sexta-feira, 31 de maio de 2013

                    Minha familia é a base da minha felicidade e os meus amigos são o complemento 


A mulher negra no mercado de trabalho

Rousseau, considerado um pensador progressista, dizia que a mulher era “dotada de características físicas e morais como a passividade e a subordinação, condizentes com as funções maternas e a vida doméstica”, e em relação aos homens que “seriam mais aptos à vida pública, ao trabalho e às atividades intelectuais”.
A ironia maior era que Rousseau afirmava que, se a natureza feminina não desse conta da função para a qual estava destinada “era preciso criar o hábito da obediência, por meio da disciplina e do constrangimento constantes”, ou seja, ele era favorável à violência contra a mulher e à desigualdade entre os gêneros.
De Rousseau aos dias atuais, muitas coisas mudaram, muitas revoluções, principalmente tecnológicas contribuíram para o avanço da humanidade, entretanto, a essência do “pensamento rousseauniano” ainda está viva, latente entre nós, em pleno século XXI.
Os valores atribuídos a homens e mulheres estão expressos nas relações familiares, nos espaços privados e nos públicos. As diferenças tornam-se ainda maiores quando agregamos o recorte racial ao recorte de gênero.
Parafraseando Cora Coralina, nas duas faces da vida a mulher precisa dignificar sua condição, sendo pedra de segurança de valores que a cada dia vão se desmoronado.
Nesse processo, a mulher negra luta pela garantia de direitos no mercado de trabalho, cujos diagnósticos preparados pelo DIEESE/SEADE, IBGE e IPEA revelam que:
-o salário médio da trabalhadora negra continua sendo a metade do salário da trabalhadora branca;
-a trabalhadora negra continua sendo aquela que se insere mais cedo e é a última a sair do mercado de trabalho;
-mesmo quando sua escolaridade é similar à escolaridade da companheira branca, a diferença salarial gira em trono de 40% a mais para a branca;
-mulheres negras têm um índice maior de desemprego em qualquer lugar do país. A taxa de desemprego das jovens negras chega a 25%. Uma entre quatro jovens está desempregada;
-mulheres negras estão em maior número nos empregos mais precários. 71% das mulheres negras estão nas ocupações precárias e informais; contra 54% das mulheres brancas e 48% dos homens brancos;
-os rendimentos das mulheres negras em comparação com os homens brancos nas mesmas faixas de escolaridade não ultrapassam os 53%.
A despeito dessa situação caótica que ainda acomete as trabalhadoras negras, parece haver um acordo tácito de omissão e silêncio entre o Estado, lideranças em geral, o patronato e seus representantes. Inúmeros estudos apontam que políticas universais não diminuem os diferenciais entre negros e brancos.
Segundo o DIEESE e a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras, os perfis social, racial e de gênero das quinhentas maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas revelam que apenas 1% conta com programas de capacitação profissional de negros e negras. E mais: apenas 1,8% dos cargos de diretoria das referidas empresas são ocupados por negros e 9% por mulheres.
Para seguir vencendo e quebrando esses paradigmas é necessário intensificar a luta pela garantia dos direitos fundamentais a todos os cidadãos e cidadãs. É necessário também o reconhecimento de todos e todas de que vivemos num país marcado historicamente por desigualdades raciais, responsáveis pela existência de graves desequilíbrios no que se refere a oportunidades e tratamento da trabalhadora negra na sociedade brasileira. Enfim, é necessário que todos e todas saibam que o fator étnicorracial constitui elemento importante na distribuição de oportunidades de emprego, serviços, educação e outros benefícios que favorecerão (ou não) o pacto de igualdade entre brancos e não brancos.

Assistente Social Osvaldo Teles

Negros são discriminados nos mercados de trabalho 


O Brasil é o segundo país com mais habitantes negros no mundo, atrás apenas da Nigéria. A população brasileira, estimada em 184,4 milhões de pessoas, tem pelo menos 91 milhões que se declararam de cor preta ou parda, ao responder à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE. Mas, apesar de significativo, esse contingente esconde realidades perversas – muitas expressas por alguns indicadores sociais. No mercado de trabalho, os números são reveladores da situação do negro na sociedade brasileira: na esmagadora maioria, trata-se de um cidadão que vive sempre à margem e em desvantagem devido à discriminação e ao preconceito.

No estudo “Os negros nos mercados de trabalho metropolitanos”, divulgado recentemente pelo DIEESE, com base em dados relativos ao período de 1998 a 2006, informa-se que a ocupação de pretos e pardos em seis regiões onde se realiza a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) – Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal – é mais precária que a dos não-negros e a proporção deles no contingente de desempregados supera a porcentagem de negros na População Economicamente Ativa (PEA).

O quadro de desigualdade social registrado pelo levantamento tem raízes históricas. “A falta de políticas para a incorporação dos ex-escravos ao mercado de trabalho assalariado e a dificuldade de acesso aos serviços de educação e saúde colocaram essa população à margem dos progressos da sociedade brasileira, contribuindo para as origens da pobreza e da desigualdade enfrentadas pelos negros”, constatam os autores do estudo.

No mercado de trabalho, como aponta o relatório, a segregação dos negros torna-se ainda mais evidente quando se observam os indicadores de emprego, rendimento e qualidade de ocupação. De acordo com a análise dos técnicos do DIEESE, a inserção desvantajosa dos negros no mercado está relacionada com sua baixa escolaridade, devido à dificuldade de acesso à educação regular e a pobreza vivida pela maioria da população negra, que, não à toa, sempre se encontra numa situação mais vulnerável em relação à dos não-negros (brancos e amarelos).

