sexta-feira, 30 de abril de 2021

Abre o teu coração

Aconchegando-me no teu peito

Abre o teu coração e me aceita

Leva o meu ser para o teu leito

Fazendo do seu peito o habitat


Neste instante só quero te amar

Transformando em nosso nicho

O santo sentimento vai ocupá-lo

Usa a sua ternura e me acalma


As tensões que me perturbavam

És a criatura que alimenta o ser

Eis aos seus pés seu apaixonado

Que lhe venera igual a santidade


Dando sentido aos meus sonhos

Saciando os meus loucos desejos

Teu suor pingando na minha pele

Os cabelos grudados no meu rosto


Carrego o dom que o amor me dá

Proporcionando a união dos corpos

Perco-me na entre o real e fantasia

Percorro a linha imaginária do sonhar


Fico confuso com tantos devaneios

O paraíso para mim é descortinado

Sou transportado para dentro dele

A bela aos poucos vai se revelando


Osvaldo Teles




quinta-feira, 29 de abril de 2021

O infinito é o limite

O coração batendo descompassado

Vai acelerando as minhas pulsações

Está palpitando no ritmo da emoção

Minhas pernas vão ficando trêmulas


Cambaleando fixa dois pés no chão

O corpo fica fixo a alma sai viajando

Indo dançar entre as constelações

Deixo apenas a imaginação voando


Alada transformam-se as fantasias

O infinito é o limite para o devanear 

Dos olhos saem estrelas cintilantes

São tantas emoções que vem a mim 


O sangue está queimando nas veias

Parecendo que as forças me faltaram

Seguirei padecendo do mal de amor

Tento desfazer o feitiço que encanto


As olhadas vem carregadas de paixão

Circunstancialmente o amor acontece

Enaltecendo o magnífico sentimento

A comunhão dos corpos enaltecendo



Osvaldo Teles

terça-feira, 27 de abril de 2021

Vem mulher ardente

Os olhos demonstram toda ansiedade 

Está tudo preparado para lhe receber

O que é que faço para você perceber

Estou cheio de amores pelo o teu ser


Inebriado diante de tanta formosura

Quem me será que viesse com presa

E nos meus braços caísse por inteira 

No enlace me entrego completamente


Planos de uma vida a dois vou querer

Vem mulher ardente estou louco por ti

Trazendo consigo o líquido alucinante

Reaviva a paixão que me enlouquece


Chega logo e me consome por inteiro

Sentir seus toques e tocar as estrelas

Deixo o plano terreno num pestanejar

Depois de desnudar seu corpo sedutor 


A fórmula da paixão vai nos enfeitiçar

Envolvendo-nos nas teias de sedução

Preenchendo o nosso vazio existente

Neste encontro os seres se completam


Osvaldo Teles



segunda-feira, 26 de abril de 2021

Naveguei

Entre em mar aberto abrir as velas

Naveguei o vento ia acariciando-a 

Ganhei o mundo me aventurando

Vou velejando cortando o oceano


Destroços as suas ondas revoltas

As gaivotas são as companheiras

Sobrevoando sobre minha cabeça

As sensações de liberdade póvoa


Controlo as correntes marítimas

A linha do horizonte está a frente

A água confunde com azul do céu

A maresia assumindo minha alma


Deixando minhas ilusões para trás

Contornando o cabo da esperança

Chegarei em terras desconhecidas

A ventania se torna a minha algoz


Tomarei o timão nas mãos domino

Irei guiando o meu próprio destino

Por vezes as ideias ficam a deriva

Vão vagando entre o mar e a terra


Osvaldo Teles



Através da Janela

Através da janela vejo tudo lá fora

Passadas frenéticas e apressadas

Uma multidão meu nervo se aflora

A visão fica correndo compassada


Corriqueira sugira a bela miragem

Fórmula perfeita da criação divina

Que vás enfeitando sua paragem

Sendo levado a cumprir sua sina


Filmando as paisagens na memória

Belas imagens vão se aglomerando

Desejando viver uma vida simplória

Com passar do tempo vou amando


Ver as pessoas juntas caminhando

Mesmo que em direções diferentes

Aleatórias as palavras estão fluindo

Seus sorrisos vão saindo contentes


Apesar de objetivos sejam inerentes

