Meus pedaços

Como juntar os meus pedaços

Tento mais não sei o que fazer

Se meu set quer seus abraços

Acostumou-se com o teu prazer

A doce presença ficou marcada

No lençol a sua fragrância exala

Na mente imagem está gravada

Ainda sinto a doçura de sua fala

Vivo lembrando dos momentos

Passa o tempo e continua vivo

Cada um dos meus fragmentos

Tornando-me seu eterno cativo

O homem que busca a fantasia

Querendo sentir toques da fada

Satisfazendo as minhas manias

Minha pele vai sendo acariciada

Para que minha dor seja ceifada

Faz do meu peito a sua moradia

Agradecida a alma fica extasiada

Sentia a sensação da sua carícia

Osvaldo Teles

Meus laços

Na mala não coube quase nada

No peito carrego muita saudade

Por vezes me perdia na jornada

Na procura da bendita felicidade

Tentei esquecer daquela vidinha

Os meus laços eram muito forte

Na memória levei a cidadezinha

Às vezes era quem dava o norte

Fazendo-me continuar cristalino

Puro como alma de uma criança

Pois quero permanecer genuíno

Não quero perder a minha crença

Continuar sonhando igual menino

Quero alimentar minha esperança

Osvaldo Teles

Vagarosamente

Os dias já não são mais iguais

Vão passando vagarosamente

Carregando consigo minha paz

Pode consumir paulatinamente

Por vezes nem olhava para trás

Seus traços ficam no semblante

Já não sou o mesmo de antes

O amadurecimento é constante

O que passou não volta jamais

Deixo tempo seguir o seu curso

Irei sentir os seus efeitos demais

Mesmo assim sigo seu percurso

Com certeza chegarei aos finais

Aproveitar o que estiver decurso

Osvaldo Teles

Estou sozinho

Estou sozinho a solidão é dominante

No silêncio minha cabeça disparando

O equilíbrio se tornou desconsonante

No peito meu coração está apertando

Num pestanejar a alma se torna alada

O corpo fica parado e ela sai viajando

Silenciosamente ultrapassando calada

Os limites que jamais seriam pensados

Canalizando as forças do pensamento

Quebra as amarras que me aprendiam

Só passava pelo meu constrangimento

Ao final minhas lembranças aplaudiam

Revivendo aquilo que foi discernimento

Que as dores do crescer me causaram

Osvaldo Teles

Mundo irreal

 Adentrei na galeria das ilusões

Fiquei perdido no mundo irreal

Tento conter a minha frustração

Minha lucidez parti para sideral

Quebrando o nó com a fantasia

Fiquei atado na minha realidade

O planeta do sonho desaparecia

Trazendo-me de volta fragilidade

Por vezes me sentia no pesadelo

Mas queria estar ligado ao surreal

Tornando sua cabeça meu castelo

Revestindo todinho do puro cristal

Soltando a imaginação no paralelo

Livre viajando ao espaço celestial

Osvaldo Teles

É muito amor

É muito amor que sinto por você

Alterando o meu comportamento

Viveria uma outra vida para te ter

Compartilhe comigo o sentimento

Vamos viver a mais forte emoção 

Deixa os nossos pudores de lado 

Entrega-se sem alguma condição

Com os seus beijos ficarei calado

Já estou pronto para esta entrega

Esperei por ti já tem um tempinho

Não me avexe o amor me carrega

Pelas mãos direto para teu colinho 

És o meu ar que respiro e sossega

Assim me perderei no seu corpinho

Osvaldo Teles

Emitindo a canção

Dedilhando vas emitindo a canção

Na comunhão das notas musicais

Saindo o som harmônico do violão

Vou dançar na harmonia corporais

Sentirás o meu harmonioso querer

Encontro no contraponto à melodia

Quebrando minha inércia do sofrer

A felicidade dentro de mim eclodia

Vibrante nas minhas cordas vocais

O meu corpo a passa a ser ritmado

Vamos sair a bailar como os casais

Nossos passos serão compassados

Sentir nossos corpos será magistrais

O meu ser ganha asas se torná alado

Iremos dando nossos passos radicais

Osvaldo Teles

Lanço as palavras

Lanço as palavras soltas ao vento

A procura de um ouvido que ouça

Devolvendo ao coração seu alento

Se não encontrar a alma destroça

Contento-me com a sua aceitação

Confusão passa a fazer minha mente

Vem proveniente da desaprovação

O não chega de uma forma cortante

