A porta se fechou

A porta se fechou deixarei tudo lá fora

Aqui dentro só a amada me importará

As tensões da minha alma me devora

Dentre seus abraços o amor controlará 

Os impulsos nervosos da minha mente

No silêncio a imaginação dará voo livre

Passo a coexistir num mundo de ilusões

O celestial passou a preencher meu ser

Com os olhos fechados irei me conectar

A alma precisa aliviar os seus pecados

Colocarei-me prostrado perante ao altar

Fiquei completamente em pleno silêncio

Lágrimas torrenciais molharam meu rosto

Encontrava-me desnudo diante de Deus

Osvaldo Teles

Cronologia

A cada dia meu  tempo vai se encurtando

Tenho que aproveitar todos os momentos

Com minhas incertezas estou convivendo

Irei tentar conviver com o envelhecimento 

As gélidas vão sendo esculpidas no rosto

As minhas pernas perdem sua velocidade

Meus raciocínios perderam a sua precisão

Lentos estão se tornando os pensamentos

Aos poucos perco contato com a realidade

Sinto que já não  serei o mesmo de ontem

Os lapsos de memória vem com facilidade

A área da ampulheta já está quase no final

Envelheci correndo contra o giro do tempo

A cronologia não  estar mais ao meu favor

Osvaldo Teles

Devaneios

São muitos devaneios que me alucina

Os seus olhares me causam fascínios

Sou levado numa contemplação divina

A minha solidão  vai entrar em declínio

Sensação de paz  preenche o meu ser

Suavemente seus dedos tocam a pele

Causando arrepios  em todos os pêlos

Colocando-me em um estado paralelo

Não quis que tenha de mim compaixão

Busquei-me-ei em teus abraços ternos

O calor do corpo acenderá uma paixão

Deixo a força do amor inundar o âmago

No mundo paralelo os corpos se tocam

O orgasmo é só questão de movimento

Osvaldo Teles

Sentir as dores

Sentir as dores  penetrarem no coração

As lágrimas copiosas escorriam na face

Buscarei  em todos os cantos a solução

Aos poucos felicidade minha alma terce

Tentei a qualquer custo tê-la nos braços

Colocando um sorriso aberto nos lábios

Vou fazendo dele meu amuleto da sorte

O nobre sentimento despertará no peito

Os dias acham motivos para ser vividos

Dando levezas para as novas passadas

Esquecendo aqueles que foram sofridos

A minha alma já não chorava de tristeza

A alergia passou a preencher meus dias

O coração estará  batendo no compasso

Osvaldo Teles

Meu corpo suplica

Busco seus lábios para matar os desejos

Não tinha visto tanta beleza numa mulher

Sou envolvido em seus inebriantes beijos

O adocicado mel em sua boca quis colher

Meu corpo suplica pelo seu  tenro carinho  

Não tem como conter as minhas emoções

As tensões deixam a mente enlouquecida

O amor passou a correr nas minhas veias

Tive romper com todos os meus conceitos

Sensações indescritíveis me levou a sentir

O coração passou a bater ritmado no peito

Por algum instante me via diante da deusa

Ela assumia o controle dos meus impulsos

Suas carícias levava-me a outra dimensão

Osvaldo Teles

A solidão invade

O silêncio toma  conta do meu espaço

Sentirei a mente dar rodopio no sideral

Tristonho vou me sentindo um palhaço

Serei  tomado por um vazio existencial

Solitário! As dores vão doendo no peito

Percebo  que não sou o homem de aço

Vou seguindo perdido nas madrugadas

A solidão invade o vazio de um coração

No ar sentia a suavidade de seu aroma

Conduzindo-me a loucura por completo

Por sua presença o meu espírito clama

Dói como uma punhalada a indiferença

Os lábios sedentos procuravam os teus

Para anestesiar as dores do meu corpo

Osvaldo Teles

Perfeição divina

Quantas formosuras tens em seu ser

Chegando a beirar  a perfeição divina

Fazendo aumentar assim meu querer

Trás na sua alma a pureza de menina

Penetrante serás o seu olhar angelical

No peito um novo  sentimento nasceu

Sou conduzido a um universo paralelo

Tudo ao meu em torno  fica mais lindo

Os sorrisos saiam cheios de encantos

Por alguns instantes me sentir perdido

Foram tirados de mim os desencantos

Daei leveza para as minhas passadas

Devolvendo-me  o brilho da felicidade

No feitiço foi completamente envolvido

Osvaldo Teles

Engolir o choro

Tive que engolir o chora para não mostrar

O que se passava dentro do meu coração

Até que escondeis o olhar vai demonstrar

Não sei mais como esconder essa paixão

Agora o que me resta  é buscar seu afago

Para acalentar esta  minha tristonha alma

Guardei na memória  às suas lembranças

Para relembrar nos momentos de tristezas

Vasculhando  as reminiscências estarás lá

Para reacender  nossos momentos felizes

Minhas lágrimas copiosas iria deixar acolá 

Tinhas a certeza que a qualquer momento

Que as frustrações  ficaram adormecidas

E no rosto estamparia traços de felicidade

Osvaldo Teles

Olho o mar

Olho o mar vejo no horizonte sua imagem

A imaginação está criando suas fantasias

Até me parecia que estou vendo miragem

Só assim iam se passando os meus dias

Foram muitos enigmas tive que desvendar

O mistério do amor me toma por completo

Em um mundo de  ilusões passarei a viver

A sua fisionomia estava gravada na mente

Pude vislumbrar o lindo rosto da felicidade

O eu homem deu sorriso como um menino

Fora colocada a prova a minha tenacidade

Todas as minhas feridas  serão suturadas

Igual uma musa na minha vida ela chegou

Fazendo do meu  viver uma eterna poesia

Osvaldo Teles

Por um instante

Muitas  noites tive que passar em claro 

As minhas ideias entram em parafusos

O meu estudo alfa se tornou muito raro

Deixando meus pensamentos confusos

Entre a noite e o dia o corpo jaz no leito

Ouvi os suspiros agudos da minha alma

A mente vai se  deixando ser dominada

Por um instante as lembranças me guiam

As recordações  dominavam o momento

Quando sentia  seu perfume impregnado

Quis no sonho expulsar  meu sofrimento

Parecia o espectro  largando o meu corpo

Viajando desencarnado ao encontro do eu

Ficando inerte um criatura nessa confusão

Osvaldo Teles

Pureza do coração

Adormeço ouvindo o canto dos pássaros

A calmaria tomará conta do meu espírito

A neblina matinal preencherá os espaços

Busquei a tranquilidade para ficar contrito

Livremente a alma sai voando pelo sideral

O homem sai à procura  do espiritualismo

Para se aproximar de sua perfeição divina

Tem como santuário  a pureza do coração

As suas palavras iram curar todas feridas

Criaturas e Criador vão se religando na fé

Todas as suas lacunas serão preenchidas

Vai pondo as minhas passadas nos trilhos

Sobre a sua doutrinação o ser comungará

Em comunhão corpo e alma se encontram

Osvaldo Teles