Vago sozinho na imensidão do mundão
No lombo do alasão corria muito ligeiro
A solidão é a companheira no estradão
Era apenas neste plano um passageiro
Nas paragens repousar o meu cansaço
Pretendo fazer deste espaço a morada
Prendendo o eu animal bravo pelo laço
Amansado irei viver nessa nova parada
Queria enfrentar a lida com resignação
Nos braços da amada quero seu alento
Retirando do semblante traço de aflição
Devolvendo aos olhos o contentamento
Rezei para o acaso fizesse o seu papel
Olhei para o infinito buscando uma luz
Pedindo salvaguarda para mundo cruel
Aliviando o peso da minha pesada cruz
Dentro de um espaço que não me cabe
Sinto-me como um pássaro engaiolado
Só quem vivia a liberdade é quem sabe
Como é ótimo alcançar o céu estrelado
Osvaldo Teles
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