segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Angústia da espera

O silêncio adentra fecho os olhos
Para me concentrar na sua espera
Preparei-me para te receber
Coloquei o mais belo traje, me perfumei
Na casa exalava o cheiro da lavanda
Na cama coloquei lençóis limpos
Sobre eles pétalas de rosas a perfumar
No criado mudo à vela dava o tom
Do romance que estava a começar
A janela entreaberta a brisa entra suave
Refrigerador natural do ambiente
O corpo já está empedernido pelo frio
Não vai bagunçar os meus planos
Não desfaz o meu sonho
Vem logo quero sentir as delícias
Dos seus deliciosos beijos
E a delicadeza dos seus toques
A gentileza do seu corpo me recebendo
Leva-me a sensatez ela já não me serve
A expectativa me deixa agoniado
Já estou a um passo do loucura
De repente o seu aroma toma conta
Uma sensação de alívio me assume
Estou a sonhar acordado com a amada
Em meus braços, ofegante busco os lábios
No impulso deixamos a divindade amor
Assumir o comando nos levando
A nos entregarmos sem compostura
Era o que sempre quis: te levar o prazer
Extremo, estremecendo as estruturas
Fazendo da sua quentura a combustão
Transportando-me para o paraíso
Vejo-te desvanecida, exaurida do amar
Desfazendo a angústia da espera
Aliviado repouso tranquilo ao seu lado

Osvaldo Teles

domingo, 30 de outubro de 2016

Nos acordes

Nos acordes ouvia soar a melodia
Meticuloso tento entoar a canção
O canto ecoa interior a fora
Os uirapurus, os canários, os sabiás
Se calam diante da bela melodia
Destes um solo fa-zendo-mi levitar
La vou dedilhando sobre o seu corpo
Sol tirando o som das suas cordas vocais
Re compondo a alma da luxúria da dança
Respondendo à inquietação do ser
Rufam os tambores a orquestra sinfônica
Pede licença para passar deixando
A plangência sonora no ambiente
Abrindo o jardim secreto do amor
Liberando sonoridade contida, tocante
Bailando como albatrozes ao som do mar
Dando os seus vôos rasantes sincronizados
Chuvas de pratas colorindo o chão
As cordas gemem aos toques dos  dedos
Dando o tom dos nossos movimentos
Levando dois corpos ao clímax pleno
Hipnotizados levitamos extasiados
Acariciados pela suavidade da melodia
Que saíam harmoniosamente em sua voz
Como beija-flor pairamos soltos no ar
Como estivéssemos em gravidade zero

Osvaldo Teles

sábado, 29 de outubro de 2016

Lembranças de outrora

Lembranças de outrora me perseguem
De uma era boa em que eu vivi
Sem falar o aconchego da família
Encontro com os amigos na praça
O bate papo corria solto
O sereno da madrugada vinha carregado
Com o perfume das flores da noite
A serenata animava a cantoria
A praça da matriz era o nosso palco
Vejo fresco na memória as brincadeiras
No coreto, a criançada perdia noção do tempo
Trago hoje comigo planos mirabolantes
Que fiz  quando era criança que sonhava
E via profundidade em tudo que me cercava
As belas raparigas colírio para os meus olhos
Que se juntavam na roda de conversa
Palavras simples e singelas mas sinceras
Lembro-me com detalhes das cantigas
De rodas, pular cordas, picula e garrafão
E o tempo aperreado insistia em não passar
Vejam só em mim estão os traços no rosto
Daquele que fui um dia, que o homem
Não consegue tirar a essência do eu
Saudades sinto do despertar para a vida
Voltando ao tempo que era feliz
Por vezes faço uma retrospectiva
Para não perder de vista a possibilidade
De encontrar a minha simplicidade

Osvaldo Teles

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Castelo ilusório

Eu sei que criei um castelo ilusório
Fiz das estrelas a minha morada
Literalmente viajava nas nuvens
Cortava o céu de carona nos cometas
Coloquei um redoma sobre mim
Afinal queria imunidade contra a dor
Encontrei-me-ei na magia da vida
Milagre, milagre fizestes no interior
Milagroso o amor brotava no meu âmago
Trazendo consigo o conforto ao ser
Apresentando-lhe o novo modo de viver
O planeta sonho me abraçou afetuoso
Fazendo adormecer os pesadelos
Arrebanhando os lírios da felicidade
Tentei desvencilhar dos asteróides
Choquei-me de frente com a lua
Encontrei a luz que passou a iluminar
O meu mundo, trevas nunca mais
O farol foi aceso, nas noites turvas
Lá estava os seus olhos a me mostrar calor
Dos raios solares sobre os corpos nús
Dentro do nosso planeta sonho