Comunga comigo esta louca paixão

Aceita ser amada com a intensidade

Não deixa as lágrimas caírem no chão

Porém não me faça isso por caridade

Não irei mandingar a sua compaixão

Só vale apenas se tiver cumplicidade

Osvaldo Teles

Rasgando o horizonte

Sou como o barco rasgando o horizonte

Navegando na direção do desconhecido

Abro as velas o vento me leva em frente

Corto as linhas imaginárias ensandecido

Sinto a embarcação rompendo as ondas

Vertigem me provoca com o seu balanço 

O oceano vai se abrindo igual uma fenda

Sobre a proa do barco procuro descanso

Não sei o que me espera depois da linha

Muitas interrogações surgindo na cabeça

Quis decifrar a cartografia nas entrelinhas 

Fixando nas ideias para que não esqueça

A revolta ventania se torna a minha algoz

As ondas batendo no casco é a tormenta

Neste momento quero voar igual albatroz

Aderiva vou observando tudo pela luneta

Busca terra firme os nervos não aguenta

As imagens vão passando por mim veloz 

A minha imaginação vai voando inquieta

Em busca do elo perdido encontrei feroz

Osvaldo Teles

Abre teus braços

Meu amor abre teus braços e me recebe

Não deixa o meu corpo ficar a tua espera

Tanto amor que tenho você nem percebe

Se quiseres vou me entregar sem cautela

Vem deixando-me calado com seus beijos

Ficarás sabendo os benefícios que me faz

Saciando em mim todos os meus desejos

Preciso estar no seu enleio e lhe satisfazer

O contentamento toma conta dos sorrisos

Por favor não deixe o amor para amanhã

Como os dois corpos estivessem coesos

Vou está envolvendo em suas artimanhas

Sentiremos na carne trêmula a sensação

Nas trocas intensas das suaves carícias

Provocando na alma uma profunda reação

Estarei pronto em qualquer circunstâncias

Concisas ficaram as envolventes palavras

A sinceridade vai tomando conta dos atos

Serei totalmente fiel as minhas promessas

A felicidade serás o nosso grande aparato

Osvaldo Teles

Amada amante

Tu és a minha amada amante

Eis complemento da felicidade

Meu contentamento constante

Colocaste a prova a fidelidade

Devoto só tenho olhos para ti

Venero-a como uma santidade

Apronto os corpos para se unir

Quebrando a nossa castidade

A serenidade está indo embora

O amor vai ficando de sentinela

Nossa paixão é fonte impulsora

As almas caminhando paralelas

Impulsiona o corpo com cautela

Conduzido pela força propulsora

Fica a mostra quão a vida é bela

As palavras vão ser as difusoras

Coloco para fora os sentimentos

Expressam o sentir de uma alma

O seu olhar está o consentimento

Na entrega as tensões se acalma

Osvaldo Teles

Navegando

Navegando sem rumo e sem direção

Em uma tempestade me encontrava

O leme fugia sempre de minha mão

As decisões tendiam ser impulsivas

A ventania soprava impiedosamente

Tinha apenas um farol para me guiar

Meus medos se tornaram horripilante

Temeroso não tinha como pestanejar

A ânsia da chegada fazia me atrasar

Nuvens turvas tiravam a minha visão

Com ondas revoltas não podia vacilar

Somente Deus ter de mim compaixão

Sendo meu porto seguro para ancorar 

Trazendo tranquilidade para o coração

Osvaldo Teles

Adrenalina

É adrenalina que corre nas veias

Meu batimento cardíaco aumenta

A temperatura no olhar encandeia

As horas avançado me atormenta

Quanto me machuca sua ausência 

Não consigo tira a visão da estrada

Por vezes perco a minha paciência

Parado fico esperando sua entrada

Elétrico ando de um lado para outro

Fazendo ver sua belíssima imagem

Puritano sigo me tornando um casto

Perco a noção diante das paisagens

É perfeita que parece uma miragem

Tornando-me prisioneiro do abstrato

Não consigo desvencilhar da origem

O animal que vai agindo pelo instinto

Quero ouvir o sussurro do meu nome

Escutar apenas a linguagem do amor

Espero que os seus toques me dome

Esta minha paixão me causa um furor

Osvaldo Teles

Seu cheiro

Os lençóis ainda estão com seu cheiro

Conduzindo a minha mente alucinação

O perfume suave me deixa embriagado

Vento soprando orquestrando a canção

