terça-feira, 24 de novembro de 2015

Memórias


Com a voz trêmula
Balbucio palavras soltas
Quando se chega uma certa idade
A saúde fica combalida
As possibilidades diminuem
Os passos que eram firmes
E corpo era forte o tempo consumiu
Já não sou o mesmo  da época
Da minha juventude
O embalo de finais de semana
As festas de São João e de largos
De nossa Senhora da Conceição
A de natal a missa do galo
Era o ponto alto dos festejos
Vivia sem preocupação com o futuro
Os banhos no rio Paraguaçu
As piculas no coreto da praça
As serenatas embalavam o romance
Os encontros com os amigos
Na roda de um bar 
Em uma partida bilhar
Acompanhada com uma 
Cerveja bem gelada
Isto não é saudosismo são lembranças
Que deixo no canto do subconsciente
Como fórmula para fortalecer
O meu envelhecimento
As memórias de um homem
São um tesouro de valor imensurável

Osvaldo Teles Direitos reservados lei 9610/98

2 comentários:

  1. Sylvia Liger di piagentinni
    Esse toque bucólico ficou simplesmente perfeito e na medida certa, não deixando transparecer saudosismo e sim um profundo amor pelas raízes, bem como a plena consciência da importância que tem a valorização da memória, projetando o pensamento de que, é à partir da valorização da memória pessoal que se dá a consciência da importância da valorização da memória sócio- cultural. Simplesmente perfeito em sua simplicidade de linguagem. Um grande poema, que fala de aspectos extremamente abrangentes. Uma grande obra. Mais uma vez, parabéns Osvaldo Teles

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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