Osvaldo Teles

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Não tenho pressa

Nem todos os oceanos seriam capazes
De me impedir de chegar até ao meu destino
Naveguei os sete mares
Remarei contra a maré
Vento e ventania, raios e trovões
Não há tormenta que vá me fazer desistir
A predestinação é minha companheira
Não tenho pressa do encontro
Mesmo que exista uma centelha
De esperança persigo o meu objetivo
Continuo: não desanimo
Encontrei o combustível perfeito o amor
As labaredas ascenderam
A ardência queimava o corpo de expectativas
A certeza da chegada ficava tudo lindo
Não sei o que seria de mim se não tivesse
Que estás à minha espera cheia de afeto
Enquanto houver uma gota de suor
Vou derramar-lo não importa a circunstância
Nem que eu chegue dando o último suspiro
O teu aconchego vai me restaurar
Toda energia perdida durante à caminhada
Como brumas suaves era o teu corpo
Recepcionando-me com os  beijos
Saindo do pulmão o respiro para lhe pegar
Em cada jardim que passei não me esqueci
De colher as mais belas flores
Cheguei com um buquê nas mãos
Poemas fui compondo no caminho
Suavemente  entraram nos seus ouvidos
Verso e o reverso encontrei pronto o amor
Remendando uma alma que chegou
Em retalhos da fadiga da minha viagem

Osvaldo Teles

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Filosoficamente falando

Filosoficamente falando não sei de nada
Busquei o verdadeiro sentido da vida
Travei uma luta com o meu subconsciente
Para encontrar as melhores respostas
Muitas perguntas queimam a massa cinzenta
Tentei buscar compreensão, discernimento
Porém tudo é muito difícil, complicado
Só quero ser um eterno aprendiz
Alimento-me de ilusão, querendo sonhar
Alimentando a doce ilusão de encontrar
A minha missão no mundo - diretrizes
Não sofro influência da imaginação
Ganhei de presente o ciclo da vida
E ela é a grande professora
Dando-me oportunidade de aprender
Com os meus próprios erros, corrijo-me
Dando-me força no auge da minha fraqueza
As dúvidas me deixam emudecido
As palavras não saem para garganta
Quero buscar em mim mesmo as soluções
Lá fora fica tudo completamente confuso
Lá dentro queima um peito com as indecisões
Sei lá como será o futuro, não tem domínio
Do agora, mas não vou deixar nas mãos
Do acaso, tenho que tomar a rédea do destino
Controlar os meus instintos
Assumindo os riscos e deixando
Tudo seguir o seu curso, amadurecimento
Vai me levar descobrir as minhas respostas

Osvaldo Teles

Volta

Volta não deixa-me desolado
Tudo o que fiz foi para ficar contigo
Desvendando os perigos do caminho
Fiz peregrinação - errante me perdi
Muitas poeiras embaçaram os meus olhos
Impedindo-me de ver o que estava a minha frente
Não enxergava nada
Busquei as suas mãos para me guiar
E os seus ombros para sustentar-me
Não quero apenas uma amante
Sempre quis uma companheira constante
Enfeitando os lábios com belos sorrisos
Em teu corpo encontro o descanso devido
Em teus dedos o calmante das aflições
Os teus beijos abrem o portal dos delírios
Vindo sedar as dores sofridas
O que um sentir assim pode fazer
Elevar-me ao céu ou ao inferno astral
Experiência adquiri com as decepções
Não quis uma pessoa que pensasse como eu
Tive certeza que os opostos se atraem,
Trafeguei com a sensação do dever cumprido
Os fragmentos não me preocupei em juntar
Deixei-os para trás marcando as passagens
Que existem em me perseguirem
Não me assusto pelo que está por vir
O teu amor deixou o farol aceso
Para lhe localizar por onde você andar
Aconchego-te em meu peito com todo
Carinho o meu amor que acabou de chegar
Entra de mansinho vem arrumar a desordem
Que ficou em minha cabeça
Durante a sua tenebrosa ausência
Voltastes promete que não parte mais
Te prometo que serei só seu
E viveremos uma grande história de amor

