quarta-feira, 11 de março de 2020

Sou caboclo brabo

Sou caboclo brabo venho do mato
Sou um matuto cabra de arretado
Na face guardo ainda suas marcas
Arredio assim como o burro bravo

Que não aceita peas em seus pés
Nem as rédeas lhe impondo limite
Ainda trago comigo os seus traços
Pelos pastos passeava livremente

A única coisa que quero é ser livre
O pensamento ganha a liberdade
Os campos floridos eram meu leito
Sobre as relvas o corpo descansa

Como esconder a minha origem
Trabalho sempre foi o meu nome
Trabalhei de sol a sol para plantar
Minha ferramenta era uma enxada

Sou o tabaréu amante da sua terra
Arava a terra para fazer seu plantio
Na esperança de colher seus frutos
Já derrubei muitos bois nos braços

Meu cachorro piaba é a companhia
No alpendre olhava passar as horas
Era uma festa o cantar dos pássaros
O galo me acordava no amanhecer

Osvaldo Teles
Imagem Google

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