Vaguei solitário

Uma noite a solidão veio me acometer
Só estava eu e os meus sentimentos
A brisa fria  soprava em meu corpo
Havia um espaço vazia ao meu lado

Vaguei solitário madrugada adentro
Achei um pequeno pedaço de você
Preso em minhas saudosas lembranças
A sua essência estava impregnada

Fechei os olhos para não ver
As sua fotos que estavam na parede
Acabei sentindo a sua presença
A calmaria transportou a distância

Silenciosamente chegou a cabeça
Os açoites nas noites de amor intenso
E as marcas que ficaram na pele
O mel que escorria da sua boca

A nossa canção penetrou em meu ser
Maltratando o meu pobre coração! Doeu
Estava quase chorando de tristeza
A saudade era como um castigo

Li, fiquei te esperando ansiosamente
Só queria que você chegasse logo
Para abrandar a minha sofreguidão
Jogar-me no seu colo e sentir seu dengo

Osvaldo Teles

Quando estou nos braços

Quando estou nos braços da amada

Uma quietude toma conta do meu ser

Arrebatado ardentemente pelo desejo

Saboreando o adocicado dos lábios

Que se cobrem com uma cor púrpura

Vas descobrindo os meus segredos

Que vão ficando aparente a cada beijo

A sensação térmica aumenta parece brasa

O que era pecado vai se santificando 

O impuro ganha a candura das nuvens

Amando vou sendo purificado 

O mundo vai ganhando ar de paraíso

Tornamos-nos dois seres alados

Vamos tocar as estrelas sem sair do chão

Faremos do amor o nosso pão de cada dia

Alimentando os desejos diariamente

Para fortalecê-lo constantemente 

Sumariamente já não sou donos dos atos

E assim trocaremos  intensas carícias

Na ânsia de chegarmos juntos ao clímax

Osvaldo Teles

Quando ouço sua voz

Quando ouço sua voz me chamando
Entra pelos  meus ouvidos melosa
É como  estivesse ouvindo música
A suave canção acalma o coração

O concerto harmonioso me envolve
Os efeitos das notas musicais a dominar
Os movimentos corporais ganham ritmos
Vou dançando no ritmo da melodia

Juntamos os corpos e saímos bailando
Aconchego no seu peito para sentir
Sua ternura misturada com a quentura
Vai incendiando o sangue nas veias

Ótimo é quando os acordes soam
Dando  tom da suavidade contra dança
Como plumas voamos soltos ao vento
Flutuando as cabeças encontra o eixo

Lúcidos buscamos a razão do sonhar
Salvo conduto ganha o imaginário
Transitando entre o celestial e o terreno
Realizando coreografia do verbo amar

Osvaldo Teles

Seu olhar fulminante

Busquei palavras  para te dizer que te amo

Elas se calaram perante a sua presença

Por mais que tentasse elas não saiam

Divino eram os seus traços fisionômico

Fiquei estupefato diante tanto esplendor

Este seu olhar fulminante me acertou

O céu abriu-se deixando cair uma deusa

Dádiva divina  para embelezar minha vida

Transformastes na beleza da bela Vênus

O planeta terra se transformou no éden

O simples mortal foi abraçado pela deusa

O amor o homem despertar do seu leito

O semideus que estava adormecido

Transportando-o para outra dimensão

Renasce em uma volúpia demasiada

Demasiadamente sou dominado por ti

A luxúria dominou os meus pensamentos

Os atos se tornam involuntários a procura

Do aroma inebriante que flui do teu  ser

Fixando a sua bela imagem no meu interior

Osvaldo Teles

Vou te prender

Vou te prender em meus braços
Envolverei o rosto em minhas mãos
Sentirei a sua respiração ofegante
A pulsação aumenta a cada toque

Já não cabe em mim as emoções
Maluquice minha em pensar
Nas delícias que podemos fazer
Quando a porta se fechar

E a penumbra invadir o quarto
A cama se tornará o nosso divã
Na conversa vou lhe envolvendo
Descobrindo os pontos vulneráveis

Para levar-te ao êxtase
Plenamente com mais facilidade
Saltitante os meus dedos correm
Pela sua pele sedosa e aveludada

