Sou caboclo brabo venho do mato
Sou um matuto cabra de arretado
Na face guardo ainda suas marcas
Arredio assim como o burro bravo
Que não aceita peas em seus pés
Nem as rédeas lhe impondo limite
Ainda trago comigo os seus traços
Pelos pastos passeava livremente
A única coisa que quero é ser livre
O pensamento ganha a liberdade
Os campos floridos eram meu leito
Sobre as relvas o corpo descansa
Como esconder a minha origem
Trabalho sempre foi o meu nome
Trabalhei de sol a sol para plantar
Minha ferramenta era uma enxada
Sou o tabaréu amante da sua terra
Arava a terra para fazer seu plantio
Na esperança de colher seus frutos
Já derrubei muitos bois nos braços
Meu cachorro piaba é a companhia
No alpendre olhava passar as horas
Era uma festa o cantar dos pássaros
O galo me acordava no amanhecer
Osvaldo Teles
Imagem Google
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