Quem com ferro fere

Quem com ferro fere com ferro será ferido
Já dizia a sabedoria popular que nunca erra
Não sou a palmatória do mundo para punir
A do retorno sem vai impera
O mau por si só se destrói
Deixa o prego que o martelo chama
A própria vida se encarregará ensiná-lo
Assim os dias vão seguindo o seu curso
Sou assim é minha vida que Deus me deu
Foi desta forma que mainha concebeu-me
Não procuro me espelhar na vida alheia
Só eu posso mudar o curso da minha
Sou assim é minha vida
Cada um vai colher aquilo que plantou
Não cai uma folha se não for da vontade
Do nosso maravilhoso Deus
Nada foge ao seu olhar
É nas quedas que me levanto mais forte
Não tenho vergonha dos arranhões que levei
O importante são as lembranças que ficou
Olho para frente sem me esquecer
Do que eu vive no passado ficou guardado
Nas gavetas das ilusões e no coração
Alimentando os sonhos futuros

Osvaldo Teles

Caminhei

Caminhei! O suor escorria pelo rosto
Caindo pelos olhos impedindo a visão
A escuridão me assustava: os meus medos
Acompanharam-me durante a peregrinação
O lábios ressecados pelo pó da estrada
No corpo o efeito do esforço desempenhado
Tinha uma vista perfeita,praias  lindíssimas
Belos coqueirais, um pôr do sol de encantar
Vivo em um estado chamado alegria
Do mirante do Cristo apreciava o horizonte
O som dos atabaques e dos timbaus
Dava o ritmo ao movimento do corpo
Todo o stress da estrada terminou
Voltei no tempo ficou para trás o passado
O silêncio é a portal de entrada
Para o retorno da viagem ao centro de mim
Amei as experiências adquiridas na rodagem
Sentindo a aragem alisando a pele
Pelejo com o cansaço para não desistir
Queria chegar com o meu espírito renovado

 Osvaldo Teles

Oh meu amor

Oh meu amor geme, ao meu ouvido

As sensações, dos prazeres sentido

Aconchegando-me, em seu peito

Para sentir o seu coração, bater acelerado

Exaurindo, as minhas energias

Energéticos, são os seus beijos

Deixando a minha, respiração ofegante

O nosso templo do prazer, está ornado

Com a mais linda das mulheres, do lado

Límpida a essência, fluindo de seu ser 

Entre os aromas das flores,destaca-se o seu

Ficando entranhado, nas minhas narinas

Deixando-me alucinado, diante do amor

Proporcionado, pelas os seus toques

Busquei em tua boca, o delicioso mel

És a bela que vai, me enlouquecendo 

Oh minha amada, ébrio fiquei

Com o seu ardente, e quente beijo 

A sua pele colada, com a minha

Faz os corpos ficarem, em chama

Meu amor deixa em brasa, o meu coração

Osvaldo Teles

Por onde andas

Por onde andas, nas minhas andanças
O meu objetivo, era encontrar a satisfação
Delinear o sonho, transfigurado em fantasia
Em um mar aberto,em possibilidades
Infringir  leis naturais,adentrando no oceano
Enfeitiçado pelo belo, canto da sereia
Afundo-me, nas profundezas do abismo
Deparei, com inúmeras aventuras
Deparei com a cidade perdida de Atlântida
Naveguei lado a lado com rei netuno
Mergulhei profundamente,em busca de mim
Pude ver as maravilhas que há no meu ser
Aos poucos foi desvendando os enigmas
Não me preocupei com os porquês da vida
Nem como ia, vivê-la plenamente
A personalidade foi forjada, no aprendizado
O prisioneiro partiu os aros, que lhe prendia
Colocando sobre mim, as algemas do amor
Avesso a tristeza, o coração quer ser feliz
Quando vejo a linha, do horizonte viajo
Atrás do elo perdido, do interior e o exterior
Gosto de ser livre, transitar entre os mares
Fantasiando os instantes, que estou contigo
Abro as asas da fantasia, e vento me leva
Espero que abra as suas, para velejar comigo