É o que demonstram, por exemplo, os dados captados pela PED, entre agosto de 2005 e julho de 2006, no conjunto das seis regiões metropolitanas. A proporção de trabalhadores negros em relação ao total de ocupados em situações descritas como vulneráveis ou precárias variou de 33,5%, no Distrito Federal, a 42,7%, em Salvador. Os percentuais são menores no caso de não-negros, situando-se entre 25,6%, em Brasília, e 33,7%, em Recife.

A proporção de mulheres negras ocupadas em condições desfavoráveis de trabalho é ainda mais elevada. Considerado o mesmo período, situa-se sempre acima da registrada entre os homens negros, variando de 42,8%, no Distrito Federal, até alcançar 51,7%, em Salvador.

Além da ocupação precária, as mulheres negras são vítimas de outra perversidade observada no mercado de trabalho: a baixa remuneração. O estudo revela, por exemplo, que seus rendimentos equivalem a 34% do rendimento obtido pelos homens não-negros, em Salvador, enquanto a relação menos desfavorável foi constatada na Grande Porto Alegre, onde o que elas recebem, em média, não supera 49% do ganho deles.

Os técnicos do DIEESE responsáveis pelo estudo concluem que a posição desfavorável dos negros no mercado de trabalho brasileiro somente poderia ser alterada com a adoção de políticas de redução da pobreza, de campanhas que denunciassem a discriminação, além de outras dirigidas especificamente à população negra e, principalmente, pela garantia de acesso e pelo aumento da oferta de serviços públicos de qualidade como a educação. Segundo eles, esse é o caminho mais curto para a inserção dos negros no mercado de trabalho, uma vez que educar significa formar cidadãos, que precisam estar cada vez mais preparados para disputar espaços públicos e defender seus interesses na sociedade.

Mulher negra é duplamente discriminada no trabalho


A mulher negra é duplamente discriminada --por ser mulher e por ser negra-- no mercado de trabalho. Pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos) mostra que o desemprego é maior para as negras do que para as não-negras (brancas e amarelas). Além disso, as negras que saíram do desemprego ainda recebem os menores salários do mercado. "A idéia do estudo é trazer uma nova luz sobre o problema para que se possam definir políticas para reverter a situação [da discriminação racial]", afirmou a coordenadora da pesquisa do Dieese, Solange Sanchez. Segundo ela, a discriminação entre homens e mulheres no mercado de trabalho é maior para as negras. "A pesquisa focaliza o negro no mercado de trabalho, onde se garante a sobrevivência e se busca a realização profissional", disse. A pesquisa do Dieese foi divulgada hoje, às vésperas do Dia da Consciência Negra, comemorado na quinta-feira, no 308º aniversário de morte de Zumbi dos Palmares. A coordenadora da pesquisa afirmou que essa discriminação pode ser verificada nos indicadores de renda e desemprego. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, a taxa de desemprego da mulher negra é de 26,2% contra 18,8% das não-negras. O desemprego da mulher negra é maior do que a taxa do homem negro (19,9%) e do não-negro (13,3%). As mulheres negras também demoram mais tempo para encontrar um novo emprego. Em São Paulo, a mulher negra demora 12 meses para se inserir no mercado de trabalho, contra 11 meses da não-negra, ou seja: uma diferença de quatro semanas. Educação Sanchez afirmou que nem mesmo a elevada escolaridade é capaz de reduzir os empecilhos para a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho. No Distrito Federal, por exemplo, a taxa de desemprego para as negras com ensino superior é de 10,3%, contra um desemprego de 9,5% para as não-negras. Entre as negras com ensino médio incompleto o desemprego sobe para 40,3%. Segundo a coordenadora, a situação da mulher negra não é melhor quando ela consegue se inserir no mercado de trabalho. "A mulher negra acaba ocupando as vagas menos valorizadas, como o emprego doméstico e no setor de serviços, que são mais precárias e pagam salários menores." De acordo com a pesquisa, 30% das mulheres negras ocupadas da região metropolitana de São Paulo estão no emprego doméstico. Apenas 13% das brancas estão no mesmo tipo de ocupação. Mesmo no setor público, onde as contratações são feitas por concurso público e sem o peso da discriminação, a ocupação é maior para as não-negras. Em São Paulo, 12,1% das não-negras estão no setor público, contra 9,1% das negras. A pesquisa mostra que as negras ocupam menos cargos de chefia e de planejamento dentro das empresas. Em São Paulo, apenas 4,2% das mulheres negras ocupam cargos de chefia, contra 15,7% das vagas de direção ocupadas por mulheres não-negras. As mulheres negras recebem os menores salários do mercado de trabalho. Em São Paulo, o salário médio pago para as mulheres negras é de R$ 494, menor do que os R$ 896 recebidos pelas não-negras e do que os R$ 756 dos homens negros. "Não vai haver um Brasil melhor enquanto houver dois países: um branco e outro negro. Não adianta se indignar com os dados de discriminação da pesquisa e depois fazer de conta que não é nada", disse a representante da CUT no Dieese.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

             O caminha da vida 



O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)
Charles Chaplin

O verbo no infinito


Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer de tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...
Vinicius de Moraes

