Para apascentar as inquietações
De um coração do ser sonhador

Osvaldo Teles

Saudosas lembranças

Voltei a minha querência querida
Onde comecei a traçar meu destino
Cada rua que eu passava continha
Um pouquinho da minha história

Vindo as saudosas lembranças
Não tem como esquecer o que vivi
Tudo me serviu como aprendizado
Fazendo da criança um homem

As peripécias do tempo de menino
Na mente guardo minhas aventuras
Vindouros tempos fique a esperar
Os sonhos eram o meu alimento

Nas noites adormecia fantasiando
Em crescer e desbravar o mundão
Hoje eu sou reflexo dos momentos
Vividos com muita intensidade

Faz-me olhar para frente convicto
Que as lições me serviria para a vida
Fui  busca do passado para alinhar
As ilusões com a dura realidade

Osvaldo Teles

A dor aperta o peito

Algumas vezes a dor aperta o peito
A tristeza vem na forma de lágrimas
Copiosas elas vem com o saudosismo
De tudo que a vida me proporcionou

Já não trago meus traços de outrora
Não tem como apagar o que foi vivido
A saudade estará sempre na mente
Indo comigo para além da eternidade

Bênção foi te encontrar no caminho
Juntos podemos aproveitar a beleza
Que reflete em mim do seu semblante
Amo os momento que passo contigo

Acendendo as labaredas da paixão
A pureza do menino foi contaminada
Dando lugar aos desejos prazerosos
Tomando-me de assalto a libidinosa

De mim ela retira a minha sensatez
A insensatez domina os pensamentos
Levando-me a sensações inexplicáveis
Saudoso eu volto ao ponto de origem

Osvaldo Teles

Devaneios constantes

Chegastes de uma forma surpreende
Arrebatado por uma força sobrenatural
Entreguei-me  sem pensar no amanhã
Adentrando como um elixir revigorador

Seu olhar penetrava como estimulante
Passei a viver devaneios constantes
Cauterizando todas as feridas do corpo
Inesperadamente fui conduzido ao amor

Despertando dentro do peito a paixão
Cada noite era para mim um sonho
Quando estava envolvido em seus beijos
Quando dei por mim já era todo seu

Aonde quer que eu vá você vai estar
Contava o tempo para estar contigo
Atraindo para ti toda a minha atenção
Bom de tudo que houve reciprocidade

Dois corações pulsam no mesmo ritmo
Pela pulsação ritmada dos corações
Lado a lado vão buscando o compasso
Compulsivos se entregam aos enlaces

Que a paixão vai lhes proporcionando
Esqueci todo um passado que foi vivido
Propôs-me viver apenas os momentos
Descobrir o melhor que nós tínhamos

Osvaldo Teles

No ato sagrado do amar

Os risos espontâneos fluíram dos lábios
Ficando expresso o meu contentamento
Depois que nossos corpos se entregaram
Às almas em festa contemplaram o amor

Em sua maior plenitude ele foi elevado
No ato sagrado do amar sentirão o prazer
Ali estava o momento que tanto almejei
Que a vida me proporcionou festivamente

Na união dos corpos um corpo se formou
Foram atados no sacramento da fidelidade
Levando-lhes a um estado contemplativo
Soltos os pensamentos ficam no universo

Feliz fiquei diante da beleza que vislumbrei
A alegria ficou estampada nos semblantes
Cantos melódicos saíam da nossa boca
Seus gemidos chegaram aos meus ouvidos

Involuntariamente o silêncio tomou conta
A minha cabeça procurando o seu peito
Para sentir os afagos dos seus dedos
Depois de uma entrega muito gostosa

Osvaldo Teles

O mundo se fez mundo

Quando o mundo se fez mundo
Com o firmamento e seus mares
Colocando um distante do outro
Mesmo assim eles se confundem

Na linha do horizonte se unem
E o filho de Deus veio ajudá-lo
Vindo junto dele o espírito Santo
Um raio de luz rompeu lá no céu

Fazendo as trevas se dissipam
O amor habitou em toda a terra
Curando os homens do desamor
Fazendo em nós a sua moradia