Osvaldo Teles

A primazia

A primazia da primeira dança
Viestes como a cinderela toda bela
Desfilando pelo nobre salão
Sigo-te em todas as direções
É quando o sonho se torna real
Você se entrega nos meus braços
Dando-me o prazer da contra dança
Um príncipe é uma princesa a bailar
Voltas damos nas pistas da vida
A carruagem encantada a nos levar
Colados um ao outro sentíamos a leveza
E o líquido adocicado que fluía
De nossas bocas umedecendo os lábios
Tenho pressa para te conquistar
A noite já está se findando e o encanto
Pode se acabar, com um toque de mágica
Iremos restaurando o que foi partido
Correria nações para estar contigo
Só dependeria de te para criarmos
O nosso reinado de puro amor
Belíssimo jardins cultivaremos, flores
Teremos em abundância ornando os dias
Das suas essências o seu perfume
Dando cheiro às suas belas vestes
Fontes de águas límpidas vão correr
Para nos lavar, deixando tudo limpo
Muito lindo ter dançado contigo
Pode sentir a harmonia do teu ser
O belo adormecido despertou
Deixando vir à tona a magia de te amar  

Osvaldo Teles

terça-feira, 25 de outubro de 2016

O feitiço do amor

Coloco as mãos no ouvido
Uma venda nos meus olhos
Seu olhar expelia só magia
Sua voz a cantiga de hipnotizar
Tentei controlar os meus impulsos
Para não me encantar no encontro
Descobrir em ti o feitiço do amor
Enfeitiçado fiquei quando visualizei sua face
Vi uma das sete maravilhas diante de mim
Nunca tinha vivido uma experiência assim
Fiquei mudo sem poder me locomover
Materializando-se uma figura deslumbrante
Em fração de segundos fui ao paraíso
Tudo foi muito forte parecia que a vida
Esvai-se e que uma outra surgirá
De que posso chamar isto: paixão, Sedução
Só sei que já perdura por muito tempo: amor
É  a substância espiritual que alimenta
A minha alma e dar sentido ao viver
Contínuo o encantamento, não quero perder
Nenhum momento por uma aventura
És uma deusa que fugiu do olimpo
Transfigurou-se é uma bela mulher
Para me transformar em ser agraciado
Por te ter todos os dias do meu lado

Osvaldo Teles

domingo, 23 de outubro de 2016

No balanço

No balanço embalava as brincadeiras
Com as cantigas de roda
Tudo bailavam ao som do vento, pairando
O menino estava soltando a imaginação
Tudo era motivo para gargalhadas, feliz
Bem longe levava os pensamentos
O mundo fantástico nascia sem mácula, puro
Ingênuo queria desvendar os enigmas
Resplandeceu como raios x
Deixando tudo à mostra, nada lhe afligia
Não tinha preocupação com o futuro
Só aproveitava a beleza dos dias
Quem dera viver um eterno conto de fada
Os amores eram envolvidos em um misto
De sonhos e realidade, deveras o tempo
Parava, as fantasias dominavam as ideias
Peter pan perdia para mim
Com a sua capacidade de voar, anestesiado
Não sentia as dores do crescimento
O amadurecimento é inevitável mas levo
Comigo todas as fantasias do menino
Fazendo do cérebro o cofre das ilusões
Ilustrando na quadro da memória
O tempo bom que me fez amadurecer
Como flash as lembranças vão e volta
Deixando a minha essência límpida
Para não perder a minha criança

Osvaldo Teles

sábado, 22 de outubro de 2016

Alegrei-me

Alegrei-me com as suas palavras
Conforto e alento trouxestes a alma
Maravilha fizestes em minha vida
Se não fosse por sua presença constante
Carregando-me em seus braços
Já teria-me desgarrado do teu rebanho
As tentações são inúmeras, o carnal
Já tinha se entregue às coisas da terra
Tenho muitos atalhos para a chegada
Porém tu és o único caminho certo
Que pretendo seguir durante a vida
Deste-me a graça de acordar cada dia
Vendo o esplendor do amanhecer
E ver o entardecer com o céu estrelados
Ajoelho-me na hora do anjo
Devoto volto-me para ti maravilhado
Com a sua benevolência para comigo
E tanto amor que não cabe no meu ser
Transborda em forma de felicidade
Chapiscando em quem está ao torno
Não temo mal algum pois o teu cajado
Dar-me sustentação para prosseguir
Com a vossa santidade no meu coração
Torna-se forte como uma rocha
Nenhum vendaval e forte o bastante
Para me derrubar o senhor sabe
O senhor sabe quão grande é a minha
Adoração, pela sua zelosa proteção
Não devo me preocupar com nada
Sabes a verdadeira necessidade
Da minha alma e do meu corpo