O Amor


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..
Fernando Pessoa

Nós estamos condicionados


Nós estamos condicionados a
pensar que nossas vidas giram
em torno apenas de grandes momentos.
Todavia, os grandes momentos
frequentemente nos pegam desprevenidos, e
ficam maravilhosamente guardados em recantos
que os outros podem considerar sem importância.
E da mesma forma ocorrem outros momentos...
Mario Lago

Quero



Quero que todos os dias do anotodos os dias da vidade meia em meia horade 5 em 5 minutosme digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,creio, no momento, que sou amado.No momento anteriore no seguinte,como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustãoque me amas que me amas que me amas.Do contrário evapora-se a amaçãopois ao não dizer: Eu te amo,desmentesapagasteu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.Não exijo senão isto,isto sempre, isto cada vez mais.Quero ser amado por e em tua palavranem sei de outra maneira a não ser estade reconhecer o dom amoroso,a perfeita maneira de saber-se amado:amor na raiz da palavrae na sua emissão,amorsaltando da língua nacional,amorfeito somvibração espacial.
No momento em que não me dizes:Eu te amo,inexoravelmente seique deixaste de amar-me,que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetidoEu te amoamoamoamoamo,verdade fulminante que acabas de desentranhar,eu me precipito no caos,essa coleção de objetos de não-amor.Carlos Drummond de Andrade

Última flor



Última flor do Lácio, inculta e bela,
És a um tempo, esplendor e sepultura:
ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela.

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac

Minha amada

                                            

   


Durma minha amada
Meu coração vela
O teu sono
Debaixo do céu estrelado
O corpo molhado
De orvalho
Abre-me os braços
Minha bem amada
Recebe no teu colo
O meu ser apaixonado
Minha amada passou
A mão na minha pele
O meu corpo estremeceu
Minha amada colocou os lábios
Nos meus lábios
Incendiou o meu corpo
Lili-flor embelezou
Os meus dias e a vida
Minha amada deixe-me
Livre para viver
Eternamente este amor

Osvaldo Teles-Asas da Imaginação

Noite criança

A noite é uma criança

Eu sou um bebê

Nos teus braços

Acalanta meu pranto

Desperta meu sonho

Mostra-me na noite criança

As curvas do teu corpo

Faz do teu corpo

Meu agasalho nas noites

Frias de inverno

Mostra-me as delícias

Do mundo

Nas envolturas

Do seu corpo

Transporta-me

Para outra dimensão

Sem sair

Da minha realidade

Na noite criança

Transforma-me em homem

Faz-me sentir no mis

Profundo da d'alma

Os prazeres do teu

Lindo ser

Faz-me gozar

De cada minuto

Como se estivesse

Preparando-me para

O último momento da vida


Asas da Imaginação-Osvaldo Teles

Desigualdade racial e o mercado de trabalho

                        


Falar sobre o mercado de trabalho no Brasil, a partir da Segunda metade do século XIX, é antes de mais nada nos reportarmos ao longo processo de constituição da ideologia racial implementado por intelectuais e pelas classes dominantes a partir deste período. Isso significa que, esgotada a possibilidade de continuar com o trabalho escravo, tratava-se de “branquear” o país visando o advento de uma sociedade nos moldes ocidentais. Aqui, civilização era tomada como sinônimo de branco e europeu. Esse rumo fica evidenciado através da intervenção do Estado no sentido de financiar a importação de mão-de-obra da Europa para trabalhar nos cafezais e na nascente indústria no Sudeste, especialmente em São Paulo.

A marginalização dos negros ocorre dentro de um contexto histórico, processo de abolição da escravidão e formação econômica moderna, onde a estrutura de classes da sociedade nacional está se constituindo e como conseqüência teremos o posicionamento desfavorável dos negros, devido a forma de inserção desigual na estrutura de classes,  no que se refere a renda, escolaridade e ocupação. 

Em outros termos, poderíamos dizer que o Estado a partir da segunda metade do século XIX, pós-1850, e, principalmente, início do século XX, até meados dos anos 40, foi o veículo primordial da formação de um mercado de trabalho fundado na exclusão dos negros e descendentes.

Esse mercado de trabalho, estruturado de cima para baixo pelo poder  estatal, privilegiava os indivíduos brancos e dificultava o acesso de outros grupos raciais tendo em vista a crença, então em voga por aqui, a respeito da superioridade dos brancos. Essa ideologia racial irá, evidentemente, dificultar a inserção dos negros no nascente mercado de trabalho tendo em vista sua suposta inferioridade e a discriminação racial será, então, uma das marcas visíveis que o negro encontrará na busca por trabalho.

Nesse sentido, uma das características marcantes do mercado de trabalho brasileiro até hoje é a desigualdade de oportunidades entre os grupos raciais. As estatísticas revelam um quadro aterrador acerca da maneira como brancos e negros estão distribuídos na estrutura ocupacional.

Podemos, com certeza, afirmar a existência de uma reserva de mercado em determinadas profissões que privilegia alguns indivíduos em função da cor da pele. Ë o que podemos constatar em amplos setores profissionais na sociedade capitalista brasileira. Enquanto algumas ocupações são deliberadamente preenchidas por brancos, onde estão situados os maiores rendimentos e as melhores oportunidades, outras abrigam aqueles indivíduos com menores possibilidades escolares e profissionais, como é o caso dos negros, auferindo rendimentos inferiores.

