segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Recompensa

Eu sofro quando tu sofres
Estou feliz com a sua Felicidade
Acompanho-te no auge de sua tristeza
E tu não percebe-me
Se na vida tu vives em meu nome
Eu te darei a minha recompensa
Para entender as minhas palavras
Não é preciso se ter estudo
Se consegues entender és sábio
Se queres encontrar-me
Não é preciso ir muito longe
estou tão perto de você
Só basta um gesto de carinho
Com o seu próximo
Pois eu estou com ele
Eu estou em tudo
Que você ver ou sente
Gostaria que todos os homens
Tivesse a sensibilidade de um poeta
Capaz de dialogar com todos
Os seres que eu criei
Que também dão as suas respostas
Eu estou na presa
Que é comida pelo leão
Estou também no leão
Que comeu sua presa
Eu não estou somente nos bons
Estou também nos maus
Pois eu vim para os pecadores
Para que eles liberte a sua alma
E se encontre com Deus.

Osvaldo Teles

domingo, 29 de dezembro de 2013

Rasga-me o peito

Quando flui por mim a divina melancolia de viver

Rasga-me o peito a vontade de sofrer em teu lugar

Os sinos que ecoam o som de tua ausência

Afastam o sacro silêncio que sempre guardara em meu peito

Tu fostes minha alma e meu refúgio

Tu fostes o meu amor e minha graça

Meu suspiro e minha vida

Hoje teu silêncio me domina a existência

Gritando alto à saudade que me mate

Me rasgue o peito

Estraçalhe a alma

A entrega engendrou a solidão

Porque!?

Porque tanta dor se abate em meu peito?

Já não sei viver sem ti

Já não sei ser

Já não sei

Não sou

Mas a ti prometi a eternidade

E serei eterno - mesmo findo - em minha promessa:

Tu serás o meu amor, o único que minha alma anseia.

Alexandre Teles

Que cresça na crença a descrença

Que cresça na crença a descrença
Na arcaicidade, vivacidade animal de um ser
Que é verso de existência
Transverso de Deus
Reverso de si próprio
Ser e não-ser: o inverso do verso reverso, transverso.
Estado laico, alarmaico!
Frágil pedaço de alma que anda
Desanda em força e fé.
Ciranda de lágrimas que caem
Rodopiam em uma chuva de rondas
Estronda no peito o sentimento
Que é dentro e fora
Que explora
E faz da janela a porta
Cujo ser entorta, entorta
O coração no verbo amar.

Alexandre Teles

Gritos

Gritos ecoam da razão que sucumbe

Atam-se amarras ao seu coração

O amor - que era sublime - torna-se escravidão

De tanto buscar o prazer

Esgota-se em solidão

Esgotou-se também o álcool, findou-se a erva

No entanto sobrou-lhe o ato

De embriagar-se de fantasia

E uma alma que já ia - calmamente

Para além mar - poesia!

Já não continha os versos de beleza igualmente vazia

Assim era sua vida - e tinha!?

E portanto fantasiar também já não podia

A loucura em sua consciência toma forma

De maneira que não tem ciência

Se morria ou se existia

Diz então o epitáfio:

Agonizou aqui um homem - como tantos outros

A quem amaldiçoou o mundo

E cuja carne o amor mordia

Alexandre Teles

Ecoam

Ecoam em sua mente as vozes dos fantasmas

Perfuram o seu coração os tridentes dos demônios

Dominam sua vida o ócio e a solidão

Possuindo-lhe e o afundando nas trevas

Veja a formiga - Inseto!

Esta vida vale mais que a tua - Verme!

Tu queres mudar o passado, mas teu presente

Teu presente infame não lhe propõe nenhuma inspiração

Nenhuma impulsão pela melhora

Que passado mudarias? - Fracasso!

O que serias tu, hoje

Se pudesses atrasar o relógio

E voltar ao passado? - Traumático!

