quarta-feira, 31 de maio de 2017

Derrubei os paredões

Derrubei os paredões que impediam-me
De prosseguir pelas estradas da vida
Atravessei o espelho para ir em busca
Da minha aparência da juventude
Que o tempo se encarregou de roubar
Não me preocupo mais com o material
Quero encontrar o equilíbrio do espírito
As probabilidades de deparar-me contigo
E vivermos as emoções  em cada curva
Não precisamos corremos, acabou a pressa
Vamos aproveitar a brisa para refrescar
Toda quentura que nos castigava
Não lamentarei o que foi deixado de viver
Ao longo, da minha longa caminhada
A exaustão ficaram as minhas pernas
Porém a cada passada a vontade
De chegar me impulsionava
Exaurido ficou o meu cérebro
Crer na vitória era a motivação diária
A margem ficaram as decepções
Em mim brotou a semente do amor
A força necessária para tornar-me resistente
As desventuras que cruzaram a minha frente

Osvaldo Teles

Divina santidade

Deixastes a minha vida de pernas para cima
Venerei-te como uma divina santidade
Procurava a melhor forma para te amar
Amor! amor só quis te dar de verdade
Levantes consigo a minha bela poesia
Os sentimentos que regiam meu coração
Eram todos que vinham do centro do eu
Para embelezar todos os dias teus
Tive os sonhos mais lindo contigo
Eles guiavam-me para o mundo real
Fechando as algemas para nos prender
Dentro do nosso espaço surreal, a cabeça
Cunhava palavras cheias de benevolências
Para afagar o teu egocêntrico ego, te amo
A frase chave para te ver toda sorridente
Encontrei o segredo do viver plenamente
Definição do que ser feliz estava em ti
Rompe a cortina do sacro silêncio
Para falar-te dos meus sentimentos
Para mim és a mais bela das mulheres
Encantamento escolhida por mim
Dando sentido para um novo viver
Júbilo trouxestes para a minha existência
Deixei a passagem da minha alma aberta
Para que adentrasse sem pedir licença
Assumindo o comando dos meus impulsos

Osvaldo Teles

terça-feira, 30 de maio de 2017

Paredes me cercam

Paredes me cercam por todos os lados
Aprisionado fico as correntes, imóvel
Deixando-me estático, só a mente viaja
Preso fica um ser inquieto,a ponto de explodir
Levanta-te corpo inerte, movimenta-se
Arranca as peias dos seus pés, caminha
Das asas tira as amarras, alça vôo
Liberta tua alma  da prisão, liberdade
Janelas se abrem, para o além
Para imaginação viajar, ao encontro da paz
Alívio dá ao seu coração,sossego à alma
Indulgente torna-se o teu ser,
Na solitária, deixa a tristeza
Solta a alegria que está presa
Gargalhadas fluíram, do interior
Adornando os teus lábios,
Os lírios nasceram, para o adorno
Das rosas vão exalar o seu aroma
Para abrilhantar, os dias enfadonhos
Fazendo-te semelhante, a melhor essência
Contando as horas, para bater as asas
Para estar livre e viajar contigo
Até que o ar refrescante, toque as faces
Apaziguador natural, são os seus beijos
Libertando o ser, aprisionado dentro de mim

Osvaldo Teles

segunda-feira, 29 de maio de 2017

A FAMÍLIA NO SÉCULO XXI – NOVOS MODELOS FAMILIARES

Conforme já  analisado, a sociedade complexa globalizada e tecnológica desenvolvida a partir do último quartel do século XX projetou e difundiu novos modelos familiares que passaram a exigir um novo tratamento jurídico, não dispensado nem pela Constituição Federal de 1988 e muito menos pela Lei 10.406/02 (Código Civil), cujo projeto embrionário remonta ao longínquo ano de 1969. Naquela ocasião e até em 1988, não era possível imaginar que rápidas transformações exigiriam uma reconstrução jurídica em torno de novos aportes familiares a fim de atender anseios cada vez mais acalentados.

Com base no modelo filosófico-jurídico que visa dignificar a pessoa humana, resguardando-lhe direitos sociais e individuais, estabeleceu-se a noção de que a tolerância deve permear todos os vínculos familiares estribados pelo afeto. Cria-se, a partir desse momento, uma visão plural da família, passando a Constituição a ser piso mínimo também nos modelos familiares fixados no artigo 226, de forma a recepcionar todo e qualquer modelo que compatibilize com a reinante interpretação conforme a Constituição.

Nessa linha de raciocínio mantém vigentes os velhos modelos familiares, passando apenas a recepcionar novas figuras, buscando harmonizar novos e velhos paradigmas sob os princípios da igualdade, da liberdade, parentalidade, conjugalidade, sem descurar dos paradigmas de responsabilidade e vinculabilidade de todas as relações.

De maneira didática, é possível elencar os seguintes modelos de família:

1ª) matrimonial – sem sombra de dúvida é o casamento o principal aporte constitutivo das relações familiares. Não é dessarrazoado verificar que a Constituição Federal de 1988, pelo menos de forma topográfica, fixou o casamento como a principal espécie constitutiva de família, tanto que no artigo 226 destinou os dois primeiros parágrafos a tratar do instituto sob o prisma da acessibilidade (civil, gratuito e religioso) de forma a proteger as raízes históricas do instituto que se tornou litúrgico a partir do Concílio de Trento (por volta de 1550 A.D.).

Conforme ampla análise traçada nesse espaço, o casamento foi durante muito tempo o único modelo constitutivo de família, o que gerava uma série de problemas para outros vínculos então emergentes, postos à margem do Direito e até da sociedade.

O próprio casamento sofreu muitas mudanças no seu perfil passando de instituição a contrato, porém, sem constituir um vínculo propriamente econômico, porém, garantindo autonomia da vontade para a constituição e extinção da referida sociedade. O Estado passou a apenas regular efeitos básicos da referida sociedade. O homem deixou de ser o patriarca da família e passou a dividir com a mulher os encargos, direitos e responsabilidades para com os filhos, gozando todos de igualdade na medida de cada papel a ser exercido nessa relação.

