domingo, 11 de dezembro de 2016

Abolição

Tirados do seio materno
Chora a mãe os seus filhos roubados
Dos porões dos navios negreiros ecoavam
Os gritos de clemência, gemidos de dor
Lombos dilacerados pelos chicotes
Grilhões apertando-lhes os pés
No pelourinho as correntes lhes castigavam
O sangue escorria pelo corpo
Olhavam para o céu em busca do  divino
Para que ele tivesse compaixão do sofrimento
Muitos cadáveres foram jogados ao mar
Terra nostra nunca foi, expressa crueldade
O clamor dos Malês ecoara aos quatro ventos
Ideais de libertação rompem os corações
O rei Zumbi o levante contra as escravidão
Os quilombos refúgio para o negro fugido
Besouro Mangangá,João Cândido Felisberto
Líderes da luta a favor dos desiguais
Abolição, abolição, abolição, abolição
Brados que soaram em praça pública
Na voz dos poetas abolicionistas
Liberdade, liberdade ao canto nagô
Os tambores da África ecoam em solo brasileiro
Entoando a resistência de um povo
E impondo trabalhos forçados, açoites
Lei Áurea em 13 de maio de 1888
Só mudou o mecanismo de dominação
CLT 1 de maio de 1943
O capitalismo sempre dita as regras

Osvaldo Teles

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