Botei a armadura

Meus medos me perseguiam
Persistem em me atormentar
Por vezes eles me amedrontaram
A cada passada que eu dava

A tristeza quis fazer do meu
Peito à sua eterna moradia
Retirando o foco dos motivos
Sequestra a firmeza dos atos

Atacando-me de uma forma vil
A visão periférica se ofusca
Tirando o brilho do meu olhar
Não vendo um palmo do nariz

Uma escuridão me rodeava
As perguntas deixa confuso
Um pensamento desvairado
Querendo encontrar um alento

Botei a armadura fui a batalha
Minhas vitórias vão depender
Da estratégia que foi usada
Fazendo dela  minha aliada

Osvaldo Teles

Tempo bom

Ainda trago comigo as lembranças
Das brincadeiras da época de criança
O planeta terra era um grande paraíso
Literalmente eu vivia no mundo da lua

As suas fases iam me envolvendo
Sem nenhuma preocupação com o futuro
A galhofada era grande ao cair da tarde
Quando a criançada se juntavam

No terreiro para escutarem estórias
Que traziam encantamento ao coração
A cantiga de roda embalava os sonhos
Alimentando a minha doce realidade

As fantasias pegavam carona no trem
Que passava chuviscando felicidade
Espalhando pelos caminhos da ilusão
Trazendo para mim um céu estrelado

Que a vida não passava de um conto
As fadas se encarregam de realizar
Todas as minhas loucas fantasias
Tudo não passava de um aprendizado
Tempo bom que não volta jamais

Osvaldo Teles

Estou carente

Alivia as tensões do meu coração
Os olhos estão vidrados na janela
Ansiosos para ver a sua chegada
Vem rápido na velocidade da luz

Quero teu aconchego, quero dengo
Estou carente, precisando te possuir
Cheio afeto, pronto para te receber
Vós sois a razão da minha existência

É por ti que o meu coração palpita
Pegar em suas mãos e sentir amor
Esvaindo em seus lábios em forma
De beijo enlouquecedor e inebriante

Colar as peles absorvendo seu calor
A centelha da paixão é reacendida
Dois vulcões entrando em erupção
À procura de uma válvula de escape

Ouvir seu sussurro no pé do ouvido
Sentir a quentura do ar de sua boca
Joga o teu lindo corpo sobre o meu
Para sentir a leveza desta viagem

Osvaldo Teles

Beijo quente

É maravilhoso estar contigo
Beijo quente a carne treme
As almas entram em transe
O sonho se torna realidade

Quando meu corpo toca o teu
O vulcão adormecido desperta
A ilusão ultrapassa os limites
Da nossa pobre compreensão

Como uma mágica entramos
Em nosso mundo fantasioso
Um elo mágico nos circunda
Nos amarrando em suas teias

Conduzindo-nos aos delírios
A fórmula do amor é aplicada
Vamos sentindo seus efeitos
Nos envolvendo neste misto

O profano vai nos dominando
Aos poucos vai se confundindo
O mundano se tornou divinal
Um ser feliz foge do ser real

Osvaldo Teles

Saudosa infância

Posso trilhar por diversos caminhos
Nunca vou me esquecer da origem
Fecho os meus olhos e me transporto
Para a minha saudosa e feliz infância

Não precisava muito para ser feliz
Onde as brincadeiras corriam soltas
Não tinha preocupação com as dores
O amadurecimento seria inevitável

Entre trancos e barrancos aprendi
Dá grande valor ao pouco que tinha
No adormecer da noite o dia desperta
Radiante lá na roça ao cantar do galo

O alvorecer de lá parece ter mais vida
No jardim os pássaros soltavam o canto
O sol tomo o céu como a sua moldura
A passarada orquestrada sua sinfonia

Os gados no curral dão seus mugidos
O cavalo está pronto para tocar o gado
As galinhas no quintal ficam a cacarejar
O cheiro do café toma conta da cozinha

Osvaldo Teles

Meu coração desejava

Sair louco perdido neste doido mundo
Prosseguir a procura da pessoa certa
Procuro em meio a multidão uma face
Não queria ser um estranho meio a elas

Com os traços daquela que foi perdida
Nenhum sorriso me lembrava ao dela
Tenho certeza que não seria igual a ela
Mesmo assim eu seguir os seus passos

Ficaram literalmente gravado na mente
Porém abrandaria as minhas tensões
Apaziguando aquelas inquietações
Os olhos fotografou e pôs dentro do peito

