Vôo silencioso

 Em um vôo silencioso a mente corta o céu 

Sobrevoando este mundo cheio misterioso 

Quero contemplar  a beleza que há no seu 

Querendo transformar  o meu num paraíso 

Apropriando do  segredo do lindo universo 

Vou perder o fôlego diante de tanta lindeza 

Assim percebo  a grandeza do seu Criador 

O âmago é preenchido do amor verdadeiro 

Deixando-me estupefato com a sua criação 

Dentro de mim carregarei as suas sementes 

Prosto-me de joelhos  em sinal de devoção 

Um rio d' água viva vai inundando  meu ser 

Com seu poder vai purificando minha alma 

O coração se enche com a fé e esperança 

Osvaldo Teles

Encontro

Quando me encontro nos teus abraços 

Minha lucidez vai embora é uma loucura 

Da consciência ficará apenas os traços 

Uma alucinação  me levando às alturas 

Perdido encontrarei-me em seu mundo 

Suas linhas delineadas me deixa louco 

Um mundo de ilusões tamam a cabeça 

Delirantes meus pensamentos chegam 

A pele é aquecida com o calor do corpo 

Acedendo à nossa labareda  da paixão 

A cada  toque suave me levará ao topo 

Alucinado  como um louco apaixonado 

Sentirei na alma as benesses do amor 

Com toda sutileza dos afagos do toque 

Osvaldo Teles

Sabor dos beijos

A noite estar fria na escuridão da rua 

Os meus passos ganham velocidade 

Vou logo ao encontro da tua pele nua 

Por um momento  perco a insanidade 

Sobre o leito busco seu corpo quente 

No silêncio solto palavras desconexas 

Travo uma batalha com o meu querer

Briguei para expulsar a bendita solidão 

Gemidos dá para ouvir do lado de fora 

Aguço o olfato para sentir teu perfume 

O meu desejo nos pensamentos aflora 

Na boca ainda sinto o sabor dos beijos 

Provocando na mente desejos latentes 

Que alimenta esta paixão avassaladora 

Osvaldo Teles

Ansioso

Olhos correm no quarto buscam sua presença

Maravilhado fico quando eles lhe encontram

Colocando no meu coração muita esperança 

As minhas doidas intenções em te concentram

Ansioso estou para lhe possuí por inteira

As tensões vai me tomar completamente

A paixão está correndo em minhas veias

Em estado de êxtase o corpo se encontra

Extasiado vou desfalecendo no seu enlace

Neste momento o onírico assume a mente

Fazendo da sua boca carnuda meu cálice

Um clímax de romance embeleza o quarto

Peço que faça seu colo meu porto seguro

Quero sentir no fundo da alma seu carinho

Osvaldo Teles

Pleno movimento

O mar se funde com a linha do horizonte

Prende-me as linhas imaginárias do amor

Lindas estrelas se mostram exuberantes

Na cama fria espero sentir todo seu calor

O corpo anseia pelos seus suaves toques

O sangue ferve encontrando em erupção

As mentes vão encontrar total comunhão

Em pleno movimento acham o compasso

A alma aos poucos vai entrar em loucura

Vou contando as horas para estar contigo

Por um instante perco minha compostura

Ao infinito livres irão nossas imaginações

Estamos atados pelos laços do puro amar

Estamos sendo iluminados pela luz da lua

Osvaldo Teles

Entregei-me

Fazei do seu colo o meu porto seguro 

Passa a mão suave na minha cabeça 

Aliviando  as pancadas do meu couro 

Faz com que o  amor por ti na pereça 

Expulsa do coração a bendita solidão 

Apartando-me entre seus tenros seios 

Carinho encontro entre os seus braços 

Um misto de fantasias assume a mente 

Entreguei-me sem nenhum compostura 

A cada toque me conduzirá para prazer 

Seus olhares chegam cheios de doçura 

Quieto fico sentindo o seu doce perfume 

Parado sinto as mãos correndo no corpo 

Provocando-me  indiscutível sensações 

Osvaldo Teles

Inebriado

Inebriado fico com o cheiro do seu perfume 

Produz alucinações em meus pensamentos 

Em seus abraços serei conduzido ao cume 

Nos enlaces vou vivenciando os momentos 

Sou transportado para um planeta paralelo 

Em um Castelo  encantado passarei a viver 

O real e a  ilusão andam de mãos de fadas

Loucuras! Lavando a um estado fantasioso 

Suas centelhas em  meu coração incendeia 

Embriagado de amor cairei em seus braços 

Sentindo o fogo  da paixão correr nas veias 

Sensações indescritíveis toma conta do ser

Uma leveza vais conduzir  os meus passos

Provoca no corpo uma sensação de letargia 

