domingo, 29 de dezembro de 2013

Ecoam

Ecoam em sua mente as vozes dos fantasmas

Perfuram o seu coração os tridentes dos demônios

Dominam sua vida o ócio e a solidão

Possuindo-lhe e o afundando nas trevas

Veja a formiga - Inseto!

Esta vida vale mais que a tua - Verme!

Tu queres mudar o passado, mas teu presente

Teu presente infame não lhe propõe nenhuma inspiração

Nenhuma impulsão pela melhora

Que passado mudarias? - Fracasso!

O que serias tu, hoje

Se pudesses atrasar o relógio

E voltar ao passado? - Traumático!

A vida reservou-lhe a comédia

Os risos alheios que lhe arrancam a alma

Buscarás, acaso, a vingança

Ou sentarás no canto de teu quarto

E chorarás a tua derrota pelo NADA!

Em tua unha já trazes sangue

Em teus dentes, carne

Ó que grande injustiça da natureza

Fazer-lhe permanecer neste mundo

Contaminando o amor com putrefação

Reside em ti o germe da perdição - Socorro!

És herdeiro eterno de Caim

Foste renegado à inexistência

Talvez por isso não o percebam

E já não faça mais falta agora - Morto!

Posto que nem na morte encontrarás descanso

E da tortura exumarás o prazer

Castigo que nunca tivestes

Adormece agora no fogo

E amanheces na eternidade da insignificância

Alexandre Teles

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