Nas minhas memórias ficaram
Os registros do intenso amor
Que compartilhamos a dois
Prendendo-te no meu jeito de amar

Osvaldo Teles

Não vou esconder a minha dor

Não vou esconder a minha dor
Ela vai ficar estampado na face
Esvaindo em forma de lágrimas
Desvairada vai escorrer no rosto

Para purificar a minha alma
Resplandeceu sobre mim a alegria
Não olhei para o meu  eu para sentir
O poder que contém a fórmula do amor

Capaz de trazer o melhor de cada um
Fico admirado com a sua força
Que habita em meu interior
Quem ama se torna imune a razão

Fantasias tomam conta da mente
A alma se enternece com os sonhos
Que permeia todos os pensamentos
O razoável fica distante da realidade

Sossego é que sempre quis para mim
O choro estancou nos meus olhos
O doce sorriso voltou aos meus lábios
Quando o amor passou a morar no meu ser

Osvaldo Teles

Significado da páscoa

Acadêmico: Osvaldo Teles
Patrono: Castro Alves
Cadeira: 09

Páscoa passagem da escuridão para a luz
Libertação da alma das trevas
Comunhão celebrada no preceito pascal
É tempo de reflexões e de encontro interior
Momento de se buscar a nova era
Quebrando  as algemas que nos prende
Elevando a alma ao nosso criador
A oportunidade do renascimento do homem
O ovo é símbolo de uma vida nova
Rompendo os obstáculos que nos prende
O coelho é o símbolo pascal utilizado
Por representar a fertilidade e a esperança
A Páscoa coincide com ressurreição de Jesus
Aquele que venceu a morte e foi ao céu
Indo repousar ao lado do seu pai
Renovando a aliança com seu Deus
Páscoa é ressurreição celebrando a vida

Osvaldo Teles

Vamos de mãos dadas

Vamos de mãos dadas por este mundão
Juntos ganharemos forças extras
Nada nos derrubará nesta longa viagem
Nosso elo determinará o ritmo dos passos

Ficará tudo de lado sem pensar no amanhã
O amor guiará os nossos corações
Até chegarmos no estado pleno da ser feliz
Iremos nos conectando com toda beleza

Os olhos vão registrando as belas imagens
Guardando na memória todas as cenas
Que vão servir de conforto no cansaço
Retomando as forças exauridas, perdidas

Ressurgiremos como uma fênix das cinzas
Pássaros alados voando livres pelo céu
O que nos importa é a simples liberdade
De podermos transitar feliz pela vida

Culminando com a junção de duas almas
Que se propuseram trilhar unidas
Dando gargalhadas pelas estradas
Tornando-nos amantes deste lindo viver

Osvaldo Teles

Sou forte

Sou forte como a mãe terra que me pariu
A terra se abre pronta para o dom da vida
A ferramenta tange ao tocar no solo seco
Resistente como o mandacaru do sertão

Só quero um pouco de chuva para molhar
A água lhe falta para matar a sede
Para germinar as sementes semeadas
A vegetação se queima pela ação do sol

A pintura morta a enfeitar o triste cenário
O capim gordura incinerado pelo calor
Os esqueletos dos animais nos pastos
Chove chuva deixa as suas águas

Correrem sobre o leito seco do riachão
Levando consigo toda tristeza desta gente
Que com suas lágrima rega sua esperança
E ver as suas paisagens lindas e verdejantes

Na esperança de dar alento ao sofrimento
Sou força que brota viçosa desta terra
Vida que pulsa e ressurge deste pó
A terra dá o seu suspiro o morto ressuscita

Osvaldo Teles

Caminhos traçados

Caminhos traçados pelo amor
Nascemos em berço diferente
Bem distante um do outro
Hoje compartilhamos a mesma cama

Como na crê nas artimanhas do destino
Ele armou ciladas para nos prender
Envolvendo-nos em seus enlaces
Quem dera resgatar minha identidade

Na janela dos seus olhos encontrar
Uma passagem para a tua alma
Não dando chance para os atalhos
Caindo diretamente nos seus enleios

Deixando o destino fazer seu papel
Vou sendo marionete em suas mãos
Dançando conforme a sua música
Bailando juntos nos palcos da vida