Das condições humanas de cada um

Dos pés vão retirando suas correntes

Até encontrar o seu lugar em comum


Osvaldo Teles



domingo, 25 de abril de 2021

A morte

Em sua armadura negra está por vir

Com sua foice nas mãos és o terror

A morte é a companheira constante

Armava armadilha para me prender


Desvencilhei mudei ate de caminho

Às vezes conseguia lhe dá dribles

Mudei até de trilha para não lhe ver 

Corria como um sujo corre da cruz


Só para não cruzar com a bendita

Prontíssima para tentar surpreender

A qualquer vacilo ela estava aposto

A danada é traiçoeira fica a espreita


Nas esquinas da vida me esperava

Por mais que corresse me aguarda

Preparada para sua última cartada

Pronta para dar o seu bote certeiro


Não estou pronto para ser abortado

Precoce deste mundo que me pariu

Os sonhos intensos ainda ferviriam

A alma vai se sentindo muito jovem


Osvaldo Teles



Condição humana

Uma sensação de aflição toma conta

O coração sangrando dentro do peito

Um ser chora quanto o acaso afronta

Concentro em não derramar o pranto


Do centro do eu as lágrimas derrama

O homem se transformou em criança

Reconhecendo sua condição humana

O que lhe deixa de pé é a sua crença


Emanada como água límpida da fonte

Lavando as impurezas que tem no ser

Eu e meu consciente ficamos defronte

Minha história está por se estabelecer


Nossos laços serão interligados pela fé

Quebrarei as barreiras que nos separam

Quando menos imagino já estou de pé

A doçura da esperança vai me ampara


Presa ao celestial a alma permanecerá

Pronto estarei para ganhar este mundo

À ponte que me liga ao céu continuará

Recuperado sou retirado do submundo


Osvaldo Teles



Encontro comigo

Contrito dentro de um quarto silencioso

O silêncio leva-me ao portal existencial

Pretendo recuperar a fórmula esquecida

Travo uma briga o espiritual e mundano


Um estranho reflete perante o espelho

Não vejo nele a minha imagem refletida

Sou conduzido a uma reflexão profunda

Vem a tona a complexidade da vivência


Tendencio a voltar ao encontro comigo

A minha espiritualidade ficando aflorada

Sair procurando o que restou de um ser

Que foi dilacerado por suas  decepções 


Busquei os cacos que ficaram perdidos

Espalhados pelos cantos dos caminhos

Traiçoeiras são as arapucas preparadas

No melancólico avanços dos ponteiros


Acelerado bate o meu coração no peito

Inundando o meu ser de contentamento

Por conta dessa religação com o divino 

Uma harmonia vai tomando meu corpo



Osvaldo Teles

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Sonhando contigo

Passava as noites sonhando contigo

Havia uma lacuna entre a noite e dia

Quero atenuar a solidão não consigo

Tá muito frio minha pele a sua pedia


Até parecia que ele nunca iria chegar

Compridas se tornam as madrugadas

O castigo para mim era estar a passar

As mãos na cama sentindo ela gelada


Sonhei que ao meu lado vós lá estava

Velando o sono profundo e revigorador

Liberando a alma livremente vagueava

Dentro do túnel mágico cheio de amor


Contudo um coração vazio se encontra

Que vive sonhos com a pessoa amada

Neste sonhar os seres se desencontra

Tornando a minha carga muito pesada


Prezada não quero carregá-la sozinho 

Sonho se torna real devolve a fantasia

Só vou lhe chamar de meu amorzinho

Entregarei-me a este amar em demasia


Osvaldo Teles



quarta-feira, 21 de abril de 2021

Meu tempo

Com a humildade no meu coração

Para não perder a minha essência

As quedas passavam ser inevitável

O meu tempo tudo era muito fugaz


Não dava para ver a bela margem

A correria do dia a dia me cegava

Pensava que era apenas miragem

Não dando alívio para meu espírito


Fugi muitas vezes dos meus medos

Colocando nas mãos do meu Deus

Na esperança que tudo desse certo

Reflexivo seguindo firme na estrada


Só eu e a minha sombra caminhava

Fiquei a conversar comigo mesmo

