Na fria manhã seu aroma se espalha
Olho para a cama ela já estava vazia
A solidão dilacera como uma navalha
Igual a um cadáver no meu leito jazia
Com a voz trêmula balbuciei palavras
Soltas ecoavam em um espaço vazio
Desejei a quentura que antes a tinha
O vácuo criou-se dentro do meu peito
Olhava suas vestes aos pés da cama
Meu eu busca em silêncio a presença
Daquela que um dia me tirou a calma
Em mim deixará as profundas marcas
Muitas madrugadas chorei as mágoas
Sobre o travesseiro a lágrima escorria
Osvaldo Teles
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