Enchendo os corações de amor
Coexistimos só na sua presença
Como irmão passamos conviver
A terra fecunda a semente brota

Tornando um jardim a céu aberto
Criando para os olhos belo cenário
A fé nos ligando ao espiritualismo
A carne ganha força sobrenatural

Osvaldo Teles

Andava solitário

Andava solitário na areia da praia
A brisa acariciava suave o rosto
Em um nevoeiro denso entrava
O vento ia apagando as pegadas

Minha visão periférica foi apagada
Quem me acompanha é a sombra
De um passado que me perseguia
Não olhava para trás só caminho

Preso a linha que me liga a Deus
A mente pairava livre no espaço
Fiz uma viagem ao centro do eu
Indo ao encontro de mim mesmo

Vi um estranho diante do espelho
Não estava ali o menino de antes
Dialoguei com minha consciência
Tentando descobrir o que estava

Por trás da minha triste aparência
Dando para ver própria existência
Tentei no céu encher o reservatório
Que está completamente esvaziado

Osvaldo Teles

Foi mágico

Foi mágico quando nos cruzamos
Tudo em volta ganhou mais brilho
Brilhantes ficaram os meus olhos
Ao vislumbrar uma criatura tão bela

Traços finos e semblante angelical
A bela Vênus caiu do seu pedestal
O coração batia de tanta emoção
Pude sentir a beleza do encontro

Parecia que tinha festa no peito
A respiração ficou muito ofegante
Parecia que a alma sai pela boca
Na junção dos corpos as fantasias

Flutuei o chão faltou ao meus pés
O corpo ganhou asas levantei vôo
A imaginação viajou sem limitação
Em um impulso involuntário viajei

Fui às estrelas sem sair do chão
O universo se voltou para nós dois
Na sua cama busquei meu refúgio
Quando ao mundo real estivermos

Osvaldo Teles

Fomos unidos

Fomos unidos no ato sagrado
No amor Deus nos consagrou
Quero ficar velhinho junto a ti
Deitar a seu lado e debruçar

Nas lembranças do passado
Não temos a mesma vitalidade
Da nossa belíssima juventude
Até a fala é mais compassada

Vivendo o que estiver a viver
Sentido a essência do Amor
Que vai perdurar a vida inteira
Um amor assim só se tem um

Durante toda uma existência
Sabemos que um dia seremos
Parte um do outro para sempre
O cosmo foi a favor da gente

A paixão ardente se acalmou
Dando lugar ao amor verdadeiro
A fidelidade tem morada certa
Sendo ela a nossa norteadora

Osvaldo Teles

A lua reflete o brilho

Sua pele tem a negritude das noites
A alma com a brancura das nuvens
A lua reflete o brilho dos seus olhos
Luminosidade próprio tem sua áurea

Incandescentes entram em meu ser
Causando desordem nas sensações
Fluindo dos seus poros a essência
Atordoado ficam todos os meus atos

Inebriado fico com o seu perfume
Trazendo a beleza em sua pele nua
Incendiando meus desejos latentes
Em transe as ideias vão as estrelas

Quanta limpidez tem na conduta
Enlouquecido procuro a tua boca
Seus olhares me deixa translúcido
Absorvendo a sua transparência

Ganho a leveza das leves plumas
Flutuando chego as constelações
Certeza me dá existência do amor
Depois de seu sensual corpo tocar

Osvaldo Teles

Mundo novo

Fui muito além o corpo jazia no leito frio
Debatia-me com uma insônia pertinente
Os olhos ficam presos na parede, orava
Com muita fé e minhas mãos próstatas

Pedindo a Deus para que o sono venha
Podendo assim repor as minha energias
Dormir como criança em sono profundo
Esta noite sonhei com um mundo novo

Nas águas cristalinas eu dei mergulhos
De cabeça adentre neste novo universo
Levando comigo a paz que foi desejada
Em um mundo de paz a mente habitava

Em um espaço transitório se encontrava
As palavras de Jesus faziam de morada
Mandei recado para meu subconsciente
Para ele despertar dentro deste sonhar

