sábado, 29 de outubro de 2016

Lembranças de outrora

Lembranças de outrora me perseguem
De uma era boa em que eu vivi
Sem falar o aconchego da família
Encontro com os amigos na praça
O bate papo corria solto
O sereno da madrugada vinha carregado
Com o perfume das flores da noite
A serenata animava a cantoria
A praça da matriz era o nosso palco
Vejo fresco na memória as brincadeiras
No coreto, a criançada perdia noção do tempo
Trago hoje comigo planos mirabolantes
Que fiz  quando era criança que sonhava
E via profundidade em tudo que me cercava
As belas raparigas colírio para os meus olhos
Que se juntavam na roda de conversa
Palavras simples e singelas mas sinceras
Lembro-me com detalhes das cantigas
De rodas, pular cordas, picula e garrafão
E o tempo aperreado insistia em não passar
Vejam só em mim estão os traços no rosto
Daquele que fui um dia, que o homem
Não consegue tirar a essência do eu
Saudades sinto do despertar para a vida
Voltando ao tempo que era feliz
Por vezes faço uma retrospectiva
Para não perder de vista a possibilidade
De encontrar a minha simplicidade

Osvaldo Teles

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