sábado, 11 de janeiro de 2020

Minhas mágoas

Entre os dedos o cigarro aceso
Tragando vou soltando fumaça
Que vai chegando as nuvens
Como as ideias aleatórias voam

Diante de mim tem uma garrafa
Estou preste a tomar um porre
Vou bebendo cada gota da pinga
Para afogar as minhas mágoas

Destilando aos poucos as dores
Tentação em dose dupla é a raiva
Perante uma encruzilhada estou
Um abismo sem fim vai se abrir

Como um magnetismo me atrai
Arrastando-me para um buraco
Quem dera ouvir a voz humana
Que entendesse minha situação

Não quero escutar a voz daquele
Que se acha um verdadeiro deus
Com suas palavras de reprovação
Sou um homem dotado de erros

Osvaldo. Teles

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