Ficando gravado a sua linda imagem
O riso sairia livremente dos meus lábios
Quando os seus lábios tocaram os meus
Depois de sentir a beleza do encontro

Tê-la era o que meu coração desejava
Fotografei na memória a sua fisionomia
Deixastes as suas marcas pela pele
Seu aroma ficou impregnado nas vestes

Osvaldo Teles

Folhas do outono

As flores se tornaram em frutos

Para saciar a fome da gente

Folhas do outono forram o chão

Um belíssimo tapete se forma

Em mosaico com diversas cores

Embelezando o nosso espaço

Nosso leito macio está pronto

Sobre ele fico jogado olhando

As maravilhas da via láctea

E o esplendor do céu estrelado

A lua vai me deixando enfeitiçado

Esperando seu lindíssimo corpo

Uma deusa compõe o cenário

Aos poucos entro em delírio

As damas da noite exalando

Os seus inebriantes perfumes

A maciez do seu toque me leva

Ao mundo eterno dos sonhos

O fantasioso vai ganhando alma

Vai absorvendo o corpo os efeitos

Osvaldo Teles

Costurei os fragmentos

Costurei os fragmentos do coração
Que estava fracionado em pedaços
Cauterizando todos os ferimentos
Sendo a sua saliva meu anestésico

Anestesiando todas as minhas dores
Juntando como um quebra cabeça
Juntei os  pedacinhos como artesão
Em cores montei o mais belo mosaico

Em destroços eu me encontrava
Contive as lágrimas não deixei rolar
O choro ficou contido na garganta
Tece a história com derrotas e vitórias

Cada uma teve  seu papel no enredo
Por vezes alegre outras vezes triste
Uma  trouxe aprendizado para vida
A outra alegrias que duraram pouco

Os erros me levou a refletir em tudo
Peguei o leme e passei a conduzir
Dando ruma a minha bela história
Que foi tecido em suas carícias

Osvaldo Teles

Dependência

Estás dentro deste contexto
O espaço já está ocupado
Afinal seu amor me completa
Ocupando o vazio existente

Seu riso celestial preenche
O peito queimava por dentro
Fui forjado na força do amor
As mágoas foram destiladas

Degustei a sua doce bebida
Em uma felicidade constante
Destilei sua suave essência
No âmbito das flores do éden

Sendo o adorno da existência
Capturei o aroma das rosas
Sentir a maciez das pétalas
Acariciando a minha face

A mostra fica a dependência
Amar é uma necessidade
Ter ao meu lado a pessoa
Amada é uma realização

Osvaldo Teles

Liberdade

O passageiro do tempo se sucumbe
Me vi aprisionado em uma gaiola
A procura de uma porteira aberta
Seria a passagem para liberdade

A liberdade me faz sentir pássaro
Preste a levantar voo ao infinito
Batendo asas sem nenhum direção
O único intuito é chegar ao alvo

Pousar nos braços do meu bem
Adeus dei ao que ficou para trás
As amarguras foram adocicadas
Vislumbro o meu novo horizonte

Agora só quero voar livremente
Sem nenhuma amarra a me prender
As manhãs abrir a janela e poder ver
A beleza do desabrochar das flores

O sol despontando por trás da colina
Fazendo coração de minha bússola
Orientando a minha chegada ao éden
E desfrutar da liberdade conquistada

Osvaldo Teles

Busquei o teu corpo

Busquei o teu corpo como agasalho
Para aquecer-me nas noites frias
Queria sentir a ardência do seu calor
Delirantes as ideias se tornaram

Em fração de segundos estou no paraíso
Dando adeus ao frio que me consumia
Em seu ombro só quero aconchego
Encontrei os seus lábios frenético beijei

Saboreando um sabor adocicado
De framboesa é o gosto do seu beijo
Fazendo da tua boca quente o cálice
Foi por onde ingerir a fórmula sagrada

Por dentro uma chama foi reacendida
Em brasa a minha pele se transformou
Pelos olhos saíam muitas faíscas
Um fogo ardente queimava as entranhas

Conduzindo nas veias a seiva do amor
Aumentando assim as palpitações
Não tendo como conter os impulsos
Impulsivas as mãos te procuravam

Osvaldo Teles

A fantasia tinha morado certa

Deparando com o mundo irreal
A fantasia tinha morada certa
Na cabeça do menino sonhador
Tendo como propósito crescer

Não deixando morrer os sonhos
Vendo-os se tornarem realidade
Que nascerá em flores no jardim
Envolvido na magia do viver

Cada momento como último
Vivenciando a beleza dos dias
Agraciado pelo belo alvorecer
Com aquela que foi a escolhida

Dividindo com ela as fantasias
Para prosseguir juntos na vida
O coração fazia festa no peito
Na emoção do nosso encontro

Não tenho como tentar esquecer
Da mágica que o amor fez acontecer
A máquina ilusória foi acionada
Onde tudo ele visualizava poesia

Osvaldo Teles

O sonho e o real se confundem

Quando vi o mais belo semblante
Trazia consigo traços angelicais
Confundi com a deusa Afrodite
O belo exemplar do sexo oposto

No formato de uma bela mulher
Um homem se apossou do anjo
Amei-te desde a primeira vez
Parecia que tudo parou em volta

O chão faltou aos meus pés flutuei
Parecendo que estava nas nuvens
Uma sensação de bem estar tomou
Conta do corpo espírito e da alma

Reacendendo a chama da paixão
Um novo coração palpitava no peito
Inserindo nas veias a seiva do amor
Numerosos foram os planos que fiz

Para vivermos no universo paralelo
Onde o sonho e o real se confundem
Fazendo as estrelas brilharem mais
Ofuscante elas resplandecem no céu

Osvaldo Teles

Armadilha do amor

Os olhos choraram as dores
Aquelas que fazem sangrar
O coração de um apaixonado
Fui preso na armadilha do amor

O seu laço é infalível ele prende
Amei te encontrar nesta jornada
Queria trilhar a mesma estrada
Quis me jogar incondicionalmente

Neste corpo com excesso de curvas
Desviei da minha longa caminhada
Para cruzar com o meu destino
Sem temer o que poderia acontecer

Ambicionei está envolto no enlace
Envolvido nos adocicados beijos
Saboreando o sabor do seu batom
Trilhar por suas curvaturas definidas

Mergulhar na profundeza do seu ser
Vendo a grandeza de sua alma
Fiquei extremamente deslumbrado
De tanta luz que contém sua áurea

Osvaldo Teles

Círculo sagrado do amor

Não emudece a minha voz
Deixa eu dizer eu te amo
Como amo a mim mesmo
Só quero que me diga sim

Saindo cheio de emoções
Aceitando-me sem condição
Recebe com dedicação
Este ser que te venera

Como um anjinho divinal
Vou entregar-me por inteiro
Vamos viver o momento
Talvez o amanhã não venha

Não podemos perder tempo
Tudo acontecerá volitivo
Favorecendo a um querer
Mundano assim como eu

Fazendo o impuro puritano
Sagrando o encontro carnal
Juntando o homem e a mulher
Neste círculo sagrado do amor

Osvaldo Teles

Usei a fantasia

Usei a fantasia que não era minha
Mascarando por alguns instantes
Escondendo as minhas desilusões
As lágrimas molhavam a máscara

Que aos poucos ia se desfazendo
Repondo as ilusões esquecidas
Vi o pierrô e a colombina passarem
Destilando a mais pura felicidade

E eu aqui no intuito de encontrá-la
Totalmente perdida no meio do salão
Interiorizei querendo-a aqui comigo
Corri os olhos nos quatro cantos

Que nada só encontrei a solidão
A mostra ficaram meus pesadelos
A seriedade mim desenhou a face
Falseando o danado do meu coração

O fascínio foi retirado dos meus olhos
Escondendo o brilho que ele continha
Ficando apenas a expressão de tristeza
O choro torrencial rolaram sem fim

Osvaldo Teles

Desejo latente

Vai morrendo na noite o desejo latente
Os instintos animal foi domesticado
Seus beijos foi a doçura que precisava
Entreguei-me sem compostura e pudor

A este louco querer que me condicionou
Depois de tê-la em nosso leito de amor
Fui levado por  madrugada a dentro
Para saciar todos os meus desejos

Silenciando o romântico compulsivo
Busco nos sonhos a sua boca quente
Adormecendo o meu lado impulsivo
Alardeando no corpo o que a alma sente

Deixando uma leveza na minha mente
Flutuei como plumas soltas ao vento
Como uma dança cheia de sensualidade
Nos atamos com os nossos braços

Em uma junção harmônica dos corpos
Como um magnetismo nos atraiamos
Até chegarmos a um clímax perfeito
Ficando  as suas marcas gravadas

Osvaldo Teles

Neste epicentro

No instante chego ao mundo dos sonhos
Basta me conectar com o seu asteroide
Deixando o olhar seguir a estrela Dalva
A lua vai despontando com seu esplendor

Neste epicentro está eu e a minha amada
Sendo ela a lamparina da minha escuridão
Ela vai se desenhando nas águas do mar
Em suas fases estou sendo enfeitiçado

Canalizando para nosso âmago a energia
Que vai revitalizando as nossas forças
Entregando-se livremente aos seus efeitos
Nos amando sobre o belo céu estrelado

Depois do dia árduo encontro em ti a paz
Nos seus braços só quero seu aconchego
Os sons das ondas quebrando na areia
Chegam aos ouvidos com uma melodia

Pelos poros vou sentindo suas vibrações
Ateando paixão em nossos corações
Nossos corpos ardem de expectativas
As cabeças giram como em suas fases

Osvaldo Teles

O coração entra em sintonia

Gosto de dar vida às letras
E prosear com as palavras
Encontrando a rima perfeita
Dando a simetria da poesia

Vai ganhando forças o amor
Compondo harmoniosa música
No compasso vem a canção
Formada pelas claves musicais

Uma suavizada voz angelical
Sendo conduzida aos ouvidos
Eternizando os sentimentos
Harmoniza os meus sentidos

O coração entra em sintonia
O corpo vai achando o ritmo
Ritmados os órgãos batem
Vindo junto a contra dança

Traduzindo o que a alma sente
Contrapondo o meu estigma
De um amante compulsivo
Querendo perfeição em tudo

Osvaldo Teles

Vitórias e derrotas

Como esquecer os acontecidos
Se estão presos na minha memória
As experiências que foram adquiridas
Levarei cada uma até o fim da vida

A essência ficou presa comigo
Bem na profundeza do meu ser
Encontrei o que mais procurei a paz
Que almejava desde meu nascimento

Dei rodopios sobre o meu destino
Peguei-o e saí bailando pelo palco
Enganei os fantasmas que me perseguiam
Tive que aprender a dominar meus monstros

Para deparar-me o equilíbrio da mente
Vitórias e derrotas tiveram que acontecer
Ludibriei as armadilhas que foram postas
Muitos desatinos fui levado a realizar

Para encontrar o caminho de volta
Retroceder somente no pensamento
Na viagem transitória da linha do tempo
Um temporal de emoções me dominava

Osvaldo Teles

Papel do acaso

Andávamos por direção oposta
Íamos cada um para o seu lado
Não sabíamos da existência um do outro
Seguíamos alheios a tudo ao entorno

Admirávamos apenas as paisagens
Uma vontade que corroia a gente
De encontrar alguém na caminhada
O acaso fez o seu brilhante papel

Fez nossos caminhos se cruzarem
Um forte magnetismo nos uniu
De uma forma avassaladora
Levando um para dentro do outro

Unindo dois corações solitários
A fé era o nosso alimento diário
Queria apenas encontrar o amor
E desfrutar de suas benesses

Transbordando-os de alegrias
Fui recebido com benevolência
Saindo dos olhos muitas faíscas
Um fogo que queima as estranhas

Osvaldo Teles

Desejo e paixão

Olho para ti com desejo e paixão
Vens despida não a quero pudica
Trazendo consigo a mulher madura
Com seu corpo em curvas definidas

Com  aquele ar de menina sapeca
Capaz de me fazer perder o juízo
Ao inalar o seu inebriante perfume
Levando-me a um estado de loucura

A santidade deixa só na aparência
O anjo só vai ficar na minha mente
Não te quero santa te quero mulher
Deixa o ser puritano do lado de fora

Aqui está um ser ávido por amor
Enlouquecidos os seres transcendem
Louco para saborear o seu batom
Sentir o calor do seu corpo quente

Suas mãos correndo por minha pele
Umedece os lábios sacia minha sede
Afagando o ego de um homem
Querendo ser chamado de seu Eros

Osvaldo Teles

Poder sedutor

Envolvido em suas teias das delícias
Fico envaidecido com sua delicadeza
Os seus toques tem o poder sedutor
Vai desvanecendo a noite me entrego

Inteiramente as suas suaves carícias
Trânsito livremente na sua intimidade
Os mistérios da noite são desvendados
Tudo sai do controle ganha um misto

De irrealidade parecendo um sonho
Vivido por dois seres pífios mundano
Que o ato de  amar lhes santificou
Transformando o sagrado ato carnal

Em uma comunhão de corpo e alma
Tornando este encontro santificado
A amor que pulsa nas minhas veias
Como  seiva correndo nas entranha