2ª)  união estável – o Estado passou a proteger a união duradoura, pública e contínua entre um homem e uma mulher desde que nenhum deles estivesse sob o casamento vigente. É a famosa união estável ou concubinato puro, que sem afrontar o casamento, passou a proteger uma união estabelecida entre um homem e uma mulher que visa a constituição de família. Abarca desde pessoas que não querem formalmente se casar até aqueles que estão separados de fato e que não podem constituir um vínculo formal antes de se estabelecer um divórcio. A única restrição é que as partes não podem se unir caso apresentem impedimento para o casamento, o que significa, por exemplo, se o genro viúvo vier a morar com sua sogra também viúva, não gozarão da proteção conferida à união estável porque estão impedidos de converter a referida união em casamento (art. 1723 e § 1º, CC).

Duas correntes existem no que diz respeito a ter a união estável o mesmo status do casamento e gozar, por conseguinte, dos mesmos direitos:


corrente isonômica – segundo a referida corrente, a união estável tem exatamente os mesmos direitos e obrigações do casamento pela adoção do princípio da isonomia (art. 5º, caput, CF), de forma que todos os dispositivos legais que distinguem as relações são inconstitucionais.
corrente tradicional – entende como interpretação literal ao próprio artigo 226, § 3º da CF de que a união estável anterior ao casamento, na medida em que “… , devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. A lei facilita a conversão sob a ótica formal, suprimindo a celebração e, sob a ótica material, conferindo menos direitos que para o casamento.
3ª) concubinato – é a união estável de pessoas impedidas de casar (art. 1727, CC). São relações não eventuais ou de pessoas efetivamente casadas ou de pessoas que jamais poderão converter a sua união em casamento pela existência de impedimentos para tal. De acordo com o Projeto de Lei 2285/07, encaminhada no dia 25 de outubro de 2007 ao Congresso Nacional, mesmo a relação concubinária gera, segundo o seu artigo 64, parágrafo único, os deveres de assistência e a partilha de bens. Dessa maneira, o concubinato passa a ser de competência da Vara de Família, valendo-se das regras gerais das relações familiares e não da velha e obsoleta Súmula 380 do Supremo Tribunal Federal.

Muito embora a relação concubinária não seja estimulada, tem sido adotado ao longo dos séculos e precisa ter um tratamento diferenciado na medida em que envolve vínculo de afeto, além de muitas vezes abranger problemas relacionados a filhos.

4ª) homoafetiva – de acordo com o artigo 68 do Projeto acima mencionado, “É reconhecida como entidade familiar a união entre duas pessoas de mesmo sexo, que mantenham convivência pública, contínua, duradoura, com objetivo de constituição de família, aplicando-se, no que couber, as regras concernentes à união estável”. Segundo o parágrafo único do referido artigo passam a ser conferidos direitos de adoção, previdenciário, sucessório, além da guarda e convivência com os filhos. Portanto, equipara à união estável, gozando de ampla proteção constitucional à referida união.

5ª) monoparental – o artigo 226, § 4º da CF protegeu a entidade familiar constituída por qualquer dos pais ou seus descendentes. É a situação normalmente de pessoas cujo casamento foi dissolvido e que passam a se vincular exclusivamente com a prole. Muito embora tenha havido omissão por parte do Código Civil, por isonomia são aplicados todos os preceitos necessários ao bom desenvolvimento da referida sociedade. O artigo 69, § 1º do Projeto apresenta a família monoparental como espécie de família parental e aplica, por força de lei, a equiparação às demais entidades familiares.

6ª) família pluriparental – é aquela constituída por pessoas egressas de casamentos desfeitos. Configuram situações em que pelo menos um dos genitores possui filhos anteriores, porém, normalmente, ambos possuem filhos anteriores de forma a constituir um mosaico de relações. O artigo 69, § 2º do Projeto, estabelece “Família pluriparental é a constituída pela convivência entre irmãos, bem como, as comunhões afetivas estáveis existentes entre parentes colaterais”. Dessa maneira, o padrasto passa a gozar de uma série de direitos e obrigações nessa nova ordem familiar.

7ª) anaparental – é a convivência entre parentes ou não-parentes de pessoas que têm objetivos comuns fora do modelo clássico de união. É o caso de dois primos unidos com propósito de amealhar bens, constituindo uma verdadeira sociedade, muito próxima das relações monoparentais.

8ª) eudemonista – é a união de pessoas que visa à busca de felicidade, tanto individual quanto coletiva. Visa a não coisificação da pessoa no bojo das relações familiares.

9ª) união livre – é a possibilidade de pessoas estarem ligadas, porém, não desejando a incidência de obrigações. Hoje, muitas vezes, vem traduzido pelo contrato de namoro. Abarca situações de pessoas que realmente estão em fase embrionária de relacionamento, mas também por aquelas que convivem há muitos anos, todavia, não desejando que o vínculo surta conseqüências jurídicas. Atualmente, a discussão gira em torno da validade e eficácia de contratação nesse sentido.

10ª) uniões plúrimas – existe, ainda, a situação de pessoas que possuem múltiplas relações conjuntas, consentidas ou não, sob o mesmo teto ou não e que geram diversas implicações não podendo o direito ignorá-las.
Diante desse quadro, é bom repensar a nova ordem familiar a fim de garantir a correta aplicação do sistema jurídico para que nenhum desses modelos fique à margem das novas dimensões da família.

Osvaldo Teles

Em meu ninho

As vidraças estão embacadas
Nuvens carregadas a desabar
A chuva torrencial cai  lá fora
O meu céu cheio de estrelas
Estar muito nublado, sem brilho
Transcrevo um ambiente insalubre
Em meu ninho de amor lençóis amassados
Pele enrugada pela ação do vento frio
O corpo suplicante clama por ti
O leito gélido me aguarda
Apanhai-me tirando está angústia
De sua espera, desespero eu ficava
Esperando apenas um simples amparo
Seu físico junto ao meu
O seu calor invade o meu corpo
O meu sonho de uma noite de inverno
Corpos juntos e almas amarradas
Pelo enlaçamento do matrimônio
O desfecho é que viestes tirar-me do ermo
Devolvendo a vida a um quarto gelado
Trazendo consigo a essência das rosas
Preparei-me para a magnitude do encontro
Usei a sua fórmula para combater a dor
A combinação do mais belo amar
Fez mudar o clima congelante do quarto
Sussurros estridentes dava o tom
Mudando o cenário do meu ninho de amar
Que só faltava a tua ardilosa presença  
Para aumentar o clímax dos corpos ardentes
Pele com pele é o melhor agasalho

