Meu pesado fardo

Caminhei lado a lado com o destino

Alimentando os sonhos do menino

A fantasia floreava a minha cabeça

A solidão era a minha companheira

Fui atropelado pelos os fantasmas

O estradão engolia minha coragem

Amedrontado encarei meus medos

Fazendo crescer de qualquer forma

Meu pesado fardo já não aguentava

Sigo tudo foi fruto acaso inexistente 

Cruzei os limites do meu imaginário

O corpo não respondia os impulsos

Andava com passos descompassado

Muitas vezes quis deixar na estrada

Tudo aquilo que me trazia tristezas

Deixando para trás o que importuna

Minha fé algumas vezes foi a prova

Que valeu apenas seguir na jornada

Buscando motivação para continuar

Fantasiando meus momentos difíceis

Osvaldo Teles

O grito

O grito se expande ecoa pelo espaço 

Como uma trombeta quebra o silêncio

Grito as palavras presas na garganta

O silêncio tomando conta do ambiente

Leva-me a uma grande introspecção

Navego pelo o meu interior profundo

Vou liberando os nós que lhes prende

Vagando vai meu espectro pelo sideral

Tendenciando a uma solidão profunda

Agonizando está um corpo moribundo

A saudade me leva ao túnel do tempo

As lágrimas vertendo torrencialmente

O sorriso é retirado dos meus lábios

Um soluço é o único som que emito

Silencioso estou prostrado de joelhos

Choro as amarguras que a alma sente

Oro para as maledicências irem embora

Porém tenho um Deus que me protege

Fica a prova que sou fruto do momento

E tudo na vida são coisas passageiras

Osvaldo Teles

Sob a luz da lua

Sob a luz da lua repousa a tua pele nua

Sobre o sideral viajam os pensamentos

Segui o brilhante caminho das estrelas

Vão cortando rapidamente a via láctea 

Num jogo de luz se revelam os contornos

Pingos prateados vão cobrindo o corpo

O vento vai passando alisando os pelos

As gotas do orvalho exalando o perfume

A brisa acariciando o teu corpo desnudo

Que minhas mãos acariciam toda nudez

Reacendendo as labaredas das paixões

A doce melodia ecoa suave pelo quarto

Os ouvidos captam suas ondas sonoras

Criando o ambiente propício para amar

Sentir o corpo desnudo é um ato divino

A perfeição divina está em minhas mãos

Igual a massa de modelar vou moldando

Cada parte das curvas bem delineadas

Sentir a perfeição divina na minha frente

A miragem aos poucos foi se afastando

Osvaldo Teles

Desprendendo a imaginação

Estou eu e minha consciência em silêncio

Buscando o equilíbrio do corpo e espírito

Travamos nossas batalhas com o mundo 

Estamos a caminhar pelo caminho escuro

Pelo enorme medo vou sendo controlado

Em sobressalto o coração fica palpitando

Tirando dos olhos as minhas veracidades

Dentro de um espaço obscurecido sem luz

A penumbra vai ocupando o nosso espaço

Um paradoxo toma conta do pensamento

Nem um raio de luz entrando pelo quarto

Uma densa escuridão me amedrontando

Estamos emergidos no oceano sem fundo

Naufragando num mar de ilusão me alieno 

Mergulhando em uma profundidade vazia

Inerte o corpo continua à mente fica alada

Desprendendo a imaginação ela viaja livre

Indo bem longe saindo da minha realidade

Maltratado o coração de um ser sonhador

Na face vai desenhado  as suas gelhas

Osvaldo Teles

O sentimento que nasci

Vem até mim a tua incandescente luz

Que a tua brilhante áurea vai imitando

Como o relâmpago chega iluminando

Igual a um trovão o amor me arrebata

Enobrecir com o sentimento que nasci

Provocando no espírito contentamento

Gotas douradas ficam sobre a cabeça

Brilhantes vão ficando minhas pupilas

Quando deparei com a beleza menina

Radiante os olhos ficam quando te ver

Reflexo da beleza que o teu ser reflete

Hipnotizado me deixa com seu brilho

Irradiando tudo que está ao em torno

Em um jardim florido à mente vagueia

Arrebatada por felicidade momentânea

O coração bate buscando a harmônica

Compassado ele vai ouvindo a canção

O corpo está ganhando seu movimento

Que vem fluindo das batidas do coração

Esculpindo na face o que a alma sente