Osvaldo Teles

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Escaneia-me

Escaneia-me vê o que se passa
No meu interior, transfigurada
A alma chora a sua dor
Vertendo as lágrimas sofridas
Chamei a grande deusa da beleza
Para realizar o milagre da ressurreição
Devolvendo-me o maravilhoso dom da vida
Trazendo de volta o belo sorriso
Que fostes roubado pela tristeza
Volta querida, vem curar esta ferida
Cansei-me desses amores vendido
Renasci das cinzas mais fortes que antes
Voltando às minhas origens em busca
Do que foi perdido no decorrer dos anos
Não alimento rancor das decepções vividas
Amarro tudo no saco roto, jogo no fundo do poço
Só deixo aparente o fio que me liga ao amor
Minha viola já não entoa canções triste
Melodiosamente vai buscando o compasso
Harmônico dos corpos entregue a paixão
Minha alma não debruça mais
No peitoril das lamentações, vivi o presente
Libertada das amarras da solidão
O silêncio não lhe faz chorar
O meu eu não voa mais errante
Encontrei um lindo ser para voar comigo
Os meus anseios não ficaram esquecidos

Osvaldo Teles

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Desejos insanos

Desejos insanos tomam conta de mim
Noites frias passo sozinho na cama
Busquei-te e não te encontrei
Um ser volúvel a sua espera
Lamentei a sua falta, só queria você aqui
Para extravasar toda tensão em ti
Escolhi está contigo: envolvido
Chega logo não me deixe nessa ansiedade
Não tarda meu bem, alguém  te aguarda
Essa inquietação me devora
Fiz planos, botei o champanhe no gelo
Deixei o quarto a meia luz
A música suave dando o tom de romance
Beijos picantes faziam os corpos arderem
Vem minha senhora com todo o seu afor
Selar no peito o amor que sinto por você
Pouco a pouco o abstrato ganha vida
O sujeito começa a ter ação
O verbo é conjugado no particípio
No pretérito presente amar-te-ei por inteiro
Dispondo da versatilidade do sentir  
Verdadeiramente entregue a sua forma de amar
Abrindo-me as janelas para a felicidade
Pulsante o coração palpita aliviando a tensão
Amanhã serei fruto de tudo que vivi hoje
Maduro me entrego aos seus deleites

Osvaldo Teles

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Outros mundos

Procurei-te em outros mundos
Esperei-te em outras vidas
Viagens eu fiz por todas as galáxias
Colei a sua imagem em todos as estrelas
A lua fiz de observatório e dei nome de  amor
Nos planetas percorri desesperado
Os olhos te procurava em todas direções
Nascemos em mundo distantes
Crescemos em realidade diferentes
Porém as linhas da vida nos uniu
No ato conjugal os sangue se mistura
Na união sangüínea dois corações ritima
A emoção do encontro
Dou graças por você te encontrar
Nesta maravilhosa vida
Sinto-me agraciado em fazer parte
Dos seus sonhos, e sentir os seus carinhos
Embalados vamos dançando
A dança do nosso belo amar
Quantas vidas tivesse as viveria com você
Não mediria distância para ir em busca de ti

Osvaldo Teles

Mulher mágica

Mulher mágica nos seus lábios
Traz a fórmula do encantamento
Aposentando a inquietação de um ser
Desejo latente de ter a sua forma escultural
Envolvido nos meus braços
Deslizando nas lombadas do teu corpo
Até chegar ao seu caldeirão das magias
Como uma bebida embriagante me domina
Mostra o seu lado pervertido, me faz perder
Os sentidos,perdendo  contato com a razão
Não me preocupo com aparência
Só quero sentir toda a sua essência
Eis que chegastes em mim o melhor
Que corre em suas entranhas: lavou-me
Levou-me a purificação dos pensamentos
Trazendo a pureza até a mim
Findando a sofreguidão do coração
Amou-me com toda intensidade, mudando
A direção da nossa história de vida
Fazendo-nos descobrir a diferença
Da entrega da luxúria e pelo amor
Não vamos delimitar o nosso encontro
Deixaremos as coisas acontecerem
Com toda voluptuosidade
De dois seres que se amam intensamente
Eu quero fazer com muito amor, te acariciar
Abrindo toda possibilidade de te fazer feliz

