segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Angústia da espera

O silêncio adentra fecho os olhos
Para me concentrar na sua espera
Preparei-me para te receber
Coloquei o mais belo traje, me perfumei
Na casa exalava o cheiro da lavanda
Na cama coloquei lençóis limpos
Sobre eles pétalas de rosas a perfumar
No criado mudo à vela dava o tom
Do romance que estava a começar
A janela entreaberta a brisa entra suave
Refrigerador natural do ambiente
O corpo já está empedernido pelo frio
Não vai bagunçar os meus planos
Não desfaz o meu sonho
Vem logo quero sentir as delícias
Dos seus deliciosos beijos
E a delicadeza dos seus toques
A gentileza do seu corpo me recebendo
Leva-me a sensatez ela já não me serve
A expectativa me deixa agoniado
Já estou a um passo do loucura
De repente o seu aroma toma conta
Uma sensação de alívio me assume
Estou a sonhar acordado com a amada
Em meus braços, ofegante busco os lábios
No impulso deixamos a divindade amor
Assumir o comando nos levando
A nos entregarmos sem compostura
Era o que sempre quis: te levar o prazer
Extremo, estremecendo as estruturas
Fazendo da sua quentura a combustão
Transportando-me para o paraíso
Vejo-te desvanecida, exaurida do amar
Desfazendo a angústia da espera
Aliviado repouso tranquilo ao seu lado

Osvaldo Teles

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