Osvaldo Teles

Dedico-lhe

Dedico-lhe todinho o meu amor

Que guardei só para te oferecer

Confesso estou louco de paixão

A emoção me toma por completo

Neste instante perco a sensatez

Escuto no silêncio o meu respiro

O sangue ferve em minhas veias

É a vida que acabará de renascer

A seiva correndo nas entranhas

Palpita ofegante o meu coração

Festivo ele bate dentro do peito

Entregando o que há de melhor

Que está intrínseco em meu ser 

Sou tomado por uma sensação

A um novo éden sou apresentado

Num mundo ilusório passo a viver

Devaneios tomam conta da mente

Pela felicidade eu fui arrebatado

Conduzindo-me ao êxtase total

Assim vou vivendo plenamente

Osvaldo Teles

Beija os meus lábios

Angelical é o teu lindíssimo semblante

Amor e paixão faz nascer no meu peito

Abraçar o teu corpo é o grande desejo

Absorvendo a tua puríssima essência

Botando-me de frente com meu ser feliz

Bestificado diante de tanta graciosidade

Beija os meus lábios me leva a loucura

Belíssimo os momentos vou vivenciando

Contrito a alma e o corpo entra em festa

Contudo entraram em comunhão comigo 

Causando contentamento em um coração

Contrapondo a melancolia que castigava

Durante alguns instantes me vi no éden

Desfrutando de tão belo devanear estou

Desisto de batalhar com o meu destino

Detenho a fórmula sagrada de lhe amar

Entrego-me sem nenhuma resistência

Estou desarmado pronto a mim entregar

Esperançoso em seus braços repousar

Encontrando em ti o conforto do espírito

Osvaldo Teles

Por onde andas

Por onde andas meus pensamentos

Estão perdidos entre os dois mundos

Querem se encontrar no plano terreno

Fugazes chegam ao espaço sideral

Vageam solitário pelas constelações

Sorrateiro esquivam do contratempo

Pegando carona nas ondas do vento

Ultrapassando veloz a linha do tempo

Soltam as suas asas em sua direção

Os seus instintos vão lhe conduzindo

Voando vão procurar a sua liberdade

No mundo do faz de conta se encontra

O meu corpo quebrando a sua inércia 

Viajam de estrela em estrela até a lua

A beleza do céu sendo descortinado 

Visualizando lá do alto o seu espaço

Em sobressalto sinto o coração bater

As pulsações vai ficando aceleradas

Descompassadas ficam minhas ideias

Dentro deste labirinto de complexidade

Osvaldo Teles

Quando ela passa

Quando ela passa me encanto

A perfeição em corpo de mulher

Seguirei-a pelos quatro cantos 

Vou seguindo-a sem parabéns

Irei aonde a fantasia me permitir

Vou ao encanto da obra de arte

Delirantes ficam minhas ideias

Estou a um passo da loucura

Quando vejo tua pele desnuda

Em suas curvas vejo perfeição

Como as damas da noite exala

O amor jorra em mim torrencial

Ficando a exposição meu peito

Este é sentimento que desperta

Os lábios não reluta em te beijar

As mãos em te acariciar suave

Preenchendo minhas carências

Nas curvas trás a sua maestria

Bela como uma belíssima arte

Esculpida pela mão artesão maior

Osvaldo Teles

Passou o tempo

Passou o tempo tão rápido

Tirando do corpo agilidade

Deixando os seus estragos

Ou deixou suas maravilhas

De viver feliz a cada etapa

Ficando toda sua maestria

Para que prossiga contrito

Fugaz como a tempestade

Não deu para ver seu vulto

Ficando apenas as marcas

Desenhado na minha testa

Por vezes levei os tropeços

Tornei-me grande vitorioso

Nos empecilhos do caminho

Amadureci com as lapeadas

Que a vida profética me deu

Foi doído o amadurecimento

Ensinando-me as suas lições

Aprendi  seus ensinamentos

Preparando para as vitórias

Osvaldo Teles

Adentra

Seu perfume anuncia sua chegada

Fico na expectativa da sua entrada

Vai entrando exalando o seu aroma

Inebriando-me a sua suave essência

Enfeitiçado estou com a sua beleza

As rosas ficam inibidas perante a ti

Por favor feche essa porta! Adentra

Esqueci aquilo que lhe encomenda

Deixa o seu pudor da porta pra fora

Perco contato com minha realidade

A cabeça começa criar as fantasias

A musa se materializa diante de mim

