Atravessando o meu deserto
Os meus fantasmas me perseguiam
As miragens surgiam em forma
Do meus medos - atormentando
Em cada montanha de areia
Se escondia um mostro apavorador
Que me assustava a cada passada
Ausente a consciência ficava
A amnésia tomava conta do meu cérebro
Perco o contato com a realidade
O sol escaldante cozinhava os miolos
A área quente esfolava os pés
As forças me faltam
Já não ando, rastejo
O grito de socorro sai abafado
Ninguém escuta cada um preso
Aos seu problemas
Sucumbe um corpo de inanição
Os germes querem devorar a minha carne viva
Doente o espírito vegeta
Os teus beijos matam a fome da carne
A boca ressecada clama por água
A sua saliva seria o bastante
E o bendito oásis não aparece
Sou fruto do sopro divino
Pulsa uma vida neste farrapo humana
A reserva energética está comigo: fé
O alimento revigorador da alma
Força propulsora maquinagem humana
Osvaldo Teles
Mila Ribeiro Machado
ResponderExcluirNo deserto da nossa existência....os medos....tomam forma de montanhas....intransponíveis....com monstros criados do nosso imaginário....às vezes nos tirando da razão.....vagando nesse deserto....como náufragos....esperando a luz....que nos leve a um oásis.....nos reavive a chama da fé....da esperança.....nos lembre....que somos humanos.....e que temos a capacidade de ...renascer.....de recomeçar...........
Maravilhoso poema......amei
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