Lá no final das minhas caminhadas

Buscando a consistência do corpo


Dando o suspiro do deve comprido

Depois de trilhar os caminhos difíceis

Deixando ao longo meus fragmentos

Que o tempo se encarregou de colar


Osvaldo Teles



terça-feira, 20 de abril de 2021

Adeus lhe darei

Adeus lhe darei adeus minha dor

Vas embora para não mais voltar

Levantando vôo como um condor

As minhas lágrimas que vão rolar


O tempo se encarregará de secar

O meu passado deixarei para trás

Com meu presente não irei brincar

Focarei em que me satisfaz verás


Olho para frente focando no futuro

Versando com o corpo e o espírito

Os sonhos são abortado prematuro

Luto para apaziguar todo o conflito


Os gritos de liberdade vão ecoando

Aventuro as passadas com firmeza

Todos os meus  poros ficam suando

Um coração batendo com destreza


Trazendo para a face harmonização 

O sonho que sonhei fica adormecido

Sou levado buscar minha satisfação

Ao final o problema será esquecido


Osvaldo Teles



segunda-feira, 19 de abril de 2021

O destino

O destino nos colocou na mesma estrada

Passamos a caminhar na mesma direção

Duas vidas passaram a ficar entrelaçadas

Os corações ficaram em plena comunhão


Procurando as respostas nas entrelinhas

Desvendando os seus proféticos enigmas

Nossas almas caminhando na companhia

Nesta junção quebraremos os paradigmas


Quebrando os paradoxos dos caminheiros

Belíssimas cantigas o vento está soprando

Vai aliviando o cansaço dos companheiros

Contudo nossos corpos vão se acoplando


Um veranista neste mundo chamado amor

Consagrando o nosso santo ato mundano

Retirando dos meus olhos o seu esplendor 

Fomos ungidos pelo os nosso ato fraterno


Só queria entrelaçar os nossos caminhos

Longe de mim ficam minhas imaginações

Aleatório ficaram os nossos pensamentos

Chegando nas belíssimas constelações


Osvaldo Teles



domingo, 18 de abril de 2021

Foi difícil

Foi difícil dá a primeira passada

Deixando meu pedaço de chão

Para prosseguir  minha jornada

Não me preocupo com o quião


O mundão lá fora me esperava

Com as armadilhas escondidas

Qualquer movimento disparava

Todas disputas foram acirradas


Em algumas sair vitoriosamente

Nas outras em que  sair vencido

Ergui a cabeça orgulhosamente

Na certeza que nunca fui abatido


Teve contratempos mas cheguei

Vem sensação do deve comprido

Nem com todos obstáculos parei

Na luta não tem como ser contido


Ajoelho olhando o céu agradecido

Contém a euforia de um vencedor

Vou chegando ao final embevecido

Tornando-me o eterno aprendedor


Osvaldo Teles



Aventurei-me

Aventurei-me por mares revoltos

Sem imaginar as consequências

Soltando todas velas aos ventos

Nem pensei nas convergências


A deriva igual a uma barca estou

As ondas vão batendo no casco

No primeiro obstáculo não parou

Sendo o ciclone o meu carrasco


Penetrando em um oceano vasto

O meu terrível algoz está por vir

O vento vai acariciando o mastro

Sinto que fosse chegando ao fim


Porém quem guia o timão e Deus

Deixei ele levar por águas calmas

Retirando de mim os meus medos

Sentindo a suavidade das plumas


Pude sentir nos pés a terra firme

A fé e esperança me acompanha

Vas voltando tudo nos conformes

Vivenciando esta grande façanha


Osvaldo Teles



sábado, 17 de abril de 2021

Rotina

Os dias parecem todos iguais

Embalando a minha saudade

A rotina está me fazendo mal

Sentindo toda minha quietude


Uma cratera se abre no peito

A voz do silêncio me penetra

Jaz meu ser indefeso no leito

Silencioso o ser se concentra


Igual a uma lança pontiaguda

Ouço som do relógio avançar

A lembrança deixei guardada

Muitas vezes ela fica a dançar 


Os grandes bailes que dancei

Ainda sinto o seu quente calor

Não sei em que parte eu parei

E na roda do tempo me calou


Mantendo as palavras presas

Um nó apertando na garganta

Levando-me a não ter pressas