Osvaldo Teles

Tantas vezes

Tantas vezes me vejo olhando para ti
Fico vidrado no seu gingado
Alheio deixa-me admirando seu caminhar
Parecendo uma boneca a desfilar
Não olheis para o outro lado
Volta o teu olhar para mim,encanta-me
Observando as curvas do seu corpo
Sentindo a energia que fluía do olhar
Fazendo o meu coração estremecer
Trêmula fica a minha voz
Ao ouvir a tua em forma de canção
Dando cadência aos dias
Devolvendo a alegria para um viver
Apagando o meu sorriso tristonho
A vida em botão desabrocha em flor
Apanha-me conduzindo contigo
Colocando em tuas suaves mãos
Desperta os desejos mais contidos
Cometido me aproximando esperando o sim
Para se tornar a dona do meu pensar
Tornando a realidade dos meus sonhos
Revestindo todo o meu ser de pureza
Trilhando comigo o caminho do amor

Osvaldo Teles

Vou tocando

Vou tocando, o meu berrante
No sopro do berrante, esvaziava o peito
O destino era certo,corria contra o tempo
O amanhã está distante, agora que importa
Focava no caminho, pois ele é traiçoeiro
Conduzindo a boiada, caminho adentro
Deixando as mágoas, pelas estradas
Parti em caravana, deixei a choupana vazia
O boi arredio amuava, atrasando a boiada
Outros se embreavam, pelos matos
O vaqueiro com seu, gibão de couro
Driblava as juremas, atrás do gado
Esperava encontrar, nas currutelas
Uma rapariga, para aliviar, a tensão da lida
Armava acampamento, a beira da fogueira
Com sua viola dedilhava, olhava as estrelas
Moda de viola ele entoa, tangendo a tristeza
Da bela cabocla, que deixou para trás
No seu relógio de bolso, a sua fotografia
Para não deixar cair, no esquecimento
A sua lembrança, cada galope dado
Pelo companheiro, a distância aumenta
O meu medo de não, retornar me avexa
O vento sopra na minha, face às carícias
Que me faz falta,fecho os olhos para sentir
A sua presença, a me acompanhar

Osvaldo Teles

Envolveu-me

Envolveu-me em seu colóquio
Desarmado cai em seu leito
Seduzindo-me com a sua sensualidade
Quando penetrei em seus olhos
Apaixonei-me pelo seu mundo
O calor dos corpos é o combustível
Que alimenta a chama da paixão
Palavras simples mexe com o coração
Levando-me ao limite do imaginário
Topando com as constelações
Chegando a mim aspiração de ser feliz
Vou me dar por completo ao seu corpo
Se encontra arraigado aquele amor
Por mais que tentasse fugir já era seu
Que visceralmente vem das entranhas
Só eu sei o quanto ele fumega no peito
Fazendo dilatar as artérias
Ardência eu sinto correr pelas veias
Só sou depende de sua bebida lascívia
Bebeda a alma se entrega aos seus braços
Não aguento ficar mais um minuto sem você
O pensamento chega primeiro que o corpo

Osvaldo Teles

A natureza deslumbrante

Vou cortando as matas verdejantes
O jetibá majestoso dá a sua sombra
O ipê enfeita meu jardim com seus florais
O chão fica enfeitado com suas pétalas
Os seus aromas se espalham pelo ar
A natureza deslumbrante a festejar
O cardeal de galho em galho a cantar
Nas nascentes cristalinas mato a sede
Os marrecos fazem a festa no riacho
A manada vai em fila bebe água
Sou homem do campo o matuto
Aro a terra com os meus braços
A enxada trincava quando tocava a terra
Fazia ela correr entre os matos
Entrego-me na lida diariamente
Jogando as sementes nas leiras
Quando vou chegando labor
O meu vira-lata me recebe sacudindo o rabo
O jumento relincha festejando  minha chegada
A calmaria era constante durantes os dias
Ditava a cadência da vida que levava