Despoja-la é o quero neste instante

A paixão me tomou completamente

Despertou os desejos mais íntimos

Puro o meu coração se encontrava

Fui ao paraíso sem sair deste lugar

Transformei o momento com único

Ficando eternizado na minha mente

Todo prazer que minha carne sente

Osvaldo Teles

Lá vem ela

Lá vem ela desfilando na passarela

Vem ofuscando todas ao em torno

Até parece que flutua quando anda

Leveza colocas nas suas passadas

És mais pura personificação divinal

A estrela que se desprende do céu

Irradiando sua luz no plano terreno

Enche minha cabeça de perversão

Os desejos fluindo em abundância

Neste momento quero ter nos braços

Tocá-la e sentir a essência do amor

Gravo na mente os traços perfeitos

Cada linha foi devidamente traçada

Causando em mim muita alucinação

Fascinado estou diante a tua beleza 

Trás em seu semblante ar angelical

Quanta sensualidade nas passadas

Fico eu observando tanta formosura

Os olhos brilhando de tanta emoção

Ao ver tamanha perfeição nos traços

Osvaldo Teles

Estou felicíssimo

Como estou felicíssimo em teu colo

Sentindo as benesses dos carinhos

Que as tuas mãos me proporcionam

Para tudo minha mente entra em alfa

Transcendo fora do meu mundo real

Na comunhão dos corpos me perco

A dita tal da lucidez vai para o beleléu

Nossos corpos flutuam soltos no além

Misteriosamente almas se encontram

Absorvo a calmaria deste momento

Prazeroso é o contato com a carne

Tudo ao em torno ganha ar de paraíso

É muito lindo admirar a sua linda face

Quando o orgasmo ocorre no seu corpo

Os meus pêlos ficam todos arrepiados

Uma tremedeira toma conta da pele

Sou tomado por um misto de felicidade

No peito o coração batendo acelerado

Levito como uma pluma solta ao vento

Parece que estou a caminho do advento

Osvaldo Teles

Saio voando

Não sei de onde vem esta sensação

De liberdade que toma  meu espírito

Sinto como se fosse um  passarinho

Ganhando agilidade dos beija-flores

Livremente saio voando pelo espaço

O espaço sideral se torna pequeno

Diante da minha capacidade de voar

Batendo asas vou buscar meu ninho

Para completar minha difícil saga

O som do vento é meu companheiro

Vai acalmando a minha inquietação

Vou seguindo suas quentes correntes

Do meu mundo me afasto aos poucos

Não dou limites aos meus devaneios

Chegando ao meu ponto de chegada

O planeta sonho é aonde vou pousar

Muitos me chamaram até de maluco

Dizendo que vivo longe da realidade

É a fórmula que achei para ser feliz

Dentro de um espaço ilusório estou

Osvaldo Teles

Retrocedo

As flores da Laranjeiras exalam

Os doces e inebriantes perfumes

Aromas e sabores se eternizaram

Sintonizo a rádio ouço a canção

A melancolia toma conta da alma

O meu portal do tempo é aberto

Torno-me passageiro interiorano

Viajando pelo paralelo do tempo

Regresso aos momentos vividos

De quando eu era ainda menino

Os que marcaram para sempre

Que ficaram gravados na mente

Caminho no meu mundo ilusório

Retrocedo aos momentos bons

Pego nas mãos das lembranças

Viajo nas minhas reminiscências

Só não acompanha a aparência

A nostalgia vem e batendo forte

Trazendo as lágrimas aos olhos

Tendem escorrerem torrenciais 

Osvaldo Teles

Enche o copo

Por favor coloca logo está talagada

Enche o copo vou beber de uma vez

Estou precisando deste forte analgésico

Vai descendo queimando meu peito

Apaga aos poucos os pensamentos

Sinto que vai apaziguar as aflições

Atravesso a madrugada embriagado

Só quero afogar as minhas mágoas

A noite gélida é minha companheira

Sobre a marquise as lágrimas rolam

Meu corpo sofre os efeitos da mente

Solitário vislumbro a lua se apagando

A solidão é a companheira constante

No silêncio noturno a ideia se perde

O ser moribundo desperta na calçada

Sentindo a indiferença da sociedade

Sua hipocrisia deixa a marca na alma

Tirando de mim as ilusões dos sonhos

Passa viver a veracidade da realidade

Dentro do complexo mundo da fantasia

Osvaldo Teles

Retira o teu véu

Retira o teu véu

Mostra tua face

Leva-me ao céu

Vamos ao enlace

Transpondo a linha

Imaginária do amor

Entrando na calmaria

Aliviando a minha dor

Seremos os donos

Dos nossos momentos

Costurando os danos

Causado pelo sofrimento

Em um mar de alegria

Transformei minha saga

Na contramão diária

Aos poucos a alma canta

Entretanto vou encontrar

A bendita felicidade

Quando estiver envolto

Em seus quentes braços

Osvaldo Teles

São tantas coisas

São tantas coisas que a vida oferece

Às vezes causam indecisões a mente

Passageiras são as horas que me dá

Quando dou por mim tudo já passou

Ficando apenas na minha lembrança

O que de bom a vida a mim ofereceu

Não me deixarei levar pela facilidade

Sei que todas conquistas são difíceis

Tenho que ter discernimento para ver

Com calma o caminho que me levará

A minha felicidade que tanto almejei

Nem sempre o mais curto é o melhor

Sem perder de vista minha essência

Mas nem sempre nos trás felicidades

A cada esquina tem armadilha pronta

Para me aprisionar a qualquer vacilo

De uma forma tão fugaz que não noto

Por vezes chorei minhas desventuras

Quando fui em busca das aventuras

Deparando-me com um extremo vazio

Osvaldo Teles

Meu vazio

Existia um vácuo dentro do peito 

Minha existência não tinha sentido

Selvagem!  Um homem vivia inútil

O instituto é que lhe mantinha vivo

Perdido estava até lhe encontrar

Espero de ti amor és meu conforto

A minha alma clama bem alto por ti

A carne trêmula quer o seu aperto

Entrando em delírio minha mente

Em seus braços quero aconchego

Derreto-me com seus quentes beijos

Cheio dengo busco a sua quentura 

Quebrando o gelo deste momento

Neste contexto encontro minha paz

Pelos olhos saem seus fragmentos

Aliviando todas as minhas tensões

O meu vazio vai sendo preenchido

Pela força onipresente do seu amor

Ocupando todo espaço do coração

A alma vai sentindo os seus efeitos

Osvaldo Teles

O seu magnetismo

Impactante a mim é tua beleza

Que traz em seus traços faciais

Foi amor sim a primeira vista

Causando na mente devaneios

Encontro-me no mundo ilusório

O chão faltando aos meus pés

Flutuei como a pluma ao vento

Tentei desviar a minha estrada

Tentando fugir da sua presença

Ao te ver alimentava a palpitação

Por mais que tentasse me atraía

O seu magnetismo me puxava

Envolvendo-me em seus deleites

Chamando para o enlace carnal

Como uma tentação me provoca

Um grande amor já me dominava

Em festa o coração bate no peito

Dando ao descompasso seu ritmo

Sua sensualidade vai me seduzir

Despertando em mim os desejos

Osvaldo Teles

Despeço-me da noite

Despeço-me da noite encantado

Desperto feliz com seu presente

Milagroso o dia está começando

O alvorecer me deixa  fascinado

O sol nascendo por trás da mata

Nos presenteia com sua energia

Fazendo a vida correr nas veias

A vida renascendo com sua força

A natureza desperta exuberante

Do orvalho resto apenas o aroma

O mundo se torna grande jardim

Com as suas flores a nos enfeitar

Ao longe ouço o canto dos galos

Acordo com o som dos pássaros

Harmonicamente fazem sinfonia

Em galho em galho vão pulando

As árvores dançando livremente

É a obra de Deus se mostrando

Quão é maravilhoso o seu poder

Desenhando um cenário perfeito

Osvaldo Teles

Vejo-te estonteante

Vejo-te estonteante a caminhar

Meus olhos ficam vidrados em ti

Até parece que estás desfilando

De tanta leveza que o corpo tem

Fico a ouvir o som das passadas

Provocando em mim ansiedade

Corro para diminuir a distância

O coração recebe as descargas

Das emoções que me provoca

Em estado de graça me encontro

Sinto as vibrações do seu olhar

Penetrante invade a minha alma

Avassaladora a paixão me toma

Palpitante ele fica na expectativa

Dos dois seres se aconchegarem

Buscando tenacidade dos corpos

É quando o amor se faz presente

Deixando o belo interior aparente

Cruzamos o imaginário do sonho

Envolvido estou com as fantasias

Osvaldo Teles