segunda-feira, 24 de maio de 2021

Senzala

O sol entrava entre as palhas

As friagens corroendo a carne

A grande senzala ardia de frio

Espectros humanos ali jaziam


No manto negro da sociedade

Igual o bicho levava chicotada

No pé do tronco era o castigo

O corpo ficava em carne viva


Os seus pedidos não chegava 

Aos ouvidos do Deus Criador

Os clamores ecoavam no céu

Pedia a Deus a sua clemência


As lágrimas da dor escorriam

Cheguei suplicar sopro divino 

Para aliviar as minhas feridas

As vezes penso que esqueceu


Que também sou um filho seu

Arrancado brutalmente do seio

Chora mãe a falta do seu ente

Que jamais voltará ao seu leito


Osvaldo Teles



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