domingo, 30 de setembro de 2018

Cantiga de amor

Cantiga de amor entra pelo ouvido
Tocando bem lá no fundo da alma
Levando a um êxtase paralisante
Trazendo a tona toda a saudade

O som melodioso me envolvendo
Sendo conduzido por sua harmonia
Oferecendo-se puro a contra dança
Vou encontrando o contraponto 

No piano vai sendo tocada a canção
De cada canto que compõem o canto
O compasso vai amolecendo o coração
Recebendo as suas vibrações sonoras

No salão os corpos se juntam tenro
A pele entra em combustão de tensão
Fazendo aumentar a temperatura
Deslizando suave vão corpos suados

Sentindo a ternura que vem das carícias
Seguindo o tom afinado da cantoria
Deixando ser levado pela doce melodia
Ouça a sua voz melódica dizer te amo

Osvaldo Teles

Quando era pequeno

Quando era pequeno queria ser grande
Hoje que sou grande quero ser pequeno
A dor do amadurecimento tive que sentir
Retroceder não posso mas a essência fica

Tinha pressa para as coisas acontecerem
Parecia que o mundo foi feito sob medida
Encontrava que era necessário para viver
Não pensava nas consequências do atos

Só viver o momento era o que importava
O amanhã estava bem distante das vistas
Andei vagarosamente confuso na estrada
Vislumbrando a desejada linha de chegada

Querendo saber o que estava a minha espera
Sei lá o que me espera na próxima esquina
Fui seguindo atentamente a minha intuição
A expectativa do crescimento me consome

Levei muita paulada no lombo para crescer
Porém o meu aprendizado era inevitável
Arrependimento não levo comigo no peito
Amei incondicionalmente tudo que vivi

Osvaldo Teles

sábado, 29 de setembro de 2018

Tentei retirar da memória

Tentei retirar da memória os momentos felizes
Que passamos juntos cheio de contentamento
A sua ausência deixou sequelas dolorosas
Que fazem os olhos encherem de lágrimas

Doidivanas ficam as minhas inquietações
Estampando no rosto o que a alma sofre
O silêncio era a porta de entrada da saudade
Contentei-me com as lembranças que ficaram

O teto era a tela que passava o filme da gente
Regado com alternância do enredo romântico
Um espectro anestesiado jazia no seu leito
Que um dia foi o seu ninho de entrega

Sabes tu a importância que tinhas para mim
Tracei um sincero amor para a vida toda
Querendo a aceitação da pessoa amada
Onde compartilharíamos alegrias e tristeza

Viveríamos contrito em um amor verdadeiro
Num amar comprometido com a felicidade
Ficando para trás todas as amarguras
Na certeza que tudo é eterno enquanto dura

Osvaldo Teles

Tudo está quieto

Tudo está quieto neste momento
A tranquilidade ocupa o coração
Leve vai batendo suave no peito
Calmo vai sentindo os efeitos

Deparo com o afinado compasso
O misterioso toma conta do espaço
Só se ouve os cantos dos grilos
E os cachorros latindo lá fora

Quebrando o silêncio aqui dentro
A noite vai passando sem ser notada
Uma sinfonia de roncos é orquestrada
A ampulheta vai marcando o tempo

Os ponteiros vai dando volta veloz
Que não dá tempo de vê-los passar
Tudo é muito corrido nesta dimensão
Quando olho no espelho vejo os efeitos

Num voluptuoso espasmo ele avança
Impetuoso vai ficando as suas marcas
Deixando as rugas na minha testa
Aos poucos os enigmas vai sendo revelado

Osvaldo Teles

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Enfim

Enfim

A chuva batendo no telhado molhando o rosto
Correntes dos ventos entrando pelas frestas
Via um forte clarão corta rapidamente o céu
Na rede embalava plausíveis pensamentos

No querer constante de estar comigo mesmo
Dentro do meu mundo ilusório me encontrava
Acalentando as frustrações que  foi imposta
Distante das armadilhas que foram armadas