Levo peso que a alma sustenta


Osvaldo Teles



quinta-feira, 15 de abril de 2021

Grite o meu nome

Grite meu nome quando estiver a sonhar

Sei que estás revivendo nosso momento

Que nos seus sonhos esteja a relembrar

O encontrar dos corpos num sentimento


Amar-te era para mim é muito prazeroso

Sentir seu calor acendia minha centelha

Beijar seus lábios sempre será gostoso

Vou sentindo aquele friozinho na olheira


Dentro dele as nossas impuras fantasias

Criamos entre nós um ciclo de felicidade

O contentamento vai se tornando poesia

Numa conjunção de amor e fraternidade


A comunhão do puro sentir nos domina

Entrego-me de uma forma avassaladora 

O entrelace dos prazeres me contamina 

Sou consumido na fórmula encantadora


Contento apenas em está na sua cama

Em seu ombro buscarei seu aconchego

Este amor por ti a minha alma declama

Que me deixa contente é este chamego


Osvaldo Teles







Pela vidraça

Pela vidraça observo as idas e vindas

De passadas rápidas e desordenadas

Numa guerra sangrenta sem espadas

A bravura de alguns ficam na estrada


Consagrado cada vitória conquistada

Depois de ter recebido muita paulada

Não foi fácil cheguei aceitar a lapeada

As que que recebi em minha lombada


Dando como vencido com as batalhas

As lutas vencidas no fio das navalhas

Fazendo-me rasgar minhas mortalhas

Transpondo as mais difíceis muralhas


Às vezes tinha que dar última cartada

Mesmo que fosse uma gigante cilada

Levando-me seguir com a voz calada

Vas deixando minha emoção abalada


Revejo no espelho a imagem perdida

Empenho para ver a linha desenhada

Na face cansada da criatura exaurida

Em meu semblante marca arranhada



Osvaldo Teles

terça-feira, 13 de abril de 2021

Fora do contexto

Estou por fora do contexto

O espaço não está contido

O enredo não está no texto

Tudo estava por ser escrito


Estando apenas no começo

O meio e o fim está por vir

Vai depender dos tropeços

Mesmo assim irei prosseguir


Meu olhar vagando perdido

Para mim o mundo é averso

O meu sonhar será evadido

Não fui recebido em braços


Pequeno me sentir sozinho

Só tentei não verter lágrima

Sinto-me estranho no ninho

O ser ficou em uma lástima


Chorar depende da paulada

Que o destino me preparou

De levinho ou muito arretada

Clamo a dor que me causou



Osvaldo Teles

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Guardo na memória

Guardo na memória antigas histórias

Servem para acalentar o ser homem

Traz-me de volta a criança adormecida

Saudoso retorno aos bons momentos


Minhas imaginações correndo soltas

Chegar ao infinito era o meu objetivo

Dando asas ao coração tornou alado

A lembrança estarás sempre comigo


Eram contadas para o tempo passar

Seguindo com toda aquela calmaria

Os ponteiros avançando lentamente

O vento soprando suave a sua brisa


Eis o antídoto para as minhas feridas

Fico com pesar dos bailes dançados 

Entro no grande bonde chamado vida

Contento com o que de bom eu vivi


Seguindo o futuro sem me esquecer 

O que foi vivenciado num passado

Agora vem a tona no meu presente

Todas as lições que foram guardadas


Osvaldo Teles



domingo, 11 de abril de 2021

A voz do coração

Abro a porta para razão ela sai

Para escutar a voz do coração

A consciência não sustenta cai

Todo meu equilíbrio vai ao chão


Quando a paixão invade o peito

A minha mente perde o controle

Num toque de mágica lhe aceito

Devolvendo o meu autocontrole


Deixo a inconsciência constante

Prefiro os meus atos de loucura

Inconciliável de paz permanente

A razão se perde na conjuntura


Desalinhiena meu pensamento

Livremente ele vai sair voando

Diante de tanto contentamento

Entre o céu e mar fica pairando


Contrapondo minhas fantasias

Sou assumido pela insensatez

Este mundão louco me arrudia

Conduzindo a minha estupidez


Osvaldo Teles



Recordo com saudades

Recordo com saudades suas paisagens