Osvaldo Teles

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Pedi licença a tristeza

Procurei em algum canto a felicidade
Pedi licença a tristeza
Ela insistia dizer não, aflito eu ficava
Para me retirar de sua presença
Bati a porta da ingratidão ela foi solicitada
Disse para ela bati na porta errada
Quero mesmo é encontrar a compreensão
E relatar para ela tudo que passa comigo
Contagem regressiva eu fiz
Para ela anistiar a minha alma
Liberta, para que fosse em busca
Da sua outra metade, se completando
Sabedoria me acompanha não posso
Prosseguir sem ti, me darás discernimento
Anda ao meu lado, fica a espreita
Para dar orientação em situações adversas
Somos carne da mesma carne: terreno
Espírito do mesmo pai: celestial
Porém os dois se encontram no espaço
Tornando-os filhos da mesma mãe terra
O sagrado se materializa no matrimônio
Aliança feita entre homem e o ser supremo
Tornando o lar a casa do pai, pedaço do céu
Sigo os seu ensinamentos para não trazer
O sofrimento para o nosso convívio
Fazendo do amar a nossa partilha
Do que há de melhor em nós mesmos
Moldando-nos completamente ao outro

Osvaldo Teles

sábado, 15 de outubro de 2016

Nas minhas andanças

Nas minhas andanças te encontrei
Paixões passadas foram esquecidas 
Tomastes posse da minha vida 
O cérebro fez anotações, te registrou 
Gravou a mais bela paisagem, pura
No seu olhar trouxestes o feitiço 
Porção mágica jogastes sobre mim 
Quem é Monalisa para ter 
Traços tão perfeito como os teus
Deslumbrante são os teus sorrisos 
Traz consigo todo brilho do sol
Fazendo-me perder o tino
Gostaria de descrever com sutileza 
Sensualidade que emana do seu ser
Dando brilho aos olhos meus, incandesce 
Chamo-te de musa inspiradora, magnifica 
Mulher,admirável criatura dona do meu pensar 
As andanças nunca mais foi a mesma 
Os dias que até então eram longos 
Pousou a passar com mais brevidade 
As noites escuras ganharam estrelas 
O corpo cansado já tinha um ombro 
A minha espera para descansar, agraciado 
Entregava-me as teias e aos enlaces 
Já podia trafegar levemente de mãos dadas 
Nas nossas andanças contando estrelas 

Osvaldo Teles

Visto a beleza

Visto a beleza do seu rosto
A alma se entrega apaixonadamente
A sua nudez faz-me viajar sem sair
Do lugar, onde vou parar com esse
Imaginário, não quero parar
Quero adentrar em seu mundo
Muda a minha alma segui, só observando
Deslumbrada diante de tua pele nua
Deslocando-me, fico com a ideia fixa
Descansar na frondosa árvore do amor
Sentindo todo calor que flui de ti
Mãos em brasa a me acariciar
Tira-me do chão, o corpo queima
Libertino os dados procuram os pontos
Sensível do seu escultural corpo
Máquina a me transportar
Para o planeta dos sonhos maravilhosos
Só há um desejo contido em primazia
Que rompe o miocárdio, apertado
Explode, vai dilatando, o prazer domina
Estático dois seres ficam depois
Que toda energia expande e sai do cerne
O espírito entra em contato com o irreal
Vem devagarinho, não assusta me deixa
Este momento único, a mente vaga
Querendo encontrar a ignição que deu partida
Para esta viagem transcendental: amor
Joga o véu sobre sobre o teu rosto
Esconde de mim, diminuindo este fascínio
Abranda este querer fazer de você o vício
Compulsivo de te ter por toda a minha vida
Amando-te com a virilidade de um amante
Que extrai do seu interior a sua capacidade
De amar, vivendo entre o sonho e o real

Osvaldo Teles

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Ultrapassei

Ultrapassei a velocidade da luz
Quebrei a barreira do vento
Equilibrei-me em corda bamba
Cheguei primeiro que o tempo
Fiz a mente viajar, pela linha imaginária
Só para estar contigo
Ganhei a faceta do amor
Adaptei-me as leis da vida
Transformamos-nos trino
Tornando-nos únicos
Depois que o meu corpo
Encontrou-se com o seu
Entramos em comunhão plena
Enquanto dormíamos o amor
Velava o nosso sono: sonhávamos
Já tiramos as roupas
Aprisionamos os nossos medos
Ficamos transparentes um para o outro
Ficando aparente as nossas manias
Desvendamos os nossos segredos
Entendemos os pedidos só no olhar
Não nos importamos com nada
Está tudo muito lindo, és o belo deleite
Depois de fazer toda peripécias
Estou aqui, de frente com o divinal sentir
Valeu a pena, descobrir em ti o amor

