Na fonte já não tinha uma gota
De água para matar nossa sede
As pastagens eram cor de cinza
Os animais morriam nos pastos
As crianças sofriam de inanição
Olhava os lados não via solução
Batendo asas igual a asa branca
Alcei vôo para longe do sertão
Por muitas paragens descansei
Em um campo verdejante parei
Esperando que a chuva caísse
Meu amor deixei me esperando
Na casinha ela espera na janela
O coração aperta por causa dela
Meu totó ficou de olho comprido
A cada ruído ele ficava latindo
Pelas andanças fico lembrando
Do meu pequeno pedaço de chão
Que a escassez de chuva me fez
Deixar meu solo sagrado para trás
O meu alento que um dia voltaria
Aos braços da morena que deixei
Quando a chuva torrencial caísse
E plantação abundante crescesse
Osvaldo Teles
Nenhum comentário:
Postar um comentário