quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O silêncio grita

O silêncio grita alto e penetrante

Cortante como navalha amolada

Vem dilacerando o meu coração

Deixando os fragmentos no peito


Desmoronando minhas estruturas

Quando me encontro em silêncio

Ouço apenas uma voz a me falar

O que se passa no mundo interior


Como uma oração vou meditando

Mediante a necessidade que sinto

De estar em constante transições

A porta entreaberta para a solidão


Memorando que passou até então

Na cabeça começa os flashbacks

Todo o meu passado vem à mente

Levo este estigma sempre comigo


Não há como me desprender dele

Está intrinsecamente ligado a mim

Quis torná-lo parte de um passado

Porém ele insiste em me perseguir



Osvaldo Teles

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