Procurei na cama o seu corpo desnudo

Com as mãos acaricio sua pele felpuda

Saio procurando o seu corpão carnudo

De prazeres toda a minha serás inunda

Desprendo os meus anseios escondidos

No quarto a sua presença está presente

Na alma sensação de ser correspondido

Do seu amor vou me tornar dependente

Vou lhe amar em nosso leito esplêndido

Esta paixão jorraria igual a uma vertente

Osvaldo Teles

Seu vestido

Seu vestido desenha seus contornos

Na verdade quero a sua pele despida

Esqueço de tudo que está ao entorno

Do mundo real faço minha despedida

Em meu imaginário te deixo desnuda

Neste instante o puritano fica de lado

O mundano vai encontrando em cena

Entre os beijos vais me deixar calado

Perco-me na perfeição de suas linhas

Já estou lhe comendo com meu olhar

Não veja a hora de serdes toda minha

Em tua boca todos os desejos realizar

Realizando as fantasias que continha

Podendo as delícias da vida degustar 

Osvaldo Teles

Apaga a luz

Deus apaga a luz do sol no sopro

A noite chega o céu fica estrelado

A adrenalina toma conta do corpo

Diante de tanta beleza fico calado

Sou envolvido no misto de sonhos

Os olhos fecham sinto o toque real

Os loucos devaneios se sobrepõem

Solto o imaginar no espaço surreal

Interiorizando coloco-me a meditar

A minha cabeça se volta ao infinito

Em flash meu pensar começa viajar

Vou tomando rédea do meu instinto

Em nenhum momento posso vacilar

Irei aproveitar toda lindeza do recinto

Osvaldo Teles

Perfeita harmonia

Pretendo acordar todas manhãs

Contigo e esse belíssimo cenário

Podendo acariciar-te até amanhã

O resto dia vai ser extraordinário

Corre tudo em perfeita harmonia

Até parece que o céu veio a mim

Os passos tem leveza e sincronia

Para te ter vou pronunciando sim

Quando desperto em seu ombro

Nosso relógio é o canto do sabiá

O descortinar da noite vislumbro

Estando feliz ali é claro que sabia

Amor assim só acontece uma vez

Se fosse possível fazia tudo parar

O homem sonhador foi quem me fez 

A minha criança fazendo encontrar

Busco nos seus braços seu abraço

Preenchendo meu vazio existencial

Esse meu amor cabe nesse espaço

Nos teus lábios encontro o essencial

Osvaldo Teles

Caminhar sozinho

Sinistro é caminhar sozinho

Nem ter em quem amparar

Na hora da dor do espinho

Fez o meu coração disparar

Com batimentos acelerados

Vou aumentando os passos

Nem observo para os lados

Para não vislumbrar o atraso

Nas minhas noites escuras 

Os vagalumes me guiaram

Quando sair a sua procura

Os meus temores se foram

Sentindo o lúdico da viagem

Expulsando meus fantasmas

Encho meu peito de coragem

Sinto em mim um entusiasma

Mais corajoso a cada passada

Entretanto a fé é companheira

Caminhamos juntos camarada

Contra as armadas traiçoeiras

Osvaldo Teles

Chega melodiosa

A orquestra vai decantando a melodia

Chegando melodiosa para os ouvidos

Trouxestes para a alma sua harmonia

Vai dando ritmos musicais aos ruídos

O coração não aguenta tanta emoção

Entregam-se nos braços vão bailando

Conduzindo os seus corpos pelo salão

As duas almas apaixonadas dançando

Ávidas suas mãos procuram os corpos

As peles vão transmitindo as vibrações

Sobre a sua mesa ficam os seus copos

Suas mentes irão sentindo alucinações

Sinto a sua aceitação nos levar ao topo

Fico agradecido com as consternações

Osvaldo Teles

Senta aqui

Senta aqui vamos conversar

Para que guardar as mágoas

Estou todo ouvidos desabafa

Se ferir por favor me perdoa

Teu silêncio é a causa da dor

Que faz meu coração chorar

Sinto na boca o seu amargor

Única coisa que quis é amar

Diz por favor o que lhe aflige

Não precisa o teu fingimento

Sei que fiz errado me corrige

Fala a verdade que aguento

Deixa as brigas para depois

A alma não aguenta as dores

Viveremos nossa vida a dois

Dentro dos jardins em flores

Quebraremos meus pudores

Reconstruiremos-nos a sós

Ficarão expostos os amores

Um maravilhoso ouvinte sois

Osvaldo Teles

Ao cair da tarde

Ao cair da tarde o céu fica estrelado