Osvaldo Teles

Na algibeira só levei sonhos

Peguei a mochila, na algibeira só levei sonhos

Solitário andei por diversos caminhos errantes 

Por diversas vezes tive momentos enfadonhos

Que atrapalhavam o olhar periférico do viajante

Os pedregulhos iam  mutilando os calcanhares 

O calor escaldante fazia  molhar a pele de suor 

Via hora de achar  a fonte de água refrescante 

Para saciar a danada da sede que me maltrata 

Pelas Sertânias por onde caminhei por lá deixei 

Em terras férteis as semeadoras foram lançadas 

Os frutos das boas sementes que um dia plantei 

Muita lágrima  derramei no decorrer do caminho 

Olho para trás e vejo as distâncias que percorri  

Com muitos prantos  reguei a minha felicidade 

Osvaldo Teles

Noite gélida

Que noite gélida, madrugada longa,

lá na rua a escuridão toma conta,

a bendita ansiedade se prolonga,

O brilho da alvorada me encanta.

Os raios solares chegam radiantes 

Fazendo-me despertar para a vida 

Devolvendo alegria para minha alma 

Faz o coração pulsar mais acelerado 

Encontro no alvorecer toda a beleza 

Trazendo a veracidade do seu amor,

expulsando do meu coração a tristeza.

Muitas vezes deparo com o raiar do dia,

com todo esplendor da força do Criador.

Translúcida a mente ultrapassa o espaço.

Osvaldo Teles

Foi-se o tempo

Foi-se o tempo, ficando apenas saudades,

lembro dos momentos felizes que eu vivi,

deixado traços na face de muita felicidade.

Prepara o homem, para o que está por vir.

No decorrer, obstáculos terei que transpor,

das armadilhas tenho que me desvencilhar.

retiro as forças das profundezas do âmago.

Aos poucos vou perdendo, minha inocência 

Ouça a voz da inconsistência, me dominado,

sigo os sons que vem, de dentro da cabeça,

De sobressalto, a consciência está chegando.

Com o passar, os passos perdem velocidade,

o cansaço tomará conta do meu corpo inteiro.

A passada lenta, pretendo ir ao fim da jornada.

Osvaldo Teles

Lá fora

 Lá fora a densa  neblina me cega 

A fria garoa respiga no meu rosto 

A frialdade da noite na pele chega

Vai tomando conta do meu quarto 

Entra deixando  minha derme nua 

O vazio precisará  ser preenchido 

Trêmulo o corpo solitário te busca 

Sinto a solidão doendo no coração 

Imagens na mente ficam gravadas 

As estrelas contracenam com a lua

Vindo a cabeça  ideias depravadas

Suaves as mãos vão te procurando 

Pois a minha alma sente a sua falta 

Seu perfume impregnou nas narinas 

Osvaldo Teles

Quão linda

Quão linda e angelical é a sua face

Provocando-me um grande fascínio 

Fazendo buscar no teu ser o enlace 

Sobre os sonhos nas noites declínio 

Procuro em seus braços aconchego 

Deste louco mundo até me esqueço 

Deixando em meu coração uma paz 

Ganharei a leveza  dos passarinhos 

Quero te trazer para dentro do ninho 

Nos entregamos  na junção do amor 

Encontrei a felicidade no seu carinho

Seus toques me levaram ao celestial 

O eu homem se  sentirá o semi-deus 

Para viver as minhas loucas fantasias 

Osvaldo Teles

Meu canto

No meu canto vejo a noite se aproximar

No peito coração vai batendo acelerado

Num pestanejar a madrugada vai chegar

O tempo passa, parece que está parado

Posso as mãos na cama busco seu calor

Na mente estás gravada a sua fragrância

Procuro na noite felicidades para os dias

Curativo para cicatrizar as chagas da vida

Doer! Dói são as indiferenças que nutri  

Dentro do paradoxo à mente se encontra

Passas por mim e nem percebe que sofri

Isolado em um espaço que não me cabe

Lá vai a cabeça  viajando pela via láctea

Perdida nessa imensidão  de meu Deus

Osvaldo Teles

Lenço

Enxugo com lenço os prantos que caem 

Iguais as gaivotas  os pensamentos vão

Livre ao encontro dos gritos que rangem

Contrapondo meus cantos  que destoam 

Foi me transformando em um ser solitário

Procurando preencher o vazio do coração

Busquei no além minhas respostas! Rezei

Nesse instante fico cara a cara com Deus

De joelho peço que perdoei meus pecados

Fazendo-me renascer como um vaso novo

Pensativo me sinto completamente calado

Tentando me reencontra com meu Criador

Por muitas vezes a solidão é a companhia

Silencioso fico  só com minha consciência

Osvaldo Teles