Para aprisionar no mundo dos pesadelos
Meus doces e eloquentes sonhos me levou
Transportando de volta para o paraíso
Deixei para lá as minhas decepções sofridas

Não me desperta quero continuar sonhando
Sem perceber já estava totalmente envolvido
Utopicamente vivia um ser no plano terreno
Querendo encontrar o seu pedaço no mundo

Dentro do espaço vazio estava lá eu e eu
Amedrontado com o silêncio que fazia
Só ouvia o som abafado dos meus suspiros
Enfim vou sentindo a primazia de estar contigo

Osvaldo Teles

Andei descalço

Andei descalço pela areia da praia
Fui absorvendo toda a sua energia
Nela estavam as suas suaves pegadas
Que em um forte impulso eu seguia

Atento olhava para todos os lados
Vislumbrei a grandiosidade do amor
Sobre a areia desenhei um coração
Dentro dele escrevi o seu nome

As ondas quebrando nas pedras
A água sorrateira veio e apagou
Porém já estava gravado em mim
Entranhado como um selo no peito

A brisa suavemente alisava o rosto
O frescor refrescante alivia a alma
Impactante era a imagem que surgia
Observando a beleza que vem do mar

Em seus mistérios fui envolvido
Pelo nariz ia encontrando a maresia
Levíssima as passadas iam deslizando
Assentei em uma pedra para admirar

Osvaldo Teles




quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Cantaria para ti

Queria ter o dom da melodia
Com uma melodiosa voz
Cantaria para ti todos os dias
A composição falaria de paixão

Lindos madrigais de amor
Inebriando as nossas almas
Flutuando ficam as cabeças
Ganhando a leveza das plumas

Chegando até as constelações
Dançando entre as estrelas
Tendo-te em minhas mãos
Seria o meu afinado violão

Dedilhando ia sentir a vibração
Tinia entre os meus dedos
Vibrantes ficas a pulsações
Fluindo em forma de canção

Cadenciando todos os movimentos
Tirando descompasso do compasso
Faria como a leveza dos passarinhos
Harmonizando a minha cantoria

Soltando harmônica carretilhas
Pegaria-te pelas tuas macias mãos
E levaria para o salão dançariámos
Caladinhos ouvindo a nossa música

Osvaldo Teles

domingo, 23 de setembro de 2018

Ouça o barulho da chuva

Ouço o barulho da chuva caindo lá fora
As estrelas ficam totalmente escondidas
A lua esconde seu brilho por um instante
A perversa frieza toma conta do  quarto

Um ar de tristeza alterou o meu humor
A cama se transforma num bloco de gelo
Sobre o leito o corpo tremendo de frio
Nenhum cobertor é capaz de combater

A pele vai sentindo os seus efeitos
O sangue congela nas correntes sanguíneas
O meu ser pede o seu corpo ardente
Para combater a frieza do meu coração

Contentamento é o que meu ser almeja
Nos seus lábios carnudos me descontrolo
O sangue foi reaquecido dentro das veias
Uma taça de vinho para aquecer os corpos

Fico ansioso para está contigo no enlace
No calor do momento tudo pode acontecer
Quando sua pele toca a minha sem pudor
Devolvendo os desejos que foram consumidos

Osvaldo Teles

Agarrei a fé

Partindo em direção do desconhecido
Perdi-me mundo afora na esperança
De religar o elo que estava partido
Não via sentido no esforço que fazia

Contrito com os conflitos existenciais
Para compreender a minha existência
Via em tudo um grande obstáculo
Que não tive modo em transpor-lo

Margeei os limites da inconsciência
Beirando as fronteiras da loucura
Coloquei a fórmula do amor próprio
Protegendo-me da depressão crônica

Briguei com os meus cruéis verdugos
Tendenciei sair vitorioso desta briga
Não sei como arranjei tanta energia
Agarrei a fé como o meu subterfúgio

Para aliviar o peso do meu castigo
Resiliente voltei ao ponto de origem
Inconcebível a inconstância do tempo
Passando rápido deixando as marcas