Em sobressalto o batimento acelera

Estou ansioso para estar ao seu lado

A brasa nas entranhas me queimará

Sendo envolvido nos seus mistérios

O fogaréu da paixão me acendendo

Não responderei pelos despautérios

Com esse amor vou ser consumido

Desenhando na face os seus traços

Meu corpo sentirá os suaves toques

Quando me prende em teus abraços

Vai envolvendo-me nos seus enlaces

Fazendo o meu sentir seus choques

Fico enlouquecido entre seus braços

Osvaldo Teles

Enfrentei os contratempos

Um dia desses passiei pelo estradão

Tive que ter cuidado para eu não cair

Em cada esquina tinha uma tentação

As minhas muitas decepções subtrair

A cada passo dá uma olhada à frente

Para não ficar preso em um passado

Paisagem dá o tom a vida do viajante

Que vão passando bem compassado

Montado no alazão sigo na contramão

Enfrentei os contratempos do caminho

A linha de chegada fica longe da visão

Só quero chegar logo no meu cantinho

O espírito sentiria as dores do espinho

Conto as horas de voltar ao meu chão

Meu cachorro me recebia com carinho

Era um grande festa para meu coração

Encontrando a vaca mimosa no pastoril

Os olhos se enchem de muitas alegrias

A plantação vai crescendo na terra fértil

Vão balançando igual uma bela alegoria

Osvaldo Teles

Engaiolado dentro de mim

O tempo vai passando e eu aqui

Engaiolado estou dentro de mim

Procurando um escape para fugir 

Não sei que me espera no jardim

Vou dando adeus a antiga criatura

Bato asas em direção ao horizonte

Saiu em busca de novas aventuras

Quando menos espero estou longe

Tristonho derramo água pelo olhar

Mesmo com todo amor que tenho

Minha solidão vai me fazer chorar

Envolto em angústia me abstenho

Acuado sigo com as minhas dores

Preparo-me para o que está por vir

Não tem alguém que me console

Almejando algo que me faça sorrir

Prossigo caminhando e chorando 

Levo comigo os sonhos de criança

Igual a uma lança a fé adentrando

É o que vai alimentar minha crença

Osvaldo Teles

Preciso

Preciso matar o desejo contido

Sentindo o gosto do seu batom

Em seu corpo fico embevecido

Meus dedos vão dar o seu tom

Saboreando na sua boca o mel

O líquido que me deixa aceso

Retira dos lábios o sabor de fel

A cabeça no seu seio descanso

Desse jeito me levas a loucura

Faz-me sentir seu prazer pleno

Aquele mal do espírito se cura

Produz em mim o efeito ameno

Permeando a alma com leveza

Os sentidos irão ficar alienados

O toque vem cheio de destreza

Vai conduzindo ao céu estrelado

Estrondo envolvido no seu beijo

Os pensamentos ficam perdidos

A beleza em seu semblante vejo

Os seus pedidos serão atendidos

Osvaldo Teles

Meu Deus

Meu Deus são tantas perguntas

Que fazem a cabeça ficar quente

As ideias se perdem e se afundam

Tira-me a lucidez fico impaciente

Diante de tantos questionamentos

Como estivesse preso no advento

Ficando confusos os pensamentos

Sucintos ficam os sons dos ventos

Estou alheio a tudo que me rodeia

Em uma hipnose fico devaneando

A indecisão me prende em cadeia

Minha massa vai ficar anestesiada

Fico desconcertado nestas plateias

As passadas vão ficar compassadas

Osvaldo Teles

Meu corpo ardente

Meu corpo ardente deseja o seu 

Queimando o ser de expectativa

Quando os lábios tocam os teus

Minha ocitocina vai ficando ativa

Comunga comigo esses desejos

Quis está envolto em teus braços

Envolvendo-lhe nos meus beijos

Vou delineando seus finos traços

Ouço apenas o som dos gemidos

Ecoando sonoramente pelo quarto

Exprimindo os desejos reprimidos

Dentro de um belo sonho desperto

Expandindo meu amor comprimido

Na entrega ficamos presos pelo ato

Osvaldo Teles

Tempos de criança

Se entrasse no túnel do tempo

Voltaria aos tempos de criança

Reviveria a bela vida do campo

Onde refazeria a minha aliança

Relembro minhas traquinagens

Coisa boa era o banho na fonte

Correndo soltas as molecagens

A felicidade estar bem defronte

Alimentando sonhos de infância

Cadência um viver de  fantasias

Sonhos e o real em consonância