Osvaldo Teles

Tresloucado dentro desta dimensão

O divino silêncio me toca profundo
A efemeridade da solidão não funciona
Uma lacuna ficou aberta no coração
Frustrando o meu contentamento

Tresloucado dentro desta dimensão
Enjaulado fica o meu pensamento
Preso ao espaço vazio da sua ausência
Na expectativa de ser preenchido

Por suas deliciosas carícias
Ficando de lado a condição de homem
Somos dois seres em estado de êxtase
Corpos livremente levitando na cama

Neste movimento de rotação me perco
Não sei em que mundo estou perdido
Se nos dos sonhos ou dos pesadelos
O portal do mundo paralelo se abriu

Os meus fantasmas se libertaram
Os medos se evaporam como fumaça
Preenchendo o espaço esvaziado
Aqui dentro as palpitações aumentam

Blindei o meu peito para o coração
Não ser afetado pelos mares da dor
Formando um cinturão de proteção
Concretizando a criação perfeita

Osvaldo Teles

Uma loucura assume

Seu corpo toca o meu na madrugada fria

Lasciva no amanhecer você me procura

Entre os lençóis dois seres tornam um

Pele com pele boca com boca é um ritual

Uma loucura assume os nossos atos

O homem tem os seus instintos aflorados

Silenciando assim a minha consciência

Sou condicionado a querer te amar

Viajando vou  na velocidade da luz

A luminosidade dos teus olhos me guiou

Fazendo o deleite carnal o encanto divinal

Casamento perfeito entre dois corpos

Na comunhão ultrapassamos os limites

Tudo nos é permitido quando é consentido

Osvaldo Teles

O papel foi manchado

O papel foi manchado pelas lágrimas
Que derramei na hora de descrever
O quanto sou louco por ti menina
Queria lhe dizer que os dias sem você

O dia custa passar parece uma eternidade
Quiseras as palavras tocassem sua alma
Tentei achar a frase correta para te falar
Mudando os seus fixos pensamentos

Para descubra resquícios do amor
Que nos entregamos um dia
A cama guarda o cheiro do seu perfume
Era onde tínhamos os papéis bem definidos

Macho e fêmea no devaneio do amar
O feio se tornava lindo neste momento
Descompassado o coração palpitava no peito
Os batimentos cardíacos ganham harmonia

A bela se materializou diante de mim
Fui envolvido pelos os seus mistérios
Conduzindo a minha mente ao delírio
Pensei que fui abduzido para o paraíso

O que foi dito não faz mais nenhum sentido
Se nos machucamos deixa esquecido
Traz ao nosso convívio o belo que foi vivido
Deixando a tristeza totalmente  esquecida

Osvaldo Teles

Sentei a beira mar

Sentei a beira mar para apreciá-lo
Na escuridão densa a visão fica perdida
Desligado estava desta dimensão
Transitando livre pelo espaço sideral

Sobre o cais admirava o céu estrelado
Sendo refletido em suas águas
A brisa deixava os pelos arrepiados
Os calafrios tomavam conta da alma

A-mar era que queria neste instante
Tendo-te como o quente cobertor
Expulsando a tristeza eminente
Mergulhei seduzido pelo seu amor

Emerge satisfeito do seu prazer
Prazeroso foi cruzar contigo nas estrelas
Deparar com a mais bela dentre todas
De mãos dadas contemplar a lua

Ao luar despir todo o nosso pudor
A sensação de liberdade assume
Os momentos do dos nossos corpos
Deixando-os livres para voar pelo mundo

Osvaldo Teles

Trocamos olhares

Trocamos olhares estonteantes
Esquecendo o que nos cercava
A sua pele sedosa e cheirosa
Era como tocar em uma pétala

Umedecida pelas gotas de orvalho
Travessos os dedos procurava
O seu lindíssimo corpo torneado
Suas vestes não esconde seus contornos

Desenhando na mente sua silhueta
Graciosa são as tuas faces encantadora
Ali estava uma mulher ou uma deusa?
Fui enfeitiçado com ternura do seu olhar

A doçura de tua voz me deixa fascinado
Como o canto da sereia chamando
Para cair em seus braços em seus enleio
Sossego trouxestes a coração consternado

