Vaguei sem rumo no mundão de meu Deus
Botei a cela no meu cavalo e sai galopando
Para conhecer as maravilhas do mundo
Coloquei no lombo o gibão de couro
Protegendo dos espinhos desta vida
Na capanga farinha e rapadura
Para saciar a fome quando doer no corpo
Tirando a força que faz prosseguir
Em cada taverna um gole de pinga
Meu cachorro parceiro caminhava comigo
Era companheiro na hora da fadiga
No anoitecer empunhava a viola
Ao luar a inspiração me tocava
A melodia suavemente fluía do peito
Cantava a tristeza que me perseguia
As lágrimas torrenciais escorriam
Sair galopante mundo a fora
Na certeza de encontrar a bela dona
E a cada parágrafo da história
Ter uma linda história para contar
Na ranger da cancela a certeza que cheguei
Refeito das desilusões que machucaram
Ver o meu parceiro me sorriu latindo
De poder repousar no seu quente cantinho
Osvaldo Teles
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