Osvaldo Teles



sábado, 27 de maio de 2017

Despertando as fantasias

Bom dia vem trazendo alegrias
Vem noite embalar os sonhos meus
Despertando as fantasias mais lindas
Restaurando um coração dilacerado
Andava lado a lado de mãos com a solidão
Derramando lágrimas pelo caminho
Já não via solução para os meus prantos
Voltei desperado as minhas entranhas
A pro-cura do aro partido que me ligava
As noites enluaradas e estrelas emolduradas
Fazendo da boemia o alentejo: fuga
Vague entardecer adentro, gritos soltos
Perdidos nas encruzilhadas da vida
Quiseras encontrar um ouvido para escutar
Chorava copiosamente nesta busca
Não quero passar as madrugadas sozinho
Permeiam os meus pensamentos amor
Vem como as brumas soprando suave
Para longe as dores contidas na minha alma
Vagando fui a jardim lá no fundo do interior
Brotando as flores que as lágrimas regaram
Risadas fluem do centro do meu âmago
A musa passou a caminhar junto a mim
A poesia caminhava lado a lado comigo
As paixões ficaram pelas esquinas
O amor carrego enfeitando a cena
Agora só quero que fiquei contigo
Toda as lembranças de um amor vivido

Osvaldo Teles

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Desejo insaciável

Bebo a água que flui de sua boca
Matando toda a sede que tenho de ti
Buscando o fôlego perdido da jornada
Aquele desejo insaciável de beijar
Os teus carnudos e suculentos lábios
Peguei-te como se pega um cristal
Passeei suave pela sua pele
Fala-me tu o que sentes agora
Estás satisfeita com o meu amor
Acalmando a minha inquietação
Quero estar realizando os seus anseios
Aliviando desejo intenso de teu ser
Deixando em meu corpo o alívio
Olhando pela fresta do meu espírito
Todo contentamento que advém de ti
Perceba os efeitos dos seus chamegos
São como os efeitos da morfina
Ficando na face o preâmbulo da alma
Gritante fica desenhada nas linhas faciais
A extrema felicidade que proporciona-me
Quando estou entretido em teus beijos
Tudo se apagam e só você fica na cabeça

Osvaldo Teles

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Confesso-te

Confesso-te todo o meu querer
O amor que carrego no peito é teu
O meu coração é o nicho do seu amor
Não vou violar este templo sagrado
Fixo os olhos em seu semblante
Admirando a sua face angelical
Sinto o meu ser cheio de ternura
Desejando sentir a sua quentura
Esperei-te com o coração nas mãos
Anseios tomavam conta do meu eu
Tapete de flores era a sua passarela
Uma coroa de diamante em sua cabeça
Para fazer a promessa diante do altar
Só para você ser minha esposa
Despejando o teu belo  ser
Eu quero viver este eterno amar
Em uma doação plena de afeto
Em que instante entrastes a minha vida
Definindo cenário de paz que encontro-me
Eu te amo quero você só para mim
Desfrutando de todo carinho que tu me dá
Almejei em ti encontrar minha tranquilidade
Passastes a ser para mim a razão
Da minha existência,preenchendo as carências
Eis um buquê de rosas a enfeitar a vida
Dando ênfase e beleza ao sorriso
Tu és a escolhida da minha alma
Eis que te darei o amor que contém em mim
Seremos dois amantes depois do sim
Prometo-te que serás única em minha vida
Viveremos juntos até o fim dos nossos dias


Osvaldo Teles

Nasci para ser feliz

Tentei virar a página,mas o enredo continua
A hipótese de apagar as páginas há vividas
É como tirar um pedaço da minha história
Ficando para trás as experiências adquiridas
Desfazendo a fórmula da cura da dor
Amor próprio tenho de sobra, para suprir
As minhas carências, só preciso
Complementar com a sua presença
Ocupando o vazio existente no coração
Não nasci para sofrer,ser feliz é minha meta
A consternação já expulsei a muito tempo
Muitas lágrimas verteram-se dos  olhos
Senti a frieza de quem fiz do amor a entrega
Definitivamente encontrei o meu motivo
Vivi em mim o meu amor próprio
Estou com um romance comigo mesmo
Ganhei a leveza das plumas, levito
Literalmente, estou andando nas nuvens
Não vou atrelar a minha felicidade a alguém
Aprendi a ser um bon vivant
Passei de botequim em botequim
Embriaguez dominava os meus comandos
Por vezes fiquei desolado, te querendo
Só vale a penas amar quando é recíproco
Não pretendo suplicar o amor de ninguém
O bom quando acontece naturalmente
Deixando o contentamento na alma
Sendo a felicidade compartilhada pelos dois

Osvaldo Teles

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Desfilei entre pétalas

Serenidade quais encontra em teus braços
Em teu colo encontro o conforto e o alento
No teu corpo o passaporte para os delírios
Invade-me com o seu olhar penetrante
Levando-me ao campo florido, entre rosas
Desfilei entre pétalas e espinhos
Deparei com o inebriante aroma
Entretanto lá estava a mais bela flor
Diminuindo a distância entre os corpos
Tendenciando aos prazeres carnais
Não quero acordar  deste lindo sonho
Vou vagueando no teu mundo
Lá ficarei perdido no seu libidinoso ser
Arrebatado transloco-me ao seu espaço
Translúcido o meu ser entrega-se extasiado
Deitado deixo as sensações me possuírem
Chego às vias de fatos do nosso encontro
Aparecem-me as fantasias perdidas
Vides em flor a exalar as suas essências
Deixando sobre mim a sua fórmula de amar

Osvaldo Teles


Assim vão decorrendo os dias

Assim vão decorrendo os dias
Sem nenhum motivo  amostra
Evidenciando que a vida é dinâmica
Que não podemos perder tempo
Temos que buscar motivos para viver
Para que a vida não perca o seu seu brilho
Todas as manhãs chegam lindamente
Com novas expectativas, novos motivos
Místico o firmamento desponta lá em cima
Chuva de prata é derramada sobre a terra
Tudo vai decorrendo na maior normalidade
Esperando que a vida siga o seu curso
Uma injeção de ânimo é dada na minha vida
Fortificando todas as estruturas fragilizadas
Trazendo conforto para uma alma voadora
Aterrizando na plenitude do amor seguro
Não olheis para as minhas interrogações
Elas inebriaram-me, deixando-me tonto
Vagueando entre o céu e a terra
Não sei qual o segredo que aguarda-me
Porém só quero viver o que ela permitir
Não repareis à minha  indulgência
Suave é a fragrância que sai do seu íntimo
Inflamando minhas veias prestes a explodir
Fui afetado pelas fases da lua, enlouquece
Os raios solar queimou a massa cinzenta
Irritaram-me com tantas respostas soltas
Quantas razões há para  desistir, caminhei
Consciente das  limitações,prossegui
Busquei nas curvas da estrada te encontrar
Assim vou seguindo os cursos da vida
Para que possa sentir a leva dos dias

Osvaldo Teles

sábado, 20 de maio de 2017

Soltei a rédea; viajei


Soltei a rédea do meu alazão
Como um raio ele sai em disparada
Deixei ele partir em qualquer direção
O cérebro processava na mesma rapidez
Ágio vinha o vento batendo no rosto
Apascentado a inquietação de uma alma
Avidez dos pensamentos não te encontrava
Via correr os sonhos e tu não estava lá
Puseram-me devanear vendo miragens
Eu e o  alazão nos perdemos no deserto
Nós afundamos em areia movediça
O oásis está a léguas de distância
Ofegante o cavalo já não cavalgava
A língua para fora, o sol lhe castigava
Este saara de conflitos nos  consumiam
A fadiga nos deu um xeque mate
A esperança era o alimento diário
Pensei em desistir, cair vencido
Mas uma força emerge das entranhas
Peguei o meu alazão e prosseguir viagem
Com as forças restabelecidas vi o horizonte
Deslumbrante despontando a minha frente
Onde o céu confunde-se com as águas do mar
Tinha momentos que para distinguir
Quem era um o outro, as estrelas do céu
Enamorava as estrelas do mar, era quando
Os sonhos fundiam-se com a realidade
Foi quando o meu alazão ganho asas
Juntos visitamos as constelações

Osvaldo Teles

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Acendi a lareira

A noite está fria, propícia para amar
Acendi a lareira, botei o vinho no gelo
Estou em contagem regressiva,impaciente
Esperando a minha, amada chegar
Enquanto espero, vou relembrando
A noite passada, regada com luxúria
Sentia a intensidade, dos seus carinhos
Descreveria com riquezas, de detalhes
Pois ainda traga, na pele as marcas
Nos lábios o sabor, dos seus beijos
Um fluxo luminoso, invade o quarto
Foi a luz da lua, que veio testemunhar
Dois amantes, em sua entrega
Rasguei o meu, véu de puritano
Coloque a máscara, de sedutor
Atrevido busquei, o seu corpo quente
Inocência, não tinha nenhuma
Queria mesmo, era estar contigo
Em seus lascivos, aconchegos
Já posso apagar, a lareira
Os corpos já estão, em brasas
A sua língua faz,aumentar a tensão
As mãos passeando,pela minha pele
Tira-me a sensatez, vindo-me a loucura

Osvaldo Teles

Juntei os frangalhos

Juntei os frangalhos, de um coração
Em pedaços, deixei escorrer as lágrimas
Pela face, roguei pela a sua aceitação
Quebrando todo, o dolo ou culpa
Coloquei de lado, todo pudor
Adentrei, sem nenhuma cerimônia
Vou desvendando, os seus mistérios
Descobri que és, a essência da vida
É a seiva do amor correndo nas veias
Misteriosamente, encontro-me envolvido
Sem explicação, dominaste minhas ações
Com o seu jeito sedutor me despia
Desnudando todas, as máculas do pecado
Deixando os corpos levitarem
Transportando-nos para irrealidade
Literalmente cruzamos, o espaço sideral
Como uma mágica, tocamos as estrelas
Ficamos alheios o que está, ao  em torno
Uma sensação, de liberdade nos toma
O inverno se transforma, em verão
Quando estou entretido, em seus braços
Preencho todas, as minhas carências
Fiquei consternado, com a sua ternura
Suas mãos deslizavam, suave sobre mim
Gravo toda as cenas, na tela do meu ser
As fotografias que, retratam os instantes
Foram registradas, na minha memória

Osvaldo Teles

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Podia sentir

Levei a mão ao seu queixo
Puxando-o até a mim
Podia sentir o ar quente
Que saía de sua boca
Cobiçando o seu beijo
Ficaram os meus lábios
Vistes em meus olhos
A ansiedade para te ter
Penetrante foi o seu olhar
Tua voz é um acorde
Para os meus ouvidos
Por mais que seja desafinada
Chega-me como uma canção
Tudo que preciso é estar contigo
Nenhum vento será capaz de apagar
A chama desde lindo amor
Nenhuma tempestade vai afogar
Esta paixão que emerge do meu ser
Trazendo à tona a beleza
Que há dentro de mim
Te conheci menina, te fiz mulher
Desviastes dos meus pensamentos
Todos os sentimentos impuros
Trazendo a pureza dos beijos
Tornando-se vida da minha alma
A brasa que acende o fogo do meu coração

Osvaldo Teles

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Voluptuosidade

Seus cheiros no meu pescoço
Causando-me muitos arrepios
Seus lábios molhados nos meus
A suas mãos correndo pela barriga
Permeando todos os meus pensamentos
Com magnificência da mente pervertida
Arrepiei-te com os toque dos meus dedos
Despertando à sua voluptuosidade
Declinando-nos aos prazeres da carne
Vou bebendo o vinho direto em sua boca
Saboreando na sua taça dos desejos
Entrego-me ao  lúbrico  de sua alma
Proporcionando êxtase total
Faiscando como relâmpago lá no céu
Ficam as ideias e o pulsar no meu peito
Extasiado fico diante de tanta beleza
Querendo muito estar em tua presença 
Entercida-lhe deixo com tanto amor
Amar-te irei todos os dias da minha vida


Osvaldo Teles

O tempo é impiedoso

O tempo é impiedoso, deixa as marcas
É inútil brigar contra ele, sempre vence
A pele macia, e aveludada o mestre
Encarregou-se, de esculpe as rugas
Deixei ele passar, com a velocidade
Que queres impor, não amedontro-me
Só vou sentindo, a brisa que ele soprar
Sagacidade é torná-lo, nosso aliado
Deixando ele carregar,as ilusões nos braços
Produzindo nele a sensação de controle
Qualquer dia, a gente se encontra
No decorrer da vida, ficamos frente a frente
Para o ajuste de contas, eu devo mais
Não respeitei os limites,que me foi colocada
Dilui as amarguras, em dose homeopática
Para que ela fosse, bem suturada
Não tenho pressa, correr para quer
Vou aproveitar, o resto da areia
Que resta-me na ampulheta, estarei apto
A congratular com tudo, que me for imposto
Compondo minha história, com  conquistas
E derrotas, porém não sinto-me derrotado
Fazendo do tempo, o meu aliado
Até que um dia, a luzes se apagam
E o meu tempo, muda a minha cena
E o danado não volta, ao ponto de origem
Nem devolve, o que não foi vivido.
Em um espasmo, contraditório soluço
O último suspiro, de vida eu dou
O tempo, que foi-me dado acabou.

Osvaldo Teles

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Estou sozinho

Estou sozinho, com a cabeça distante
Porém não estou solitário, pensativo
Lá fora a vida corria bestamente
Sem nenhum motivo aparente
Sistematicamente passava sem ser notada
Ficava bestificado com a mesmice dos dias
Nas minhas andanças por reinos distantes
As setas me  confundiam deixa-me alheio
Fujo do barulho, me concentro no silêncio
Querendo que a linda traga-me inspiração
Fugazes as ideias se liberaram, viajam
Reiniciando o retorno às minhas origens
A introspecção levarar-me ao entendimento
E a compreensão dos meus problemas
Ei-lo aí de frente com a realidade
Deixei para trás toda as divergências
Com o meu ser  divergente: harmonia
Como coluna de fumaça ela dispersou
Claridade trouxestes para as minhas vistas
Desnebliando a madrugada turva
Ficando o interior revestido com amor
Fiquei sozinho comigo mesmo imerso
Andai por jardim florido em busca de mim
Coroando o ser que ficou em meu pensar
Para não recordar os momentos sozinho
Que passei esquivando-me da solidão

Osvaldo Teles

Um frenesi

Recolho-me ao meu, canto de chamego
Pego a nega e boto pra quebrar
Com os corpos coladinhos
Vamos pra lá e pra cá

Um frenesi muito louco me faz delirar
A melodia vai conduzindo os momentos
Dar-me a mão, vem rebolando
Até os corpos se encontrarem

O suor deixa a pele molhada
As roupas ficam coladas
Dá para ver a felicidade
Estampada, na cara

Corpos livres, a flutuar
Vamos bailando no palco da vida
Como uma pena solta no ar
Ao som da linda canção

Osvaldo Teles

domingo, 14 de maio de 2017

Noite de São João

Casinha de pau a pique
Com telhado de sapê
Piso de barro batido
Típica casa da roça

A fogueira armada no terreiro
Acendendo a chama da paixão
Na noite de São João
O mestre sanfoneiro
Bota o povo para dançar

O forró corre solto
Os corpos colados e suados
Desfilam pelo salão
Fazendo subir o poeirão

Vem, vem dançar o baião
Dois para dois para cá
Que é noite de São João
A festa só está começando


Osvaldo Teles

  

Vem de longe

Vem de longe, o vento que sopra
As lembranças que traz de ti
Lágrimas fluem do interior da alma
Da saudade que deixastes do teu ser
No peito bate um coração apaixonado
Desarmado, esperando que o seu sopro
Tope o meu corpo, sensível e carente
Achega-se de mansinho, com seus beijos
Com os seus toques, calientes vão
Deixando-me a um passo da loucura
Tudo apaga-se quando os olhos se fecham
Para sentir o prazer deste instante de sonho
Não me sacode, deixa a massa quieta
Para o espírito ir ao encontro do deleite
Vou deixar a imaginação criar sua fantasia
Despertando-me do sono, tudo se apaga
O vento que trouxe recordações suas
Foi mensageiro de uma era boa que passou
Deslocado fiquei com a sua partida
Ficando apenas a realidade que vivi
Apesar de tudo, a certeza que vale apenas
Ter entregue a mim, de corpo e alma ao amor
Vivendo a intensidade que ele permitir.

Osvaldo Teles



sábado, 13 de maio de 2017

Toma Senhor a minha vida

Toma senhor a minha vida em tuas mãos
Tende piedade de mim, que sou pecador
Resgata-me do mundo, dos escarnecedores
Traz-me sua benevolência, aos meus dias
A vida sem o teu amor, perde o sentido
Acalma a minha ira, da paz ao espírito
Guardo as minhas, palavras perversas
Faz resplandecer o melhor, que há em mim
Solta meus passos, para que eu prosseguir
Livre o meu desatino, até chegar a ti
Oculta o abismo, da minha estrada
Levantar-me-ei apoiado,em vossa santidade
Acordei feliz da vida,estava a sua presença
Vi a minha frente, a face divina
Ficando a uma passo, do paraíso
Todas as amarguras foram adocicadas
Pela doçura, de suas palavras de amor
A sua voz chegava-me como tranquilizante
Sua bondade frutificou,em mim a compaixão
Devolvendo a um ser, a beleza de viver
Agora vai seguindo, sem o cansaço da lida
A batalha travada,só sair com alguns,
Arranhões que logo, foram cicatrizadas
Pois o seu escudo, estava a me proteger
Os seus anjos eram, o meu guardião
Quebrei as das minhas limitações
Vence todas as barreiras e estou aqui

Osvaldo Teles

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Não trilho caminho alheio

Não trilho, caminho alheio
Porque os planos dele  
Não são os meus, tracei o meu destino
Para que viver, a sombra do outro
Se posso encarar, o sol a pino
E vencer a fadiga, imposta pela lida
Para quer ter medo da desventura
Se tenho um Deus, me protegendo
Dando me discernimento, para entender
Que tudo na vida, é muito passageiro
Só colhi aquilo, que plantei
A colheita foi farta, amizades eu colhi
O amor é o meu, escudo no combate
As maldades, traiçoeiras da caminhada
Foi levando a vida, como um bon vivant
As decepções, contraídas foram lições
Fui vigiado pelos, olhos do Senhor
A lua era o meu, candelabro a clarear
A densa escuridão, que causava-me arrepio
Encontrados foram, os maus sonhos
Que estavam jogados, no baú das desilusões
Sair em busca do eu, perdido no ilusório
Vestir as fantasias, despir a realidade
Para que as duas torna-se uma só
Olhe o espaço vazio, querendo encontrar
O elo perdido entre, o interior e o exterior
Quebrando as correntes, que aprisionavam
Fazendo-me reiniciar, livre, leve e solto
Seguindo o caminho,traçado pelo meu Deus

Osvaldo Teles


Sanfoneiro puxa o fole

Sanfoneiro puxa o fole
Que é noite de São João
A minha bela prenda
Está me esperando no salão

Vamos dançar até o sol raiar
O banquete está arrumado na varanda
Com laranja, amendoim e licor
Açucena flor menina forrozeando
Em meus braços

Orvalhada de amor
Foguete para todo lado
Chuva de prata eclodia lá no céu
A meninada brincando no terreiro

Sanfoneiro puxa o fole
Bota o povo para dançar
Vamos dançar a noite inteira
Até o dia raiar

Osvaldo Teles

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Aprisionado

Como um pássaro preso na gaiola
Sem poder bater asas e voar
Aprisionado na minha garganta
Está o meu grito abafado
O véu negro está sobre a cabeça
As estrelas perderam o brilho  
Olho para os lados e vejo a mesmice
A mesma coisas de sempre
Desencanto leva a alma a tristeza
A rotina tira a beleza dos dias
A esperança perdeu o seu charme
A fé ficou perdida no coração arado
Tirando a veracidade das fantasias
Atado ficaram os meus pés
Diminuindo a velocidade das passadas
Melancolicamente vou passando as noites
Vislumbrando um amanhecer mais brilhante
Esplendoroso o sol desponta lá no céu
Quebrando a monotonia persistente
Dando à vida um brilho maravilhoso
O sorriso é o adorno para tirar as rugas
Libertando o grito que estava preso
Extravasando as lamúrias da alma
Secando as lágrimas do rosto
Encontro no meu ser as respostas
Acalentado as minhas inquietações


Osvaldo Teles

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Saudade de mamãe

Hoje senti saudade de mamãe
A alma chorou de muita tristeza
Vivo como faltasse um pedaço em mim
Faz-me falta o seu olhar de carinho
E também o de reprovação
Mãe, és eterna nas minhas lembranças
Cada dia que passa sinto a sua falta
Nossa ligação é muito forte
Um amor que não tem fronteiras
Sinto falta da sua serenidade
As palavras vinham com uma dose de amor
Por mais dura e severa que fossem
Sempre vinham carregadas de lições
Passou todas provações que a vida
Impôs-lhes para o bem de seus filhos
Muitas vezes faltou o que comer
Porém nunca faltou amor e afeto
Tudo era na medida correta
Tenho uma certeza aonde quer que esteja
Estás olhando por seus filhos
Mãe já traz consigo um doçura divinal
Para adoçar as amarguras da vida

Osvaldo Teles

Osvaldo Teles

terça-feira, 9 de maio de 2017

Este é barro

Este é o barro de que fomos feitos
Moldados nas mãos do onipotente
Em um sopro divino ganhamos vida
Da casca que se partiu vi a luminosidade
Fincamos os nossos pés, é o elo de ligação
Tiramos as nossas forças da terra
Da terra produzimos o alimento
Semeando o trigo, fazemos o pão
Do fruto das videiras é feito o vinho
Da Oliveira é coletado o azeite
Fazemos parte de uma grande cadeia
Que está ligado diretamente a Deus
Estamos interligados a terra
Todas as substâncias que ela contém
Está contida em nossa matéria
E no final somos plantados nela
Depois da decomposição
O que sobra é um punhado de argila
Lá do alto os olhos do Divino nos vigiam
Os astros vão nos influenciando
Vão contando o nosso tempo
Tudo vai seguindo o seu corso

Osvaldo Teles

Pensando em você

Hoje acordei pensando em você
A cena está viva na lembrança
As roupas espalhadas pelo chão
As garrafas de vinhos vazias
A cama toda desarrumada
Deixastes pela casa o seu rastro
Em cada canto um pedacinho dela
As marcas do seu batom pelo corpo
Na pele os sinais de suas unhas ficaram
Na carne os efeitos da noite passada
Levantei-me andando nas nuvens
Depois de envolver-me no teu amor
Enlouquecendo-me com cada toque
Abrindo a passagem para o paraíso
Sei que vou te amar por toda minha vida
Não vou esquecer o que aconteceu
Um deslumbramento tomou conta de nós
Uma semente foi semeada dentro de mim
Ela germinou, o seu lindo botão brotou
Tenho o prazer indescritível de tê-lo na mão
O que nos envolvem é um mistério
São reações inexplicáveis
Pernas bambas e olhar distante
Querendo encontrar alguma explicação
Para definir o que sentimos no enlace

Osvaldo Teles

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Noite de chuva

Céu nublado, a lua e as estrelas
Estão escondidas, perderam o brilho
As chuvas, caem torrenciais
Pela vidraça vejo, os seus pingos
Parece uma, sinfonia fúnebre
Tudo está turvo, só vejo o vulto
As nuvens, encobrem  firmamento
A noite fica mais longa, demora de passar
Ouço o assobio, do vento soprando
A chuvosa noite, aproxima os corpos
Despertando, o erotismo e as fantasias
Na rede repouso, os meus sonhos
A bebida afrodisíaca é servida
Inspiram as minhas, imagens mentais
Envolvendo-me, na teia das paixões
Brotando o mais, belo do sentir
Parecia uma fonte, de água viva
Correndo dentro, do meu interior
Irrigando as minhas, veias do coração
Florescendo em nós, a flor do amor
Deixa a chuva cair, tu estás junto a mim
Meu aquecedor, inteiramente natural
Os piscam vendo,sua deslumbrante imagem
Crio muitas expectativas, em torno de ti
Aqui dentro, o meu céu é de brigadeiro
A minha estreia, continua a brilhar
A lua está lá, presa no espaço sideral
Brilhante como uma pedra de diamante
Embelezando as minhas noites escuras