Osvaldo Teles

sábado, 22 de setembro de 2018

Canto à beira mar

Canto à Beira mar ecoa melodicamente
Dando ritmo aos movimentos dos corpos
O ar conduz até os meus ouvidos o som
Tocando suavemente as ondas cerebrais

Entro em êxtase quando sinto seu toque
Suave canção está sendo orquestrada
Como o canto da séria que hipnotiza
As marolas vem dançando no compasso

Harmonizado com as ondas batendo
Nas pedras morrendo na areia da praia
A brisa soprando a melodia envolvente
Vou me entregando a sua harmonia

No além mar vou decifrando os enigmas
A maresia envolve os corpos desnudos
Quebrando a inércia de duas  mentes
Libertas elas ultrapassam seus limites

Levando ultrapassar a linha do horizonte
Mergulho em um oceano de sensações
Prazeroso é admirar as suas águas azuis
Sou dominado pelos os seus mistérios

Osvaldo Teles

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Quando eu era menino

Quando eu era menino brincava como menino
As brincadeiras corriam soltas e espontâneas
Ia atrás da bola sem nenhum compromisso
Preocupação só mesmo com as peripécias

Ao som das cantigas de rodas fazendo dançar
O grande mundo tornará um imenso picadeiro
A minha imaginação bailando nas estrelas
Só queria aproveitar o encantamento dos dias

Que passavam despercebidos
Sonhava como menino vivia fantasiando tudo
Ilusório era toda personagem da estória
Fazia-me ver o mundo com outros olhos

Alimentando em mim um ser fantasioso
Que ouvia no terreiro sobre o céu estrelado
Para que se preocupar com as fases da vida
Na proporção que cresci as responsabilidades

Iam se multiplicando com o peso da idade
Que me fez amadurecer a dura pena
Hoje os compromissos do homem adulto
Levaram ao amadurecimento precoce

Osvaldo Teles

Quando eu era menino

Quando eu era menino brincava como menino
As brincadeiras corriam soltas e espontâneas
Ia atrás da bola sem nenhum compromisso
Preocupação só mesmo com as peripécias

Ao som das cantigas de rodas fazendo dançar
O grande mundo tornará um imenso picadeiro
A minha imaginação bailando nas estrelas
Só queria aproveitar o encantamento dos dias

Que passavam despercebidos
Sonhava como menino vivia fantasiando tudo
Ilusório era toda personagem da estória
Fazia-me ver o mundo com outros olhos

Alimentando em mim um ser fantasioso
Que ouvia no terreiro sobre o céu estrelado
Para que se preocupar com as fases da vida
Na proporção que cresci as responsabilidades

Iam se multiplicando com o peso da idade
Que me fez amadurecer a dura pena
Hoje os compromissos do homem adulto
Levaram ao amadurecimento precoce

Osvaldo Teles

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Tudo se torna fugaz

Penetrei no desconhecido  cósmico
Quebrei os paradigmas do abstrativo
Fazendo real o sentimento do amor
Jorrando como fonte de água viva

Tudo se torna fugaz na minha mente
O coração tornou-se a sua morada
O carnal ganha status de santidade
Selei no peito o sagrado sacramento

Traduzindo os enigmas que ela traz
Confirmando a aliança de duas almas
Deleitando-se nos prazeres terrenos
Esquecendo por alguns instantes

A sua condição de um ser terrestre
Fez do amar sua condição humana
Deitando em um  leito esplêndido
Sentido o esplendoroso sentimento

Misturando o sacro com o profano
Dos olhos saíram muitas faíscas
Vidrados eles ficaram na imagem
Que se formou na minha frente

Osvaldo Teles

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Rotação

Vou seguindo a rotação do vento
Deslocando dentro do redemoinho
Sou jogado de um lado para o outro
Fazendo sentir os efeitos da vertigem

O rompante é de quem está extasiado
De longe vai surgindo a bela miragem
Levando-me perder o equilíbrio
Mexendo com as estruturas emocionais

A cabeça gira no sentido horário
Na expectativa de seguir seu rastro
Observando pegada por pegada eu vou
Para deparar-me com um  fértil oásis!

Jogar a semente do amor e esperar germinar
Nascendo uma árvore frondosa e frutífera
Adubar com carinho e afeto para florescer
Para os seus frutos saírem em abundância

Destilando deles o mais saboroso líquido
 Sobre a sua sombra repousarei da fadiga
Até cair exaurido à sua refrescante sombra
Na fonte cristalina saciar a minha sede

Osvaldo Teles

Tornando-se um só

Olhei o sol se pondo por trás do monte
Observei maravilhado o seu esplendor
Um verdadeiro ministério se revelava
Uma linda transição entre o dia e a noite

Voando o pensamento toca as estrelas
Entro em órbita no sideral embevecido
O clima de romance domina o ambiente
Tudo fica perfeito para a prática do amor

No céu a lua e as estrelas se mostram
Deslumbrante com luzes incandescentes
Clareando as noites dos amantes
Os amantes se entregam ardentemente

Sobre os efeitos benéficos das fases da lua
O enredo aos poucos vai se desenrolando
Elencando os corações dos enamorados
Enroscando os braços entre os corpos

Coladinhos quebrando as leis da física
Vão ocupando o mesmo lugar no espaço
Metaforicamente falando vão se juntando
Tornando-se um só solto na via láctea

Osvaldo Teles

domingo, 16 de setembro de 2018

Nunca fui uma metamorfose

Nunca fui uma metamorfose ambulante
Fixado! Via tudo em uma só direção
Os meus conceitos eram imutáveis
Inultrapassável se tornou o meu coração

Uma armadura foi colocada em seu entorno
Palpitava dentro de um espaço fechado
Frio como a estação de inverno
Devido a frieza que  ele era tratado

Botando para fora as coisas do interior
E dureza que a vida lhe maltratava
O corpo e a alma sentia os seus efeitos
Perguntava em que planeta eu estava

Ficou empedernido com as decepções
Levado pelo revés dos dias turbulentos
Parecia que caminhava em câmara lenta
Parecendo um cadáver andante

As contradições me  levava a refletir
Passei a vê tudo com outros olhos
Quando o amor fez morada em mim
Ficou lindo quando fui apresentado a ti

Osvaldo Teles

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Negativas do meu destino

Abriu-se a porta adentrei espaço a dentro
Querendo encontrar o que tinha perdido
Procurei em bar em bar em copo de bebida
Entristece com as negativas do meu destino

Sempre soube que meu querer não foi páreo
Para os contratempos colocado no caminho
Corri desesperado em busca dos motivos
Que trouxessem graças para a vida

Nas damas da noite busquei o alento
Dancei coladinho mas não senti afeto
A frieza me deixava totalmente gélido
Todo o meu ser tremia nas madrugadas

Como encontrar se não tinha levado comigo
Fiz uma besteira deixei em mãos alheias
Quando dei por conta já estava envolvido
Só esqueci que dependia do querer alheio

Adquirir experiências que antes não tinha
Aprende a duras penas que a felicidade
Tem que está dentro de mim primeiro
Ficando livre da dependência de outros

Osvaldo Teles

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Um belo cenário

Desprendi os pés do chão
Dando asas a imaginação
Fiz o meu plano  de vôo
Sem  limite para voar

As estrelas era o limite
No ar pairava livremente
Sem nenhum empecilho
Um belo cenário a contemplar

As maravilhas que pude admirar
Vi de cima esplendor da criação
Um campo florido para pousar
Absorvendo a leveza dos pássaros

Sobrevoando o espaço e o tempo
Harmonizando o corpo e a alma
Para nos braços da amada repousar
O combustível era os sonhos

Que alimentavam a esperança
De nas paragens encontrar
O ser alado para o céu cortar
Em uma viagem imaginária

Osvaldo Teles

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Despertou

Solitário estava com as ideias distantes
A melancolia reinava sobre meus dias
Sem tino para as coisas do coração
Na cama jaz um corpo quase sem vida

Cabisbaixo seguia tortuosos caminhos
Desnorteado pelas aflições que corroía
Era apenas uma criatura esvaziada
Pela falta do sagrado e nobre sentimento

Não sabia o sabor que a vida tinha
As inquietações lhe consumiam por dentro
Buscando algo que desse sentido ao viver
Cabisbaixo seguia tortuosos caminhos

Algumas situações tiraram a consciência
A intuição por vezes lhe faltava, seguia cego
Em uma curvas uma surpresa lhe aguarda
Seu anjo da guarda estava por se revelar

Uma Estudiante deusa em forma de mulher
O amor que estava adormecido despertou
De forma violenta que quebrou as algemas
Devolvendo-lhe os motivos para prosseguir

Osvaldo Teles

Despertei embriagado

Despertei embriagado com seu aroma
Vindo a mim  a perfumancia das flores
Sou invadido pelo seu suave perfume
Ficando a mostra minha dependência

Sinto a sua ação dentro do quarto
Impregnado ele ficou nas minhas vestes
Flores estavam jogadas sobre a cômoda
Aquelas que enfeitavam o momento

Virei a cabeça em 180° a sua procura
Sua presença está gravada na memória
Corpo quentinho colado com o meu
Trazia junto as labaredas da paixão

O ponto certo para o meu  sangue
Entrar em estado de efervescência
Incendiando-me com o calor de sua pele
Dormente ficam as ideias diante do amar

Ficando todo o meu ser entorpecido
Dormência toma conta dos movimentos
Querida passastes a fazer parte
Da fórmula secreta da essência do amor

Osvaldo Teles

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Renascimento

A grande magia já começou aqui dentro
O sangue fervilhando queimando as veias
Fazendo-as ficarem fumegante em brasas
Queimando a minha massa cinzenta

O renascimento que acontece ao amanhecer
É quando a lua se esconde e o sol desponta
E as estrelas já estão no caminho de volta
Vai repousar depois de uma noite encantada

Escondendo-se por trás da linha do horizonte
Proporciona a sincronizada dança dos astros
Quando os botões se transformam em flores
O homem recebe mais um sopro de vida

Despertando para um novo alvorecer
O moribundo levanta do seu leito refeito
Deslumbrante é o brilho dos meus olhos
Quando desperto tomado pelo contentamento

Em vislumbrar a bela flor em seu desabrochar
O universo se transforma fica  mais brilhante
Alegrando os dias com seu belo colorido
O suave perfume das rosas me envolve

Osvaldo Teles

sábado, 8 de setembro de 2018

Sou caboclo

Sou caboclo cabra da peste arretado
Arregaço a manga e parto para luta
Começo no alvorecer indo até anoitecer
E é de sol a sol sem medo da labuta

Com a cara e a coragem e determinação
Com bravura vou preparando a terra
O sol é bicho  brabo esfola o lombo
Com a enxada vou abrindo o roçado

É lindo ver as sementes germinarem
O melhor de tudo é colher os frutos
Mesmo todo mundo comendo um pouco
A meninada estar com a barriga vazia

Pois no final do dia tenho que botar
A comida na mesa a fome não espera
A barriga grande e por causa das lombrigas
A bicha tem cara feia chega amedronta

Depois mesa pronta chegam os parasitas
É tanta gente para comer que o que sobra
A carga é pesada é imposto disso e daquilo
Que não fica nada para se alimentar

Osvaldo Teles




Fico extasiado

Quando adentro o seu mundo
Fico extasiado com sua beleza
Os olhos se fecham para sintetizar
O esplendor do encontro dos corpos

Entre beijos e carícias nos entregamos
Aliando-nos no mesmo sentir feliz
Enternecidos pelos efeitos das carícias
A seiva destila nas nossas artérias

Deixando elas em plena dormência
Sentido os seus efeitos as almas
Unem-se festivas na força do amor
Envolvendo-as em suas ternas carícias

Fazendo o coração palpitar no peito
Chegando ao exterior do ser abstrato
Findo deslumbrado porque ganhou vida 
Aquele amar que só existia na cabeça
 
As íris dançam dentro da caixa ocular
Ocultando as maledicências existentes
Aparente  ficam os dentes de felicidade
Demonstrando o bem que nos proporciona

Osvaldo Teles

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Quer casar comigo?

O pedido foi feito em uma praça
Tendo os astros como testemunha
Eu te amo quer casar comigo?
Quero dividir meus dias contigo

Não tenho nada para te oferecer
A não ser o meu verdadeiro amor
Tudo parou ao meu em torno
Parecendo que era conto de fada

Foram os segundos mais longos
E angustiante da minha vida
Que tive esperar pela resposta
Aguardei ansioso como o menino

Que me faria no homem mais feliz
No bolso já estavam as alianças
Na expectativa de receber o sim
Levarei-a diante do sagrado altar

Pedindo a bênção ao meu Deus
Para selar os nossos destinos
O plebeu se sentia um Príncipe
A espera do sim da sua amada

Osvaldo Teles

Seguir a estrela

Seguir a estrela cadente para encontrar
O anjo celestial que despencou do céu
Riscou o infinito iluminado o caminho
Batizei-a com o nome de estrela Lili

Brilhantes ficaram os meus olhos
Para dar colorido a um belo viver! Aos dias
Fui contemplado com a luz incandescente
Que trouxe brilho para um olhar tristonho

Acendeu o fogo ardente dentro de mim
Dos poros fluía a verdadeira essência
O sangue queimava como uma brasa
Ardência eu sentia por todo o corpo

A quentura de sua pele fazia arder
Trazendo de volta o fogo da paixão
O coração absorvia os seus efeitos
Parecia que ele ia explodir no peito

Perdi a noção do certo e o errado
A ânsia de beijar a sua boca me perco
No seu caminho da felicidade me acho
Dentro dos braços encontro o aconchego

Osvaldo Teles

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Belíssima

Belíssima em trajes sensuais
Camisola alva em pura seda
Suas curvas ficam a mostra
Delineia sua formosura perfeita

Deparei com uma bela deusa
A mulher foi elevada a status
De uma rapariga sedutora
Sua transparência me seduzia
Deixando em mim um querer

Daquele que nos tira os sentidos
Levando a um desejo latente
De possuí-la completamente
Sem dar limites a imaginação

Quarto a meia luz cria o clímax
Perfeito para se entregar ao amor
Adeus foi dado ao mundo terreno
Rapidamente cheguei ao sideral

Acabando a lacuna do real e a fantasia
O abismo existente entre os corpos
O magnetismo extinguiu por completo
Unindo dos seres no mesmo objetivo

Osvaldo Teles

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Arrebentei a jaula

Arrebentei a jaula que me aprisionava
Libertei o animal que em mim habitava
Venci a minha difícil batalha particular
Como um grande gladiador me sentia

Buscando as forças onde não existiam
Uma forte energia se desprendia do ser
O instinto foi substituído pela consciência
Fui usando a sabedoria como trunfo

Aprendendo com meus próprios erros
Trazendo de volta a desejada lucidez
Porém a insensatez sempre me perseguia
O poder do  amor domesticou o homem

Mudando a sina da dor que fazia verter
Lágrimas copiosamente e de forma dolorosa
As almas se encontraram e se entregaram
De um forma bela e avassaladora

Mostrando uma luz no final do túnel
Uma fortíssima energia se desprendia
Ganhei o controle da minha vida
Brevemente se tornaram os meus atos

Osvaldo Teles

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Sonhei contigo

Sonhei contigo durante as noites
Sentia com estivesse no Olimpo
Um homem que está enamorado
A deusa Vênus caiu do pedestal

O seu corpo vai caindo sobre mim
Causando em mim consternação
Transformou-se em uma mulher
Vindo contigo o poder de seduzir

Transportado ao jardim do éden
Perdi o contato com o mundo real
Adentrando para o seu paraíso
Abrindo para mim grande portal

Introduzindo ao mundo das ilusões
No seu olhar a fórmula do amor
Encantando um ser solitário
O seu beijo era um estimulante

Desencadeando uma forte paixão
Fazendo o coraçãozinho palpitar
A tensão me consumia por dentro
Os seus toques me trazem tranquilidade

Osvaldo Teles

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Busquei no interior do eu

Sabe aquele dia que você quer ficar só
Longe dos olhares indiscretos e perversos
Que você olha para si e quer fugir de tudo
Que você pensa que nada vai dá certo

Compondo um tabuleiro de xadrez
Sendo você uma peça inútil de um jogo
A espera do tempo certo para o xeque mate
A peça principal não está em minhas mãos

Será que eu poderei retardar a jogada
Ou serei vencido na primeira tentativa
As pernas perdem as forças nas passadas
Fraquejar já faz parte do meu cotidiano

Parece que Deus se esqueceu de mim
Levanto a cabeça para o céu e pergunto
Em qual momento me perdi no caminho?
Onde está a minha força revigorante

Busquei no centro do eu: ela estava lá
Lá no fundo tinha uma força superior
Dizendo tenha fé que você consegue
Se você lutar será um vencedor

Osvaldo Teles

domingo, 2 de setembro de 2018

Levo comigo as marcas

Por onde eu ande você vai estar
Gravado em minhas lembranças
Ficava querendo viver tudo de novo
O desejo me consumia por dentro

Levo comigo as marcas no corpo
Das nossas noites de amor intenso
Beirava o estado de oniróide! Louco
Para te ter novamente nos braços

Sou feliz por ter você em meu leito
O sabor dos seus quentes beijos
Parecia com o manjar das deusas
Deixava-me em plena satisfação

O portal do paraíso se escancarou
A minha bela amada se revelou
Cada toque seu me levava a loucura
Trazia de volta ao corpo as sensações

Que só você é capaz de proporcionar
As veias ficam prestes a explodir
Quando os meus lábios tocam os teus
Os órgãos trabalhando em harmonia

Osvaldo Teles

sábado, 1 de setembro de 2018

Girando a cabeça

Girando a cabeça ao ritmo das ondas
Pegando carona nas correntes marítimas
Deixo ser levado para a profundeza do ser
Na intensidade do amor nos encontrar

Mergulho querendo encontrar a essência
Da alquimia que nos faz entrar em delírio
Misturando com a minha seremos único
Sentindo a brisa suave em nossas faces

Somos envolvidos pelas leves brumas
Que nos faz flutuar entre as constelações
Os corpos se encontram no mergulho
A sereia e o tritão unidos a bailar

Juntos fazem a perfeita coreografia
Bailando na mesma sincronizacão
No mesmo movimento se acoplam
Colando as peles vindo os impulsos

O vento batendo nas águas nos faz
Ouvir a melodia que foi orquestrada
Que nos envolve em sua canção
Molhando-nos com pingos de felicidade

Osvaldo Teles

Tirando a lucidez

Ali estavam as flores multicores
Porém a mais bela estava por vim
Multicolorida como a primavera
E eu o jardineiro pronto para colher

De seus poros exalava o perfume
Deixando a mostra a sua suavidade
Que vinha do fundo de sua alma
Embriaguez causava o seu aroma

Tirando a lucidez dos meus atos
Fazendo-me agir por puro instinto
Acariciar suas pétalas trazia-me paz
Elevando o corpo ao estudo de plenitude

Perdendo o contato com o mundo real
Alcançando a magia do amor pleno
Retirando dos olhos a minha tristeza
Dentro deste contexto eu me achava

Completamente enamorado pela flor
Mais bela e perfumada deste  jardim
Tornando belo cada instante vivido
Encontrando o tão desejado sossego

Osvaldo Teles