Estas desigualdades, que se prolongam até o trabalho, estão presentes, também, no interior do processo educacional e observamos isto na baixa escolaridade alcançada por negros em comparação com os brancos; basta conferirmos as estatísticas atuais da FIBGE, Ipea/Ministério do Trabalho ou do Ministério da Educação.

De acordo com os dados do Provão/2000- Inep/Mec, dos formandos que fizeram o provão em 2000 nos cursos de Administração, Direito, Medicina Veterinária, Odontologia, Medicina, Jornalismo e Psicologia, dentre outros, mais de 80% é constituído por brancos (respectivamente, 83,3%, 84,1%, 84,9%, 85,8%, 81,6%, 81,5% e  83,3%). Por sua vez, para os mesmos cursos, os negros aparecem nos seguintes percentuais: 1,6%, 2,0%, 1,1%, 0,7%, 1,0%, 2,9% e 1,6%.Esta pesquisa revela, também, a baixa freqüência dos negros nas universidades brasileiras. Enquanto 80% dos universitários são brancos, somente 2,2% são negros (“Provão revela barreira racial no ensino”. Folha de São Paulo, Cotidiano. 14/01/2001)[1].

A partir das Universidades podemos ter uma visão perfeita de como estará constituído o mercado de trabalho em algumas profissões. Este funcionará como um espaço de segregação racial uma vez que, concluir o curso superior significará melhores oportunidades de trabalho para  brancos, o que nos leva a suspeitar que o Estado através de políticas públicas, notadamente educacionais, alimenta este processo. Em outros termos, existe uma preferência por parte dos empresários capitalistas em um tipo de profissional onde o quesito cor é bem significativo.

Isto terá efeitos consideráveis quanto aos rendimentos de brancos e negros. Assim, podemos relacionar educação, trabalho e renda e teremos uma dimensão exata da forma como está organizada a estrutura ocupacional no Brasil, observando a influência recíproca entre esses fatores que tem sua base na inserção do negro na estrutura de classes da sociedade brasileira. Acrescentando a isto a questão da discriminação e da ideologia raciais.

As conseqüências de tudo isso são bem conhecidas: miséria, favelas, violência, perseguição policial... como marcas que registram os estereótipos e preconceitos. Segundo a Folha de São Paulo, no Rio de Janeiro, “70,2% dos mortos são de cor preta ou parda; brancos somam 29,8% das vítimas”,  o que leva a conclusão que a  “polícia do Rio mata mais negros e pardos” (Folha de São Paulo. Cotidiano. 15/05/2000).

Práticas discriminatórias presentes no cotidiano indicam a permanência do racismo. A sociedade brasileira preserva profundas desigualdades raciais, de rendimentos, educacionais e ocupacionais.

O racismo, a discriminação racial tem seus efeitos sobre homens e mulheres negras, sendo que estas sofrem duplamente o preconceito e a discriminação raciais, que procuram “caminhos” para burlar as portas fechadas no mercado de trabalho. A forma como isso ocorre pode ser notada na crescente formação de grupos anti-racistas e pela valorização da cultura negra, bem como pelo surgimento de movimentos negros voltados para a tentativa de exigir do Estado determinadas políticas públicas que venham a beneficiar as populações historicamente discriminadas.

O desafio é ultrapassar, através de profundas mudanças culturais e sociais, o preconceito, a discriminação e o racismo. No entanto para que isso ocorra é fundamental tomarmos consciência das marcas impressas pelo racismo (baixa estima, medo, insegurança, desconfiança, temor) para, de vez, exterminá-lo. Evidente que esta é uma tarefa árdua e cabe a nós levá-la a cabo.

[1] Esta pesquisa classificou a população em cinco grupos raciais: brancos, negros, pardos/mulatos, amarelos, indígenas ou caboclos. O percentual para pardos/mulatos que fizeram o provão é de 13,5%; para amarelos, 2,6% e indígenas ou caboclos, 1%.


Vou-me embola pra pasárgada



Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei



Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive



E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada



Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar



E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.
Manuel Bandeira

Voltando aos tempos da caverna

É gritante a falta de respeito a vida humana,eu costumo dizer que os homens estão voltando a sua origem animal,dos tempos das cavernas,que fazíamos as coisas  por instinto,literalmente estamos precisando sairmos da caverna,segundo Platão.Todos os dias ouvimos nos meios de comunicações os números de homicídios e muitas vezes com requinte de crueldade,se perdeu o amor ao próximo,quando é que vamos nós conscientizarmos que somos todos da mesma essência e do mesmo sopro divino.
Uma simples discussão no transito é motivo para alguém sacar uma arma e tira a vida do outro,fico chocado quando vejo nos noticiários,pessoas mortas por carros bombas,em nome de um crença "a chamada guerra santa"sendo que o significado de religião é religar ou seja unir os povos em nome de Deus,a vida é uma dadiva divina e tem que ser respeitada,a morte é uma consequência e não uma banalidade.hoje vemos jovens e crianças perdendo suas vida por conta da criminalidade,as drogas é um câncer no seio da juventude.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Angelus

 

                                                 

Seguro-me ao ser supremo
Para não ficar preso ao limbo
Prostro-me de joelhos
Esboçando a minha fé

Na hora do Angelus
O céu se enche de estrelas
A lua aparece com todo esplendor
Contemplando a humanidade
Com a sua beleza

Deus revela-se
Na sua criação
O homem fica perplexo
Diante de sua pequenez

No badalar dos sinos
Na hora do Angelus
A cortina celestial se abre
Devota a alma se eleva a Deus



