domingo, 7 de julho de 2013

Mama África

Seus filhos corriam
Livres pelas savanas
Da florestas tiravam
O seu sustento
mesmo assim os casadores
De recompênças arrancaram-lhe
Da sua pátria mãe
Como um animal enjaulado
Levando-lhes para
Uma terra desconhecida
Colocando grilhões nos seus pés
E chicotada no lombo
Trabalho forçado e pão regrado
Vertendo lagrimas de sangue
O seus gritos jogado ao vento
Em busca do alento divino
Nossa Senhora com pena
Limpava suas chagas
Fugiam para os quilombos
Como bicho embrenhavam-se nos matos
E sua descendência esquecidos nas favelas
Escravizados pelo sistema
Mama África chora
Seus filhos roubados
Que já mais voltarão
Ao seio materno.

Osvaldo Teles

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