Osvaldo Teles

Quanta saudade

Quanta  saudade de outrora
De sentar no banco da praça
Jogando conversa fora
Sem preocupar com o amanhã
Ao lado da matriz era a reunião
Na roda com os amigos
O violão plangia o melodia
Que embalava os sonhos da gente
As jasmins impregnado no ambiente
O sereno da madrugada sobre a cabeça
Uma pinga para combater a frieza
Apreciando o brilho das estrelas
Ninando as fantasias nos braços da amada
Olhávamos o céu e perdíamos no infinito
Infinitas possibilidades vem a nós
Com pranto nos olhos bate a nostalgia
Dos momentos felizes que vivemos
Lembrarei-me de que foi vivido
Deixei tudo guardado nas lembranças
Que vão dando sustentação para prosseguir
A engrenagem ligando-me as minhas origens

Osvaldo Teles

À flor da pele

Estou com os nervos à flor da pele
Prestes a explodir! Aliviando
As angústias contidas no coração
Pondo para fora todas as dores
Todas as tensões expressas na alma
Desafiei querendo ter você comigo
Quero muito o seu amável carinho
Trazendo paz a um eu sofrido
Calejado pelos tropeços da vida
O destino meu algoz me perseguia
Os pontos foram dados nas feridas
Nos círculos do tempo quis achar uma saída
Percorri estradas só e a minha consciência
Solitário vi a fadiga me abater
Não dava mais para desistir da jornada
Este é o meu lema não me entregar nunca
Já estava à vista o ponto de chegada
Chegarei o mesmo? as lições me ensinaram
Que tudo tem o tempo certa para acontecer
As plantas só florescem na Primavera
Colhemos os seus frutos no outono
Sigo cronologia correta da linha do tempo
Nada foge da sua exatidão
Tendo o seu princípio meio e fim
Debruço-me no passado preparando o futuro
Quis o amor alimentando as ilusões

Osvaldo Teles

Os mistérios das noites

Os mistérios das noites
São os paralelos das aspirações
A expectativa de possuir-te
Onde se revelam os corpos
Alcançando o seu íntimo
Chego a plena satisfação
A loucura domina o equilíbrio
Distante ficamos do bom senso
Como  tivéssemos só este instante
Próximos do desequilíbrio mental
De tamanha intensidade,grande tensão
Involuntariamente nos envolvemos
Vagamos sem destinos no interior da noite
Concentrei-me para lhe desvendar
Enigmática penetrantes o meu ócio
Encontrávamos sem rumo e direção
Os olhares se cruzaram, cruzando as almas
Os lábios tocaram-se ficando em chamas
Os corações que foram preenchidos
Esvaziados de todas as soberbia
Desse jeito vencemos as trevas da noite
Preparando-nos para um lindo alvorecer
Seguimos as nossas aspirações, o amar
Sendo complemento um do outro
Cada vez mais vamos nos envolvendo
Neste misto de sonho e realidade

Osvaldo Teles

Amanheceu na minha alma

Amanheceu na minha alma
O dia nasceu esplendoroso
Sabiá cantarolando no topo da árvore
Os saguis fazem a festa no pomar
Ao despertar vi a face divina
Comigo estava a minha amada
Trazendo-me turbilhões de emoções
Fazendo o amor irradiar o meu ser
Transbordando um rio d'água viva
Oriundos da nossa intimidade
Os desejos vem despindo os corpos
Criação das minhas fantasias
Vejo correr nas entranhas a energia
Que emana da junção das nossas peles
Os poros transpiram paixão
Só quero o amor que vem de ti
Completando-me completamente
Louvores de adoração vou entoar
A minha deusa vou contemplar
Que a graça do amor venha nos abençoar

Osvaldo Teles

Céu nublado

Céu nublado noite chuvosa
Nuvens cinzentas rodeia-me
O frio maltrata o meu corpo congela
O quarto a meia luz, no peito o aperto
Que corrói a danada da sensatez
Perco a noção a lucidez vai ao beleléu
Sua presença só na minha cabeça
Sobre o criado mudo um aguardente
Engulo o gosto amargo da tristeza
Meu grito ecoa no silêncio insano
Só as paradas escutam! Te amo
Tentando chegar aos seus ouvidos
Invadindo seu coração, toma conta do meu
Quero-te ao meu lado minha querida
Notícias de você espero que o vento sopre
Ele trás consigo a sua essência
Cadenciando as publicações
O coração recebe os estímulos
Fechei os olhos para sentir sua presença
Abracei o seu vulto e sair a dançar
As pernas ficaram bambas, trêmulas
Solucei, só eu estava, a enfrentar a noite
Onde estás, vem acabar o meu tédio
A sua taça está cheia a sua esperar
Brindaremos ao mais belo amor
O pacto de união será  feito
Expulsando o temor da solidão

Osvaldo Teles

Zarpei

Zarpei do porto solidão
Navego pelos sete mares
Até chegar em teu mar
Na esperança de navegar
No teu límpido e transparente ser
Mergulhei mansamente a águas tranqüilas
Ancorado no seu coração
Emergindo maravilhado do sentir
Como um tritão que encontrou sua séria
Mergulhando nas profundezas do oceano
Remando contra a maré chegaram
As correntes marítimas estavam contra
Mesmo assim chegaram ao porto seguro
Usufruindo de toda benesse deste encontro
A brisa topando nos corpos é o calmante
Para combater os estresses da viagem
Velejei pelo planeta de Possêidon
Entre raios e trovões cheguei em terra
Esperançoso de lar fazer a nossa morada

Osvaldo Teles

O que fazer com a dor

O que fazer com a dor que queima o peito
Uma força impetuosa controla meu cérebro
Fluindo em forma de lágrima! Lembrando
Dos teus lábios quentes em meu corpo
Carente passei a noite a sua espera
Mormulhei no silêncio bem baixinho  
Seu nome,chorei a sua falta quis te ter
Para sanar a solidão que me acomete
Eu dormia um sono inquieto
Uma inquietação dominava-me completamente
O meu pensar era totalmente teu
Fiz versos de amor para te reconquistar
Acostumei-me com aos seus carinhos
Vira-se sobre a cama um eu vazio
No lençol gélido busco o seu cheirinho
A fragrância que guardo na memória
A parede branca era a minha tela
Que refletia a sua bela imagem
Vou sentindo o gosto amargo
Levaste consigo o meu sorriso
Eis que és a minha pretendida
Pretendia dividir a minha vida contigo
Partilhando todos os momentos
As travas do coração foram arrancadas
Para que adentrasse quando quisesse
Preenchendo o espaço esvaziado por ti
Fazendo-me dá gargalhadas da situação
Nada é para sempre, tudo momentâneo
Como pode durar uma vida ou instantes
O importante é não deixar os momentos
Tomar uma dimensão diferente
Sei que o amor tem estas anuência
Transveste de mulher para confundir a cabeça
Deixando no coração aquele aperto

Osvaldo Teles

Olhe em volta

Quando a fadiga da lida vier te abater
E o pessimismo tomar conta de você
Olhe em volta  e veja quanta beleza
Que coloquei para enfeitar o caminho
Fiz os luzeiros para clarear sua escuridão
O sol esconde-se a cortina celestial se abri
Embelezando as suas belas noites
Quando sentistes a brisa te tocando
Era eu soprando para aliviar seu cansaço
Fui o seu cobertor contra o frio
Quando andavas errante te dei a direção
Guardei-te de todos os males
Se não sabes estive contigo
Nos momentos mais difíceis
Amparei-te de todas as quedas
Deite-te como bálsamo o amor
Servindo de refresco para o corpo
Para curar as suas feridas d’alma
Sempre fui onipresente em sua vida
Não te abandonei um instante se quer
No seu jardim joguei sementes de flores
Para dar colorido aos seis dias
Rosas para exalar o seu perfume
Deixando a sua vida com o seu aroma
Nunca, nunca se esqueça
Que estarei sempre com você