Asas da Imaginação-Osvaldo Teles





domingo, 26 de maio de 2013

Dois caminhos

               
Caminhamos juntos ou separados
Amando ou odiando
Com palavras eloquentes
Ou com lamentos

Seguiremos a estrela-guia
Ouvindo cantos
Sentindo a leveza dos passos
Ou o peso da fadiga

Embarcando na nau
Viajando por mares calmos
Sentindo o momento
Lúdico desta viagem

Na escuridão densa da noite
Deparamos com o mar revolto
As ondas batendo no casco
Levando o barco para o fundo

Neste momento a ventania é o nosso algoz
Sentenciando a vida ou a morte
Leviano busco o seu corpo
Juntos viveremos ou morreremos

Os dois caminhos cruzam-se
As nossas metas encontra-se
A lucidez dispersa a loucura
Ao léu ficará a tristeza.

Osvaldo Teles-Asas da imaginação

sábado, 25 de maio de 2013

Minhas saudades

Eu já namorei jogando pedras
Na janela de minha amada.
E recitava Castro Alves,
Para chamar a atenção dela,
Mostrando-me um revolucionário
Um contra-ponto, nas ordens do dia.
Eu já namorei empunhando um violão,
Dando-me em segundo plano,
Pois ela prestava atenção
Mais as canções do que a mim.

Tempo, tempo, aonde vamos nós?
Tu apressado, nós correndo,
Pra onde?
Hoje eu tenho o meu amor,
Mas por mim ainda andava vagando
Nas ruas seguras da minha cabeça.
Ainda chorava, escrevia cartas
Com caneta tinteiro.
Ainda levava ao meu amor um cacho de jasmim,
E não saia te seguindo, tempo,
Me segurava abraçado ao peitoril da casa dela
Quando visse apenas uma ameaça de vento.
E ficava por lá, contando estórias,
Ouvindo os pássaros nas matas,
A começar pela madrugada
Quando devagarinho voltava pra casa
Como o coração cheiinho de esperança.

                     Por que idealizamos



Por que idealizamos um sonho, um amor, esperamos por ele, e quando nos damos conta, estamos apaixonados, perdidamente apaixonados por pesadelos, ou por pessoas que sequer imaginamos, o AMOR, tão genuino, faz que isso aconteça, e num belo dia, nos vemos apaixonados por pessoas estranhas, que nós nunca imaginariamos. Ser racional ou não? Ser levado pela emoção, ou deixar que a razão fale mais alto? Ser fervorosamente feliz, com a dúvida de um que dia possamos nos arrepender, ou não. Ou ir pelo caminho certeiro? Onde seremos parcialmente felizes? Pois eu digo, eu prefiro ser fervorosamente feliz hoje, pois amanhã nós nem sabemos se irá existir, ser irracional e feliz, nem que por um minuto, pois a vida é feita de momentos, e não podemos desperiçar nenhum deles. Temos que aceitar todos, temos que ser irracionais, para que o nosso coração seja feliz, se satisfaça, e não fique sempre querendo mais, levar-se pela emoção que é o ápice da vida, e não privar-mos, por medo, medo de simplesmente SER FELIZ, é melhor atirar-se em busca de uma felicidade louca, e avassaladora, do que nos prendermos na tristeza de nossa solidão, e nessa sede incessável de certeza. É melhor ser irracional, deixar que todos os sentimento nos habitem, e alimentá-los, pois os sentimentos são irracionalidades e isso inclui todos os sentimentos.

Problema social


                                  

 A música problema social de Seu Jorge retrata a realidade de muitas crianças Brasileiras que tem de trabalhar muito cedo para ajudar na sobrevivência familiar. A canção traz a história de um homem que assume ser um problema social para a sociedade, que é excludente e elimina as oportunidade para as crianças pobres porém pede respeito, pois isso não é culpa dele e sim do sistema, a história deste homem é semelhante a de muitos Brasileiros que nasceu e cresceu em família pobre e não teve oportunidade de estudar e muitas vezes teve que roubar para não passar fome e hoje chora o destino triste que teve, as pessoas que tem uma história semelhantes a esta, são humilhados e desprezados pela sociedade que não entende que ninguém é pobre ou abandonado porque quer, ninguém é um problema social por opção.

Ouvindo a música passamos a entender que infelizmente é real, um mundo cão, onde poucos tem e muitos tem pouco. O nosso pais tem um grande divida muito grande com o nosso povo, o governo nunca se preocupou com os menos favorecidos e nunca tivemos uma educação de qualidade, a música deixa claro que a desigualdade social é proveniente do antagonismo capital x trabalho.



Assistente Social Osvaldo Teles

terça-feira, 21 de maio de 2013

Revivo nas lembranças


Quando a noite vem
Meus braços te esperam
Embriagado de amor
Meu corpo te deseja

O sabor dos teus beijos
O calor de tua pele
A suavidade dos seus toques
Revivo nas lembranças

A saudade rasga as ideias
O coração sangra de tristeza
A mente entra em delírio
O que me deixa vivo
É a busca de sua beleza


Asas da imaginação–Osvaldo Teles






segunda-feira, 20 de maio de 2013

Mangabeira

São fortes lembranças
De tempos felizes
Que passei nas tuas praças
Os astros clareando-te como luzes

Tu és uma das mais novas filhas
Do recôncavo baiano
Conheço cada rua,cada trilha
O céu cobre-te como pano

Mangabeira até o teu nome é doce
Os seus matos verdejantes
Escondiam os meus romances
Debaixo do céu reluzentes

Cabeças,passem obrigatória de tropeiro
Cabeças nas estacas,lugar de respeito
Mangabeira passagem de carreteiro
Levando progresso para o território brasileiro

O rio Paraguaçu lhe corta
Irrigando a vida
Há mais vida nas tuas plantas
Os pássaros voam em revoada

Apaixonados por sua beleza natural
Encantam até o meu coração
Tem como proteção celestial
De Nossa Senhora da Conceição. 


