segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Meu pedaço de chão

Na fonte já não tinha uma gota

De água para matar nossa sede

As pastagens eram cor de cinza

Os animais morriam nos pastos


As crianças sofriam de inanição

Olhava os lados não via solução

Batendo asas igual a asa branca

Alcei vôo para longe do sertão


Por muitas paragens descansei

Em um campo verdejante parei

Esperando que a chuva caísse

Meu amor deixei me esperando


Na casinha ela espera na janela

O coração aperta por causa dela

Meu totó ficou de olho comprido

A cada ruído ele ficava latindo


Pelas andanças fico lembrando

Do meu pequeno pedaço de chão

Que a escassez de chuva me fez

Deixar meu solo sagrado para trás


O meu alento que um dia voltaria

Aos braços da morena que deixei

Quando a chuva torrencial caísse

E plantação abundante crescesse


Osvaldo Teles


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