segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O que fazer

O que fazer diante de tantas inquietações
A idade avança porém a minha cabeça
Continua de criança, vendo passar a frente
Da minha nau todas as turbulências
Mãos sobre o rosto para não vê-la
Preso ao utópico viajo na cauda da fantasia
O plano terreno fica limitado aos meus ideais
Voraz vai consumindo a minha prudência
O meu algoz vai me açoitando pelos dias
O meu instinto de sobrevivência vai
Derrubando as muralhas dos empecilhos
Ligeiramente busco a sua luminância
Os seus raios pairam à minha frente
Sou dono de luminosidade própria
Preparei a minha própria trilha
Relatei no livro da vida a narrativa escrita
A voz usei para as cantigas de ninar
Fazendo adormecer as lamúrias
Sempre gostei do anonimato
Não se narra histórias se não tiver fatos
Os fatos corriqueiros ensinaram-me
Que a prudência e a certeza da conquista
Para tudo abri a porta que quero descer
O desejo pujante de navegar em seu mar
Não me preocupo com o ontem
Nem com o amanhã, hoje vou viver
A intensidade que ele me permite
Nunca fugir a luta, a minha armadura
Já fica posta e com a arma em punho
As condecorações ficaram
Para os sábios comandantes
A única coisa que quis uma vida simples
Regada com muito carinho e amor
Cada parada tinha um recomeço
Não tive despedidas sempre um até breve
Perseguir cada sonho de perto
Para qualquer vacilo eu chegar colado
Quando fitei o ponto de chegada
Retornei ao ponto de partida
Para concertar os erros que cometi
Vou bebendo a doce bebida da vitória
Brindando com os companheiros as glórias

Osvaldo Teles

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