Osvaldo Teles-Asas da Imaginação

Graciosa

És formosa e graciosa
Desvia de mim os teus olhos
Porque eles me fascinam
Bela como a lua
Brilhantes como o sol
Como és bela e graciosa
O meu amor,as minhas delicias
Sejam-me os teus seios
Como cachos de uvas
E o seu cheiro
O perfume de jasmim
Teus beijos são
Como o vinho delicioso
Que corre para o esposo
Umedecendo-lhe os lábios
Na hora do sono
Sou para a minha amada
O objetos dos seus desejos
Sua mão esquerda está
Sob a minha cabeça
Sua mão direita me abraça
O amor é forte como o cedro
A paixão é violenta
Como a tormenta
Durante as noites
No meu leito busquei aquela
Que o meu coração ama.

Osvaldo Teles-Asas da Imaginação

sábado, 18 de maio de 2013

         O segredo da eterna juventude

                      

Como é bom a busca da realizações dos objetivos,traçado durante a vida pois a juventude não estar na idade cronológica e sim na força que desprendemos na realizações de nossos sonhos.estaremos sempre jovens e não sentiremos o peso da idade,ao completar 50 anos minha esposa me perguntou como eu estava me sentindo com esta idade,eu a respondi ,não sinto pois não fico preso a idade cronológica,simplesmente vivo o momento tentando aprender com os meus erros,amando e tentando ser amado.A vida é um dom precioso viver é um aprendizado continuo,e não podemos desperdiçar o nosso tempo com bobagem,se preocupando com os acontecimentos,ficando feliz com todas as conquistas e não ficar triste com as coisas que não aconteceu pois não sabia-mos se seria bom para as nossas vidas.A fonte da juventude estar dentro de cada um de nós e muitas vezes vamos procurar beber da água em outras fontes e envelhecemos nesta procura e nos esquecemos que o amor e a seiva rejuvenescedora e a essência de toda vitalidade,eu amo viver cada momento como se foce único na minha existência.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

     



 


       


   
 


  Seminário:serviço social e o mercado de trabalho(empregabilidade)


Onde tivemos profissionais que atuam em vários setores da sociedade.como ministério publico,defensória publica ,saúde,educação,e recursos humanos,os profissionais versarão sobre a especificidade do assistente social na sua área de atuação,Podemos perceber a amplitude da atuação do profissional de serviço social e do papel transformador da profissão na vida do indivíduo,e a capacidade de efetivar as politicas publicas sendo o mediador da questão social e das demandas ocasionadas pelo antagonismo capital x trabalho,fazendo intervenções inerente a cada indivíduo.O serviço social é a única formação acadêmica que o profissional pode transitar por várias áreas sem fazer especialização,







terça-feira, 14 de maio de 2013

Magnetismo



Dois seres se encontram

Os olhos se cruzam

Os corações palpitam

Uma alma se forma

No magnetismo dos corpos

O amor ganha asas

Como semente ele brota

Como flor desabrocha


Como uma ostra

O coração se abre

Doando o fruto precioso

Adornando a face

Com um sorriso maravilhoso


Asas da imaginação-Osvaldo teles




      A importância da psicologia social


A psicologia social é de fundamental importância no estudo dos fenômenos ,na abordagem do comportamento humano ,estuda a influência do grupo sobre o indivíduo,tendo como objetivos destacar os traços fundamentais do indivíduos humanos.O homem por ser um animal racional, vive em agrupamentos organizados ,onde a psicologia social procura estudar o comportamento do indivíduo dentro do grupo,é uma ciência que traduz no estudo cientifico manifestações comportamentais oriundas desta interação de uma pessoa com outras pessoas,bem como os processos internos  despertados no indivíduo que resultam dessas manifestações.O homem não viver sozinho,necessita de um meio social,na busca de poder compartilhar sua existência com os demais,movido pela necessidade de buscar o bem comum.A sociabilidade é inerente ao ser humano e garante a perpetuação de sua história.A convivência social permite-lhe compartilhar experiências e vivências passadas e presentes,bem como projetar realizações futuras mediadas pelo uso continuo que faz da linguagem.E para possibilitar uma convivência harmoniosa,resultado da associação permanente entre indivíduos diferentes.O homem estabelece normas de conduta,promulga leis que regulam a vida em sociedade.E a partir deste ponto de vista,percebemos que o homem além de ser um ser social,é um ser político e fruto do meio em que vive.