A ira dos homens o amor ele acalmou
Fazendo o amor correr nas entranhas
Esperança foi devolvida aos corações
Em estado harmônico passou a viver

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Osvaldo Teles

Corpos colados

Levo a herança de uma noite de amor
Nos lábios ficou o sabor do seu batom
Na pele os vínculos de suas unhadas
Suas unhas entrava como estimulante

Sincronizado ficam todos movimentos
Os corpos colocados dançam no ritmo
O espaço terreno se tornou no paraíso
As tensões ficaram da porta para fora

Entrando apenas o desejos de possuir
A carne trêmula de tantas emoções
Prazerosas foram as suas carícias
O corpo flutuava como plumas soltas

Flutuando entre as nuvens em êxtase
Depois de sentir a sensação de prazer
Ele alçava vôo de tão leve que ficará
Os toques dos dedos faziam flutuar

Dando corda à imaginação alcei voo
O soave vinho deixava-me atordoado
Minha cabeça rodava como um pião
Saboreei os beijos doce de sua boca

Osvaldo Teles

O silêncio é dominante

Na alcova o silêncio é dominante
Um ar congelante dói nos ossos
Cortando por dentro igual gilete
As dores escorrendo pelo rosto

Deixando as mágoas expostas
Apavorante me sinto em delírio
Por um som sombrio sou tomado
São os grilos com os seus cantos

Chegando aos ouvidos a canção
Aquela que embalou os sonhos
Dando para ouvi-lo muito distante
Já me entreguei a ti por completo

Estou pronto a entregar os pontos
Tento encontrar no canto da mente
As remanecências do meu passado
Para viver bem no meu presente

As lembranças vão me aproximar
Daquela que o meu coração ama
Para possuí-la a qualquer instante
Mantenho equilíbrio do meu corpo

Osvaldo Teles

A fantasia da poesia

Abstratamente eu pensava no amor
Fantasiava mesmo estando acordado
A fantasia da poesia se fez concreta
Concretizando aquelas minhas ilusões

O ilusório neste momento  adormece
Sentir na real aquilo que foi sonhado
O mundo em que vivia se tornou real
Intrínseco dentro do meu pensamento

Dispersas vão ficar as minhas ideias
Os sonhos sonhados foram realizados
Pude tocar no amor que nela continha
Irradiando a magia por onde eu passo

O abstrato se tornou em corpo e alma
Fazendo um vida pulsar dentro do ser
Com a intensidade que tem nas veias
Nas artérias o sangue entra em erupção

Nutrindo uma cabeça de motivações
Buscando no elo partido a comunhão
Das duas almas que viviam separadas
E possuídas pela força das estações

Osvaldo Teles

Teu jeito

Teu jeito dengoso vem trazendo
A sensibilidade contida na alma
A sensualidade fica a flor da pele
Suas linhas é um convite ao amor

Sem nenhuma ranhura a conduta
Veja ali a perfeição quase divina
Quão bela és tu ó minha amada
Impressionado fico com a beleza

De tão perfeita vejo em ti Afrodite
Em outras vezes vislumbro Vênus
Mas nenhuma deusa parece com ti
De tão lindo que é o seu semblante

Estou pronto para em teus braços cair
Nos teus lábios absorvo a sua seiva
Embriagando com seu suave aroma
Em seus traços vinha carregado

Da pintura feita pelas mãos divinal
Na sua essência a sua fórmula
Dançando como a rosa ao vento
Capto cada gotícula da,essência

Osvaldo Teles

A mente viaja

Sentei a beira-mar o vento soprava
A brisa fresca ao cair do entardecer
As estrelas vão brilhando lá no alto
Os seus primeiros raios vão caindo

Sobre as águas eles se precipitam
Sou envolvido em sua luz brilhante
Contemplado com a sua reluzência
Vou sentindo os efeitos lunáticos

Na pele raios prateados passeiam
Despertando o amante compulsivo
Mentalizo sua presença aqui comigo
Liberando os meus desejos latentes

Mergulho em meditação profundo
O corpo fica estática a mente viaja
Livre ao encontro de mim mesmo
As paisagens passam corriqueiras

