domingo, 29 de dezembro de 2013

Gritos

Gritos ecoam da razão que sucumbe

Atam-se amarras ao seu coração

O amor - que era sublime - torna-se escravidão

De tanto buscar o prazer

Esgota-se em solidão

Esgotou-se também o álcool, findou-se a erva

No entanto sobrou-lhe o ato

De embriagar-se de fantasia

E uma alma que já ia - calmamente

Para além mar - poesia!

Já não continha os versos de beleza igualmente vazia

Assim era sua vida - e tinha!?

E portanto fantasiar também já não podia

A loucura em sua consciência toma forma

De maneira que não tem ciência

Se morria ou se existia

Diz então o epitáfio:

Agonizou aqui um homem - como tantos outros

A quem amaldiçoou o mundo

E cuja carne o amor mordia

Alexandre Teles

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