domingo, 12 de maio de 2013

A triste partida

Certo dia cheguei
Para minha mãe e disse
Adeus,parecia um adeus de morte
E fui-me
E minha velha mãe
Ficou a contemplar o meu
Leito frio que um dia eu deixei vazio
Esta criatura que me carregou
Nove meses em seu ventre
Lutou sua vida inteira
Só para ver a minha felicidade
Distante dela com muita
Poeira no rosto de dor e solidão
Sintia vontade de voltar para casa
Mas o meu egoísmo besta
Supera a minha vontade
A solidão vem sinto saudade
De alguém que deixei chorando
Até que um dia me dá
Uma grande vontade
De voltar para casa
Quando eu abro a porta vejo
Minha velha mãe sentada
Em sua cadeira com sua
Cabeça baixa adormecida
Aproximei-me e me perguntei
Se tenho o direito de acorda-la
De repente faz um grande
Barulho na rua,ela se assusta
E quando ela me vê
Ela abre os braços
E com muitos abraços me envolve
Em seu passado de tristeza
Olho para dentro de mim
Digo-me:você e um ingrato
Ela me diz estive
O tempo todo te esperando
Nesta cadeira estão os meus
Prantos e os meus momentos de solidão
Mãe não sei o que te dizer
Neste imenso silêncio que se fez
Por minha ingratidão
Mainha perdoa-me por
Minha ingratidão
Sei que doeu muito
No seu coração.

Osvaldo Teles

sábado, 11 de maio de 2013

Frustrações dos motivos


                           
Chamamos de frustração a impossibilidade de satisfazer um motivo (sonho)
Exemplo: Estudar feito um louco e não ser aprovado, Casar pensando que teria um tipo de vida e depois perceber que não é nada disso. Cultivar uma amizade e levar um cano do amigo. Se dedicar ao trabalho e ver que foi o novato que ganhou o aumento, não só depende de nós, pois não podemos prever como as pessoas  vão se comportar. Mais dá para aprender a lidar com a frustração quando aparece. A frustração mal administrada prejudica a qualidade de vida e leva à depressão e ansiedade. Para lidar com a frustração a pessoa pode compensar com outras satisfações. Ex, comer em excesso, drogas, álcool, etc.
Classificação dos motivos
 Um adulto, com padrões normais de comportamento, apresenta quatro desejos fundamentais: desejo de segurança, de resposta ou correspondência, de aprovação social e o desejo de novas experiências.
E para facilitar o entendimento destes desejos como motivos que impulsionam o comportamento, é útil classificá-los em três categorias  
1) Motivos relacionados a necessidades fisiológicas ou motivos de sobrevivência — fome, sono, respiração, evitar a dor e da fadiga, estimulação informativa; 
2) Motivos relacionados à interação com outras pessoas ou motivos sociais — sexo, comportamentos maternais, afiliação, prestígio; 3) Motivos relacionados à competência do EU ou, simplesmente, motivos do eu — realização, necessidade de informação constante apesar de estarem todos presentes na nossa sociedade, não se apresentam com a mesma  intensidade e, também,  lembrando que nenhuma classificação pode ser estática (muitos outros motivos podem ainda estar por serem descobertos e nem possui limites claros, ou  seja, nem sempre é possível identificar qual motivo foi responsável por um determinado comportamento as pessoas bem ajustadas satisfazem razoavelmente bem cada um de seus motivos fundamentais.
 Muitos autores estudaram a consequência da frustração,e  notaram,entre elas a agressividade. Quando frustrados, manifestamos agressividade através dos nossas ações, palavras, entonação de voz ou, de modo geral, através  do nosso comportamento.
         A agressão pode ser dirigida ao agente frustrador ou pode se transferir a um substituto deste Por exemplo, uma criança frustrada no lar pelos pais mostra-se agressiva ,na escola ,para com o professor.
Tamara Dembo, discípula de Kurt Lewin, fez um estudo experimental sobre em crianças. Observou, no comportamento de crianças frustradas, o fenômeno chamado regressão, isto é, seu comportamento não correspondia a sua idade, mas apresentava característica de inferiores por exemplo crianças de escola maternal que brincavam alegremente com um telefone de brinquedo e agiam de modo semelhante ao adulto telefonando. Foram frustradas pela observadora, que lhes tomou o brinquedo e o devolveu logo depois. Muitas delas mostraram regressão no seu comportamento, é comum observarmos regressão no comportamento de crianças na ocasião em que nasce mais um nenê na família: chupam o dedo, voltam a molhar a cama, exigem novamente a mamadeira, pedem colo, etc.

Trabalho Acadêmico Osvaldo Teles 

Serviço Social



                                     

É uma profissão de caráter sócio-político, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “questão social”, isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Inserido nas mais diversas áreas (saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, etc) com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, o assistente social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho sócio-educativo e de prestação de serviços.  É uma das poucas profissões que possui um projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético – político, que foi construído pela categoria a partir das décadas de 1970 –1980 e que expressa o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária, mais justa, democrática e garantidora de direitos universais. Tal projeto tem seus contornos claramente expressos na Lei 8.662/93, no código de Ética Profissional – 1993 e nas Diretrizes Curriculares.

A profissão de assistente social surgiu no Brasil na década de 1930. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei nº 1889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a Lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão. Em virtude das mudanças ocorridas na sociedade e no seio da categoria um novo aparato jurídico se fez necessário de forma a expressar os avanços da profissão e o rompimento com a perspectiva conservadora. Hoje a profissão encontra-se regulamentada pela Lei 8.662 de 07 de junho de 1993 que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e Conselhos Regionais. E, fundamentalmente, define em seus artigos 4º e 5º, respectivamente, competência e atribuições privativas do assistente social.


Além da Lei, contamos também com o Código de Ética Profissional que veio se atualizando ao longo da trajetória profissional. Em 1993, após um rico debate com o conjunto da categoria em todo o país, foi aprovada a quinta versão do Código de Ética Profissional, instituída pela Resolução 273/93 do CFESS. 