O universo se abriu uma estrela do céu caiu
A terra se encheu de brilho e formosura
Ficando eu apaixonado pela sua beleza
Assentei aos pés do pedestal a venerar

A santa mulher  transformou a minha sina
Apascentando a inquietação de um coração
A escolha não foi eu que fiz foi o destino
Que colocou a deusa no meu caminho

Osvaldo Teles

Soneto dos desejos

Dai-me a anuência para te amar
Prometo deixar o sentimento aflorar
Aflorando os desejos mais íntimos
Quis passar a noite em claro te amado

Nunca fui muito bom com as palavras
Deixei o olhar falar o que o coração sente
Pronúncias sucinta de um ser apaixonado
Tendenciando aconchegar em seu colo

Acompanhado do teu calor desejei passar
A madrugada gélida e tenebrosa! A dois
Fico vendo o descortinar do novo dia
Sobre a cama dois corpos desfalecidos

E a certeza do amor vivenciado a dois
O belo veio viver em nossas vidas
Como um jardim florescendo em cores

Reavivando em nós novas emoções
Sorrindo agora estamos ao lembrar
Tudo que vivemos em uma noite de amor

Osvaldo Teles

O amanhecer na roça

O candeeiro dá o último suspiro, apaga
As estrelas incandescentes dão o seu lugar
Aos novos raios solares esplendorosos
A lua da licença para o nascimento do sol
A natureza desperta deslumbrante
O amanhecer na roça é mais encantador
A brisa amena balançando as árvores
Num bailar livre com as folhas ao vento
A passarada em seus galhos a cantar
Uma verdadeira sinfonia é orquestrada
A sábia dá os seus primeiros acordes
A galinhada ciscando no terreiro
Mostrando que a magia da vida recomeçou
Uma nova chance para um novo recomeço
Mostrando como a vida tem seus mistérios
Misteriosamente as coisas se restauram
Já se foram os murmúrio das noites passadas
Tenho a oportunidade de restaurar o elo
Fiz a paz com minha alma ao nascer do dia
Entrei em rota de colisão, chocado fiquei
De ver as maravilhas da criação do divino

Osvaldo Teles

Vão comigo as lembranças

As paisagens passam ligeiramente
Os olhos ficam fixos tirando o sentido
A ânsia da espera me consome aos poucos
Vão comigo as lembranças da minha infância
Quero chegar e abraçar o meu passado
Relembrar as brincadeiras bobas de criança
Que faziam despertar as belas fantasias
As noites que passei jogando conversa fora
O sereno deixava a cabeça toda molhada
A viagem é regressão aos tempos áureos
Tudo era possível no mundo dos sonhos
Correndo em perfeita concordância
Menino se transformando em homem
Encarando a dura pena o mundo real
Regresso saudoso ao tempo que fui feliz
Onde o peso do viver não castigava
Dava drible no destino chutando a bola
Para frente sem pensar em nada
Risonho enfrentava as dificuldades
Refazia dos tropeços com muita maestria
Hoje eu sou fruto do que eu vivi um dia
Não tenho com voltar no tempo
Guardo tudo no cofre das lembranças
Ficando viva às lições aprendidas
Para alimentar as minhas esperanças

Osvaldo Teles

Eternizando o belo

Sou um campo minado preste a explodir
Em uma explosão de fortes emoções
Um vulcão em chamas foi despertado
Pós o destino colocou você na minha vida

Desencadeando em mim o fogo da paixão
Neste instante juntei os meus pedaços
Simplesmente o amor brotou no peito
Fazendo o efêmero se tornar eterno

Eternizando o belo sentimento cristalino
Nascendo no coração a flor do amor
Devolvendo a sensibilidade do menino
Tirando do cenário a minha sina

Estancando nos olhos as lágrimas de dor
Os aromas campestres invadiram as narinas
Eclodindo o mais belo dos sentimentos
Incluindo o éden em nosso cotidiano

Nos lábios fizestes desenhar o lindo sorriso
A cabeça foi ao céu o corpo ficou no chão
Só segurava os seus cabelos com controle
Dos movimentos condicionados do corpo