Osvaldo Teles

Causando fascínio

Perfeito foi quando você chegou
Entrando sem pedir licença
Toda esguia andando nas pontas dos pés
Parecia uma top model a desfilar
A sua sensualidade causa-me suspiros
Causando fascínio e tirando os sentidos
A mais pura verdade, fiquei enlouquecido
Faltou-me chão foi uma paixão avassaladora
Dominando todos os comandos do cérebro
Como um alucinógeno desperta
As mais belas ilusões, ilustrando na face
Traços harmônicos de um ser feliz
Emanando do ser toda delicadeza
Completando o que faltava em mim
União perfeita entre a carne e o espírito
Fazendo do encontro da carne o da alma
Dois seres unidos pela força do amor
Prelúdio para um viver com muitas alegrias
É a comunhão de todas  divergências 
Em uma convergência  do verbo amar

Osvaldo Teles

domingo, 7 de maio de 2017

Sonhando contigo

O que vai ser não sei, vou deixar acontecer
Quando o dia acabar, só fica a expectativa
Não sei o que,me aguarda, muita indecisão
E a noite fria chegar, calafrios, calafrios
Vou passar, a madrugada sozinho
Os olhos dançam a sua procura
Sonhando contigo, passo as noites
Os sonhos contidos, ficam aprisionados
O que fazer quando, o açoite do vento
Tocar um corpo desprotegido, a flor da pele
As narinas farejam, o seu cheiro suave
Emanação volátil,de uma alma em cadência
Parada a mente fica, olhando o lado vazio
Manifestação de lamúrias, vêm aos olhos
Faria o impossível, para que ocupasse
O lado vazio da minha cama,ela se agiganta
O alvorecer quebra a penumbra
O dia deveria, começar radiante
O sol lá fora nasci, com todo esplendor
O canto do galo, é o meu despertador
Sobre o leito, fico prostrado, inerte
Sentindo falta, dos afagos da amada
Vem traz sossego, para uma alma sôfrega
Chega de hostilizar, um coração que te ama
Usa sua sensatez, e passa as noites comigo
Tenha certeza, que te farei a mulher
Mais feliz  deste mundo, sentirás no além

Osvaldo Teles

Aqui tudo é muito efêmero

Um dia não farei mais parte deste plano
O que levarei comigo nada, ficará tudo aí
Na minha lápide vai estar escrito
Aqui jaz um pobre homem sonhador

Um poeta que semeava poesia a mão cheia
Os seus versos ficaram esquecidos
Em seus cadernos envelhecidos pelo tempo
Que não chegaram a fazer de nenhum livro

Não chore não, a minha missão já foi feita
Procurei viver cada momento como o último
Quando a vida fechava a cara para mim
Eu dava muitas risadas para mostrá-la

Que eu não tenho medo de cara feia
Sempre soube que eu era um passageiro
Desta grande nave chamada vida
Onde eu era conduzido com maestria

Levei-a com sagacidade não podia cochilar
As curvas da vida eram muito perigosas
A cada vacilo poderia  ficar estirado
Aqui tudo é muito efêmero

Vivi na certeza que um dia seria ceifado
Com esta certeza aproveitei cada instante
Não quis perder tempo com bobagens
Simplicidade coloquei em meus atos

Osvaldo Teles

sábado, 6 de maio de 2017

Não sei aonde vás me levar

Não sei aonde vais me levar
Deixo as coisas acontecerem
Logo não sei onde vou parar
Nem  preocupar-me com antecedência
Serei guiado pelo sopro da cadência
Absorvendo toda a sua formosura
Nesta viagem intercorporal, cheguei
Ceifando todas as minhas carências
As tristezas ficaram na porta de entrada
Trouxe comigo a vontade de encontrar
As benesses de estar contigo
Porque achei os benefícios do teu calor
Acendendo as labaredas do meu amor
Incandescendo as vielas do meu submundo
Passei a ver a beleza do teu mundo
Acharam-me as suas íris, seduziram-me
De tal forma que a entrega foi inevitável
O miocárdio acelerado não continha-se
Ele se expande dentro do meu peito
Só em sentir o extremo prazer que me proporciona
Até então não conhecia minha capacidade
De levantar voo e juntos cruzarmos o céu
Entre tuas asas fazer a morada para a alma
Quis ser seu amante por um instante
fazendo-te gotejar muitas felicidades
Contagiando-me com veracidade
De suas palavras e a maciez de sua pele nua
Entro indo até o meandro do seu íntimo
Vou sentindo as variações de suas reações

Osvaldo Teles

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Brasil um sonho intenso

Os esgotos correm a céu aberto
Os ratos corroem as esperanças
E contaminam os ideais do povo
O que impera é a lei do silêncio
Os ladrões engravatados do planalto
Fazem leis para legalizar os seus assaltos
Delação premiada a quem favorece
Os pobres ficam marginalizados nas favelas
O poder paralelo dita as regras
Educação e saúde não têm abrangência
O descaso é quem comanda
Milhões indo para os bolsos dos políticos
Muito se fala que as crianças
Eram o futuro do nosso Brasil varonil
Como ser se não tiveram um presente digno
Para muitos que foram tirados a dignidade
Humilhados nas filas dos hospitais públicos
A escola é um mecanismo de dominação
Do estado constituído de direitos
Aparelho de domínio só mudou de nome
Antes era chicote hoje é abstenção
Da consolidação das leis trabalhistas
A mais valia cada dia é mais colocada
Em prática, lhe é roubado o que é devido
Quando um patrão assina a carteira
Parece que eles são os nossos donos
A escravidão só mudou de forma
Tem regras de comportamento para tudo
Os políticos fazendo leis para se beneficiarem
Brasil um sonho intenso, berço esplêndido
Para poucos, o gigante está adormecido
Está na hora do levante dos oprimidos

Osvaldo Teles

Deitei-me em seu colo


Deitei-me em seu colo, relaxei
Querendo amparo, em teus braços
Eles puseram-me, a descansar
A cabeça estava, a mil por horas

Uma tranquilidade, tomou conta de mim
Os teus beijos tinham, efeitos terapêuticos
Se tu não sabes, curastes a dor impetuosa
Que açoitava-me, ferindo o meu brio

Não sai de perto, deixa menosprezo de lado
Involuntário a manifestação, de amor te cerca
Cercada de ternura, deixa-me calado
Emudecido fico perante, de tão bela criatura

Agora estamos parados, sentindo os efeitos
Só os instintos, são atendidos pelo amor
Nada vem aos nossos, pensamentos
Sentindo o sabor dos seus, deliciosos beijos

Estou preso em um, labirinto de emoções
Não pretendo me libertar, desta prisão
Amarrei-me nos enlaces, de suas curvas
Para que desatar este nó, que une duas vidas?

