terça-feira, 7 de junho de 2016

Meu deserto

Atravessando o meu deserto
Os meus fantasmas me perseguiam
As miragens surgiam em forma
Do meus medos - atormentando
Em cada montanha de areia
Se escondia um mostro apavorador
Que me assustava a cada passada
Ausente a consciência ficava
A amnésia tomava conta do meu cérebro
Perco o contato com a realidade
O sol escaldante cozinhava os miolos
A área quente esfolava os pés
As forças me faltam
Já não ando, rastejo
O grito de socorro sai abafado
Ninguém escuta cada um preso
Aos seu problemas
Sucumbe um corpo de inanição
Os germes querem devorar a minha carne viva
Doente o espírito vegeta
Os teus beijos matam a fome da carne
A boca ressecada clama por água
A sua saliva seria o bastante
E o bendito oásis não aparece
Sou fruto do sopro divino
Pulsa uma vida neste farrapo humana
A reserva energética está comigo: fé
O alimento revigorador da alma
Força propulsora maquinagem humana

Osvaldo Teles

2 comentários:

  1. Mila Ribeiro Machado

    No deserto da nossa existência....os medos....tomam forma de montanhas....intransponíveis....com monstros criados do nosso imaginário....às vezes nos tirando da razão.....vagando nesse deserto....como náufragos....esperando a luz....que nos leve a um oásis.....nos reavive a chama da fé....da esperança.....nos lembre....que somos humanos.....e que temos a capacidade de ...renascer.....de recomeçar...........
    Maravilhoso poema......amei

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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