Os desejos mais límpidos foram despertados
Tirando do peito o sofrimento pulsante
Com as mãos dadas saímos a cantar
A canção que fluía suavemente do coração

Osvaldo Teles

Um caminho sem volta

O desânimo toma conta das passadas
Por vezes me vejo em uma encruzilhada
Um caminho sem volta só resta prosseguir
Continuei a peregrinação onde ia chegar

Perdi a sutileza e a suavidade das palavras
Nesta altura da vida sei lá o que me esperar
Outrora tinha a força como minha aliada
A resistência foi colocada a prova

Trocava o dia pela noite e nem parecia
Nao preocupava com nada só viver o dia
Dava nó em pingo de éter dava nó no vento
Antes que o ar lhe absorvesse por completo

Forcei o corpo muitas vezes na estrada
Hoje sinto os efeitos dos excessos que fiz
Fui levado a refletir pela minha consciência
Quis encontrar respostas para as perguntas

Era fascinado pelo mundo exterior:mundano
A inconstância não deixa ver o que estava
Bem aqui dentro do meu ser no coração
Deus é grande meu pensar que era pequeno

Protegendo Ele ia das armadilhas do inimigo
Levantou-me de cada tropeço que tive
Deu o seu ombro amigo para eu chorar
Fui carregado em seu colo nas aflições

Osvaldo Teles

Com Deus no comando

Peço licença para a história que vos contarei
Dei murro em ponta de faca bem afiada
Nada dava medo, tinha a fé como guia
Com Deus no comando tudo vai dá certo

O sopro de vida já bastava para ir a luta
O resto vem por acréscimo a cada dia
Seguia confiante na proteção do divino
Sendo ele a luz ilumina os meus caminhos

Ao badalar do pêndulo do relógio
Os ponteiros avançam diminuindo o tempo
Tentei ser bem mais rápido do que eles
Fui atropelado pelos rodopios que ele deu

Porém prosseguir firme nos propósitos
Do homem todo poderoso de lá de cima
Tendo a certeza que ele nos colocou
Neste mundão para as grandes vitórias

Dando as provações para o fortalecimento
Para que as quedas sirva de aprendizado
Para quando formos levantarmos ergamos
Os olhos e veja que tem um ser supremo

Ele jamais deixará a sua cria a própria sorte
Sendo ele o próprio  escudo de proteção
Seguir os seus passos sem medo algum
De ficar de frente com ele no final da estrada

Osvaldo Teles

As mais puras sensações

Quero colar em tua pele absorvendo o calor
Os seus seus beijos são alucinógenos
Acendendo a fogueira da louca paixão
Quando a sua língua toca a minha

Sou levado a pensar que estou flutuando
O corpo fica leve flutua como pluma
Aos poucos vou perdendo o comando
O mortal ganhou força de semi-deus

O arco-íris é o limite para os devaneios
Se é surreal não incomoda vou sentindo
As mais puras sensações de estar contigo
O amor vai sintetizando em nossas vidas

Que vai fluindo como veio d’água viva
Torrente torrencial lavando a alma
Canalizando para o meu exterior
Deixando a parede o que o coração sente

Lindo é o seu sorriso estampado na face
Depois que o fogo queimar as entranhas
Gosto de sentar ao seu lado e perceber
O aroma que se desprende do seus poros

Levando a minha mente ao delírio
Eis a desordem que causa  no meu pensar
Ocultando nas fendas do ser as emoções
Só ficando a consternação dos afagos

Osvaldo Teles

Alucinado

O seu corpo era o condutor da energia
Que conduzia pelo espaço das ilusões
Nas minhas alucinações vislumbrei o infinito
Rastejei até a mente torna-se alada

Contei as estrelas até avistar as constelações
Almejei cruzar os mares das aflições
No cinturão de órion agarrei fortemente
Para não perder a direção da  finitude

Alucinados os meus olhos fitavam os seus
Sentindo as vibrações que emanam de ti
Infinita possibilidades veios aos pensamentos
O imaginário ganha status de veracidade

Vendo a metamorfose acontecendo em mim
Consternado fiquei com emoções causastes
Ficando aparente os efeitos de suas carícias
Usando o coração como o localizador