Vou entrar no estado de extasia

Partir em busca do meu capital

Porém o interior estava comigo

Só queria encontrar o essencial

Acabo-me tornando filho pródigo

O meu portal do tempo se fecha

Deixando-me preso na realidade

Passando veloz igual uma flecha

Ficando em mim apenas saudade

Osvaldo Teles

Saudades da minha Sertânia

Quantas saudades da minha Sertânia

Pense o bem que a brincadeira fazia

Lembro o sabiá cantar na mangueira

O viver era como a métrica da poesia

Dando beleza e harmonia para a vida

Contudo as horas passam vagarosas

Vou seguir os rastos da minha partida

Embelezava minhas lições prazerosas

Vou seguir preso à minha recordação

Onde corria feliz e descompromissado 

A simplicidade era fonte de inspiração

O ritmo que era tocado é improvisado

Os tempos áureos eram arremessados

Trazendo de volta às antigas emoções

Fazia o coração bater descompassado

Tornam-se lúdicas todas minhas lições

Pelos caminhos dei passos de firmeza

As feridas adquiridas foram procuradas

Muitas vezes olhei para trás de tristeza

Ao lembrar os bons tempos de outrora

Osvaldo Teles

Caíram as lágrimas

Dos olhos caíram as lágrimas copiosas

Era a alma chorando as suas angústias

As palavras fluem na forma contagiosa

Buscar em ti o consolo é o que consistia

Minha paz de espírito é o que tanto almejo

Ter em mim a minha felicidade constante

Encontrar comigo mesmo é o meu desejo

Mas o meu silêncio inteiro era apavorante

Quando o equilíbrio espiritual é periclitante

Por onde ande esta sombra me persegue

Percebo que tenho que caminhar vigilante

Para não se entregar aos seus perrengues

Antes de decidir seguir o caminho errante

Deixando que a alma ao amor se entregue

Osvaldo Teles

Desperto

Desperto o ninho de amor estava vazio

Durante as noites tive fantasias contigo

Meu corpo estar congelado de tanto frio

Até parece que estou sofrendo o castigo

Porque você não despertar ao meu lado

As madrugadas insistem em não passar

Já estou muito cansado de ser algemado

Limites são colocados para se transpassar

Calado ouço o sopro do vento no telhado

Sobre o leito passo a mão a sua procura

Tateio na frieza de um lençol esfarrapado

Abre no meu coração uma grande fissura

Você não sabe a falta que seu toque faz

Meu corpo ficou dependente de te possuir

Cada canto o lembrar a sua presença traz

Um novíssimo conceito tive que constituir

Revendo as possibilidades de me entregar

Para que isto não me causasse sofrimento

Este relacionamento quis sozinho agregar

Colocando no seu coração contentamento

Osvaldo Teles

Mundo dos sonhos

Pelo meu mundo dos sonhos 

Dei asas ao pensamento viajei

Ilusões nos momentos ponho

Dentro das fantasias encontrei

Meu ser criança que foi vivida

Descontando antigas cantigas 

Relembrando infância perdida

Que minha lembrança castiga

Com as estrelas naveguei livre

Liberdade ganha a imaginação

A alma não quer que lhe prive

O cometa servindo a condução

Em um ar de mistério me acho

As vezes me perco no paralelo

Causando desordem no trecho

Tirando da cabeça o pesadelo

Chegarei no encantado castelo

O meu olhar rapidamente fecho

Viajando livre igual a um cutelo

Quando chego ao sideral relaxo

Osvaldo Teles

Queria

Queria viver tudo de uma vez

Não ficando nada para depois

Nem irei ficar preso ao talvez

Vou acatar o que destino pôs

O amanhã poderá não existir

Aproveito o que a vida oferece

No mesmo erro não vou insistir

O querer nem sempre enaltece

Sofrer não está nos meus planos

Vivendo somente o que foi posto

Numa entrega de amor puritano

As expressões ficando no rosto

Só receberei aquilo que merecer

Procuro encontrar os sentimentos

Buscarei o meu desejo satisfazer

Nos braços acho contentamentos

Preenchendo a lacuna existente

Inundando o vazio do meu coração

Pretendo viver uma vida veemente

Ao sofrimento criei aquela aversão

Osvaldo Teles

Conectado

Dentro do meu mundo silencioso

Escuto os ruídos que vem da rua

Conectado com este ser precioso

Deixando a minha totalmente nua

Em silêncio os ruídos amedrontam

Vou me aproximando da meia noite

Todas minhas ideias se confrontam

A lembrança vai dando o seu açoite

Por onde o meu espírito sai voando

Sobrevoando num mar de aventura

Meu corpo parado a mente pairando

Estou procurando a nova conjuntura

Minha saudade vai ficar conspirando

Emerge da profundeza nova criatura

Osvaldo Teles

Quebrei as paredes

Quebrei as paredes da solidão

Encontrei lá fora uma claridade

A minha espera uma imensidão

Colocando a prova a ansiedade

Sem saber o que me aguardava

Aprisionei meus medos na jaula

Meu carrasco livre me castigava

Vendo-me dentro de uma fábula

Contracenando com belo cenário

Só dava para ouvir canto do galo

E o eloquente cantar do canário

Estou saltando de galho em galho 

Descobrindo um ser extraordinário

Juntando os pedaços do frangalho

Osvaldo Teles

Lá vem eu

Lá vem eu com o chapéu de palha

Com a ferramenta em meu ombro

De barriga vazia chega chacoalha

Tempos maravilhosos já vislumbro

O roçado está devidamente arado

Suas mudas já foram selecionadas

Terreno adubado para ser plantado

No raiar do dia estava apresentada

Jogadas as sementes vão brotando

As abelhas passeiam de flor em flor

Quando a chuva solo vai molhando

É a alegria que trás para o lavrador

Até o katinguelê sai daqui comendo

O passarinho se torna o carregador

Osvaldo Teles

A poeira da estrada

A poeira da estrada já pinta o rosto

O corpo está sentindo seus efeitos

Deixaria expresso o meu composto

As frustrações acumuladas no peito

Como um jumento carregava o peso

Por vezes o passo fica compassado

Ainda tem a fadiga como contrapeso

Cambaleante igual a um boi amuado

Tenho que prosseguir mesmo assim

Deixo para trás o que me causou dor

Com meus ferimentos curados enfim

Deixando de ser o peregrino sofredor

A minha lágrima não cai mais em fim

Devolvendo a esperança ao sonhador

Osvaldo Teles

Um feixe de luz

Um feixe de luz ofusca a visão

Um raio incandescente invade

Os olhos fecham para reflexão

Sou tomado pela religiosidade

O novo homem vai renascendo

Pelas graças do nosso Senhor

No ensinamento vou crescendo

Como um rouxinol canto louvor

A providência divina me inspira

Com a sua sensibilidade divinal

Retirando do corpo toda sujeira

Devolvendo minha paz celestial

Transportado ao jardim do éden

Passarei a viver em seu paraíso

As suas mensagens digo amém

É a sua mão amiga que preciso

Para seguir firme na caminhada

A minha fé me ajuda a continuar

Não pretendo desistir na estrada

Seguindo-te vou a qualquer lugar

Osvaldo Teles

Deixa eu te amar

Ô meu amor deixa eu te amar

Fiz do meu peito teu santuário

Deixai nos teus braços sonhar

Deixando de ser um mortuário

Amo-te com toda força da alma

Quando as duas se completam

Uma grande unidade se forma

No instante que as peles ardem

Ama-me com toda a intensidade

Que o meu amar serás recíproco

Aumentando a minha capacidade

Conduzindo-me ao estado onírico

Alucinantes serão as sensações

Que serei capaz de lhe provocar

No encontro farei congratulações

É o teu nome que vou pronunciar

Quando o amor estiver na prática

Nossos corpos não ficam parados

Minhas palavras fluíram enfáticas

Os espíritos ficaram contagiados

Osvaldo Teles

Adormecer

Vou adormecer com a cabeça no teu colo

Sonho que meu mundo ganhou fantasias

Os pássaros vão entoando os seus solos

O galo cantor vai emitindo a sua cantoria

A luz do sol chegou dando o seu bom dia

Compraz um ser que levanta enamorado

Nossa alcova mais parecia uma balbúrdia

Com minha belíssima deusa ao meu lado

Caia o dia que a noite não chegue tardio

Quero que os astros faça o jogo de luzes

As suas mãos correndo me causa arrepio

Os desejos serão sempre meus prazeres

São capazes de retirar de mim os sentidos

Tornando cada um deles os meus algozes

Dentro de jogo de sedução fico pervertido

Não tendo nenhum sentido suas diretrizes

Contendo apenas meus desejos contidos

Que ficaram evidenciados no leito de amor

No despertar ficam os corpos acometidos

Vou sentindo no meu corpo um forte calor

Osvaldo Teles

Sensibilidade d'alma

Adentro solitário no quarto escuro

Estou só com meus pensamentos

Viajando por um espaço obscuro

Coloco em prática os sentimentos

Com o papel sobre a escrivaninha

E com a caneta entre meus dedos

Vou transcrevendo em suas linhas

Os neurônios vão ficando bêbados

Depois sou tomado pela inspiração

A essência vai fluindo na entranhas

Suavizada estar a minha respiração

Desvendo o que fica nas entrelinhas

A sensibilidade d'alma seria exposta

Na composição de sua bela melodia

Vão sendo devidamente  compostas

Desenhada com a simetria da poesia

Exala o seu perfume igual a lavanda

Vou absorvendo toda a sua maestria

O coração bate no peito como banda

Livremente o corpo flutuando sentiria

Osvaldo Teles

Perco o equilíbrio

Não sei para onde vão os meus passos

A distância a percorrer é o que assusta

As vistas não conseguem ver o espaço

A dificuldade de caminhar se apresenta

Perco o equilíbrio as pernas bambeiam

A cada passada o caminho fica distante

Na hora da chegada todo corpo titubeia

Como estivesse num frenesi constante 

Pasmei em ver as luzes no final do túnel

Uma mão amiga estava à minha espera

Tinha certeza que está no aguardo o fiel

As jornadas eram concluídas de véspera

As indecisões tomam conta das atitudes

Questionamento acumulando na cachola

Cresço em busca constante da plenitude 

Causando desordem a minha alma chora

Solitária dentro do seu deserto existencial

Satura os fragmentos do eu despedaçado

Todo o ocorrido poderá ser circunstancial

O meu maior prêmio é chegar entrelaçado

Osvaldo Teles

Luto com o acaso

Sua suavidade permeia minha alma 

A tenacidade cola os meus pedaços

Esta nossa paixão é o que me salva

Suas carícias vão juntar meus cacos

Até então estava totalmente perdido

Translúcidas estavam minhas ideias

Não ligo se o coração estiver partido

Andando lado a lado com sua pareia

As lindezas dos caminhos me seduz

Bamboleando vai ficar o pensamento

Estás quebrando a velocidade da luz

Carrega consigo o descontentamento

Nos olhos minha tristeza se reproduz

Conduzindo a centelha de sentimento

Um turbilhão de emoções me conduz

Pelos labirintos dos recrudescimentos

Em meu casamento mais que perfeito

Luto com o acaso para tomar a rédea

Domino a minha burrinha do conceito

Retirando dos meus pés a minha pea

Osvaldo Teles

Relacionamento com a vida

Tenho um relacionamento com a vida

Entrego sem pensar o dia de amanhã

Ela comigo se mostra comprometida

Por muitas vezes me colocou no divã

Com o seu magnetismo vas me atrair

Pelo seu caminho torto quer me levar

Seduzido com olhos vendados seguir

Não tive o tempo para me resguardar

Quiseras se tornar a minha camarada

Vivendo cada momento como o único

Juntos caminhávamos pelas estradas

Tornando tudo meu viver muito louco

Que mais queria lhe deixar idolatrada

Pretendo está com ela mais um pouco

Antes que chegasse a hora prometida

Passando viver em um mundo utópico

Aproveitando tudo que fosse colocado

Vivenciando cada instante como último

Não deixo nada fora do que foi traçado

Antes que a morte me leve ao sepulcro

Osvaldo Teles

Soneto da saudade

É saudade de uma conversa fiada

No banco da praça com os amigos

Deixando a minha mente extasiada 

Sentindo do orvalho os seus pingos

A seresta com um violão plangente

Era regada com uns goles de pinga

A música corria solta no rol da gente

Muito empolgante era nossa cantiga

Fazendo dançar as minhas fantasias

Dando o tom de um belíssimo sonhar

O tempo passava e nem se percebia

Até as estrelas dava para contemplar

A dama da noite seu perfume expelia

Era lindíssimo observar novo dia raiar

Osvaldo Teles

Antigas fotografias

Olhando antigas fotografias chorei

As lembranças aperto o meu peito

Dos tempos de criança me lembrei

As lágrimas escorrendo pelo rosto

Quantas coisas boas aconteceram

Minha traquinagem correndo soltas

As ingênuas brincadeiras aceleram

As doces ilusões estavam envoltas

Consolidando as fantasias usadas

Sendo o mundo o grande picadeiro

O show da vida estava começando

Que pena tudo vai passando ligeiro

Deixa a realidade e sonho parecido

Deixando meu coração bagunçado

O sonho do menino fica esquecido

Só apenas neste mundo passageiro

Querendo aproveitar os momentos

Vivendo cada como se fosse único

Ficando preso aos acontecimentos

A cada decepção vou tornar Irônico

Osvaldo Teles

Eu homem

Eu homem me prostro diante do senhor

O ser pecador em busca do seu perdão

Como passarinho vai cantando o louvor

Suplico-lhe para que seja meu guardião

Seguir por diversos caminhos tortuosos

O cansaço da jornada castigava o corpo

Queria encontrar meu confortável pouso

Farei do seu amparo o meu seguro porto

Fazendo-me obediente a tua sagrada lei

Para que opere milagres em minha vida

Sem a sua presença não sei o que farei

Rogo a ti sua benevolência enternecida

Aliviando o peso da minha cruz pesada

Carreguei as minhas para bem distante

Sentindo a sua bondade compadecida

Tenho meu Deus onipotente e operante

Passei a confiar num Deus onipresente

Cabe apenas a alma ser compreendida

Por quem tem poder de amor confiante

Com a capacidade de ter áurea cândida

Osvaldo Teles

Travei uma batalha

Travei uma batalha com a inspiração

Não pretendia copiar o que ela ditava

Tinhosa utilizava sua insubordinação

Por mais que tentasse não adiantava 

Tinha que me render a sua artimanha

Mesmo sem querer a danada me usa

Descrevendo a beleza de minha alma

Tomando conta de mim ela me abusa

Vou decantando as suas composições 

De uma formula inspiradora deixo fluir

Obediente seguir as suas imposições

Tive que deixar em minha cabeça agir

A minha poesia livremente ia surgindo

Seguindo o estilo que a alma operava

Em silêncio as palavras vinham fluindo

Costumeira a ação dele me acalmava

Na junção do espírito e corpo escrevia

Teimosa não seguia nenhuma métrica

As maravilhas de uma vida descrevia

Dentro do meu ser já estava intrínseca

Osvaldo Teles

Uma bela história de amor

Uma bela história de amor a viver

Apaziguando a minha dor da alma

Dando a luz a um novo amanhecer

Com os dois corpos sobre a cama

Energizado nas forças das paixões

A suavidade da carícia me envolve

Levando-nos sentir as alucinações

A um sonhador as fantasias devolve

Um ar romântico assume o quarto

Ares primaveris deixam perfumado

Nos seus braços quentes desperto

Com os músculos todos acalmados

Suavizando o meu alucinante ritmo 

A leveza me conduzindo ao espaço

De tanta paz que trouxe ao espírito

Fazendo dançar em um compasso

Vais desenhando no rosto o seu rito

Sorrateiramente vou seguindo o traço

Muito feliz com esse querer santifico

Na sua tenacidade colam os pedaços

Osvaldo Teles

Tenho fé

Tenho fé no nosso Senhor Jesus Cristo

Que milagre na minha vida ele vai fazer

Para sempre ficarei muito agradecido

Maravilhado fico com seu dom de viver

Fui gerado pelo seu amor e a sua graça

Em um planeta lindíssimo me recolocou

Alimentado na minha fé e na esperança

Como os botões de flores o amor brotou

Tornei-me parte da grandeza da criação

Do barro e seu sopro sagrado fui criado

Dentro do meu peito plantou um coração

Para semear a sua paz a todo agraciado

Cada um terá a sua parte de sua porção

A todo que fez sua parte e seja merecido

Osvaldo Teles

Passo as noites

Passo as minhas noites a sonhar

Pela madrugada adentro solitário

Embriagado a tendência é delirar

Fico prostrado perante ao oratório

As palavras fluindo naturalmente

Aos ouvidos como uma melodia

Os corpos dançam perfeitamente

Troco sua realidade com a minha

A fé me leva para dentro de mim

Estou perdido nesta constelação

Neste momento sinto o curumim

A aflição tomou conta do coração

O homem fica preso ao mundano

O sacrossanto me levando ao céu

Por um momento me sinto insano

Querendo roubar aquele beijo seu

Sufoquei no peito minhas lamúrias

Apedrejando os meus fantasmas

Estou perdido em busca da luxúria

Tento expulsar da cabeça o trauma

Osvaldo Teles