Osvaldo Teles

Fixo na distância

Fixo na distância a ser percorrido
Preparo-me para botar o pé nas estrada
Na algibeira coloco a esperança
Na capanga arma para a desventuras
No lombo um gibão de couro
Para me proteger do sopro atmosférico
O vento norte sopra as incertezas
Prosseguir com o peito apertado
As recordações me acompanham
Os lírios que enfeitavam murcharam
A presa impedia de contemplar a paisagem
Que estava lá contemplativa concernente
Sair do seio da família a nostalgia persegui-me
Busco na estrela guia lembranças de lá
Passou em alta velocidade sua imagem
Fui registrando as paisagens na memória
Engolido estrada adentro sumi na poeira
Alquimista mudei os pedregulhos em joias
Para coroar as dificuldades superadas
Canalizando todas as forças
Para tornar possível a longa jornada
Não era-me permitindo vacilar
As armadilhas eram inúmeras
Regressar intacto não será possível
As mudanças estará escrita na testa
Só vou colher aqui que semeie
Trazendo encantamento para o viver

Osvaldo Teles

Retrocede

Retrocede a infância da minha alma
Lembrei-me dos aromas de suas terras
E a beleza das noites enluarada
No final da tarde o show das andorinhas
Dançando ao som da sinfonia das cigarras
E a beleza das noites enluarada
A cantoria com os amigos corria solta
Com a caneta em punha, papel nas mãos
O olhar nas estrelas, batia a inspiração
Um ser torna-se alado e decola, devaneios
Com os pés no chão e a mente no além
Orvalhadas despencavam sobre a cabeça
Sereno trazia serenidade para a alma
Onde o fazes impertinente as ideias
Tentava encontrar nas estrelas a face
Daquela que seria a minha amada
Meu cobertor nas madrugadas frias
A vida só ganha intensidade
Quando se encontra um grande amor
Feroz a era passa extraviado o sonho
Alguns permanecem adormecidos
Outros perseguem-me  pela caminhada
Não dando limites para sair voando
Tendo a praça Castro Alves como palco
Como campo de decolagem da Imaginação
Trazendo-me as mais belas inspirações

Osvaldo Teles

Clemência de Deus

Fui concebido homem pecador
O mundo me recebeu com desdém
Fazendo minha mãe sentir dor
Ganhei de presente o livre arbítrio
Pude escolher o caminho a ser seguido?
Ou o destino já estava escrito
Propôs prosseguir a minha saga
Tirei os grilhões que me prendiam
Segui de cabeça erguida vida adentro
A hipócrita sociedade colocou regras
Professei pela cartilha do mundo
Abrindo uma lacuna entre eu e o Divino
Ajoelho-me diante do trono pedindo perdão
Deparei-me com a clemência de Deus
Deus em sua bondade guia-me pelas mãos
Percorrer a distância já não era fatigante
Entretanto busquei em seus braços alento
Em seus olhos o brilho para a minha vida
Surpreendente o encontro comigo mesmo
E perceber quantas bênçãos eu recebe
Fascinante foi ficar de frente com o amor
Já estava com o sonho realizado
Que tracei durante a minha trajetória
A cruz que carregava não era mais passada
Só sentia a leveza e suavidade dos passos
Pois o senhor me acompanhava