Acoplei suavemente no seu doce mundinho
No seu colo repousar um corpo indolente
Só que quero escute a voz do coração
Deixa acontecer quero sentir quanto é lindo

O encontro de dois corpos cadentes
Que se chocam em explosão de sensações
Cadência trás aos batimentos cardíacos
Ritmando o descompasso desta vida

Osvaldo Teles

Hipocrisia da sociedade

Tentei achar nas esquinas os pedaços
Que deixei espalhados pelos caminhos
Soltei as dores em forma de lágrimas
Nem tentava me olhar no espelho

A minha imagem causava estranheza
O mundo para mim não estava acertado
As maldades dos homens maltratava
Já não aguentava a sua frieza comigo

Levando a pensar que não era filho de Deus
Era um corpo estranho na imundície do lixo
Revirava o lixo em busca do alimento
O meu teto era o relento o frio castigava

Muitas vezes buscava o alento na pinga
Busquei nos vícios a solução dos problemas
Pensei que tinha chegado ao fundo do poço
Parecia um zumbi no meio desta multidão

Hoje a sociedade me pedindo discernimento
Botando a culpa em mim pelo seu fracasso
Depois de negar qualquer oportunidade
É de dá nojo a hipocrisia dessa sociedade

Osvaldo Teles

É no silêncio

É no silêncio que a alma se pronúncia
Achando o equilíbrio harmônico do ser
Corpo e alma na mesma sintonia
O duelo entre os mundos se compraz

Controlei o ímpeto do corpo e mente
Levando descobrir a paz interior
Elevando-os a um nível superior
Tecendo com os fios da vida a satisfação

Vivendo harmonicamente consigo mesmo
Silenciosa adentra a harmonia d’alma
Dispersando assim as angústias pulsantes
Ali uma nova criatura ressurgiu das cinzas

Libertei o espírito da matéria e encontrei
O elo partido entre o mundano e o espíritual
Fui além das aparências deparei com o belo
Que estava escondido na tristeza do olhar

Dos braços do destino arranquei minha sina
Viajei pela beleza do mundo dos sonhos
Para encontrar a minha bendita realidade
Reproduzindo as benesses das realizações

Deparei com o mais belo cenário o mundo
Estava totalmente ajustado para o sonhador
A cada cena um espetáculo sendo revelado
No palco da vida encontrei a estrela a brilhar

Osvaldo Teles

És mulher

És mulher o anjo de Deus na terra
Para enfeitar com toda a sua beleza
Transformando-a em um paraíso
Fortes esculpida com toda maestria
Pelas mãos do divino tornando-a divinal
Desenhando na face traços angelical
Em seu coração foi colocado
Uma dose extra do mais puro amor
Força sobrenatural arranca das entranhas
Mãe, mulher, amante e companheira
Trouxeste consigo o sexto sentido
Aguçado instinto de proteção
Fiel aos seus princípios
Maternal é seu grande coração
Tuas carícias  inebriam minha alma
Levando o meu corpo ao êxtase
Fazendo do terreno um pedaço do céu
Tuas faces são graciosas transmite paz
Suave é o perfume que exala dos poros
Trazendo consigo a essência da vida
Sou homem dependente do seu amor mulher
Não mede esforços para fazer feliz
Aqueles que o seu coração ama

Osvaldo Teles

Escapei pela escotilha

A razão não me levou a lugar nenhum
Procurei as soluções para os problemas
Na ciência, metafísica e na astrofísica
Mergulhei na profundeza de mares distantes

Esqueci do mergulho na minha existência
Escapei pela escotilha do meu próprio medo
Tentei encontrar felicidade em mundo alheio
Dispersa ficaram as minhas próprias ilusões

Uma ilha de fantasia se torno do meu mar
Amargamente foram ensinadas as  lições
Dói a dor das decepções que a vida pregou
As frustrações ilustrou no olhar o sofrer

Tudo isto serviu para descobrir o sentido
Que só estou aqui porque estás comigo
Eis o verdadeiro amor está dentro de mim
Como é belo o sentimento intrínseco

