Ecoam em sua mente as vozes dos fantasmas
Perfuram o seu coração os tridentes dos demônios
Dominam sua vida o ócio e a solidão
Possuindo-lhe e o afundando nas trevas
Veja a formiga - Inseto!
Esta vida vale mais que a tua - Verme!
Tu queres mudar o passado, mas teu presente
Teu presente infame não lhe propõe nenhuma inspiração
Nenhuma impulsão pela melhora
Que passado mudarias? - Fracasso!
O que serias tu, hoje
Se pudesses atrasar o relógio
E voltar ao passado? - Traumático!
A vida reservou-lhe a comédia
Os risos alheios que lhe arrancam a alma
Buscarás, acaso, a vingança
Ou sentarás no canto de teu quarto
E chorarás a tua derrota pelo NADA!
Em tua unha já trazes sangue
Em teus dentes, carne
Ó que grande injustiça da natureza
Fazer-lhe permanecer neste mundo
Contaminando o amor com putrefação
Reside em ti o germe da perdição - Socorro!
És herdeiro eterno de Caim
Foste renegado à inexistência
Talvez por isso não o percebam
E já não faça mais falta agora - Morto!
Posto que nem na morte encontrarás descanso
E da tortura exumarás o prazer
Castigo que nunca tivestes
Adormece agora no fogo
E amanheces na eternidade da insignificância
Alexandre Teles
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