sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Vulto no espelho

Só consigo ver o vulto no espelho

A imagem daquele que fui um dia

O amadurecimento seria inevitável

Mesmo sabendo que seria doloroso


Não podia me esconder do destino

Mas tinha que passar por tudo isto

Rugas desenhadas na minha testa

Ficando explícita a ação do tempo


O corpo também sentia seu efeito

As pernas já estão todas consadas

Tirando a velocidade das passadas

Tenho que seguir tocando em frente 


Sem olhar para trás vou prosseguir

Ainda tenho um futuro para planejar

Os meus motivos continuam acessos

Não fui parido neste plano por acaso


A missão estava devidamente traçada

Desde a concepção no ventre materno

Tive a incumbência de cuidar da vida

Buscando os sentidos da existência


Osvaldo Teles




Nenhum comentário:

Postar um comentário