Osvaldo Teles

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Trouxestes

Entre um trago no cigarro
E um gole na pinga, fico em transe
Às vezes fecho os olhos
Para sentir a sua presença

Quando você entrar porta adentro
Vou dar carretilhas de gargalhadas
Já tinha imaginado este momento
Só nós no mesmo ambiente

Trouxestes conforto ao sofrimento
Os males de amor foram sanados
O vazio já não é mais existente
Ocupantes todo o meu ser

Fiquei maravilhado com sua face graciosa
Lindo o meu semblante ficou diante de ti
Refletindo a beleza que emana do interior
Variando as sensações que vem do coração

Um grande fenômeno ocorreu em nós
Os bons sonhos vieram enfeitar as noites
Porém eu guardei a generalidade de você
Olhei para o seu ser, eu entro em regozijo

Osvaldo Teles

quarta-feira, 3 de maio de 2017

A alma dita

Os aromas campestres invadem-me
Confundindo-se com o seu cheiro
A garoa do amanhecer sobre os matos
Causando em mim total dependência
Vou absorvendo a sua suavidade
O meu pensar ganha a velocidade da luz
Perco o equilíbrio as ideias condensam-se
Sensível a inspiração adentra o meu ser
A alma dita o que o coração sente
Lindas palavras resplandecentes fluem
Não dou limites a minha imaginação
Deixando-a livre para bater asas e voar
Vou costurando as estrelas para fazer
O adorno para enfeitar o seu pescoço
Já despi a minha pele, o corpo te aguarda
Os polos vertem o calor que absorve de ti
Eu abri os meus braços para receber
O teu terno corpo em uma abraço
Ficando-os livres para prosseguir voando
Por vezes visualizo o brilho dos teus olhos
Indicando o rumo certo para a decolagem
Trazendo-nos pelos o cheiro do seu perfume
Nos lábios o sabor do seu doce batom
O amor sendo o dono dos nossos impulsos

Osvaldo Teles

terça-feira, 2 de maio de 2017

Parece difícil

Parece difícil ordenar as minhas ideias
Tudo está muito nebuloso, obscuro
Atravesso as tempestades tenebrosas
Tendo as lembranças com companheiras
Vasculho as recordações em busca ti
Dos motivos para sobreviver às turbulências
Astúcias as experiências trazem-me
Obsceno as carências me transformam
Transformando toda minha ingenuidade
Em perversão compulsiva dos desejos
Desfiando a minha consciência
Deixo ao léu todas as coerências
Melindroso fico com as lágrimas nos olhos
Chorando a sua danosa ausência
Com a tristeza desenhada no rosto
A resfriedade castiga a pele nua
Trêmulas ficam as pernas com sua presença
Adeus saudade que matava-me aos poucos
Esvaindo vai a solidão pujante do peito
Ressuscitando o belo que havia no ser
Aprendi os ensinamentos da escola da vida
Tudo vai depender de ângulo se está  vendo
Colorido ou preto e branco o lindo e o feio
Depende como está o estado de espírito

Osvaldo Teles

Imperfeições

As nossas imperfeições é que nos atrai
Não saímos da mesma entranha
Fomos educados de forma diferente
Os planos de vida totalmente opostos

Os sonhos  incomportáveis com os seus
Não tínhamos nada em comum
Na verdade nem nos conhecíamos
Até o destino nos colocar frente a frente

Os olhares se cruzam corpos incendeiam-se
No peito os corações batem acelerados
Fazendo nascer o nobre sentimento: amor
Nosso querer alinhou-se, só um pensar

Os projetos transformam-se em um só
Os sonhos que sonhamos sozinhos
Passaram a ser sonhado por dois sonhadores
Tudo aquilo que era utópico ficou palpável

Fostes talhada para mim,casamento perfeito
Na conjugação do verbo amar e possuir
Atados iremos prosseguir amando
Sendo atraídos por forças opostas

Osvaldo Teles

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Ansiedade

Estou aqui com ansiedade me consumindo
Sentado a beira do caminho, com visão fixa
Ansioso para ver você apontar na estrada
Sustento-me pela esperança de possuí-la

Não vou me entregar ao desânimo
A garoa da madrugada é o refresco
Restabelecendo o meu fôlego
Sossego traz a uma alma inquieta

Na noite vou me sucumbindo aos poucos
No alvorecer sou despertado pela orquestra
Dos galos, e com a passarada alvoroçada
A neblina tira-me, a minha visão periférica

Sem rumo sai o pensamento viajando
Perdido fico buscando descanso e alento
Sinto os efeitos da ânsia no meu ser
Os nervos ficam à flor da pele

Despertei aliviado, expulsando a fadiga
Afável a brisa da manhã refresca o corpo
Amável sinto o calor de sua boca nos lábios
Recebo a recompensa da espera

Osvaldo Teles

Requebrado

Vou seguindo os passos olhando seu rebolado
Menina faceira de gingado envolvente
Lá vai ela quebrando para lá e para cá
No molejo mexendo o bumbum
Para frente e para trás

Requebra vai  até o chão
Seguindo o repique do timbal
O cavaquinho chora e a menina rebola
Rebolando na dança sensual

Com o corpo escultural
Como um tambor o coração bate no peito
Ritmando as emoções no compasso
A pressão aumenta sai dançando pianinho

Joga as pernas para lá o corpo para cá
Vai no remelexo, joga os braços para cima
Desce até embaixo é a dança do requebrado

Osvaldo Teles