Osvaldo Teles

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Só na madrugada

Quantas vezes fiquei só na madrugada
Traçando os meus planos para o futuro
Pedindo a Deus para me dar direção
Ouça os gritos da  alma de inquietação
Buscando a razão da sua existência
Fico estupefacto dos insanos pensamento
Fazendo-me ficar madrugada a dentro
Querendo achar a diferença dos caminhos
Chorei as mágoas escondidas, sofridas
Eu nunca quero perder esse encanto
Que traga dentro de mim, nino os sonhos
Para que eles possam adormecer
Em berço esplêndido, para que eles
Desperte mais robustos e mais jubiloso
Tornei-me adulto ainda criança
Porém não perdi a minha essência
As dificuldades fizeram-me buscar
Nas fantasias o alento para as desilusões
A vida só olhava para de cara enfezada
Te que usar com maestria a habilidade
Que ela me deu,fiz ela dá gargalhadas para mim
Mostrei que não tenho medo de cara feia
Foi tocando afinado a minha vida
Dencei conforme a música
Mas não deixei ela me levar, confiei
No compasso harmônica que ganhei

Osvaldo Teles

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Esperando você

Que bom estás comigo
Limites eu quebro para estar contigo
Enterneço-me com a sua suavidade
Imagino-me quando deitamos
Com a alma despida de pudor
Esperando você ceder, fico animado
Visualizo apenas você
Porção mágica do amor
Tudo vem bem natural o instinto aflora
Jogo uma toalha no relógio
Para não ver o tempo passar
Escondo a minha impaciência
Com a sua presença, fica mais um pouco
Não tira esse prazer de estar com você
Deusa dos meus pensamentos
Sigo todo um ritual para te envolver
Para ouvir você dizer não para faz assim
Deixa-me molo nos teus braços
Quero te ter pela vida toda, seu amor
Por uma vida inteira, não deixe tudo
Acabar por uma discussão de momento
As pestanas se encontram lentamente
Uma janela é aberta para um universo
De fantasias, reações toma conta de nós
Seduzido por um fenômeno chamada
Liberdade, como andorinhas cortamos
As nuvens, livres como as garças
Damos vôos rasantes furamos as nuvens
Nas suas retinas vejo a beleza de sua alma
Transcende e iluminada, resplandeceu

Osvaldo Teles

Você me faz sonhar

Você me faz sonhar, faz sorrir
Conduzindo a minhas fantasias
Mandando o real para o além
Deixando-me viver o ilusório
Aqui dentro choro solitário
Um aperto me dilacera: espatifa
Junto os cacos, moldando o vaso que partiu
Paixões eu tive, amor eu sinto por ti
Em um impulso às ideias deixa a massa
Lá fora o colorido nos contagia
Vamos destilando a lavanda
O bálsamo para as nossas almas
A sua saliva é o anestésico para as dores
Não me belisca me deixa sentir
Todo este mistério: amor
E do que ele é capaz de produzir
Só lembraremos das alegrias trazidas?
Ou acordaremos para realidade
Que nos circunda e nos envolve
Deixando nos envolver na teia do destino
Deixando o sonho dá um passo
Para transformar a nossa realidade
Compulsória ela vem chegando
Desatinando os sentidos: viaja
Esperando encontrar nos devaneios
O embelezador da minha vida

Osvaldo Teles

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Infinitas possibilidades

Infinitas possibilidades, não me engano
A determinação trago comigo é o único
Amuleto, é o que levo para me motivar
Não vim ao mundo para ser igual: apesar
De alguns traços semelhantes, sou diferente
Às vezes fraquejo, o desânimo bate
A ideia continua fixa o que tenho pela frente
As lágrimas que derramo são os reflexos
Das dores que vem do coração: ficando
Nítida as duas faces do meu ser homem
A fraqueza faz-me pelegrino do nada
Durante o percurso quis
Entregar-me ao desânimo
Tropecei no meu próprio cansaço
Levanto-me no impulso pronto para luta
Fazendo do meu adversário aliado
E Deus a força que me motiva
Os seus ensinamentos a bússola a me guiar
Agradecido a cada amigo que me deram
Forças para continuar firme na caminhada
Olho para dentro de mim em uma análise
Profunda do que eu vivi ou deixei de viver
Extraí o que de melhor aconteceu
O que me fez doer botei nas mãos
Do doutor o tempo para ele encarrega-se
De encontrar a verdadeira cura
Cicatrizando o edema que se formou na alma