Osvaldo Teles

Confuso fiquei

Confuso fiquei diante do espelho
O menino dormia inocentimente
A face já não era a mesma
Duramente castigado pelas rugas
Os traços fisionômicos não reconheço
Perdido fico entre o tempo e espaço
Faço confusão com o sonho de menino
E a realidade dura do adulto
Adulterei o essencial sabor do viver
Tentei ir para outra direção
Reencontrando a motivação para continuar
Sei que em mim estava minhas respostas
Realista tornei-me seguindo  meus instintos
Muitas vezes perde a rédea da situação
Em uma encruzilhada me encontrei
As gaivotas ultrapassam o horizonte
Vou seguindo-as até o infinito
Instintivamente viajo com elas
Entro no túnel do tempo vou a era distante
Retorno a minha origem convicto
Do aprendizado em cada traço facial
Meu eterno amor descobrir em mim
Aprendendo a conviver com as restrições
Que o avanço da idade me impôs
Passei a usar a sabedoria adquirida
Nas topada que dei nas pedras do caminho
Percebe que não é necessário fugir
Um dia irei encontrar-me com a sorte
Com toda sorte chegarei vitorioso ao final
E tudo no final servir-me-a de aprendizagem

Osvaldo Teles

Encontrei o amor

Amo ouvir os cantos dos passos
Pitando um cigarro de palha
Viajando nas asas do tempo
Vendo a vida besta passar lá fora
A massa fica inerte itinerante viajo
Adeus mundo pequeno
Desloco-me entre o espaço
Coloco velocidade no pensamento
Apressado para chegar até ao meu amor
Levo comigo as mágoas esquecidas
Resistente às cassetadas da vida
Pronto para qualquer empreitada
Consegue equilibrar o desequilíbrio
Os aromas embriagante das damas
Confundiam-me as ideias, me alienando
Sobre a sua sombra assentarei-me
Saboreando os louros da sua presença
Encontrei no amor o sentido da vida
Vitorioso pousei em seus braços
Em seus lábios estava o fogo da paixão
Amei-te desde a primeira vez
Que toquei o seu maravilhoso ser

Osvaldo Teles

Ao cantar do galo

Caboclo levanta-se ao cantar do galo
As rolinhas fazem a festa no quintal
Toma um gole de café e vai para lida
Com a enxada no ombro para arar a terra
Trabalha arduamente de sol a sol
A cova ele abre para jogar as sementes
Levando no peito a fé de vê-la germinar
Vendo os bailes das aves
Para as suas flores polemizar
E dos seus frutos se alimentar
Vai seguindo a sabedoria popular
Observando as fases da lua
Para ter a sua colheita farta
Faz prece para São José
Pedindo chuva para o solo molhar
Para ver as sementes brotarem
Transbordo o açude da esperança
Nos pastos verdejantes pastam os animais
Os bentevis cantam no lombo do gado
Las palomas voltam para o sertão
Para fazerem os seus ninhos
Tento alimento para as suas crias
A vida floresce com toda plenitude
Ergue os olhos para o céu em louvor a Deus
Entoando cantigas na hora da colheita