Osvaldo Teles

Sua voz é a canção

Meu amor sabes o que causa
Quando estou envolvido
Entre seus beijos e abraço
As pernas ficam bambas
Os braços perdem a coordenação
O sangue ferve ardentemente nas veias
Descontrolado deixa as ideias
Só tenho olhado em sua direção
Sua voz é canção aos ouvidos
Acalmando as minhas tensões
Minha amada me introduziu
No mundo fantástico da ilusão
Restaurando as dores d’alma
O belo foi estampado na visão
Vendo em ti o reflexo da noite
Onde o amor assumiu os atos
Os corações  batem ritmados
No mesmo compasso
Aleatório ficam os olhos
Estatísticos preso nas estrelas
Depois de deparar com o lindo astro
Luzes incandescentes a hipnotizar
A mente do amante com sua luxúria
Quando estou com você sou pássaro
Que bate as suas asas e corta o horizonte
O amor é vida que pulsa em minhas entranhas

Osvaldo Teles

Espaço do Poeta: Vi o tempo correr fugaz

Espaço do Poeta: Vi o tempo correr fugaz: Esperei sentado pelos acontecimentos Vi o tempo correr fugaz a minha frente Quando dei por mim já não tinha Como recuperar o que tinha ...

Vi o tempo correr fugaz

Esperei sentado pelos acontecimentos
Vi o tempo correr fugaz a minha frente
Quando dei por mim já não tinha
Como recuperar o que tinha perdido
Descruzei os braços arregacei as mangas
Fui luta sem me preocupar de vencer
Ou ser vencido o que quero é ter vivido
Sair da trincheira com as forças renovadas
Para que lamentar o que não aconteceu
Para que chorar pelo leite entornado
É só levantar o copo e encher de novo
No dia que eu tiver medo das dificuldades
Fico deitado esperando a morte chegar
Planejei muitas conquistas e realizações
Deixei de guarda o meu anjo da guarda
Para que eu ficasse vigilante aos propósitos
Que foram traçados por venturoso Deus
De coragem e determinação me alimentou
Joguei com a sorte para ver até aonde ela ia
Soltei a rédea da minha ilusão transcendi
Transgredir a lógica tornei real os motivos
Adicionei a gota mágica da satisfação
O contentamento ficou estampado no sorrir
Em festa o coração pulava dentro do peito

Osvaldo Teles

Sou alma sonhadora

Sou alma sonhadora que vivencia
Dentro da complexidade do universo
Atrás de um mundo que me coubesse
Com as minhas loucuras e fantasias

Abrindo  um portal para o além de mim
Ganho asas livremente viajo ao imaginário
Desvendando os enigmas que nos liga
Os olhos se fecham para a concentração

Para ficar longe da dura realidade
Valentia de um ser sonhador  é tapar
Os ouvidos para a voz da razão
E seguir em busca das realizações

Dos seu motivos traçados
Sonhar é manter o homem sempre jovem
Indo sempre atrás de si mesmo
As reflexões íntimas faz-lhes retroceder

A sua origem puritano como um menino
Seguindo a trilha da vida feliz e realizado
Sem medo do que estar por vir na jornada
Vendendo cada batalha como única

Osvaldo Teles

Labirintos da vida

Alheio estava ao mundo que me circundava
Sem saber que direção prosseguir
Caminhei desorientado pela estrada
Olhei desolado a longa distância a percorrer
Estava dentro de um beco sem saída
Deslocado no espaço que não era meu
Nada fazia sentido a minha volta
Lhe encontrei nos labirintos da vida
Achando ali o rumo a ser percorrido
O minotauro interior foi domado
Dando discernimento aos pensamentos 
Fazendo meu canto um pedaço do paraíso
Choveu torrencialmente gotas de felicidade
Um ser confuso foi chamado a consciência
Confesso que não sou o mesmo de antes
Fazendo sentir o novo ser renascer
O amor passou a ser a bússola indicadora
Para sair do tortuoso e exaustivo labirinto
Literalmente fui retirado da caverna
Ficando tudo claro a minha vista
Pude ver a maravilha que tinha lá fora
Direi para todos o poder que tem o amor
Capaz de retirar da face os traços de dor
Quem dera está contrito  com a deusa
Que passou a preencher o vazio existente


Osvaldo Teles