Osvaldo Teles

domingo, 9 de outubro de 2016

Percorro

Percorro um labirinto de emoções
Em curvas sinuosas me perco
Mudei a trajetória, estou totalmente perdido
Os sinais que deixei se dispersaram
Fui sentindo o seu aroma, na esperança
De despertar com os  seus carinhos
Beijando a minha testa me olhando
Com encantamento, estupefato acordo
Diante de Vênus a porta do paraíso se abriu
Ceifando maleficência que me atormentava
Botando  tampa no poço das desilusões
Como olho d'água nascendo límpido
Desaguando na fonte dos prazeres
Recomeçando um novo ciclo, derramando
Sobre os corpos uma dormência constante
Uma leseira toma conta de minha mente
Até para pensar fico muito lento
Olho no olho, boca na boca um formigamento
Corroendo no meu interior, molhando-me
De suor, derramado depois de muito tensão
Liberando a pressão de nossas carências
Percorre, loucura fizestes eu fazer
Arranquei a peia  que me prendia, andei
Sentir a fadiga até chegar aqui
Em teus braços repôs a esperança perdida

Osvaldo Teles

A cor do amor

Cabelos negros, lábios rubros
Olhos azuis anil com a pele
A cor do amor, negra igual a noite
O tom púrpuro embeleza a sua boca
Aflorando uma paixão desenfreada
Possuir a negra apascenta ums mente inquieta
Minha rosa cor rosa perfume para a alma
Perfumado um corpo vaga no espaço
Um colar de estrelas eu faria
Para pendurar em seu pescoço
Na minha cama lençóis de seda lhe cobria
Achei sobre ela uma escultural mulher
Quanta formosura em uma só criatura
Como é macia e sensível a sua derme
Não quero que apague este desejo
Deixa ele se expandir ganhando forma
Vamos costurar os retalhos dos corações
Te chamar de meu amor é um afago ao ser
Um fulgor queimando, em labareda
O sangue aquecido, ferve
Os olhos ficam acesso como brasas
Usa a  magia do encontro para mudar
Uma saga dos encantos perdido
Ficando enfeitiçado duas mentes pervertidas
Fecho os olhos vou delineando o seu corpo
Adentro em seu mundo escuro, clareando-o
Devolvendo-nos o multicolor de dividir a vida

Osvaldo Teles

sábado, 8 de outubro de 2016

Procurei em ti

Procurei em ti o que estava em mim
Não podias me oferecer o que não te pertencia
Não somos mais donos do nossos corpos
Guardo em minha alma uma nascente
Que faz jorrar torrentes
De sentimentos cristalinos
Que correm nas entranhas
Através dos olhos resplandecendo na face
Migra sorrisos espontâneos e sinceros
Fluindo do âmago sem empecilho algum
Contemplei a santa mulher no peito
Que transformei em sua morada
Mergulhos profundos no teu ser quis dar
Queres navegar pelo meu ser
Aportando em lindas paragens
És a única que é dona do meu coração
Não temos como seguir caminhos opostos
Nossos sensores nos orientam
Por trilhas incertas na certeza
Que no final da curva nos encontramos
Vamos devagar, não precisamos de pressa
Nas esquinas a morte fica a nos espreitar
Cadenciando os passos,sentindo o lúdico
Nos regozijaremos com o trunfo da chegada
Sentando em berço esplêndido
E sobre a cabeça o louro da gloriosa vitória
Adormeço no seu leito para dispersar
Todos os traumas que acumulei na estrada
Em um impulso procurei os seus lábios
Para saciar o desejo que o meu ser
Nutri por este ser  magnífico: você

Osvaldo Teles

Já é primavera

Jogastes a semente em terra fértil
Reguei com pingos de felicidades
Ela germinou, cresceu se tornou
Árvore frondosa e floresceu
Frutos deu em abundância
Os sopros dos ventos acariciavam
Seus galhos suaves dançavam
Aos cantos dos pássaros se balançavam
Já é primavera no meu coração
O jardim está florido esbanja formosura
O perfume exala por toda parte
Li é a mais bela flor do meu jardim
Pude colher para adornar os dias
Aromatizando o seu cheiro me hipnotiza
Transcendo, sensações indescritíveis vem
Usando as suas anuência nos liberta
Deixando a seiva entrar nas correntes vitais
Rebentos brotaram viçosos espalhando
As suas sombras sobre mim
Carregando-me de novas energias
Os campos floridos enfeitam as paisagens
O cravo reina absoluto entre as flores
Margaridas, acácias, violetas, orquídeas
Majestosas, dançam fugazes demonstrando
Todas as suas belezas sem par
Nas minhas mãos ficou um pouco
Do perfume das flores que presenteie

