Lentas as horas vão passando
Na frialdade do quarto escuro
Descansa um corpo moribundo
Sendo açoitado por sua frieza
A sua influência me castigava
Pelo medo os nervos são tomados
Espreitando a sombra do pavor
A solidão vem e aperta o peito
Os versos íntimos vão surgindo
Demonstrando o que o ser sente
Pela repugnância sou arrebatado
Lançando a sua espada cortante
Pelo seu gélido e frio olhar! Sinto
Nos olhos escorrerem as lágrimas
Sentenciado à lamúria pungente
Consequência da sua ausência
Peço aos anjos da noite clemência
Para que eu possa passar imune
As ideias foram às vezes inconscientes
Ficando-me perdido pelos cantos
Osvaldo Teles
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