Olhando a chuva pela janela
Ouço o assobio do vento
Entrando melodioso pelas frestas
Os pingos caem copiosamente
Dolorosamente vejo eles caírem
Gotas de lágrimas vêm aos olhos
O rosto fica completamente molhado
Abafando o grito na garganta
Um turbilhão de ideias passam
Deixando a cabeça fervilhante
Ao mesmo tempo elas congelam
Atônitos os pensamentos vagueiam
Trêmulo o corpo é só desejo
Desejo de uns quentes beijos
Fervilha o sangue nas entranhas
Para combater o congelante frio
Ouço o assobio do vento pela fresta
Como uma melodia fúnebre adentra
Lentamente os ponteiros avançam
Ficando tudo em câmera lenta
Osvaldo Teles
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