A vida reservou-lhe a comédia

Os risos alheios que lhe arrancam a alma

Buscarás, acaso, a vingança

Ou sentarás no canto de teu quarto

E chorarás a tua derrota pelo NADA!

Em tua unha já trazes sangue

Em teus dentes, carne

Ó que grande injustiça da natureza

Fazer-lhe permanecer neste mundo

Contaminando o amor com putrefação

Reside em ti o germe da perdição - Socorro!

És herdeiro eterno de Caim

Foste renegado à inexistência

Talvez por isso não o percebam

E já não faça mais falta agora - Morto!

Posto que nem na morte encontrarás descanso

E da tortura exumarás o prazer

Castigo que nunca tivestes

Adormece agora no fogo

E amanheces na eternidade da insignificância

Alexandre Teles

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Hoje eu vi gente

Hoje eu vi gente
Que anda sem querer
Que sorrir sem querer
Que vive sem querer
Que brinca sem querer
Que sorrir
Para da a impressão
Que é feliz
Hoje eu vi gente
Que não chora para
Não perder a moral
Diante dos amigos
Quero gritar bem alto
Que a vida não são palavras
Soltas ao ar
E dizer que amo e quero ser amado
Quero mostrar para todas as pessoas
Que a vida tem sentido e tem
Que ser bem aproveitada
E tem que ser vivida pelo amor

Osvaldo Teles

domingo, 22 de dezembro de 2013

Voltando nas asas da imaginação

Quando descobri o dom da poesia, sempre sonhei em lançar o meu livro, comecei a escrever para fugir da minha realidade e das dificuldades que vivia e quando eu sair de minha cidade sempre pensei um dia voltar para fazer o lançamento e voltei nas asas da imaginação.
E o próximo evento que vou realizar vai ser a minha formatura e segundo livro, (Perfil pai e filho uma coletânea familiar )   pois não me  canso de lutar para realizar sonhos, pois sou movido pela busca das realizações dos meus objetivos e é isso que me deixa forte para lutar e realizar os meus projetos de vida.

sábado, 14 de dezembro de 2013

O NÃO



Ela era para mim
A mão certa
Na jornada incerta
Era o agasalho
No tempo frio
Era a minha companheira
Nos momentos difíceis
Era o sim diante do altar
Ela era tudo para mim
Porém cometi um erro terrivel
Não perguntei se eu era
O mesmo para ela
Na verdade não era
Eu era o não diante do altar
Era a mão incerta na jornada
Fiquei impassivo diante
Da fera que me transformei
Ficava procurando os seus defeitos
As suas falhas
Na verdade não conseguir
Afundei-me como um arquilogo
Em suas imagens adimiráveis
Ela ficava impaciva
Diante da situação
Há uma busca insecante
Dentro de mim
E nesta busca há muitas
Evasivas e obstáculos

Osvaldo Teles

Mulher

Mulher você não sabe
O quanto eu te amo
Você não imagina
O quanto eu te quero

Tenho de viver o agora
Deixei a porta do meu ser aberta
Esperando que você entrasse
Sem pedir licença

Fechar-te os seus olhos
Para que eu não penetrasse
Em sua alma
Calando assim a minha voz

Entra no meu ser como canto
Envolve-me em teus braços
Entrega-se sem cerimonia
Vem compartilhar comigo este amor

A insônia devora o meu sono
Impedindo-me de sonhar
Conto carneirinhos
Aguardando a sua presença

A barca fica a deriva
Esperando encontrar um porto seguro
Para ancorar no seu coração
Despescando assim a solidão

Sua fisionomia está
Gravada na minha mente
Como se fosse minha amante
Neste grandioso momento

Sua figura vai formando-se
Lentamente no meu pensamento
E vai se agigantando no meu peito
Tomando conta da minha alma