Que davam cores aos meus santos dias

A passarada soltava sua cantoria suave

É o suavizante das minhas dores doidas


Debaixo do seu céu estrelado sonhava

Sua beleza me causava enfeitiçamento

O meu espírito saia do corpo e viajava

Para contemplar o seu belo firmamento


Era o que dava o alento ao crescimento

Suavemente iam avançando os ponteiros

Contemporizava o meu amadurecimento

Flores coloridas surgiam pelos canteiros


Em seus campos verdejantes me deitei

Dormir sentindo a tranquilidade da noite

Sobre eles a lindeza da lua contemplei

Em seu brilho incandescente veio deleite


Cada nova Primavera era um ano festivo

Não era envelhecer sim um aprendizado

Que na face ficavam seus traços efetivos

Deixam os passos lentos e compassados


Osvaldo Teles




sábado, 10 de abril de 2021

Poetizo o amor

Poetizo o amor em sua forma pura

Não quero encontrar sua maestria

A perfeição não haverá na criatura

Este nobre sentimento nos casaria


Leva-me a perder a compostura

Dentro deste mais novo universo

Forma em mim a grande ruptura

As ideias se tornam controverso


Sendo a conjunção de duas almas

A imperfeição nos conduz ao altar

No encontro o coração se acalma

Feliz ele passa em júbilo a cantar


Dando fim a minha árdua procura

Casualmente o destino nos juntou

Fazendo dele o remédio para cura

Seu olhar profundo me conquistou


Ao paraíso este sentir me conduziu

Levando-me voar pelo vasto sideral

Uma calmaria em meu ser produziu

Sou embalado por uma paz celestial


Osvaldo Teles



sexta-feira, 9 de abril de 2021

Raios da lua

Sobre os poderes dos raios da lua

Absorve seus efeitos o meu nervo

Sinto o esplendor da sua pele nua

Querendo me entregar ao lascivo 


Deparo-me com a deusa do Ébano

É uma fonte inesgotável de beleza

Irei desvirginando o delicioso plano

Para expulsar do meu rosto tristeza


Deleitei sobre a lua com o doce beijo

Um favo de mel é colado nos lábios

Vou lhe seguindo como é um cortejo

Está despertando em mim os vícios


Vem aflorando os libidinosos desejos

Contudo não contenho o imaginário

Diante de tanta formosura fraquejo

Perante este estonteante cenário


Percorro com o coração palpitando

E com a minha respiração ofegante

O sangue nas veias está pulsando

Enfeitiçado com seu brilho ofuscante



Osvaldo Teles

quinta-feira, 8 de abril de 2021

As luzes se apagaram

As luzes se apagaram aqui fora

Lá no seu a lua está estampada

O hormônio da paixão se aflora

Saio na busca da minha amada


Juntos cruzarmos as madrugadas

Debaixo de um céu com estrelas

Sentindo as almas aconchegadas

Os seus raios formam aquarelas


Lindos são seus raios prateados

Que vão pintando as gramíneas

Colorindo assim nossos cenários

As cenas vão ficar homogêneas


Contracenando noite e alvorecer

Recebendo a belíssima luz do dia

Sentindo os efeitos no amanhecer

Solto a imaginação mesmo tardia


Depois da intensa noite de prazer

Desperto extasiado de tanto amor

Vas preenchendo todo meu querer

Vou deixando de lado o meu pudor


Osvaldo Teles



terça-feira, 6 de abril de 2021

Pedi ao bom Deus

Pedi ao bom Deus o amor verdadeiro

Aquele que viesse preencher o vazio

Como as roseiras em seus canteiros

Embelezando o meu espaço sombrio


Minhas orações foram logo atendidas

Colocando cara a cara com a perfídia

As bênçãos porém foram conhecidas

Agraciado-me com sua benevolência


Devolvendo os sentidos de um viver

Ao novo sentimento fui apresentado

Fui levado a aprender a transcrever

O belíssimo verso sendo decantado


Vem fluindo de uma alma enamorada

Que se encontra em plena felicidade

Acabou de se deparar com a amada

Vou me entregando com intensidade


O ser se encontra apaixonado por ela

Deixarei todo o meu passado de lado

O meu pensamento só pensa na bela

Uma aliança irei colocar em seu dedo


Osvaldo Teles



segunda-feira, 5 de abril de 2021

