Na parede vejo o meu próprio reflexo
Na frieza da noite o corpo fica trêmulo
Nas minhas mãos seguro um crucifixo
O leito gélido está parecendo o túmulo
Deixando aprisionado dentro do tempo
As horas vão insistindo em não passar
Os ponteiros parecem não avançarem
Um ar de mistério tomando o ambiente
Um paradoxo assume os pensamentos
Sou conduzido ao mundo ilusório da lua
Da alma juntarei todos seus fragmentos
Um homem jaz em sua cama esvaziada
Não sei o que fazer para encher o vazio
Perdido na noite vou tentar me encontrar
Osvaldo Teles
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