Osvaldo Teles

Foto Internet

A taça ficou vazia

A taça ficou vazia entornei o vinho

Teu amor fui degustando aos poucos

Quando for tarde coloca uma dose

Extra de paixão para que o anoitecer

Venha carregando a leveza da brisa

Alisando a minha face plácida

Em mim fica a serenidade do amanhecer

Curando a rasca da noite passada

Meu amor desperta em mim o desejo

Vem despindo toda a minha timidez

Liberta os meus impulsos sexuais

Quero planar sobre o teu mundo

Navegar nas profundezas de seu ser

Eu era um simples homem desolado

Que vivia perdido nas madrugadas frias

Que via no copo pinga o consolo

Errante vagava sozinho estrada a dentro

Ao longe avistava a imagem divinal

Em curvaturas perfeitas a desfilar

Cruzamos pelas encruzilhadas da vida

Na minha imaginação já eras minha

Já não vagueava só destes-me o braço

Para atravessar os empecilhos contigo

Dando sentido ao filme da minha vida

Osvaldo Teles

Cai ébrio em teus braços

Cai ébrio, em teus braços
Buscando o sabor, do teu beijo
Amparastes, em teus seios
E o calor, do seu corpo
Sensual o teu, ser me convida
A entrega, do corpo e da alma
Fazendo-me, conhecer o amor
Desfaleço, perco as forças
Já não mando, nos meus atos
Perde os comandos, dos passos
Os acordes, saem afinados
Os dedos dançam, sobre mim
Seguindo o seu, compasso
Chego ao portão, do jardim
Abrindo a passagem, do paraíso
Guardei no canto,o passado
Para viver, a nossa história!
Não vivemos, em um castelo de cristal
Eu não era nenhum, príncipe encantado
E ela não era nenhuma, branca de neve
Eu um simples plebeu, ela uma bela plebeia
Pós tivemos momentos, muitos belos
Que beirava, aos contos de fadas
Quando estou com você, fecho os olhos
Começo a criar, o nosso reino fantasiado.

Osvaldo Teles

O lado oculto da lua

O lado oculto da lua, misterioso
Dançam suaves os seus raios
Fazendo-me sentir os seus efeitos
O sol vai se pondo e ela vem linda

Despontando majestosa lá no infinito
Envolvendo os enamorados nos mistérios
A imaginação viaja perdida ao seu encontro
Ela parece que sequestrou a sua imagem

Fascinado eu fico diante de sua beleza
Sigo seu rastro como estivesse hipnotizado
Sobre a relva deito-me para admirá-la
Fizeste-me semelhante às suas fases

Minha cabeça foi seguindo a sua rotação
Variantes ficaram as minhas idéias
Uma  odisseia toma conta do pensamento
Inesperadas visão faz-me cruzar o horizonte

Perambulando no universo entre estrelas
Para deparar-me com a mais preciosa
A mais brilhante, minha estrela dalva
Que iluminou as minha noites escura

Sobre os caminhos deixou a sua luz
Na sua pele escura fiquei perdido
Fiquei desnudo diante de ti
Reluzente ficou a face com o seu brilho
Revelando  sua resplandecência para mim

Osvaldo Teles

Os sentidos do amor

Os sentidos do amor é sentido no olhar
Que cruzam-se penetrante e fulminante
Como luminosidade invadindo a alma
Os que eram desconhecidos passam

A serem íntimos a cumplicidade assume
Ficando transparente um para o outro
Enxergando o que não está aparente
Só o que lhes importa é a essência

Vamos estar tão coesos que não vai
Dar para distinguir a mistura da fórmula
Fomos misteriosamente enfeitiçados
Pela porção mágica que vem dos olhares

Somos levados a um contentamento
Um casal contrito e unido pelo amor
Onde o fazem alados os corações
A ilha solitária ganhou habitante

Expulsando a solidão copiosa
Que fazia verter lágrimas vultosas
Deixando os amantes perplexos
Diante da comunhão harmoniosa

Osvaldo Teles

As coisas que vivemos

Todas as pequeninas coisas que vivemos
Trouxeram grandezas para vida da gente
Pequenos gestos de carinho e aconchego
De repente um grande amor rompe o peito
Deitei-me em um leito esplêndido
Achegando-me para os seus braços
Usufrui de uma noite aconchegante
Uma sensação aprazível dominou-me
Ouvi os seus gemidos nos meus ouvidos
A lucidez fugiu da minha cabeça
A loucura assumiu o delicioso momento
Somos envolvidos pelo desejo do amor
Levantar-me-ei tecendo versos românticos
No meu sorriso sentirás o arrebatamento
Pelos açoites dos teus beijos noturnos
Silencioso ficou um corpo sobre o leito
Depois de experimentar as delícias
Que o seu lindo ser me proporcionou
Avivando a consciência deparei-me
Com a rainha dos meus sonhos
Que todos os dias passei a desejar
Compartilhando momentos felizes
Fazendo dois seres entrarem em júbilo

Osvaldo Teles