Hoje estou como Augusto dos Anjos
Sentindo na boca o gosto do vômito
Chega embrulhar o estômago de nojo
Parece que vou morrer de mal súbito
Minhas juntas do corpo estão doidas
Como estivesse a sofrer de quebranto
Maltratei a minha carne na juventude
Eram madrugadas inteiras na boemia
Germes da carnificina estão a espera
Os operários eficientes da destruição
Vão se preparando desde da véspera
Não ver a hora de devorar o que resta
Lançado contra mim os afiados dentes
Ao final um punhado de areia é a sobra
Osvaldo Teles
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