Osvaldo Teles

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Inconsciente

 Inconsciente me calo diante de ti
No silêncio a sua voz vem até a mim
Mexendo com as estruturas
Completamente desarmando-as
Como água batendo nas pedras
Foi perfurando-me aos poucos
Até penetrar-me por completo
Enraizando por todo o meu interior
Riscando na minha face traços de felicidade
Conforme o tempo que passastes comigo
Cair no laço do destino, uma aliança
Fizemos com o mundano e o divino
Tudo foi muito efêmero, ficando o gosto
Do mel que escorria pela sua boca
Como água de cheiro vás ficar impregnada
A seda que cobria o teu corpo foi arrancada
Deixando a mostra a tua pele macia
Ainda sinto o reflexo de você em mim
Não vou devolver o meu ser a solidão
Não vou olhar para trás, tira de mim a razão
Insensatez, não quero respostas, deixa ir
Seguindo a sua trilha, não coloca amarras
Seguirás na certeza de um amor intenso
Que viveu na sua plenitude, de um querer
Com tanta intensidade que vai ser difícil apagar
Não tens culpas de tudo que aconteceu
Trouxestes o mais límpido sentimento
Sabes que morro de amores por ti

Osvaldo Teles

Continua

Continua, anda depressa absorve
A agilidade dos cuitelinhos, muda o rumo
Porém não tira a vontade de chegar
Presta bem atenção com as armadilhas
Vem beirando as imagens, fica atenta
Não desvia do seu caminho eu te espero
Peguei atalhos mas não mudei o foco
O que sempre quis foi me encontrar
Em teus braços, o amor tão desejado
Revigorador das forças perdida na viagem
Caminhos virgens a desvendar
Águas cristalinas para saciar minha sede
Castelinhos de sonhos construímos
Com tijolinhos de açúcar, para adoçar a vida
Onde as fantasias corriam soltas
O duende e fada se divertiam de amar
As frustrações deixávamos no pântano
Das desilusões, só ficou entre nós o desejo,
Compulsivo de possuímos a excelência
De um viver contrito com o seu amor
Desfrutando das benecias de te encontrar
Nos belos jardins e nas estradas da vida
Nas minúcias dos dias vamos mudando-os
Em instantes grandiosos, encontrando em cada
Gestos a grandiosidade de te sentir

Osvaldo Teles

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Fico a ouvir os seus suspiros

 Fico a ouvir os seus suspiros
Dormes como um anjo depois de muito amor
Vejo no seu semblante a suavidade
Em uma expressão de total contentamento
O sol nascente rompe o véu da noite
Descortinando o belo amanhecer
Um manto escarlate cobre o azul do céu
Fazemos os ponteiros pararam
A ampulheta se esvaziou para não marcar
O tempo, tudo passava em câmera lenta
O cérebro congelou os acontecimentos
Os seus dedos são como brasas
Quando eles passam sobre mim
É o combustível que alimenta o motor
Dando partida a locomotiva do amor
Nos trilhos vão correndo as essências
Antes de ti era um sentir abstrato
Com a sua chegada se materializou
Diante de mim, pude pegá-la nas mãos
Seu respiro quente e ofegante fazem
O coração bater acelerado no peito
Recebendo os impulsos da mente
Vejo o visão do paraíso nos meus olhos
Estonteante fico diante da capacidade do amor
De me fazer ultrapassar  os meus limites
E sonhar com uma vida maravilhosa
Reconstituindo a mágica do encontro
Alegrando dois seres que se amam
Dispersando a razão dando lugar as emoções

Osvaldo Teles

sábado, 1 de outubro de 2016

Rabiscando no papel

Escrevendo vou anestesiando a dor 
Rabiscando no papel vou traçando 
A linha do imaginar, passando ligeiro
Vou descrevendo o que se passa 
No interior de um ser sonhador 
Buscando harmonia para compor a melodia 
Nos movimentos  crio a coreografia 
Dois cisnes a bailar como plumas soltas ao vento 
Uma ciclonia me faz rodopiar sobre 
O espaço das notas musicais 
Entre o sol e o fá, lá me refaço
O harmônico ser ressurgindo mais forte 
Flores da primavera frutificando no outono 
A sua chegada ocupou o vazio existente
Expulsando a mesmice ocupante
Os meus passos não me levavam 
A lugar nenhum, estático ficava
Sem saber qual direção seguir 
Há sempre segunda chance para prosseguir 
Lá dentro tem uma força escondida 
Acenda a velinha da esperança 
Pegue carona no lombo da fé 
Dê asas à sua imaginação 
Sem laço amarrando as suas asas 
Sai da trincheira livre, leve e solto 
Recompondo a minha canção 
Reescrevendo o meu belo enredo 

Osvaldo Teles