Osvaldo Teles

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A noção de pobreza


A noção de pobreza já foi representado por vários estereótipos sociais, conforme sugere nascimento.Na década de 50, a pobreza foi construída em torno da imagem do jeca tatu-preguiçoso ,indolente, sem ambição;nos anos 60, a imagem da pobreza passou a ser representada pela figura do malandro, aquele que não trabalha mas vive espertamente,  sendo objeto do desprezo e da indiferença.Hoje a imagem da pobreza é radicalizada: é o perigoso, o transgressor, o que rouba e não trabalha, sujeito à repressão e à extinção. São as "classes perigosas", e não mais laboriosas, destinatárias da repressão. Reforça-se assim a violência institucionalizada, colocando-se em risco o direito à própria vida e cidadania.
Sabemos que a pobreza é resultante de uma sociedade excludente, e de um estado descompromissado em acabar com a miséria, quando se tem uma politica de reparação ainda é criticada, querendo tratar os desiguais com igual. Desde que o mundo existe que as riquezas são apropriadas por poucos e a maioria ficam sem nada, só mudou o mecanismo de dominação.  

domingo, 8 de dezembro de 2013

Aluno no Curso de Serviço Social da Faculdade Vasco da Gama – FVG, Osvaldo Teles colocou à venda seu livro, “Asas da Imaginação”, uma coletânea de poesias modernas escrita em 2010 na qual os temas trabalhados enveredam pelas situações do cotidiano.


UNIESP – Salvador: livro de poesias de aluno da FVG pode ser comprado pela internet
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2013


Aluno no Curso de Serviço Social da Faculdade Vasco da Gama – FVG, Osvaldo Teles colocou à venda seu livro, “Asas da Imaginação”, uma coletânea de poesias modernas escrita em 2010 na qual os temas trabalhados enveredam pelas situações do cotidiano.

Autor também do Blog Poesia Cultural (poesiacultura.blogspot.com), o estudante é motivo de orgulho para a IES pelo importante trabalho que desenvolve e também por sua preocupação com a Cultura e a Poesia.

A obra está disponível por R$ 15,00 no site de vendas Mercado Livre – www.mercadolivre.com.br -, tem edição compacta e 78 páginas de muita emoção.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Tempos idos


Sinto saudade dos tempos idos
Momentos que não voltam
Crianças brincando na rua
E belas histórias ao luar.

Os bailes foram inesquecíveis
Nesta cidade pequena pacata
Vivi os belos mais belos momentos
Que marcaram toda a minha existência.

Botei o pé na estrada
Lembranças ficaram no lugar
Peguei muitos atalhos
Um dia ei de voltar.

Foram tantas pessoas que
Passaram por minha vida
Não dá nem pra contar
Todas foram importantes.

Quantos amigos ficaram
A contemplar a passarada cantar
O orvalhe serve para esverdear
As belíssimas campinas.

O galo canta, amanheceu
Cheiro de mato e de terra molhada
Trazendo-me uma tranquilidade
Jamais imaginada. 