Perdi o contato

Diante do espelho está o rosto

O que via ali me deixou pasmo

Não visualizei nem meu rastro

Indo a procura de mim mesmo


Perdi contato com o essencial

Calado fiquei com a mudança

Tentei conectar com o celestial

Colocando dentro a esperança


Fui esquecido em algum lugar

No percurso da minha jornada

Pensei olhar na frente e largar

Tudo nas margens da estrada


Enxergo os traços envelhecidos

Na face de quem foi um menino

Que teve de um dia ser recebido

Concebido num jeito tão genuíno


Crescir aos trancos e barrancos

As marcas ficaram no semblante

 Os aprendizados foram lúdicos

As experiências vem fulminantes


Osvaldo Teles



domingo, 4 de abril de 2021

Vago sozinho

Vago sozinho na imensidão do mundão

No lombo do alasão corria muito ligeiro

A solidão é a companheira no estradão

Era apenas neste plano um passageiro


Nas paragens repousar o meu cansaço

Pretendo fazer deste espaço a morada

Prendendo o eu animal bravo pelo laço

Amansado irei viver nessa nova parada


Queria enfrentar a lida com resignação

Nos braços da amada quero seu alento

Retirando do semblante traço de aflição

Devolvendo aos olhos o contentamento


Rezei para o acaso fizesse o seu papel

Olhei para o infinito buscando uma luz

Pedindo salvaguarda para mundo cruel

Aliviando o peso da minha pesada cruz


Dentro de um espaço que não me cabe

Sinto-me como um pássaro engaiolado

Só quem vivia a liberdade é quem sabe

Como é ótimo alcançar o céu estrelado


Osvaldo Teles



sábado, 3 de abril de 2021

Feridas adquiridas

Cansei de dar soco na ponta de ferro

De lutar com os inimigos invisíveis

Faço de tudo para não ocorrer erro 

Tornando as batalhas impossíveis


Doidas ficam as feridas adquiridas

O coração sangra dentro do peito

Derramando as lágrimas sofridas

Ficando o corpo estendido no leito


Choro as mágoas que me maltratam

Estampando a sua marca no rosto

Entristecido a alegria se desidrata

A felicidade vai perdendo seu posto


O que estava por vir me apavorava 

As histórias vão sendo construídas

Apavorante é o medo do fantasma

As passadas foram descontraídas


Com as forças que estão guardadas

Sairei de trás das minhas trincheiras

Com as armas que foram me dadas

A alma luta igual uma brava guerreira


Osvaldo Teles



Minhas artimanhas

Pois não haverá nenhum contratempo

Que impeça de chegar no meu destino 

Coloco Deus ao lado luto com o tempo

Com a brio de um guerreiro Nordestino


Encontrei muito obstáculo no percurso

Seguindo mesmo com suas armadilhas

Perseverante não vou redefinir o curso

Terei que utilizar as minhas artimanhas


A tal da perseverança não abandonará

No momento quando mais irei precisar

Fé e a esperança jamais me esvazirá

Em louvor o Santo nome vou professar


Um escudo é colocado sobre a cabeça

Protegendo-a das pauladas do verdugo 

Na esperança que o corpo não padeça

Ao final da batalha as lágrimas enxugo


Livrando-me das armadilhas do inimigo

De todos obstáculos postos no caminho

Tem um Deus caminhando junto comigo

Dava para ouvir até canto do passarinho


Osvaldo Teles



quinta-feira, 1 de abril de 2021

Acendendo a centelha

Por mais que eu tentei não consigo

Estou aprisionado aos teus enlaces

Alinhando nosso caminho que sigo

Belíssimo verso a minha alma terce


Alongando a visão poética de te ter

Envolta em meus lençóis de algodão

Irei me entregando a ti sem perceber

És uma fada com varinha de condão


Faz nascer o mais puro sentimento

Brota igual o veio de água cristalina

O ser transborda de contentamento

Na junção de duas almas puritanas


Vou entrando em um estado onírico

A fantasia me domina por completo

Transforma este momento fantástico

O coração vai se enchendo de afeto 


O casamento perfeito de dois corpos

A tua perfeição divina se assemelha 

As curvaturas harmônicas do tempo

A paixão está acendendo a centelha


Osvaldo Teles