sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Grilhões

A nau vem rompendo as ondas do mar

Eu aqui com os grilhões nos meus pés

Uma vastidão de oceano para navegar

Dava para ver o horizonte pelo convés


Estava bem distante das terras Africana

No lombo senti as dolorosas chicotadas

Chegava ser dilacerador da minha alma

Nas brumas alvas as lágrimas pingavam


Seres humanos livres eram escravizados

Choram as mães os seus filhos perdidos

Foram conduzidos aos trabalhos forçados


No pelourinho o castigo eram chibatadas

Pedem ao criador para aliviar suas dores

Nos terreiros entoam gritos de protestos


Foto Google

Osvaldo Teles

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