Osvaldo Teles

O Viajante


Certo homem cansado da rotina e da mesmice de sua vida resolveu partir para uma longa jornada depois de ter caminhado quilômetros e fadigado da longa viagem, sentou-se em uma pedra debaixo de uma árvore, começou a olhar tudo ao seu redor, motivado pela viagem, pergunta para a pedra:
-Pedra, o que você faz aqui parada?
- Se por ventura eu estivesse em movimento, você não estaria descansando sentado em mim.
- Árvore, por que você está inerte neste lugar? Você poderia estar correndo o mundo mostrando sua beleza.
- Se eu estivesse correndo o mundo, você não estaria debaixo da minha sombra.
Olhou pra fonte e perguntou:
- O que você faz aí parada que você não pega o caminho do rio?
- Se eu tivesse pegado o caminho do rio neste momento você não estaria saciando sua sede.
O viajante depois do descanso segue a sua jornada, observando tudo ao seu redor, ficou estupefato de tanta paz, de repente ele viu um rio dividido por uma barragem, ele aproximou-se e perguntou:
- Por que esta barragem está separando-te?
- Os homens represam-me para gerar energia e cultivar a vida.
Ele seguiu o rio e deparou-se com o mar. Ficou maravilhado com a imensidão de águas azuis e temperatura amena. Foi logo indagando:
- Para que tanta beleza?
- Por todos séculos sirvo de ligação entre os povos, e os homens tiram de mim os seus alimentos e os enamorados trocam beijos e carícias, encantados por minha música.
Vislumbrou o céu, perguntou para as estrelas:
- Por que vocês brilham tanto?
- Para iluminar os caminhos dos viajantes.
De repente o homem entrou em estado de introspecção, fechou os olhos e viu passar o filme de toda a sua vida. Neste momento ele descobriu que todos os seres têm a sua função, não criação e que os homens têm que viver em comunhão com toda a criação de Deus para que sua vida não caia em monotonia.


Osvaldo Teles

domingo, 1 de dezembro de 2013

Teus olhos


Teus olhos de ressaca,
Invejados pela bela Capitu,
Penetram-me com a força de uma lança
Perscrutando o caminho para um coração velho
Ser alado
Ferido pelas vicissitudes de um destino incerto.
Teus olhos - perfeitos -
Tomam meu ser de assalto
Invadem minha alma e com ímpeto selvagem
Acabam por despir da carne o meu espírito
Este sou eu para ti:
Criança nua, inocente
Perfeito amante em uma noite de luar

Alexandre Teles


Tua ausência


Tua ausência rompe as fronteiras da presença
Faz de nós meros existentes:
Seres cuja alma se apaga - lentamente.
As estrelas perdem o brilho, os anjos caem dos céus…
À beira do abismo do fim,
A vida se torna nula - vazia -
Os olhos se enchem de tristeza,
A vida se torna plena de solidão.
Apesar do todo, permacemos aqui:
Olhando um para o outro!
Como a estátua dos amantes que aguardam
O dia em que a vontade será - enfim
Mais forte que a fria realidade
De que a separação se interpôs entre dois corações
Cujo pecado foi a entrega,
Cuja medida foi o amor.

Alexandre Teles


Anna


Amanheceu em minha mente
Um dia de calmaria
Na casa que era meu peito
Um coração amando agia
Nunca deixando-me quieto
Pôs-me a cantar no mundo afora
A grande graça que é amar-lhe
Ontem, seja agora
Louvando o frescor da vida
Encontro em ti o meu descanso
Ouvindo a paz que de ti emana
Quando em teu peito repousa um crânio
Roído pela inconstância
Respeito de vida vazia
Rasgando minha alma de dentro pra fora
Ainda que resista à loucura que aflora,
Indo a qualquer parte serei teu
Por mais que o mal me assista
Nunca a ele darei ouvidos
Pois és tu a rainha de minha vida
Espero mesmo, que para sempre
Assim seja - ó querida!
Amizade eterna, amor puro
Para sempre e a cada dia.


Alexandre Teles


Destino

A angustia pungente arrasta-te
Para um abismo sem tamanho
Alucinada busca a providencia

Temores te leva ao martírio
Escarnece a tua alma
Declina a imaginação desfalecida
Inocula a solidão

Errante saudava afligida
Resignava-se com o seu destino
Docemente aceitava sua moléstia
Fugia com medo do desconhecido

Parecia uma múmia ardente
Um corpo moribundo
A procura de um companheiro
Para o sofrimento compartilhar

Tinha medo deste amor viver
Viveria chorando a sua doença
Cerca-la-ia por toda a sua existência
Este amor seria a sua tábua de salvação

Entregou-se a este sentimento
Curou-se do mal que lhe afligia
Resignou-se e se entregou ao seu homem
E vive intensamente em quanto há vida

Osvaldo Teles