Vou lhes contar uma história
Que se a sucedeu comigo
Cansado de ver o sol castigar
No lombo ficam suas marcas
O solo do meu sertão sagrado
Uma manta cinzenta lhe cobria
Todo ele era cheio de rachadura
O gado era pele e osso no pasto
Do alpendre pedia ao Senhor
Romaria fazia para pedir chuva
Sua clemência para meu povo
Louco que chegasse aos ouvidos
As galinhas estão esturricadas
Não dá nem para fazer um caldo
Fazendo milhares de retirantes
Que já não aguentava a fome
Minha terra amada se desidrata
As chuvas tardias nunca chegam
O oásis prometido não vem logo
Para o sertão forte possa florescer
Na moringa água fresca não tem
Não sinto a brisa fresca no rosto
Meu Deus para que tantas dores
Para estes filhos amados teus
Osvaldo Teles
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