Fixando o olhar fica no horizonte
Disperso do agora vou até o futuro
Sem perder contato com o presente
Só vou admirar a beleza do momento

Osvaldo Teles

Despida

Despida invade o sacro quarto
Provocando delírios constantes
O santo se transforma em homem
Perdendo o elo com a realidade

Perdido eu fico no mundo lunático
Fantasias alimentando os sonhos
Literalmente ando pelas nuvens
Enlouquecido para te ter na cama

Travestida com sua sexualidade
Trás consigo a fórmula do amar
Deixando aflorado o nosso libido
Libidinoso vou ao seu encontro

Vens com seu rebolar provocante
Provocando em mim as sensações
Fico nu com espírito fantasiando
A união de dois seres apaixonados

No alvorecer despertar com você
Com sua cabeça envolta no braço
Para que ficar atada às convenções
Libera-te das amarras que te prende

Osvaldo Teles

Seu leito me aguarda

Observando o que está ao em torno
Posso ver beleza de  tudo ao redor
Visualizei as obras perfeitas de Deus
Estava ali deitada como uma anjinha

Desfilando a sua pura ingenuidade
Esperando os suaves afagos meus
Para nos enlaces nos completarmos
Como unha e carne ficamos unidos

Alguns instantes o anjo se ausentou
A deusa do amor se materializando
Ao mundo dos prazeres fui conduzido
Em seus braços busquei o aconchego

Aconchegante seu leito me aguarda
Úmidos os meus lábios lhe procurava
Os seus beijos calientes me seduziu
Levando-me apogeu das sensações

Um planeta imenso para desvendar
O jardim com as flores a embelezar
Gotículas do seu perfume perfumava
Um ser inebriado seu aroma deixava

Osvaldo Teles

O peso da cruz

O peso da cruz está pesada demais
Pretendo encontrar a força espiritual
Curvando-me contrito perante Deus
Levantei com a energia revigorada

Preparado para qualquer empreitada
Orando vou me religando ao celestial
Na certeza da proteção incondicional
Relutante ia me desligando do mundo

Botei em suas mãos os propósitos
Esperançoso que todos se realizem
Entregando-lhe os problemas meus
Fico liberto do peso que me castiga

Retirando dos ombros a cruz pesada
Ganhei minha liberdade tão desejada
Saía do eu uma força jamais imaginada
Capaz de quebrar os elos me prendiam

Para que possa caminhar com leveza
O vento sul sopra norteando a direção
Dando a arma certa para cada batalha
Tendo como o prêmio final as vitórias

Osvaldo Teles

Diante do altar

A cortina se abriu para o grande show
As luzes da ribalta estão preparadas
O ato abençoado perto se concretizar
O espetáculo está prestes a começar

Levando-me para dentro de um conto
A personagem encontrando garbosa
Garboso um ser apaixonado aguarda
A deusa do Ébano afinal seria minha

Parecia-me uma lindíssima princesa
Uma divindade em forma de mulher
No seu andar exalava sensualidade
O enredo parecia um conto de fadas
Sobre o tapete vermelho ela desfila

Diante do altar estou lhe esperando
Perante as testemunhas dizer o sim
Selando nosso destino para sempre
Para que Deus abençoe nossa união

Nos unindo no sagrado sacramento
O amor vai me conduzindo pela vida
Meu semblante era só contentamento
A fantasia me tomava completamente

Osvaldo Teles

Eu e a solidão

Lá pelo estradão vamos eu e a solidão
Ao destino que fora tão planejado
Vagueava só por este pedaço de chão
Pensei que devagarinho chegava

Os empecilhos se multiplicavam
Diminuindo minhas possibilidades
De chegar sem cicatrizes ao final
Ficará para trás as maledicências

Que foi adquirida na longa jornada
A melancolia fez em mim moradia
Os gemidos das dores existenciais
Vem do fundo na forma de lágrima

Parecendo que tomou uma surra
De tão doido que estava o corpo
Chamo em silêncio a esperança
Quisera que ouvisse rapidamente

Para sentir a sua latência em mim
De uma vida pulsando aqui dentro
A criatura querendo se encontrar
Com o ser supremo que lhe criou

Osvaldo Teles