O dia vai nascendo irradiando luz
Falando mais alto a voz do coração
A vida pulsa ao som da sua pulsação
Cadência ganha a minha ritmação

Osvaldo Teles

Fecho os olhos

Fecho os olhos e decolar na imensidão
Sem dar limites para  minha imaginação
Pairando sobre o maravilhoso universo
Quis ter a liberdade dos seres alados

Para levantar voo com a sua leveza
Abre as asas e seguir e voar nas nuvens
Dá vôos rasantes pelo espaço sem fim
Chegando mais rápido a seu lado

Pousando seguro ao meu porto seguro
E juntos cruzarmos a linha horizonte
Apreciando as belezas existentes
Sentir a brisa tocando nosso rosto

Orquestrando a mais linda melodia
Bailando suave ao som dos ventos
Fazendo a conexão com o exterior
Extremamente conecto com o interior

Bater asas seguindo meus instintos
Cruzar o céu livre e sem amarras
Voar até chegar ao pico das ilusões
Criação de uma mente sonhadora

Osvaldo Teles

Meus pensamentos voláteis

Viajei entre mundos desconhecidos
Eu e os meus pensamentos voláteis
Voamos livres sem nenhuma noção
Vagamos sós sem rumo sem direção

Tínhamos como companhia a ilusão
Pairamos querendo ter uma visão
De como seria tudo dai para frente
Ficando apenas a certeza de um Deus

Que sempre me deu sustentação
Muitos dos motivos ficaram para trás
Tracei planos para a minha chegada
Mas não saiu nada como planejado

Muitas vezes fui guiado pela intuição
O leme fugia constantemente das mãos
Perdendo o controle da situação
Ia para o lado que o vento me levava

Levei tudo aos trancos e barrancos
Dizíamos ao destino faz isto não
Deixa quebrar a minha cabeça
E aprender com meus próprio erros

Osvaldo Teles

Um ser arde

Cola a tua boca à minha
Devolvendo-me o fôlego
Acordando de um sonho
Ou de um terrível pesadelo

Deixe seu calor queimar
Um ser arde em brasa
Fazendo o sangue ebulir
Aquecedor da noite gélida

Buscando uma válvula
De escape das tensões
Aliviando a ânsia pulsante
Beijaria-te por toda vida

Doces ficariam os lábios
Sufocando esta angústia
Que aperta o meu peito
As palavras desconexas

Aleatórias ficam as ideias
Encontro em seu corpo
O nexo da minha existência
Alucinado entro em transe

Osvaldo Teles

Duas almas

Raiou o sol do novo alvorecer
Duas almas desfalecida acorda
A ilusão do poeta se desperta
Ao despertar ao lado da musa

Parecia que o Olimpo era ali
Afrodite acordara ao meu lado
Como esquecer a noite passada
Passeei pelo mundo do amor

A fantasia tomava conta de mim
Lá encontrei a minha amada
Passei envolto em seus braços
Abracei-a como uma deusa

A beleza se materializou! Mulher
Bebi a água da fonte dos desejos
Revigorando todo o meu ser
Uma força estranha me dominava

Os seus beijos faziam ascender
O mais nobre dos sentimentos
Misturando o amor e a paixão
Tornando dois corpos em um

Osvaldo Teles

Sou resistência

Homens livres foram escravizados
Os Bantos foram os primeiros
A pisar nesta terra chamada Brasil
Trazendo consigo sua cultura

Os cânticos de resistência
Que ecoavam nas senzalas
Continua vivo nos corações
O canto nagô de libertação

Com um berimbau e um timbal
Em sua dança envolvente
Entoavam as suas canções
Saindo em forma de lágrimas

Chora um grande nação
Por seus filhos roubados
África berço do planeta
Por suas savanas corriam

Livre a sua descendência
Sou resistência sou negão
Que luta por igualdade
Nesta desigual sociedade

Osvaldo Teles

Levo comigo

Peguei a bagagem e partir
Está na hora de prosseguir
Não sabia que encontraria
Muitas pedras no caminho

Que machucaram os pés
Levo comigo minhas ilusões
Que o ser criança me deixou
A ampulheta está a marcar

O tempo que foi me dado
Quem me dera que fosse
Devolvido o tempo perdido
Adeus dei para o passado

Quero um futuro de glória
Foquei no que estava por vi
A saudade deixa-me preso
E saudoso dos acontecidos

Acalentando meus sonhos
Alguns sonhos ficaram
A margem esquecidos
Outros foram sepultados

Osvaldo Teles