O Código representa a dimensão ética da profissão, tendo caráter normativo e jurídico, delineia parâmetros para o exercício profissional, define direitos e deveres dos assistentes sociais, buscando a legitimação social da profissão e a garantia da qualidade dos serviços prestados. Ele expressa a renovação e o amadurecimento teórico-político do Serviço Social e evidencia em seus princípios fundamentais o compromisso ético-político assumido pela categoria.


A emergência e institucionalização do Serviço Social como especialização do trabalho ocorre nos anos 20 e 30, sob influência católica européia. Com ênfase nas idéias de Mary Richmond e nos fundamentos do Serviço Social de Caso, a técnica está a serviço da doutrina social da Igreja.


Nos anos 40 e 50 o Serviço Social brasileiro recebe influência norte-americana. Marcado pelo tecnicismo, bebe na fonte da psicanálise, bem como da sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica. Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psico-social. Neste período há o início das práticas de Organização e Desenvolvimento de Comunidade, além do desenvolvimento das peculiares abordagens individuais e grupais. Com supervalorização da técnica, considerada autônoma e como um fim em si mesma, e com base na defesa da neutralidade científica, a profissão se desenvolve através do “Serviço Social de Caso”, “Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social de Comunidade”.

Nos anos 60 e 70 há um movimento de renovação na profissão, que se expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O Serviço Social se laiciza e passa a incorporar nos seus quadros segmentos dos setores subalternizados da sociedade. Estabelece interlocução com as Ciências Sociais e se aproxima dos movimentos “de esquerda”, sobretudo do sindicalismo combativo e classista que se revigora nesse contexto.


O profissional amplia sua atuação para as áreas de pesquisa, administração, planejamento, acompanhamento e avaliação de programas sociais, além das atividades de execução e desenvolvimento de ações de assessoria aos setores populares. E se intensifica o questionamento da perspectiva técnico-burocrática, por ser esta considerada como instrumento de dominação de classe, a serviço dos interesses capitalistas.


Com os “ventos democráticos” dos anos 80, inaugura-se o debate da Ética no Serviço Social, buscando-se romper com a ética da neutralidade e com o tradicionalismo filosófico fundado na ética neotomista e no humanismo cristão. Assume-se claramente no Código de Ética Profissional, aprovado em 1986, a ideia de “compromisso com a classe trabalhadora”. O Código traz também outro avanço: a ruptura com o corporativismo profissional, inaugurando a percepção do valor da denúncia (inclusive a formulada por usuários). No âmbito da formação profissional, busca-se a ultrapassagem do tradicionalismo teórico-metodológico e ético-político, com a revisão curricular de 1982. Supera-se, na formação, a metodologia tripartite e dissemina-se a ideia da junção entre a técnica e o político. Há ainda a democratização das entidades da categoria, co, a superação da lógica cartorial pelo Conjunto CFESS/Cress, que conquista destaque no processo de consolidação do projeto ético-político do Serviço Social.

Nos anos 90, se verifica no âmbito do Serviço Social os efeitos do neoliberalismo, da flexibilização da economia e reestruturação no mundo do trabalho, da minimalização do Estado e da retração dos direitos sociais. O Serviço Social amplia os campos de atuação, passando a atuar no chamado terceiro setor, nos Conselhos de Direitos e ocupa funções de assessoria entre outros. Discutindo a sua instrumentalidade na trajetória profissional, ressignifica o uso do instrumental técnico-operativo e cria novos instrumentos, como mediação para o alcance das finalidades, na direção da competência ética, política e teórica, vinculada à defesa de valores sócio-cêntricos emancipatórios. Partindo do pressuposto da necessidade da capacitação continuada, o Serviço Social busca a ultrapassagem da prática tecnicista, pretensamente neutra, imediatista ou voluntarista.


Nos anos 2000 esta conjuntura provoca novas disputas em torno da questão social e do papel a ser cumprido pelas políticas sociais, verifica-se a proliferação de cursos de graduação privados de baixa qualidade, implementação do ensino de graduação à distância, com prejuízo ao ensino presencial. Reduz-se a capacidade de mobilização em torno de projetos coletivos, o que gera novos desafios para a luta pela consolidação dos direitos da população usuária dos serviços prestados pelos assistentes sociais.


Esses elementos apontam para a necessidade de fortalecer o projeto ético-politico profissional, que vem sendo construído pela categoria há mais de três décadas.  


Há um Código de Ética do Assistente Social?


Sim. O Serviço Social já teve diversos Códigos de Ética (1947, 1965, 1975 e 1993) que expressam os diferentes momentos vivenciados pela profissão (cf. Barroco, 2001 e Forti, 2005). O Código de Ética atual afirma os princípios fundamentais da profissão e dispõe sobre direitos e deveres do profissional, bem como dos parâmetros éticos nas relações com usuários, outros profissionais, com a Justiça, com Empregadores, dentre outros. 

O Código de Ética deve ser conhecido e respeitado por todo profissional em exercício, bem como pelos estudantes de Serviço Social. A fiscalização quanto ao cumprimento dos deveres profissionais cabe aos CRESS. 

O Código de Ética atualizado e aprovado em 1993 expressa o projeto profissional contemporâneo comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos. 


11 princípios do Código de Ética:


Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;

Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;

Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras;

Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;

Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;

Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democrática existente e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual;

Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero;