Ao raiar do dia já estou acordando
Pronto para colocar o pé na estrada
Um gole de café quebrando o jejum
Na capanga um punhado de farinha
Na algibeira um taco de rapadura
Coloco no cantil um pouco d'água
No ombro a ferramenta para o labor
O amigo piaba segue junto comigo
Com facão na bainha vou ao raçado
Aro a terra rego com o próprio suor
Vou cantando umas modas de viola
As paisagens passando corriqueiras
Rezo o rosário para o nosso senhor
Pedindo a sua valiosíssima bênção
Para aliviar o peso da minha fadiga
Vem a asa branca de Luís Gonzaga
Ciscar lá na roça anunciando água
Meu pedaço de chão é um paraíso
Neste sagrado solo nasci e me criei
Cresci rodeado de gente muito boa.
Osvaldo Teles
Nenhum comentário:
Postar um comentário